quinta-feira, 6 de março de 2008

Teste para detectar a probabilidade de vir a desenvolver a doença de Alzheimer já está disponível em Portugal

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Um teste para detectar qual a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver a doença de Alzheimer está disponível no Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, mas apenas as pessoas que reúnam um determinado conjunto de condições devem fazê-lo. «Para realizar o teste é necessário que exista uma indicação médica nesse sentido, o que geralmente ocorre apenas com pessoas que reúnem determinadas condições, como terem mais de 60 anos ou possuírem doentes de Alzheimer na família», explicou o investigador Tiago Fleming Outeiro à agência Lusa. Há cinco meses no IMM, depois de concluir um pós-doutoramento em Harvard, o investigador criou uma Unidade de Neuro ciência Celular e Molecular, que reúne diversos especialistas dedicados à pesquisa no campo das doenças neuro degenerativas. Segundo Tiago Outeiro, o teste agora disponível «consiste na determinação dos níveis de 18 proteínas no plasma sanguíneo em doentes em estádios iniciais da doença», quando os sintomas ainda não se manifestaram.



«Quando o teste dá um resultado positivo, a fiabilidade ronda os 85 por cento, pelo que a pessoa que o fez pode necessitar de acompanhamento psicológico», esclareceu Tiago Outeiro, acrescentando que entre o resultado e o surgimento dos primeiros sintomas podem passar até cinco anos. Todavia, e uma vez que não existe ainda cura para a doença de Alzheimer, obter um resultado positivo no teste não será apenas uma fonte escusada de angústia para quem o realizou? «A verdade é que, ao existir um conhecimento antecipado de que uma pessoa vai - quase garantidamente - sofrer da doença, podem-se colocar logo em curso terapias adequadas a cada caso», esclareceu o investigador do IMM. Tiago Outeiro declarou ainda à Lusa que não existe um preço fixo para o teste da doença de Alzheimer: «Não é possível falar em 100, 200 ou 300 euros pois o teste até pode ser feito a custo reduzido ou sem custos, se se comprovar que tem interesse para a investigação». Doutorado em Ciências Biomédicas no Instituto Tecnológico de Massachusetts, nos Estados Unidos, Tiago Fleming Outeiro publicou a 22 de Junho de 2007, um estudo sobre a doença de Parkinson na revista Science.




«Os próprios hábitos podem influenciar a doença de Alzheimer»


Uma dose diária de café poderá ajudar a prevenir a doença de Alzheimer, alertou uma investigadora da Universidade de Coimbra, citando um estudo que comparou pessoas que tomaram café ao longo da vida com outras que não o fizeram, noticia a Lusa. Grupos de investigadores da universidade de Coimbra, a exemplo do que acontece em outros centros de investigação internacionais, estão empenhados em desenvolver uma pesquisa básica para perceber os mecanismos da doença neuro degenerativa, identificar alvos terapêuticos e testar compostos para avaliar se são neuro protectores. Os estudos têm-se direccionado especialmente para a Alzheimer, uma doença neuro degenerativa que afecta no mundo 20 milhões de pessoas e em Portugal 70 mil, e que com o aumento da esperança de vida se prevê que venha a ter um crescimento acelerado.



«Esses estudos são importantes. Mostram que os próprios hábitos podem influenciar a doença de Alzheimer, como acontece com as cardiovasculares», declarou à agência Lusa Cláudia Pereira, investigadora do Centro de Neuro ciências da Universidade de Coimbra. Um desses grupos, de que faz parte Cláudia Pereira, vem-se dedicando nos últimos anos ao estudo da doença de Alzheimer e a avaliar a influência do café na prevenção da doença, procurando, por essa via, descobrir substâncias activas para a produção de fármacos. «Poderá eventualmente haver uma estratégia terapêutica para problemas associados à memória. Poderá ser um princípio activo de fármacos em doenças neuro degenerativas", considerou em alusão à cafeína, durante uma conferência que hoje proferiu no Museu da Ciência de Coimbra, intitulada "Quando a memória nos atraiçoa".
Para Cláudia Pereira, «uma dose diária de café, de certo modo, retarda o surgimento da doença». Isso foi concluído pela análise comparativa de pessoas que ao longo da vida tinham o hábito de tomar café, e outras que não o integravam na sua dieta. Laboratorialmente têm-se realizado testes com cafeína em ratinhos.



Doença demora mais tempo a aparecer em quem tem mais anos de escola


Os sintomas da doença de Alzheimer retardam em média 2,5 meses por cada ano de escolaridade, mas é nas pessoas com maior grau académico que a doença avança mais rapidamente, indica um estudo da Revista Neurology, noticia a Lusa. «Os indivíduos com um nível de habilitações literárias mais elevado ou com um alto coeficiente intelectual desenvolvem mais tardiamente os sintomas de perda da memória, em especial quando esta deriva da doença de Alzheimer», afirmou Charles Hall, especialista em bioestatística, que dirigiu o estudo realizado pelo Colégio de Medicina Albert Einstein. No entanto, o mesmo estudo adianta que após o aparecimento dos primeiros sintomas, as pessoas com um nível de educação superior registavam uma deterioração intelectual quatro por cento mais rápida por cada ano de educação. A doença de Alzheimer é uma doença neurológica que afecta, regra geral, pessoas com mais de 65 anos que vão perdendo progressivamente a memória, acabando por entrar em estado de demência. No entanto, uma vez iniciado o processo, a perda da memória avança rapidamente, acabando por atingir um nível equivalente ao dos indivíduos com menor escolaridade. Segundo o estudo, um indivíduo com 16 anos de escolaridade, após o aparecimento dos sintomas de perda de memória, apresenta um desenvolvimento 50 por cento mais rápido do que outro com apenas quatro anos de educação oficial. Esta conclusão foi retirada de um estudo realizado com 488 idosos, incluindo 117 que, mais tarde, desenvolveram a demência típica da doença de Alzheimer. Charles Hall afirmou que os investigadores estudaram o estado mental e físico dos participantes durante seis anos, utilizando uma série de testes de capacidade intelectual e de conhecimento. Os níveis de educação variavam entre os três anos de escolaridade e o estudo universitário completo.



Estudo revela que alimentação rica em colestrol potencia doença

O consumo de alimentos ricos em colesterol, como manteiga, carne vermelha ou queijo aumenta o risco de desenvolver Alzheimer, segundo um estudo realizado por cientistas australianos publicado, esta quinta-feira, no «Daily Express», informa a agência Lusa. Os especialistas, do Instituto de investigação Médica Príncipe de Gales, de Sidney, descobriram que esse tipo de alimentação favorece a fabricação no cérebro das proteínas beta-amiloides, associadas ao Alzheimer. Por outro lado, sabe-se que a ingestão de estatinas para reduzir o nível do colesterol no sangue também reduz a longo prazo o risco de vir a sofrer daquela doença, cujos sintomas são, entre outros, mudanças de humor, confusão e perda de memória. Os investigadores realizaram uma experiência com ratos de laboratório e constaram que, após alimentá-los durante algum tempo com uma dieta rica em colesterol, os seus cérebros produziam uma maior quantidade de beta-amiloides. Os cientistas realizaram depois vários testes com células cerebrais humanas e animais para analisar como estas regulavam os seus níveis de colesterol. Descobriram que as proteínas «ABC», responsáveis pela expulsão do colesterol das paredes arteriais, também estão presentes nas células do cérebro. Posteriormente, comprovaram que aumentando os genes destas proteínas nas células humanas e animais a fabricação de beta-amiloides decaía.




Segundo um dos autores do estudo, Brett Garner, os fármacos que aumentam a produção de proteínas ABC, que actualmente já se utilizam na investigação cardiovascular, poderão também contribuir para reduzir a progressão do Alzheimer. Em declarações ao jornal, a directora do departamento de investigação da Sociedade de Alzheimer do Reino Unido, Susanne Sorensen, afirmou que investigações como as de Brett Garner são importantes para ver como o colesterol pode contribuir para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. «Existem já muitas provas de que ter níveis elevados de colesterol é um factor de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer e da demência vascular», afirmou. «A nossa mensagem é a de que um coração são, através de uma dieta equilibrada, conduz a uma mente sã», acrescentou.

Lusa e Portugal Diário

Fotos da Net

António Inglês

18 comentários:

Isamar disse...

Amigo Tó!

Amigos dos meus amigos, meus amigos são. Depois, se ele me adoptou como mana, tu adoptado estás. E aqui está uma trindade perfeita.Quanto aos post ainda não o li todo mas,como sabes, este tema preocupa-nos tanto mais quanto nos vamos apercebendo do número de casos cada vez maior.A perda de memória, a ausência, a entrada na solidão dentro de nós mesmos é algo que me deixa aterrada. Não faria um teste destes pelas consequências psicológicas que daí advêm tendo em conta a irreversibilidade da doença.
Mas voltarei aqui, com tempo, para ler com mais atenção.
Deixo-te mil beijinhosssss

Filoxera disse...

O meu pai tinha uma memória notável, um léxico rico, um sentido crítico acutilante e uma boa bagagem, em teros culturais.
Os últimos dez anos da sua vida passou-os refém da DA.
Sou, provavelmente, uma candidata a sofrer também da doença. Mas não quero saber.
Quanto a este post, considero-o excelente. Parabéns!
Beijinhos.

Isamar disse...

Mano Tó

Num pequenino intervalo, mergulhada em papéis, vim continuar a leitura deste post. É um tema muito interessante e muito preocupante nos dias de hoje. Quem quiser saber mais, poderá consultar a Associação que já foi criada pelos familiares dos doentes portadores de Alzheimer e que será um contributo para aprofundar o tema de hoje. Mais um bem pertinente como o Zé nos habituou. Daí o círculo de amigos que aqui criou e o sentimento de perda que deixou a pairar nesta blogosfera de afectos feita. E digam-me que isto é virtual. A sensação que tive foi muito, muito real.E só não fiquei mais triste porque, inteligente, preocupado e dedicado como sempre foi,o Zé fez a substituição imediata.
Com gratidão, deixo beijinhosssss. Mil e tantos....

Maria disse...

Porque este tema me interessa muito vou deixar-te "pendurado" um bocadinho para te ler em paz e sossego.
Entrettanto, mandaram-me entregar isto.......
Olá...
Foi aqui que encomendaram?

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Entrega feita!
Participa na campanha FAZ UM AMIGO FELIZ!!!
Manda esta encomenda p/ todos os teus amigos.
Espero estar incluído nessa lista........
Vou fazer outra entrega ...fuiiiiiiiiiiii

Beijinhos, António

Elvira Carvalho disse...

Um bom post, sobre um tema que em qualquer época da vida sempre nos vem à memória como um mal a temer.
A Avó do meu marido morreu com esses sintomas, mas naquela altura ninguém falava em Alzheimer. Era demência senil, que o médico dizia que ela tinha.
Graças a Deus na minha família não conheço ninguém, mas eu não acredito muito nessa história de hereditariedade. Minha sobrinha tem esclerose múltipla, e nunca ninguém na família teve. Meu tio sofreu até à morte de psoríase, e todos os médicos diziam que era hereditário, que já alguem tinha tido aquela doença, e a filha investigou até à 5ª geração e não há nenhum registo de alguma doença que se pareça com a psoríase.
Um abraço
E boa sorte para o seu Benfica

M@ri@ disse...

Meu doce amigo
Fiquei feliz por me visitares.
Este tema e sem duvidas de muito interesse,mas que muitas pessoas sentem medo de o confrontar.
Eu trabalho na area de saude,sei como e dificil.
Mas mesmo com o rastreio nao impede de a doença avançar infelizmente.
Desejo te uma noite cheia de paz .
Deixo te um beijo doce
M@ri@

Lisa's mau feitio disse...

Querido Avô do meu coração,

Este tema hoje foi forte para mim.
Lembrei-me da mnha querida e doce Avó... Que pelas mãos desta doença em breve me deixará a chorar por ela...

Adorei este post e vou fazer um no Caderno do Mau Feitio, com um link para aqui. é tão bom divulgar, fazer serviço público ao mesmo tempo que desabafarei...

Deixo-lhe um beijinho de boa noite.

Lisa

Maria disse...

Depois de ver o SLB (miséria.....) estou a ouvir a ministra de educação. Para ver se a percebo. Mas a burra devo ser eu...
Vou imprimir este texto que é da maior importância.
Muito obrigada, António.
Um abraço ao José.
Beijinhos para ti...

Branca disse...

Mano António,
Desculpa só vir agora aqui, mas como viste estive ao princípio da noite na outra casa que tens ao lado e vim a esta também, deixei o comentário para depois, porque segui o teu conselho e fui desarrumar a minha casa, pouco ainda, mas realmente já me estava a cansar vê-la parada.Tenho andado por aqui a fazer outras coisas e olha já estou a cair, só vim dizer-te boa noite.
Beijinhos

António Inglês disse...

Isabel

Esta doença preocupa-me muito, daí ter procurado algo sobre ela.
Cura não existe, mas espero sinceramente que a medicina vá encontrando algumas respostas para pelo menos a retardar e atenuar, embora o desejável fosse mesmo encontrar a solução.
Beijinhos
António Inglês

António Inglês disse...

Olá filoxera

O seu pai e muitos são prisioneiros desta terrível doença e creio que mesmo sem casos anteriores na família todos somos grandes candidatos.
Eu por exemplo, costumo brincar com os sintomas pois a minha memória atraiçoa-me com muita frequência. Quando assim é costumo dizer que o meu amigo "alemão" é que me causa o esquecimento.
Seja como for, a brincar a brincar vou ficando preocupado com o assunto e a idade já vai dando mostras de algum cansaço...
Um abraço e um beijinho
António Inglês

António Inglês disse...

Mana Isabel

O Zé deixou-me bem instruído e por isso conheço-lhe a técnica e os hábitos.
Quanto ao tema, também eu ando preocupado com o assunto. A ver vamos o que o futuro nos reserva.
Mil beijinhos
António Inglês

António Inglês disse...

Maria

A entrega foi feita e por cá ficaram atrelados de Amor, Carinho, Alegria, Amizade e Felicidade.
Já me tinham feito uma entrega igual, de forma que estou de despensa carregada...
Até logo e mil beijinhos
António Inglês

António Inglês disse...

Elvira

Eu também sou da sua opinião, acho que essa coisa de hereditariedade não me convence.
A situação será a que tiver de ser e só temos de ter paciência.
Eu gostaria muito que nem eu nem os meus amigos e família viessem a padecer deste mal, mas só Deus sabe o que virá.
Um abraço
António Inglês

António Inglês disse...

M@ri@

Pois minha amiga, agora já consigo entrar no teu blog e ainda bem.
Não sabia que trabalhavas na área da saúde. Acho que deves então presenciar muitos casos destes e doutros muito preocupantes.
Bonita a tua profissão.
Um beijinho
António Inglês

António Inglês disse...

Lisa's

Obrigado pela visita da minha querida neta.
Um avô gosta sempre de saber da família.
Espero que a sua avó não sofra com a dureza deste mal.
Deixo-lhe mil beijinhos
António Inglês

António Inglês disse...

Maria

Fiquei desolado... estou desolado... que miséria que está o nosso SLB...
Que vergonha... enfim, aquilo não tem melhoras nenhumas... nem treinador...
Quanto à postagem, fizeste bem em imprimir pois é sempre bom estar-mos a par dos males que nos apoquentam cada vez mais.
Um beijinho
António Inglês

António Inglês disse...

Mana Branca

A nossa vida é vivida a correr. São estas coisas que nos vão deixando à mercê de tanto mal de que padecemos quando a idade aperta.
E olha que já nem a idade é razão, pois cada vez mais vou tendo conhecimento de amigos que bem novos começam com problemas e alguns não aguentam.
A vida está muito complicada.
Um beijinho
António Inglês