quinta-feira, 17 de abril de 2008

A CULPA FOI DO SR. MARTIN COOPER E DO CAPITÃO KIRK

*

Primeira chamada de telemóvel foi há 35 anos


Fez exactamente 35 anos, no passado dia 3 de Abril de 1973, que o antigo executivo da Motorola, Martin Cooper, fez aquela que é considerada a primeira chamada de telemóvel pública da história. O acontecimento histórico ocorreu em Nova Iorque, na esquina da Rua 56ª com a Avenida Lexington, perante o pasmo dos transeuntes, nada habituados a ver alguém passear na rua de telefone na mão

O equipamento utilizado por Cooper - o antepassado dos actuais telemóveis - também não deixava ninguém indiferente.
Pesava mais de um quilo e media cerca 25 centímetros de altura por 3,8 de largura e 7,6 de espessura.

«A bateria durava apenas 20 minutos, mas isso não era problema porque ninguém o conseguia segurar por mais de 20 minutos», brincou Cooper, citado pelo News.com.
Ao contrário do que seria de esperar, o destinatário da primeira chamada de telemóvel da história não deve ter ficado muito entusiasmado com o facto.
É que a primeira pessoa para quem o engenheiro da Motorola ligou foi Joel Engel, à data o responsável pelo departamento de investigação da rival Bell Labs.



Martin Cooper, que entretanto abandonou a Motorola, é actualmente o CEO e fundador da ArrayComm, empresa especializada em telecomunicações móveis.Hoje é um acto banal, mas há 35 anos foi totalmente revolucionário. Ainda que o primeiro serviço comercial tenha sido lançado no Japão em 1979, a primeira chamada pessoal aconteceu efectivamente a 3 de Abril de 1973.

O feito foi proporcionado pela Motorola, que permitiu ao seu engenheiro Martin Cooper telefonar de uma esquina de Nova Iorque para a rival AT&T. Posteriormente, o próprio Cooper veio reconhecer que se tinha inspirado na série de ficção científica Star Trek para desenvolver esta tecnologia.

Numa entrevista recente à agência Reuters, o inventor do telefone móvel considerou que o aparelho ainda não cumpriu as suas expectativas e espera que algum dia as funções de comunicação estejam integradas no corpo das pessoas. Aliás, uma das suas ideias mais revolucionárias, e que ainda não viu a luz do dia, é a capacidade de pensar numa determinada pessoa e o telefone ligar automaticamente.



De onde surgiu a ideia?

A ideia surgiu em 1947, quando alguns pesquisadores se aperceberam, que recorrendo a pequenas células poderiam aumentar a capacidade de comércio dos telefones móveis. No entanto, apesar de aqui estar a base do conceito, ainda não existia a técnica nem a possibilidade de alargar o comércio de conversação, já que a quantidade de chamadas possíveis de realizar ao mesmo tempo era muito reduzida. Foi necessário chegar a 1968, para que se compreendesse que era fundamental incrementar as comunicações móveis, dando frequências e possibilitando a existência de uma rede de comunicações móveis avançada.

O primeiro telemóvel surgiu precisamente em 1973 quando a Motorola lançou as bases da primeira geração de telemóveis ao anunciar o DynaTACTM Cellular Phone, que pesava 1089 gr. Entretanto, em 1975, é registada a patente do sistema de rádio-telefone de Martin Cooper para a empresa Motorola, que, desta forma, é amplamente considerado o pai do telemóvel.



A evolução do telemóvel

Na segunda geração de telemóveis, o sistema GSM (Global System for Mobile) passou a desempenhar um papel muito importante, permitindo a melhoria das comunicações móveis. Começou a haver mais qualidade nas comunicações assim como surgiu a hipótese de utilizar o roaming internacional (possibilidade de a partir de um telemóvel realizar e receber chamadas num país estrangeiro). Em 1998, a popularidade do GSM continuou a acentuar-se, com a existência de 100 milhões de subscritores, cinco milhões de novos utilizadores/mês, 120 países envolvidos, com 300 operadores e com uma percentagem de 60% de telemóveis digitais com GSM.
Por todo o mundo proliferam as marcas e os modelos de telemóveis. Com o passar dos anos, o simples acto de usar telemóvel deixou de ser um factor decisivo em termos de importância social, já que entre cada modelo as diferenças são muito grandes. Assim, sendo, as características, o formato, o tamanho e o peso é que são factores determinantes para associar os utilizadores a determinados estilos de vida. Marcas como a Motorola, a Ericsson, a Nokia ou mesmo a Philips e a Siemens têm tentado ganhar pontos nos diferentes mercados. O telemóvel não é apenas usado para conversas telefónicas tradicionais, mas também já é possível receber e enviar e-mails, ou faxes e aceder à Internet a partir de um simples aparelho. Assim, os telemóveis são cada vez mais associados aos computadores, contribuindo todas estas características para a natural convergência das telecomunicações.



SMS

O SMS (Short Message Service ou Serviço de Mensagens Curtas) é uma função que permite aos utilizadores de telefones móveis a escrita, envio e recepção de pequenas mensagens de texto - até 160 caracteres por mensagem - que podem conter letras, números, símbolos ou uma combinação destes.

Esta funcionalidade, presente nos telemóveis de tecnologia digital, como é o caso do GSM (Global System for Mobile Communications), surgiu em 1992 quando as redes móveis e a Internet começavam a dar os seus primeiros passos. A primeira mensagem escrita foi enviada em Dezembro de 1992 de um computador pessoal para um telefone celular da rede Vodafone GSM, no Reino Unido.As operadoras móveis nacionais, bem como a maioria das internacionais, disponibilizam este serviço conjuntamente com outros serviços básicos das redes móveis, sem qualquer custo adicional ao do envio de cada mensagem.

As mensagens escritas, às quais a generalidade dos utilizadores dão o nome do próprio serviço, SMS, são muito utilizadas para enviar pequenos recados a outros utilizadores de telefones celulares, mas não só. É também através deste sistema que as operadoras móveis notificam os seus utilizadores quando eles têm uma mensagem de voz no seu gravador de mensagens (voice mail). Este serviço conta com milhares de adeptos e uma enorme popularidade.
As mensagens são rápidas e fáceis de escrever e a sua chegada ao destinatário é bastante célere. Como este é um serviço de mensagens curtas, é muito comum utilizarem-se abreviaturas (por exemplo, k em vez de que!) - estas, além de pouparem caracteres, tornam a escrita das mensagens ainda mais rápida. Também é comum os utilizadores deste serviço utilizarem os símbolos de pontuação para representarem emoções - tristeza, alegria ou mesmo uma gargalhada à semelhança do que acontece nos chats da Internet ou nos emails.




O Short Message Service tornou-se uma das funções dos telemóveis mais utilizadas - permite enviar a outros utilizadores da rede móvel pequenas mensagens, as operadoras móveis utilizam-no para notificar os seus clientes de que têm mensagens de voz, informá-los dos seus consumos ou da existência de novos serviços na rede e descobrem-se cada vez mais funcionalidades para este serviço, desde publicidade até ao envio de anedotas.

Do simples envio de uma mensagem escrita, o SMS torna-se cada vez mais abrangente, havendo mesmo modelos de telefones móveis que permitem enviar imagens, logótipos e melodias, dando lugar a um novo conceito, o EMS (Enhanced Messaging Service) ou seja o Serviço De Mensagens Realçado.

A terceira geração móvel anuncia um parente afastado do SMS, o MMS (Multimedia Messaging Service), que permitirá o envio de mensagens com elevado nível de personalização, texto formatado, imagens de grande qualidade e animações de áudio e vídeo.



MMS

O Multimedia Messaging Service (MMS) é, como o próprio nome sugere, a capacidade de enviar e receber mensagens multimédia. Assim, este serviço permite aos utilizadores de terminais equipados com MMS o envio de uma combinação de imagem, texto, áudio e vídeo numa única mensagem, que pode ser totalmente personalizada. O MMS é o novo padrão estabelecido pelo 3GPP (Third Generation Partnership Project), que reúne todas as entidades mundiais participantes no desenvolvimento da 3.a geração móvel e assume-se como uma forma inteiramente nova de comunicar.

Apesar do MMS ser um padrão do 3GPP, os seus serviços podem ser disponibilizados em qualquer interface aéreo baseado no protocolo IP (Internet Protocol), tal como nas redes GPRS (General Packet Radio Services) e EDGE (Enhanced Data rates for Global Evolution). Com o MMS, o utilizador vai poder enviar mensagens muito completas, não só de texto mas com cor, som, animação, imagens em tempo real, etc. O serviço suporta formatos como o GIF, o JPEG, o MPEG4, o MP3 e o WAV.

Apesar do Multimedia Messaging Service estar destinado a reinar nos equipamentos de 3G e na rede UMTS, a sua utilização é possível tecnicamente utilizando a tecnologia GPRS com velocidades que rondam os 42 kbps.
Tecnicamente, o
MMS exigirá às operadoras móveis modificações substanciais. Enquanto o SMS necessitava apenas de um centro de mensagens que procedia ao armazenamento e envio das mensagens escritas, o MMS necessita de várias plataformas de suporte, além das já existentes. As novas plataformas são o MMS Relay, o MMS Message Store e o MMS User Database e incluem-se no MMSE (Multimedia Messaging Service Environment). O conceito de perfil de utilizador é uma novidade dos padrões




MMS. Um perfil de utilizador é gravado no operador da rede móvel, sendo definido e gerido pelo próprio utilizador através da Internet. Entre outras funcionalidades, este perfil determinará que mensagens podem ser descarregadas de imediato e quais as que ficam no servidor para uma recolha mais tardia, se o utilizador receberá notificações sobre mensagens enviadas/recebidas ou sobre o tipo destas. Este perfil pode também ser útil para criar filtros que, entre outras coisas, poderão impedir a recepção de mensagens não solicitadas ou indesejáveis.

Concluindo, o MMS incorpora as melhores funcionalidades do SMS melhorando-as e para além disso introduz novas possibilidades. O SMS e o MMS são muito diferentes no que respeita à forma como estão estruturados, sendo o último bastante mais complexo. As aplicações usadas bem como os dispositivos inerentes a cada um dos serviços são também muito diferentes, todavia o MMS mantém a compatibilidade com o SMS. Finalmente, a interacção do utilizador final com o MMS é também distinta, sendo mais atractiva.




Martin Cooper

Martin Cooper (Chicago, 26 de dezembro de 1928) é um inventor norte-americano, considerado o "pai" do telemóvel - distinto do telefone veicular. Cooper é o CEO e fundador da ArrayComm, empresa que actua na pesquisa tecnológica da antena inteligente e no aperfeiçoamento de redes wireless. Foi também director de Pesquisa e Desenvolvimento da Motorola.

Textos E Fotos tirados da Net

António Inglês

UMA CERÂMICA COM TRADIÇÃO

*
*

“Continuo a falar do Norte, pois claro. É difícil parar mas prometo que esta é ... por enquanto a última da região.

Irei procurar outros motivos de interesse quem sabe.

Este ainda diz respeito a um produto que muito admiro e de que gosto muito. Além disso toca-me particularmente e aqui o deixo... pois tenho muitas peças desta louça de Viana”...


*

VIANAGRÉS - A EMPRESA

A Fábrica de cerâmica VIANAGRÉS, fundada em 1987, está vocacionada para a produção de louça de grés para uso decorativo e utilitário. É hoje uma PME com sólida e merecida implantação, sendo cada vez mais notória a sua expansão em novos mercados. Este tipo de louça, cozido a altas temperaturas, é muito resistente e tem baixa porosidade. Para justificar o êxito junto dos consumidores, são de salientar o design inovador aplicado na vasta gama de produtos, a mão-de-obra especializada e os meios tecnológicos adoptados e constantemente renovados, capazes de garantir o fabrico de peças úteis e requintadas a preços competitivos. O consumidor tem à sua disposição uma enorme diversidade de modelos, com formas e tamanhos clássicos, apresentados com cores modernas, numa vasta gama de motivos decorativos, inspirados em temas e cores tradicionais da louça de Viana.


*

Trata-se de uma empresa de média dimensão, situada no lugar de Algares, freguesia de Carvoeiro, Viana do Castelo. Constituiu-se há cerca de dez anos, sob a forma de uma sociedade por quotas, com sete sócios que ainda hoje se mantêm, e emprega cerca de sessenta pessoas. Dotada de uma estrutura comercial e administrativa organizada, a produção tem características industriais, uma vez que a louça é produzida com meios industriais (máquinas etc) Há, todavia, grande quantidade de operações de fabrico manuais que lhe conferem, também, características artesanais- a pintura manual, o vidrado, a cozedura. A matéria prima das peças é o grés cerâmico, formado por areia siliciosa e areia fina de que resulta uma pasta muito resistente e sonora, mas difícil de trabalhar, pela sua dureza. A pasta usada na Viana Grés, de fundo beige claro é o suporte de motivos diversos-folhas, flores, desenhos geométricos ou de mão livre- com pinturas de cor predominantemente azul, cor emblemática da fábrica. As peças fabricadas, que se destinam a uso doméstico e (ou) a decoração, são de diversos tipos, com saliência para os pratos, as jarras, as terrinas, as canecas, os serviços de chá ou café.


*

QUALIDADE

A qualidade tornou-se cada vez mais uma exigência dos consumidores, que desejam requinte, qualidade e segurança. Pretendemos, pois, assegurar uma resposta adequada aos desafios que se nos deparam, desejando ir ao encontro dessas expectativas. Assim, estamos convictos de que somente com o total empenho de todos os nossos colaboradores teremos condições para responder eficazmente. O sistema de Qualidade, implementado de acordo com a norma NP EN ISSO 9002:1995 atribuída em Fevereiro de 2000, actualmente transitado para novo referencial NP EN ISSO 9001:2000 em Abril de 2003, é a demonstração da nossa firme vontade de continuar a melhorar a eficácia da VIANAGRÉS, assegurando que cada um é responsável por executar as suas funções de acordo com especificações ou procedimentos previamente estabelecidos. A prática da qualidade é na empresa considerada uma ferramenta preferencial de gestão, e potencia um produto adequado, daí podendo resultar uma maior fidelização. Não obstante, e uma vez que apenas tradição e qualidade não bastam para explicar o sucesso da VIANAGRÉS, é necessário estar constantemente atento à evolução e exigências do mercado. São estes os parâmetros que orientam a actual estratégia da empresa.


*

Textos e imagens tiradas da Net

António Inglês

quarta-feira, 16 de abril de 2008

terça-feira, 15 de abril de 2008

A FILIGRANA EM PORTUGAL

*
*
*

“Continuo com postagens que dizem directamente respeito ao Norte de Portugal. Vá lá saber-se porque razão não me apetece abandonar os temas desta região.

A verdade é que não me apetece mesmo e assim, falo-vos agora de uma arte portuguesa cujas peças sempre me habituei a ver na bela cidade de Viana do Castelo, quer nas montras, quer nas lindas minhotas que desfilam durante as tradicionais festas em honra da Senhora da Agonia.

O ouro é uma constante e a cidade brilha intensamente sob a sua influência.

Hoje quero deixar-vos de olhos colados às maravilhosas peças que são uma arte da região minhota, não só de Viana. A Filigrana”.


*

Remontando ao 3º milénio a.C., no Médio Oriente, a utilização da filigrana foi difundida periodicamente: na época romana mais recente; na Idade Média, na Sicília e em Veneza; na época Barroca; e em finais de 800 e princípios de 900.

*

Consiste numa sucessão de grãos, obtidos a partir de um fio ou de uma lâmina de ouro ou prata (com um utensílio apropriado, que pode ser uma matriz com um punção adaptado à forma pretendida), com fins decorativos. Consegue-se o mesmo efeito óptico com uma trança de dois ou mais fios do mesmo diâmetro. Á sucessão de cada grão (granito), soldados em fila segundo a técnica aperfeiçoada ao máximo pelos Etruscos, pode dar-se o nome de “Granulado”.

*

Como indica a palavra “fili” e “grana”, o trabalho consiste na utilização de uma trança de dois fios metálicos torcidos e achatados, de forma que se limite, pelos dois lados, a forma primitiva dos dois fios, moldando-os em forma de parafuso.

*

Uma vez confeccionado, o fio é empregue no enchimento de uma armação, que constitui o desenho do objecto. Em Génova, cidade de marinheiros, esta estrutura recebeu o nome de “casco”, pela analogia com o casco de um navio que se recheia depois do lançamento; daí também o nome de “armação”.

*

A Filigrana, arte de trabalhar metais, é fundamentalmente uma técnica de ourivesaria, e insere-se no tipo de ourivesaria popular. Embora não sendo especifica da nossa tradição cultural, encontramo-la noutros países e culturas, constitui uma das formas mais características das artes portuguesas.


*

Lembremos Joaquim de Vasconcelos, o estudioso e erudito revelador da nossa arte popular, que situa a filigrana e o filigraneiro no quadro da arte : «o oleiro, o ourives na filigrana, o feitor de jugos principalmente para citar só três, revelam-se os mais seguros e fieis adeptos da arte nacional. Eles nos conservam o alfabeto de formas decorativas mais rico, mais variado, mais puro, mais genuíno que uma nação pode apresentar» (Joaquim de Vasconcelos, Artes Decorativas, in “Notas sobre Portugal”, 1908).


*

Duas correntes têm acompanhado a filigrana ao longo do tempo, em relação à sua produção e uso. Num primeiro momento, aparece como artefacto secundário da jóia, como técnica de primor e de «sentimento artístico», aplicada a adereços de luxo, de uso profano e sagrado, com apurado gosto no desenho, cujo imaginário e configuração artística a integravam num tipo de ourivesaria própria das classes mais elevadas da escala social.


*

A filigrana foi aplicada em importantes peças de ourivesaria litúrgica, de que se são apurados exemplos o cálice de prata dourada do Mosteiro de Alcobaça, a Cruz de D. Sancho, exposta no Museu de Arte Antiga, as quais exemplificam o uso da filigrana, como ornato único. A filigrana vive então das jóias, nada valendo sem elas. Conotada como - técnica da aplicação – permanece com esta função até ao século XIX.

*


Num segundo momento, no segundo quartel do século XIX, já como - técnica de integração - , a filigrana mais complexa e perfeita, mais segura, liberta-se da chapa de laminar que decorava, ganhando lugar de peça individualizada; sobre um esqueleto, estrutura ou armação, o filigraneiro teceu, ergueu, armou com fios delicados toda a «arquitectura» da sua obra.

*

O gosto pelas jóias de ouro filigranadas também se manifestou entre as classes superiores da época, assumindo-se como objectos de prestigio social para quem os usava. Porém classificada como arte popular, porque é produzida nos interregnos das tarefas campestres em certos locais, principalmente nos arredores do Porto. Surgem assim, os típicos corações de filigrana, alguns com grandes dimensões, os crucifixos, as cruzes de Malta, as arrecadas, os colares de conta, os brincos de fuso ou à rainha. Todo esse ouro filigranado é, não só um ornamento, como uma capitalização certa e segura de economia caseira, essencialmente rural.

*

A filigrana passa a encarnar o lamento de quem ocupou durante séculos o pedestal de gloria, para depois, numa idade mais avançada, se ver destronada, desprezada. Acusam-na de uma arte menor.


*
A tecnologia própria à filigrana abrange uma memória e um espaço sociais, isto porque cada técnica vai fixar-se num centro geográfico, numa época que permite tirar o máximo partido das riquezas dos processos e, em simultâneo, realizar uma difusão progressiva dos produtos.

Toda a filigrana portuguesa e consequentemente, a de Gondomar, se desenvolve de uma forma tradicionalista. Por isso, a forma, o modelo, a decoração, pouco tem variado desde há séculos relativamente à sua técnica.


*

A Filigrana é um trabalho ornamental feito de fios muito finos e pequeninas bolas de metal soldadas de forma a compor um desenho. O metal é geralmente ouro ou prata mas o bronze e outros metais também são usados. Como arte de trabalhar metais, é fundamentalmente uma técnica de ourivesaria, e insere-se no tipo de ourivesaria popular. Embora não sendo específica da nossa tradição cultural - encontramo-la noutros países e culturas - constitui uma das formas mais características das artes portuguesas.


*
*
*

Textos de Cardoso do http://trajesdeportugal.blogspot.com e NET.

Fotos da Net

António Inglês


*