sábado, 6 de dezembro de 2008

ENCERRAMENTO DE BLOGUE


Amigos

Um ataque ignóbil veio através de uma mensagem que me destruiu o email e o messenger, bloqueando-me o PC.

Desconheço ainda neste momento, que estragos me foram causados, que documentos perdi e que outras acções este “virus” me provocou.

Quero desde já dizer a todos, que há já uns tempos que não vou a nenhum blogue precisamente para evitar qualquer contágio.

Quem tem o meu email, por favor, não o utilize, nem aceitem nenhuma mensagem que vos apareça em meu nome pois estou completamente bloqueado no messenger.

Da mesma forma, caso vos apareçam comentários feitos em meu nome nos vossos blogues, são falsos pelo que vos solicito, os rejeitem de imediato.
Quero acreditar que pelo menos os comentários que têm aparecido não terão problemas ainda, mas como desconheço a dimensão dos estragos, pode acontecer de um momento para o outro que os problemas comecem a aparecer.

Já solicitei ajuda que me irá verificar todo o computador e não sei se terei de perder tudo o que nele tenho guardado.

Assim, os meus blogues irão encerrar, para já temporariamente e só após a limpeza do PC saberei se voltarei da mesma forma ou não.

A todos peço compreensão e até breve espero!

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António Inglês


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

WOLFGANG AMADEUS MOZART


Nascimento

Wolfgang Amadeus Mozart nasceu a 27 de Janeiro de 1756, pelas 20h00, na cidade de Salzburgo, na Áustria, o último dos 7 filhos de Leopold Mozart e Anna Maria Pertl Mozart, tendo sido baptizado um dia depois, na Catedral de São Ruperto, com o nome latino de Johannes Chrysostomus Wolfgang Gottlieb Mozart. Mozart passou a vida a mudar a forma como se chamava e a forma como era chamado pelos outros.



Nome

Os dois primeiros nomes de baptismo recordam que o seu dia de nascimento, 27 de Janeiro, que era o dia de São João Crisóstomo. "Wolfgangus" era o nome do seu avô materno. "Theophilus" era o nome do seu padrinho, o negociante Johannes Theophilus Pergmayr.

Mozart continuou, mais tarde, a fazer modificações ao seu nome, em especial o nome do meio, "Theophilus" (Teófilo) que significa, em grego, "Amigo de Deus". Só em raras ocasiões usou a versão latina deste nome, "Amadeus", que hoje tornou-se a mais vulgar. Preferia a versão francesa Amadé ou Amadè. Usou também as formas italiana "Amadeo" e alemã "Gottlieb".




Infância

Mozart foi uma criança prodígio. Filho de uma família musical burguesa, começou a compor minuetos para cravo com a idade de cinco anos. O seu pai Leopold Mozart foi também compositor, embora de menor relevo. Algumas das primeiras obras que Mozart escreveu enquanto criança foram duetos e pequenas composições para dois pianos, destinadas a serem interpretadas conjuntamente com sua irmã, Maria Anna Mozart, conhecida por Nannerl.

Em 1763 seu pai o levou, junto com a sua irmã Nannerl, então com 12 anos, numa viagem pela França e Inglaterra. Em Londres, Mozart conheceu Johann Christian Bach, último filho de Johann Sebastian Bach, que exerceria grande influência em suas primeiras obras.



Adulto

Entre 1770 e 1773 visitou a Itália por três vezes. Lá, compôs a ópera Mitridate, re di Ponto que obteve um êxito apreciável. A eleição, em 1772, do conde Hieronymus Colloredo como arcebispo de Salzburgo mudaria esta situação. A Sociedade da Corte vienense implicava com a origem burguesa e os modos de Mozart, e Colloredo não admitia que um mero empregado - que era o estatuto dos músicos, nessa época - passasse tanto tempo em viagens ao estrangeiro. O resto dessa década foi passado em Salzburgo, onde cumpriu os seus deveres de "Konzertmeister" (mestre de concerto), compondo missas, sonatas de igreja, serenatas, divertimentos e outras obras. Mas o ambiente de Salzburgo, cada vez mais sem perspectivas, levava a uma constante insatisfação de Mozart com a sua situação.

Em 1781, Colloredo ordena a Mozart que se junte a ele e sua comitiva em Viena. Insatisfeito por ser colocado entre os criados, pediu a demissão. A partir daí passa a viver da renda de concertos, da publicação de suas obras e de aulas particulares, sendo pioneiro nessa tentativa autónoma de comercialização de sua obra. Inicialmente tem sucesso, e o período entre 1781 e 1786 é um dos mais prolíficos de sua carreira, com óperas (Idomeneo - 1781, O Rapto do Serralho- 1782), as sonatas para piano, música de câmara (especialmente os seis quartetos de cordas dedicados a Haydn) e principalmente com uma deslumbrante sequência de concertos para piano. Em 1782 casa, contra a vontade do pai, com Constanze Weber. Constanze era irmã mais jovem de Aloisia Weber Lange, cantora lírica por quem Mozart se apaixonara poucos anos antes.



Em 1786, compõe a primeira ópera em que contou com a colaboração de Lorenzo da Ponte: As bodas de Fígaro. A ópera fracassa em Viena, mas faz um sucesso tão grande em Praga que Mozart recebe uma encomenda de uma nova ópera. Esta seria Don Giovani, considerada por muitos a sua obra-prima. Mais uma vez, a obra não foi bem recebida em Viena. Mozart ainda escreveria Così fan tutte, com libreto de Da Ponte, em 1789 (que seria a última colaboração de Lorenzo da Ponte).

A partir de 1786 sua popularidade começou a diminuir junto do público vienense, o que agravaria a sua condição financeira. Isso não o impediu de continuar compondo obras-primas, como Quintetos de cordas (K.515 em Dó maior, K.516 em Sol menor em 1787), Sinfonias (K.543 em Mi bemol maior (nº39); K.550 em Sol menor (nº40), que a sua música mais importante e famosa; K.551 em Dó maior (nº41) em 1788), e um Divertimento para Trio de Cordas (K.563 em 1788), mas nos seus últimos anos a sua produção declinou devido a problemas financeiros, à precariedade da sua saúde e da sua esposa Constanze; aliados a uma crescente preocupação do compositor em relação à sinceridade do amor que esta o dedicava e à crescente frustração com o não reconhecimento.



Últimos Dias

Em 1791 compõe suas duas últimas óperas: A Flauta Mágica e A Clemência de Tito, seu último concerto para piano (K.595 em si bemol maior) e o belo Concerto para clarinete em lá maior (K.622). Na primavera desse ano, recebe a encomenda de um Requiem (K.626). Contudo, trabalhando em outros projectos e com a saúde cada vez mais enfraquecida, morre à uma hora da manhã da madrugada de 4 para 5 de Dezembro, deixando a obra inacabada (há uma lenda que diz que o Requiem estaria sendo composto para tocar em sua própria missa de sétimo dia). Será completada por Franz Süssmayr, seu discípulo. No dia 6 de Dezembro, às 15 horas seu corpo é levado para a Igreja de Santo Estevão para uma cerimónia sem pompa nem música. Süssmayr, Salieri e mais três pessoas acompanham o cortejo até às portas de Viena, porém o mau tempo os faz retornar. Constanze Weber, sua esposa, não quis acompanhar o cortejo pois estava deveras abalada, não saindo sequer de casa naquele dia. Mozart foi enterrado numa vala comum, no cemitério de São Marx, em Viena. Até hoje não se sabe ao certo o local exacto de seu túmulo.

Wikipédia

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António Inglês




quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

TRATADO PROÍBE BOMBAS DE FRAGMENTAÇÃO


Oslo - Cem países, incluindo Portugal, assinaram ontem, em Oslo, um tratado que proíbe as bombas de fragmentação, numa cerimónia que ficou marcada pela ausência dos maiores fabricantes dessas armas, os Estados Unidos, a Rússia e a China.


A Noruega foi a promotora do processo de proibição e foi a primeira a assinar o acordo alcançado em Dublin, em Maio passado, e que proíbe a produção, uso, armazenamento e comércio das bombas de fragmentação e que obriga os signatários a ajudar os países e as pessoas vítimas dessas bombas. Jens Stoltenberg, o primeiro-ministro norueguês afirmou que «o mundo não será o mesmo» depois da assinatura do tratado.



A ausência dos principais fabricantes destas armas limita o alcance do tratado tendo sido feito um apelo durante a cerimónia de assinatura do tratado para que mudem de opinião. Washington já respondeu ao pedido reiterando sua oposição à proibição argumentando que «uma proibição das bombas de fragmentação feita de um modo tão geral colocará em perigo as vidas dos nossos homens e mulheres e dos nossos aliados.»

O principal problema deste tipo de arma é o facto de não rebentarem por inteiro o que faz com que várias centenas de «bombas» menores se dispersem num perímetro alargado, convertendo-se assim, em minas antipessoais, proibidas pela Convenção de Ottawa de 1997.


Jornal Digital




O que são bombas de fragmentação?

As bombas de fragmentação são armas largadas do ar que que quando caem soltam dezenas, ou mesmo centenas, de sub-bombas numa área extensa equivalente a vários campos de futebol.

As sub-bombas explodem ao entrar em contacto com qualquer alvo. Das questões mais polémicas no que toca a este tipo de arma é o que acontece quando as sub-bombas falham a detonação no impacto e se tornam numa espécie de minas anti-pessoais que afectam civis mesmo depois de terminados os conflitos, durante meses ou anos, como o que se tem passado no Sul do Líbano na sequência da guerra entre o Hezbollah e Israel. Por outro lado, muitas vezes, devido à sua capacidade de dispersão e fragmentação, espalham-se por áreas populosas.

Um terço dos afectados por bombas de fragmentação são crianças. Os explosivos impedem as populações de usar terrenos, de ter acesso a hospitais e escolas e podem permanecer uma ameaça durante décadas, sendo mais letais do que as minas.



As bombas de fragmentação foram utilizadas em muitos conflitos no mundo inteiro, depois da Segunda Guerra Mundial. Desde a guerra do Vietname, Líbano, Guerra do Golfo, Bósnia-Herzegovina, Afeganistão ao Iraque, entre outros.

De acordo com a Cluster Munition Coalition (CMC), rede de cerca de 200 organizações nacionais e internacionais da sociedade civil para a não-proliferação de armas de fragmentação, cerca de 31 países, sobretudo em vias de desenvolvimento, são ou foram afectados pelas bombas de fragmentação.

Segundo a CMC, 14 países usaram este tipo de arma, sendo eles os Estados Unidos, França, Israel, Rússia, Reino Unido, Holanda, Etiópia, Sudão, Nigéria, Eritreia, Arábia Saudita, Jugoslávia, Marrocos e Tajiquistão.

Cerca de 76 países têm milhões de sub-munições armazenadas. De acordo com dados oficiais, 34 estados do mundo produzem ou já produziram mais de 200 tipos de armas de fragmentação.

JPN- Jornal Digital

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António Inglês

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

CARLOS DO CARMO 45 ANOS DE CARREIRA


No passado sábado, 29 de Novembro de 2008, Carlos do Carmo, uma das vozes maiores da música portuguesa. comemorou 45 anos de carreira em concerto único no Pavilhão Atlântico de Lisboa. Aqui lhe deixo a minha homenagem de parabéns.

Para assinalar esta data foram preparados dois grandes momentos: a edição do primeiro Best Of da sua carreira, "Fado Maestro", e um grande espectáculo.

Nesta homenagem foram convidados a juntarem-se a Carlos do Carmo três das melhores vozes no fado da actualidade: Camané, Carminho e Mariza. Marcaram ainda presença Gil do Carmo, a Orquestra Sinfonieta de Lisboa dirigida pelo Maestro Vasco Pearce Azevedo, Bernardo Sassetti e a cantora basca Maria Berasarte que foram também momentos altos deste concerto.



Talvez por ser filho de uma grande fadista, Lucília do Carmo, a rebeldia achou que não havia de seguir os passos familiares. O jovem Carlos do Carmo resolveu estudar hotelaria na Suíça, não obstante o seu primeiro disco ter sido gravado aos 9 anos. Mas parecia que o fado estava irremediavelmente atravessado no seu caminho.

Tal como Sinatra o é para o mundo, entre nós Carlos do Carmo poderá ficar conhecido como "a voz", devido ao seu timbre único. Com quatro décadas de carreira, iniciadas em 1964, o intérprete possui um currículo marcante que soube cozinhar o rigor da tradição aos novos caminhos para o fado.

Colaborou com nomes das mais diversas esferas musicais (como José Carlos Ary dos Santos, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, José Mário Branco ou José Luís Tinoco) e eternizou temas como "Um Homem na Cidade", "Canoas do Tejo", "Lisboa Menina e Moça" ou "Estrela da Tarde".



Representou Portugal no XXI Eurovisão da Canção em 1976, com o tema "Flor de Verde Pinho" (baseado no poema de Manuel Alegre).

Também representou Portugal em vários países, passando pelo Olympia de Paris, pelas Óperas de Frankfurt e de Wiesbaden, no Canecão do Rio de Janeiro, no Savoy de Helsínquia e por outras cidades, como São Petersburgo, Copenhaga ou São Paulo.

É cidadão honorário da cidade do Rio de Janeiro, membro da Honra do Claustro Ibero-Americano das Artes, passando pelo diploma conferido pelo Senado de Rhode Island nos Estados Unidos pelo seu contributo para a divulgação da música portuguesa. Ganhou o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores e foi distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique.



Figura também como pioneiro na nova discografia Portuguesa devido ao seu disco "Um Homem no País", que foi o primeiro CD editado por um artista em Portugal.

Recentemente foi-lhe atribuído um Prémio Goya, os Óscares do cinema espanhol. Carlos do Carmo ganhou pela interpretação de "Fado da Saudade", uma das canções originais integradas no filme "Fados", de Carlos Saura.

Este espectáculo está integrado no 125º aniversário da Voz do Operário, pelo que as receitas do mesmo irão reverter a favor desta instituição.

Lifecooler

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António Inglês




O PRIMEIRO TRANSPLANTE DE CORAÇÃO


CHRISTIAAN NEETHLING BARNARD (1922-2001)

O cirurgião cardiovascular sul-africano, realizou o primeiro transplante cardíaco do mundo.
Especializou-se em Cirurgia Torácica e Cardiovascular nos EUA, na University of Minnesota. Fundou o Departamento de Cirurgia Cardíaca do Groote Schuur Hospital, na Cidade do Cabo, em 1958. Em 1959 realizou o primeiro transplante renal da África do Sul . Em 1961 tornou-se Chefe do Departamento de Cirurgia Torácica e Cardiovascular da University of Cape Town.

O primeiro transplante cardíaco do mundo ocorreu a 03 de Dezembro de 1967, numa operação que durou nove horas e envolveu uma equipa de trinta pessoas. O receptor, Louis Washkansky, de 55 anos, sobreviveu 18 dias.



Barnard continuou a realizar transplantes cardíacos. Em 1968 operou o paciente Philip Blaiberg, o qual viveu 19 meses após a cirurgia. Dorothy Fisher foi transplantada em 1969 e tornou-se a paciente com a maior sobrevivente - viveu 24 anos com o novo coração!
Christiaan Barnard também foi pioneiro em técnicas bastante ousadas para a época, como transplantes duplos (1974), válvulas artificiais e o emprego de corações de animais para tratamentos de emergência (1977).
Barnard realizou 10 transplantes ortotópicos (1967-1973) e ele, ou sua equipa, efectuaram 48 transplantes heterotópicos (1975-1983).
Combateu intensamente o apartheid, a política de segregação racial então vigente na África do Sul, tendo provocado uma grande polémica em 1968 ao transplantar o coração de um homem mestiço num dentista de raça branca.



O primeiro transplante de coração

A 3 de Dezembro de 1967, o cirurgião sul-africano Christiaan Barnard faz o primeiro transplante de coração humano. O paciente só sobrevive 18 dias e morre de infecção, mas pouco depois o cardiologista alcança o primeiro sucesso mundial com uma operação do género.

O coração de uma pessoa morta palpitou, pela primeira vez, no peito de outro humano às 5h25 de 3 de Dezembro de 1967, na África do Sul. O primeiro transplante de coração foi bem sucedido, no hospital Grote-Schuur, na Cidade do Cabo. O chefe da equipe era o professor Christiaan Barnard, então com 44 anos de idade.

"Nós, na África do Sul, tivemos que decidir o que fazer. Todos os dias víamos pacientes que não podiam ser ajudados. A única possibilidade de ajudá-los era o transplante de coração", disse o cardiologista. Barnard, que, de repente, se tornara mundialmente famoso, morreu em Setembro de 2001, aos 78 anos de idade.



Morte prematura

Louis Waskansky, de 53 anos, foi o primeiro homem que recebeu o coração de um estranho. O órgão transplantado por Barnard e sua equipa, numa operação que durou 5 horas, era de uma jovem de 25 anos, que tinha morrido num acidente. Mas Waskansky faleceu 18 dias depois da cirurgia histórica, como consequência de uma infecção pulmonar. A luta dos médicos para combater a rejeição do organismo reduziu muito o sistema imunológico do paciente.

Um mês depois da operação espectacular, Barnard fez o segundo transplante de coração e, desta vez com grande sucesso: o dentista Philip Blaiberg viveu um ano e sete meses com o coração novo.



Enormes obstáculos morais

A notícia do transplante propagou-se como fogo. O acontecimento era até então inconcebível, revolucionário, embora há muito se transplantassem rins, córneas e os ossos do sistema auditivo. Mas havia uma grande diferença: os obstáculos morais levantados mundo fora contra o transplante de coração. Ainda dominava naquele tempo a crença de que não se tratava de um órgão como os demais, mas o lugar da alma, o núcleo humano, o centro da personalidade.

"A partir de um determinado momento, a gente é apenas um pesquisador e tem que se ater ao fato de que o coração tem apenas a função de bombear o sangue. Um transplante de coração não é mais do que um transplante de rins ou de fígado", justificou Barnard.

O grande problema na época era a rejeição. Um organismo defende-se contra todo e qualquer corpo estranho que lhe é implantado. O perigo da rejeição era e foi durante muito tempo o árbitro para o sucesso ou o fracasso de um transplante de coração.



Problema não era técnico

Na actualidade, a repulsa orgânica está bastante reduzida, graças ao efeito de medicamentos desenvolvidos especialmente com essa meta. A propósito, o cardiologista da Universidade de Colónia, Ernst Reiner de Vivie, afirma:

"O problema nunca foi técnico. No coração, tem-se apenas que ligar dois vasos entre si. O problema sempre foi a rejeição. Mas já estamos a dominar isso tão bem que a taxa de mortalidade situa-se abaixo dos 10% no primeiro ano depois do transplante e isso já é um grande êxito."

Várias equipas de cirurgiões seguíram o acto pioneiro do sul-africano Barnard. Em Nova York, por exemplo, o centro de transplantes Palo Alto e Stanford tentava há muito tempo transplantar corações.



"Não podemos esquecer que o professor Shamway e sua equipa, na Stanford University da Califórnia, são os verdadeiros pais do transplante de coração, pois eles fizeram a operação em animais durante anos. Christiaan Barnard tinha sido um membro dessa equipa, como hóspede da África do Sul, e aprendeu como se faziam transplantes", destacou o catedrático alemão de Vivie.

Apenas sete semanas depois do grande sucesso de Barnard, na África do Sul, o cardiologista americano Shumway fez o seu primeiro transplante de coração. Na ocasião, um colega perguntou-lhe como se sentia. Shumway respondeu: " Você lembra-se do segundo homem que alcançou o Pólo Norte?"

Maren Hellwege

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António Inglês


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA


A morte do jovem rei de Portugal D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir levou a uma crise de sucessão já que o primeiro não teria deixado descendência pela sua tenra idade. Pela proximidade de parentesco, coube a regência ao cardeal D. Henrique, aclamado Rei de Portugal a 28 de Agosto de 1578.

A notícia da derrota de Alcácer-Quibir foi levada ao cardeal, então no Mosteiro de Alcobaça, pelo provincial da Companhia de Jesus e o Dr. Jorge Serrão. O cardeal, encarregado da regência do reino por proximidade de parentesco, convocou as Cortes de Lisboa de 1579 para estudar a situação decorrente da sua avançada idade e vínculo religioso. Não sendo casado e não tendo herdeiros, a sua regência seria meramente provisória.

Pelas leis da época, sucederia ao rei o seu parente mais próximo, na tentativa de preservar o sangue real na administração do reino; em caso de parentes de igual proximidade, a preferência seria dada aos de sexo masculino. A verificar-se a concorrência de vários homens em igual grau de parentesco, seria preferido o mais velho.



Assim, os candidatos ao trono de Portugal eram (pela ordem da linha da sucessão):

  • O cardeal-rei D. Henrique, filho de D. Manuel I;
  • Rainúncio Farnese, Duque de Parma (neto de D. Duarte (filho de D. Manuel I) através da filha mais velha, Maria) e os seus irmãos mais novos;
  • Catarina, Duquesa de Bragança (filha mais nova de D. Duarte) e seus filhos;
  • Filipe II de Espanha (filho de D. Isabel, filha de D. Manuel I) e seus filhos, irmã e sobrinhos;
  • Emanuel Filiberto, Duque de Sabóia (filho de D. Beatriz, filha de D. Manuel I) e seus filhos
  • João I, Duque de Bragança (marido de D. Catarina, bisneto de D. Isabel, irmã de D. Manuel I) e seus filhos

Havia ainda:

  • D. António, afastado por ser tido como ilegítimo;

Nesta situação, D. Filipe e o duque de Sabóia poderiam ainda usufruir do direito de representação que os colocaria numa posição privilegiada (em quarto grau de parentesco), já que poderiam representar as pessoas de suas mães. Porém, de nada lhes valeria invocar o direito de macho (ou masculinidade), pois as suas mães também não o poderiam. Assim, competiam os três em igual grau de parentesco.

Pelo contrário, D. Catarina, invocando o mesmo direito de representação, seria rainha de jure, já que era filha do infante D. Duarte, filho de e-Rei D. Manuel I, que seria o sucessor indiscutível caso fosse vivo; pelo mesmo direito, representava as pessoas de duas irmãs e da sua filha.

De entre os pretendentes ao trono, era o Cardeal D. Henrique o mais chegado a el-Rei por um grau, mas a sua idade (e por ser religioso) não oferecia a segurança da descendência, pelo que a solução da crise seria meramente provisória. Assim, quando este falecesse, passaria o trono a ser disputado por el-Rei D. Filipe, pelo duque de Sabóia e pela duquesa de Bragança, todos parentes em quinto grau.



A morte do cardeal

O Rei-Cardeal morreu em 1580, durante as Cortes de Almeirim, deixando uma Junta de cinco governadores: o arcebispo D. Jorge de Almeida, D. João Telo, D. Francisco de Sá Meneses, D. Diogo Lopes de Sousa e D. João de Mascarenhas. Deste grupo, só D. João Telo era contrário a Filipe II de Espanha. O cardeal já havia manifestado, entretanto, a sua intenção de nomear Filipe II como sucessor ao trono, mediante um acordo que traria benefícios ao reino.

Sabe-se que algumas figuras da nobreza eram favoráveis a D. Filipe: D. Jorge de Noronha, D. Diogo de Castro, o marquês de Vila Real, Rui Lourenço de Távora, D. Manuel de Meneses entre outros. Também no Clero Filipe II contava com grandes nomes: o bispo de Leiria, D. António Pinheiro, o bispo de Viseu, o provincial dos Dominicanos, Fr. António de Sousa. Pensa-se que muitas destas figuras tenham sido subornadas de alguma forma pelo rei castelhano, que sabia dos temores dos mais ricos em perder a posição privilegiada na corte. O reino manifestava assim uma avareza que renunciava à independência a favor de bens materiais e títulos de poder.



A aclamação popular do Prior do Crato

Durante a preparação defensiva do castelo de Santarém contra uma eventual ofensiva castelhana, o povo aclamou D. António como Rei de Portugal. Este, surpreendido, precavia-se contra a revolta da nobreza e do clero, pedindo para limitarem a aclamação a apenas Regedor e defensor do Reino. A situação era melindrosa, já que D. António se antecipava à decisão dos governadores nomeados pelo cardeal D. Henrique que tinham por missão designar, de entre os vários netos de D. Manuel I, o herdeiro legítimo da coroa.

A 24 de Julho seria coroado e governaria no continente durante cerca de vinte dias, até ter sido derrotado na Batalha de Alcântara pelos exércitos espanhóis comandados pelo Duque de Alba. D. António passaria a governar o país a partir da Ilha Terceira, nos Açores, até ser exilado para França, também inimiga de Espanha, após perder a batalha naval de Vila Franca, travada ao largo da ilha de São Miguel, nos Açores, a 26 de Julho de 1582.



O início da dinastia filipina

Começava, assim, a dinastia filipina, com Filipe II de Espanha, I de Portugal. D. António iria bater-se até aos últimos dias da sua vida pela tomada do trono de Portugal contando, inclusive, com o apoio da rainha Isabel I que se tinha também tornado, entretanto, inimiga de Espanha.

Os ingleses tinham grande interesse no arquipélago açoriano, que assegurava o domínio do Atlântico Norte. D. António oferecia-se como aliado da Inglaterra na guerra contra a Casa de Áustria e concedia favores também no Brasil. Instituída a guerra anglo-espanhola, seria concebida a épica Invencível Armada para subjugar a Inglaterra ao domínio espanhol dos mares. A armada espanhola seria derrotada, no entanto, com consequências graves para os mercadores e frota portuguesas.

Ainda com o auxílio da Inglaterra, viria D. António uma vez mais a Portugal, desta vez para tomar a cidade de Lisboa. A peste que se abateu sobre a armada inglesa, liderada por Francis Drake, estragava-lhe os planos, deixando o ataque à cidade desproporcionado, já que Lisboa tinha sido bem guarnecida pelos espanhóis e o povo, que entretanto se levantara a seu favor, assistiu impávido e amedrontado ao insucesso do Prior do Crato.

D. António morreria em 1595, cessando assim qualquer hipótese de prolongar a dinastia de Avis. Só 60 anos depois a independência seria restaurada por D. João, duque de Bragança, aclamado D. João IV, Rei de Portugal.



Guerra da Restauração

Em 12 de Outubro, em casa de D. Antão de Almada, reuniram-se D. Miguel de Almeida, Francisco de Melo e seu irmão Jorge de Melo, Pedro de Mendonça Furtado, António de Saldanha e João Pinto Ribeiro. Decidiu-se então ir chamar o Duque de Bragança a Vila Viçosa para que este assumisse o seu dever de defesa da autonomia portuguesa, assumindo o Ceptro e a Coroa de Portugal.

No dia 1 de Dezembro de 1640, eclodiu por fim em Lisboa a revolta, imediatamente apoiada por muitas comunidades urbanas e concelhos rurais de todo o país, levando à instauração da Casa de Bragança no trono de Portugal.

Finalmente, um sentimento profundo de autonomia estava a crescer e foi consumado na revolta de 1640, na qual um grupo de conspiradores da nobreza aclamou o duque de Bragança como Rei de Portugal, com o título de D. João IV (1640-1656), dando início à quarta Dinastia – Dinastia de Bragança.

O esforço nacional foi mantido durante vinte e oito anos, com o qual foi possível suster as sucessivas tentativas de invasão dos exércitos de Filipe III e vencê-los nas mais importantes batalhas, assinando o tratado de paz definitivo em 1668. Esses anos foram bem sucedidos devido à conjugação de diversas vertentes como a coincidência das revoltas na Catalunha, os esforços diplomáticos da Inglaterra, França, Holanda e Roma, a reorganização do exército português, a reconstrução de fortalezas e a consolidação política e administrativa.

Paralelamente, as tropas portuguesas conseguiram expulsar os holandeses do Brasil, como também de Angola e de São Tomé e Príncipe (1641-1654), restabelecendo o poder atlântico português. No entanto, as perdas no Oriente tornaram-se irreversíveis e Ceuta ficaria na posse dos Habsburgo. Devido a estarem indisponíveis as mercadorias indianas, Portugal passou a só obter lucro com a cana-de-açúcar do Brasil.



Aclamação de D. João IV

Naquela manhã de 1 de Dezembro, muito cedo, dirigiram-se os fidalgos e os seus criados, todos bem armados, ao Paço da Ribeira, aonde rompendo por ele dentro, entraram nos aposentos da princesa regente, a vice-rainha Margarida Gonzaga, duquesa viúva de Mântua, prima do rei Habsburgo, que facilmente dominaram, passando a procurar então a Miguel de Vasconcelos, o português traidor secretário de Estado, aliado do valido castelhano Olivares no seu recente projecto de anexação de Portugal e outros reinos a Castela, no quadro de uma centralização à francesa, inspirada no modelo de Richelieu, que desejava aplicar à multifacetada monarquia hispânica filipina em bloco.

D. João IV chegou a Lisboa na noite de 6 de Dezembro. Nos dias seguintes houve festejos, procissões e iluminações públicas. Enquanto se preparava a cerimónia da aclamação, o rei ocupava-se a nomear embaixadores, que deveriam partir a fim de que os países estrangeiros reconhecessem a alteração dinástica em Portugal, e generais, que deviam encarregar-se da defesa das fronteiras e dos portos.

Em 15 de Dezembro de 1640, D. JOÃO IV foi finalmente aclamado Rei de Portugal. A cerimónia decorreu num grande teatro de madeira armada, revestido de preciosos panejamentos, contíguo à engalanada varanda do Paço da Ribeira, e com ela comunicante. Varanda pela qual saíu o novo rei em complicado e demorado cerimonial hierárquico para o Terreiro defronte aonde, diante da Nobreza, do Clero e do Povo de Portugal, jurou manter, respeitar, e fazer cumprir os tradicionais foros, liberdades e garantias dos Portugueses, violados pelo seu antecessor estrangeiro.

In Wikipédia



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António Inglês