sábado, 29 de setembro de 2007

PROVÉRBIO DO DIA

" Peixe não puxa carroça "

CHARRETES E CARROÇAS


Imagens tiradas da net


Antes do advento dos veículos a carvão ou movidos a outro combustível, a carroça era o meio de transporte mais utilizado para deslocamentos de carga pesada de um lugar para o outro. Hoje em dia, já é pouco comum o uso de carroças no trânsito dos grandes centros urbanos. As carroças são utilizadas mais frequentemente no meio rural.

Neste meio, os principais animais usados como tracção são cavalos, mulas ou burros. Muitas vezes os animais sofrem maus-tratos e são obrigados a enfrentar condições extremas de clima. Hoje em dia esses maus- tratos já não se vêm muito, pois são na maioria das vezes o ganha-pão dos seus proprietários.

Actualmente, as carroças para transporte de pessoas, vulgarmente chamadas charretes, são utilizadas para a realização de passeios, designadamente em zonas turísticas.

Em Portugal, temos várias cidades e vilas cujo percurso turístico passa por essas charretes, com passeios que percorrem as principais artérias da localidade. Estão em desuso porque têm vindo a ser substituídas por pequenos comboios turísticos que fazem as delicias de pequenos e graúdos, desde logo porque a sua manutenção se afigura mais económica e dá menos trabalho, até em termos de local para arrumo.

A verdade é que estas charretes dão um colorido admirável às cidades e vilas que os mantêm, pese embora o cheiro que deixam atrás de si.

Nos dias de hoje, as carroças para transporte de pessoas, vulgarmente chamadas charretes, são utilizadas para a realização de passeios, designadamente em zonas turísticas.

Cá pelo nosso burgo, chegou-se a pensar no assunto mas o executivo da Junta entendeu que representaria um encargo muito elevado em pessoal de limpeza, que teria de estar ao serviço mesmo em fins de semana e feriados.

Por esse mundo fora, muitas são as cidades e vilas que mantêm como atracção turística estas lindíssimas charretes. Deixo-vos com alguns belos exemplares. Espero que gostem.

Bom domingo a todos.

José Gonçalves


REFLEXÃO DO DIA

" O melhor educador é aquele que conseguiu educar-se a si mesmo"

Provérbio Oriental

POLÉMICA SOBRE A FALTA DE CONDIÇÕES NAS ESCOLAS PORTUGUESAS




Da revista Proteste com o nº 284 de Outubro de 2007, retirei o Editorial que partilho convosco pela importância que representa ou devia representar para todos, em especial para os governos que sucessivamente têm vindo a passar ao lado da grande maioria dos problemas em torno das condições nas escolas portuguesas.


ESTUDAR COM CONFORTO É UMA MIRAGEM

Escolas antigas e novas sofrem do mesmo mal: má manutenção, humidade e frio. “Muitas escolas são provisórias e depois passam a definitivas. Não são construídas tendo em conta a região onde se inserem”, critica uma professora em Sintra, zona fria e húmida.

“Os alunos queixam-se mesmo muito no Inverno”. Revela ainda que “os pavilhões são ligados por corredores ao ar livre com cobertura de telhas”. Algo desadequado num clima chuvoso e de baixas temperaturas. Mas é o local escolhido por muitos alunos, pois espaços como a sala de convívio ou o bar, ficam lotados. Por fora, o edíficio está pintado, mas, por dentro, a humidade escurece as paredes. Foram os pais que as pintaram, nas férias.

A história não acaba aqui. Os vidros são simples, e a caixilharia da janela pouco resistente. As persianas de plástico degradadas, já não entram na calha. Outras ficam fechadas durante meses, pois a manutenção tarda em chegar.

No Alentejo, uma docente aposentada, mas atenta ao que se passa, alerta que #reumático, problemas de garganta e alergias”, são consequências ou sintomas que se agravam.

Sem aquecimento, a escola torna-se desconfortável ao ponto de professores investirem em pequenos aquecedores para suportarem o frio mais rigoroso.

Os sinais são visíveis em notícias, blogues e conversas. A educação é paixão declarada de outros tempos. Percorrido o País, a maioria das 20 escolas que visitámos testemunha a falta de investimento dos responsáveis camarários ou governamentais. E algumas, mais confortáveis ao nível térmico, são ajudadas pelo clima no Algarve. Noutras, excepcionalmente,as salas são aquecidas de forma adequada.

Agora que o ano escolar começou, é tempo de perguntar: em que ponto da lista de prioridades do Governo ficam as boas condições térmicas e de qualidade do ar nas salas de aula? Um ambiente propicio à aprendizagem é fundamental. Não reclamamos luxo. Exigimos direitos básicos.

Em causa está o futuro do País. Bibliotecas bem equipadas, computadores e ecrãs interactivos estão de parabéns. Mas falta o resto.

MAIS À FRENTE CONTINUA A REVISTA PROTESTE

Em pleno séc. XXI, há professores e alunos a tremer de frio em salas de aulas.

Compete ao Ministério da Educação mudar a situação nas escolas do 2º e 3º ciclos e à câmaras municipais das do 1º ciclo. É preciso uma fiscalização mais atenta.

Quero aqui fazer uma nota sobre a Escola do 1º ciclo de São Martinho do Porto, salientando que a Câmara Municipal de Alcobaça mandou recentemente efectuar obras que há muito eram reclamadas naquela escola. Não ficarão todas as necessárias para que os problemas que aquela escola tinha fiquem resolvidos, mas sobretudo no exterior, nos recintos de lazer dos alunos, as melhorias foram acentuadas, ficando a escola apetrechada com um recinto acimentado e devidamente vedado e apetrechado para a prática das aulas de ginástica e não só.

Também na Escola C+S da mesma localidade a Câmara executou obras de recuperação do Gimno-desportivo que bem necessitado estava, muito embora as mesmas não se encontrem terminadas, ao que julgamos saber por divergências de pagamentos entre a Câmara e o Empreiteiro.

Saliente-se que nesta Escola C+S de SMP, são reclamadas obras de manutenção na mesma, com a agravante de ter passado a ser Agrupamento de Escolas, cerca de 9 escolas fazem parte deste agrupamento, e o espaço físico existente não comportar esta situação. Como a entidade responsável pelas referidas obras é a DREL, o que acontece é que este organismo, ou responde que não tem verba para as executar ou nem sequer responde às solicitações.

DE NOVO A REVISTA PROTESTE

A nova lei obriga a que os pedidos de licenciamento de novos edifícios, feitos após 1 de Julho de 2007, cumpram requisitos para evitar os problemas diagnosticados. Estabelecimentos com mais de 1000m2 serão submetidos a auditorias energéticas todos os 6 (seis) anos. As instalações de aquecimento central serão inspeccionadas (manutenção periódica de 3 em 3 anos).

Os valores de referência relativos à iluminação não estão a ser cumpridos, originando cansaço extra nos alunos e professores. É preciso que os responsáveis das escolas verifiquem se os níveis de iluminação são os adequados.

Se queremos ver pautas escolares recheadas de boas notas, não podemos ficar parados.

Pese embora o Governo ter vindo a terreiro, declarar que este estudo efectuado pela DECO – PROTESTE, não espelhar o universo de 2 mil e tal escolas do País, pois apenas foram feitos em 20 escolas, a verdade é que esta situação se verifica em muitas das escolas portuguesas, e é matéria séria demais para ficarmos indiferentes.

Saibamos merecer os nossos jovens, que o futuro é deles. Como foi comentado numa postagem anterior deste blog, sobre o Comboio a Alta Velocidade, a verba elevada que nele se vai gastar sem grandes proveitos económicos para o País, poderia reverter para colocar as nossas escolas ao nível das melhores da Europa. Seguramente que todos ganharíamos com isso, e os nossos filhos melhor preparados ficariam.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Comemorações do 50º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos.


Fotos de José Brilha ( DCT/UM)


No dia 27 de Setembro de 1957 iniciou-se uma erupção submarina ao largo do Farol dos Capelinhos, na Ilha do Faial.

O Vulcão dos Capelinhos, para além de constituir um marco histórico da vulcanologia mundial, pelos estudos e ensinamentos que proporcionou, marcou decisivamente a história de uma Ilha e de uma Região.

Vulcão dos Capelinhos, situa-se na Ponta dos Capelinhos, freguesia do Capelo, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores.

O nome Capelinhos deve-se à existência de 2 ilhéus chamados de “Ilhéus dos Capelinhos”. Insere-se no complexo vulcânico do Capelo, constituído por cerca de 20 cones de escórias e respectivos derrames lávicos, ao longo de um alinhamento vulcano-tectónico de orientação geral WNW-ESE.

O vulcão manteve-se em actividade entre Setembro de 1957 e Outubro de 1958. A crise sísmica associada à erupção vulcânica e a queda de cinzas e materiais de projecção provocaram a destruição generalizada das habitações e dos campos das freguesias do Capelo e da Praia do Norte.

Hoje em dia, o Vulcão dos Capelinhos encontra-se “inactivo”. No seu Cabeço Norte, existe uma pequena fenda que é o respiradouro do vulcão. Toda esta área foi constituída área de paisagem protegida de elevado interesse geológico e biológico, faz parte da Rede Natura 2000.

O Farol dos Capelinhos, será transformado num miradouro, e junto deste, ficará instalado o Centro Interpretativo do Vulcão. Próximo situa-se o Museu Geológico do Vulcão, inaugurado em 1964, que documenta toda a sua actividade eruptiva.

Crise sismo-vulcânica e Erupção

De 16 a 27 de Setembro de 1957, registou-se uma crise sísmica na ilha com mais de 200 sismos, de intensidade não superior a grau 5 da Escala de Mercalli.

No dia 21 de Setembro de 1957, a água do mar começou a fervilhar. Três dias depois, a actividade aumentou intensamente havendo emissão de jactos negros de cinzas vulcânicas com cerca de 1 000 metros de altura (atingindo a altitude máxima de 1 400 metros) e uma nuvem de vapor de água que subia por vezes a mais de 4 000 metros.

A 27 de Setembro, teve início pelas 6 horas e 45 minutos, uma erupção submarina a 300 metros da Ponta dos Capelinhos.

A partir de 3 de Outubro, a emissão de gases e as explosões de piroclastos, ainda que violentas passaram a ser menos freqüentes. Estas foram rapidamente sucedidas por explosões violentas, atirando autênticas bombas de lava e grandes quantidade de cinzas para o ar, enquanto que, por baixo correntes de lava escorriam para o mar. A erupção evoluiu formando primeiro uma pequena ilha a 10 de Outubro, chamada de “Ilha Nova” (e ainda, “Ilha do Espírito Santo” ou “Ilha dos Capelinhos”), com 800 metros de diâmetro e 99 metros de altura, ficando com a cratera aberta ao mar. Esta primeira pequena ilha se afunda no fim do mês.

Em princípios de Novembro, a erupção recomeçou e formou uma nova ilha. Com a formação de um istmo, no dia 12, a pequena ilha liga-se à Ilha do Faial.

Carlos Tudela, repórter da RTP munido da sua câmara de filmar, desembarca na ilha recém-nascida (na vertente do vulcão activo), acompanhado do jornalista Urbano Carrasco, do Diário Popular, arriscando as suas vidas num pequeno barco remado por Carlos Peixoto, para colocar a Bandeira Nacional nas cinzas basálticas da “Ilha Nova”.

Em Novembro de 1957, aumentou progressivamente a actividade atingindo o seu máximo na primeira quinzena de Dezembro, surgindo um segundo cone vulcânico. A 16 de Dezembro, depois de uma noite de chuvas torrenciais e abundante queda de cinza, cessou a actividade explosiva e começou a efusão de lava.

No início de 1958, o repórter da revista National Geographic, John Scofield, e o famoso fotógrafo, Robert F. Sisson, passaram um mês documentando as várias fazes da erupção. (Ref.ª National Geographic, Junho de 1958)

Em resultado da erupção de Maio a Outubro de 1958, a área da ilha aumentou em 2,50 km². Actualmente, essa área ficou reduzida a cerca de metade devido à natureza pouco consolidada das rochas e à acção das ondas.

(Ref.ª Actividade vulcânica do Faial – 1957 a 1967, Frederico Machado e Victor Forjaz, Comissão de Turismo do Distrito da Horta, Porto, 1968; Vulcão dos Capelinhos – Retrospectivas, Vol. 1, Victor Forjaz, Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, São Miguel, 1997).

Fonte: Wikipédia


REFLEXÃO DO DIA



" É preciso aprender com a prática, pois, embora você pense que sabe, só terá certeza depois de experimentar "
Sófocles

NAMOROS, NAMORICOS E CURTES...

imagem tirada da net

...Na sociedade ocidental o casamento implica expectativas de realização afectiva e um ideal de monogamia através do qual, teoricamente, o homem e a mulher se unem para a vida toda. O namoro assume então um papel importante: é a fase de procura e escolha do parceiro com o qual se deseja viver “até que a morte nos separe”...

...O namoro, além de ser encarado como a primeira fase do caminho que leva ao casamento, é para a maioria dos jovens, um passatempo importante. O rapaz deseja ser visto em público com uma garota que desperte a admiração por parte dos amigos. Ela, por sua vez, sabe que o interesse dos rapazes faz com que aumente seu prestígio na roda de amigos que frequenta. A pressão da “turma” é, às vezes, tão forte que muitos namoram somente para ficar “na onda”...

...Através do namoro, o rapaz e a moça passam a conhecer as incertezas e os problemas que afligem o sexo oposto, e começam a conhecer melhor a si mesmos. Através do convívio com o outro descobrem e definem a própria identidade...

...À medida que os “namoricos” e as “curtes” se vão sucedendo, há a transição para um namoro mais sério. Passada a fase da “turma”, rapaz e rapariga começam a seleccionar com mais objectividade os seus companheiros. Nessa ocasião pode aparecer um forte elemento romântico, a paixão. Segue-se, então, o namoro “firme”, que leva ao compromisso público, o noivado...

É por aqui que vou hoje começar, aligeirando um pouco o ambiente que nestes últimos tempos tem andado algo pesado por estas bandas. Por isso vou falar-vos de namoros, namoricos e curtes...

As diferenças que encontro entre o que a juventude do meu tempo dizia ser um namoro e aquilo que a juventude presente lhe chama, são algo acentuadas, ou talvez não...

Ora vejamos, os tempos são outros obviamente, com solicitações de toda a espécie. Há maior acesso aos meios audiovisuais, um novo e fácil acesso ao mundo da informática e uma agressiva oferta de informação escrita.

Esta facilidade e exposição que nos são oferecidas diariamente, não alimentam somente os jovens, também nós adultos e pais, ficamos mais por dentro de tudo. A comunicação entra-nos pela casa dentro sem pedir licença, ao alcance de um dedo, de um carregar do botão.

Não sou juiz de ninguém, muito menos farei juízos de valor sobre quem estará certo, se a juventude do meu tempo, se a juventude actual. As coisas mudam e viram as nossas vidas do avesso com a velocidade de um raio. É o progresso ou o que em nome dele se faz e diz.

Nos tempos que correm, já quase não existem “tábus” como antigamente. Ou melhor, ainda existirão alguns, mas poucos. Hoje tudo é mais fácil, mais simples, mais rápido, mais claro. Tudo parece normal e natural.

Passemos agora às diferenças que encontro. Na minha juventude, quando acreditávamos que gostávamos de uma garota, passávamos uns dias atrás dela, nem que fosse de longe, e aos poucos lá íamos conseguindo a tal conquista que tanto ansiávamos.

Depois dessa primeira vitória, vinha o pedido de namoro. Se corria bem óptimo, se não, era partir para outra.
Namoro começado, era feito às escondidas, e os beijos eram roubados sem que ninguém estivesse por perto, não por vergonha, mas porque era assim... foi assim ao longo dos anos...

De mãos dadas pelas ruas, saíamos meio envergonhados, de forma um pouco atrevida mas sempre temerosa de qualquer encontro menos apropriado. Um beijo dado mais às claras poderia significar umas horas na esquadra mais próxima, disso sou a prova viva.

Dos pais nem falar. Era coisa séria e só acontecia com o namoro muito avançado, porque alguns perduravam no tempo.

Conheço muitos casos, que os namoros de escola acabaram por dar em casamento, embora também seja verdade que muitos já deram em divórcio. Namoro prolongado nem sempre foi sinónimo de grande amor nem de felicidade eterna. Pelo contrário. As estatísticas comprovam-no e a voz do povo dá disso frequente testemunho.

Quando estes namoros eram fugazes ou pouco duradoiros, era de namoricos que se tratava. Vejamos agora os namoros e os namoricos actuais.

Numa primeira abordagem entre um rapaz e uma rapariga, verifica-se logo se existe “uma certa química” entre eles e a coisa começa ali se for preciso. Não é um namorico, nem tão pouco um namoro, chamam-lhe “uma curte”.

Questionei alguns jovens sobre o significado da palavra (entre eles o meu filho) e a resposta foi lapidar: “ Uma curte ” é um andar junto para ver o que vai dar". Boa explicação. Como é que no meu tempo nunca me lembrei disso?

Depois então sim, conforme o andar da “curte” em que os toques fortuitos e atrevidos deixaram de o ser, virá o namoro um pouco mais a sério ou o afastar puro e simples um do outro, sem grandes mágoas nem grandes feridas. No meu tempo isto não era assim. De cada vez que acabávamos um namoro, ficávamos uns tempos meio chateados com a história e a lamber as feridas, e normalmente as relações entre ambos não ficavam nada famosas...

Nada de novo no entanto, nada que não se ultrapassasse, mas não como agora. Agora cada um segue o seu caminho, paralelo que seja, sem ressentimentos.

Hoje namora-se em qualquer lado, sem complexos, à frente seja de quem for. Há demasiada liberdade na minha opinião. E nos tempos actuais todos os cuidados são poucos. O chamado amor livre que invadiu a Europa, vindo dos países nórdicos, foi banalizado de tal ordem que é preciso que os nossos jovens tenham consciência dos perigos que correm. Isso era coisa que no meu tempo não existia. Perigos sempre existiram é verdade, mas não como agora.
A SIDA é um flagelo actual muito perigoso, que todos temos de saber vencer, a começar por nós próprios.

Em resumo, as coisas boas e más sempre se fizeram. A juventude do meu tempo não deixou de as fazer, o que tivemos foi sempre a vantagem de as coisas demorarem sempre muito a saber-se. Mas davam muito mais trabalho...

Em jeito de balanço, e perante os factos, digo-vos o seguinte, sendo certo que é a minha, e só a minha opinião:

- talvez que a forma como a nossa juventude actual encara os namoros, os namoricos ou as curtes, como lhe quiserem chamar, tendo muito mais liberdade de acção e encarando a realidade de frente, quando as ligações amorosas passam a ser para valer, existam mais certezas. Quem sabe não se evitarão tantos divórcios. Uma coisa é certa: não me pareçam muito preocupados se isso tiver de acontecer. São os ventos...

O que não me parece é que haja hoje o romantismo de outrora, quando um beijo roubado era precedido de um: - dá-me um beijo, dás ? ( quando era ) E sendo pedido desta maneira, ou roubado à pressa, parecia que tinha mais sabor... Digam lá se não era lindo...

Pantominices de terceira idade, como diria minha avó materna...

José Gonçalves

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

TGV QUE VALORES REPRESENTA PARA OS PORTUGUESES

imagem tirada da net

“ Do amigo Rui Sousa recebi um email contendo a crónica que resolvi partilhar convosco.
A actualidade do tema está em debate público permanente, sem que se perceba muito bem das vantagens de tal projecto, ou até se vai avante ou não.
Deixo-o como reflexão”.


Há uns meses optei por ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o
bilhete, dei comigo num comboio que só se diferenciava dos nossos Alfa por
ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros.
A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de
vista, demorou cerca de cinco horas.
Não fora ser crítico do projecto TGV e conhecer a realidade económica e
social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas
únicos dos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos. Se não os
conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos
resultantes da substantiva criação de riquez a .
A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino
Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e
jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à
terceira idade. Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol
desnecessários, porque não constroem aeroportos em cima de pântanos nem
optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de
multinacionais.
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos,
onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por
passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem
essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas
extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o
encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países
ricos. Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de
cerca de 7,5 mil milhões de euros não terá qualquer repercussão na economia
do País.
Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado
pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de
portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de
pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros pode construir-se mil escolas Básicas e
Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil
obsoletas e subdimensionadas (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil
creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de
dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um).
Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas
outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede
viária secundária.
CABE ao Governo REFLECTIR.
CABE à Oposição CONTRAPOR.
CABE AOS CIDADÃOS MANIFESTAREM-SE!!!



imagem tirada da net

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

PROVÉRBIO DO DIA

" Guarda-te do homem que não fala e do cão que não ladra "

O Papa Paulo VI



Giovanni Battista Enrico António Maria Montini nasceu em 26 de Setembro de 1897 em Concesio (Lombardia) no seio de uma família de classe alta. Seu pai era advogado, mas não exercia a profissão, embora como editor fora um grande promotor da acção social. Giovanni era uma criança frágil, mas inteligente. Recebeu sua primeira educação dos jesuítas, numa escola em Brescia, próximo à sua casa. Entrou para o Seminário em 1916, mas teve que permanecer em casa por causa de sua saúde. Foi ordenado sacerdote

em 1920 e seguiu para Roma para estudar na Universidade Gregoriana, tendo sido transferido em 1922 para a Academia dei Nobili Ecclesiastici para estudar diplomacia, sem deixar de dar continuidade aos estudos de Direito Canónico na Gregoriana. Enviado em 1923 para Varsóvia teve de retornar em 1924 novamente para Roma, em razão dos efeitos que o severo inverno polaco causou sobre a sua saúde, assumindo o ofício de Secretário de Estado por 30 anos. Depois de leccionar na Academia dei Nobili Ecclesiastici foi nomeado Capelão da Federação dos Estudantes Católicos Italianos das Universidades que marcou profundamente sua relação com os fundadores do Partido Democrata Cristão.

Em 1937 foi nomeado pelo Cardeal Pacelli secretário para assuntos ordinários tendo-o acompanhado
a Budapeste em 1938 para O Congresso Eucarístico Internacional. Com a eleição do Cardeal Pacelli como Pius XII em 1939, Montini foi reconfirmado em seu ofício de Secretário de Estado. Durante a II Guerra Mundial organizou acções e refúgio político para os refugiados da guerra.

Em 1952 o Papa Pius XII anunciou que havia recomendado Montini e Domenico Tardini para o Colégio Sacro, mas ambos perguntaram se poderiam ser dispensados de aceitar. Em 5 de Janeiro de 1955 foi eleito Arcebispo de Milão, e tornou-se conhecido como 'Arcebispo dos trabalhadores'. Ele revitalizou inteiramente a diocese e suas actividades exerceram enorme impacto sobre a diocese. No Conclave de 1958 seu nome foi frequentemente sugerido. E na eleição do Papa João XXIII, em Dezembro daquele ano, ele foi um dos 23 prelados com o nome na lista cardinalícia. Respondeu imediatamente ao chamado para o Concílio, tendo sido um forte advogado do princípio do colegiado. Foi designado para ser o Presidente da Comissão Preparatória do Concílio Vaticano II e também membro da Comissão da Organização Técnica.

Com a morte do Papa João XXIII, Montini foi eleito Papa Paulo VI em 21 de Junho de 1963. Na sua primeira mensagem anunciou que daria continuidade ao trabalho de João XXIII, estabelecendo o Sínodo dos Bispos em 14 de Setembro de 1965.

Paulo VI foi um homem brilhante de profunda espiritualidade, de trato gentil e reservado e de uma infinita cortesia. Atrás somente do Papa João Paulo II, Paulo VI foi um dos que mais viajou tendo sido o primeiro Papa a visitar os cinco continentes. De fácil escrita e pena ágil, Paulo VI deixou-nos muitos ensinamentos. Contudo sua grande colaboração foi o encaminhamento do Concílio Vaticano II e a profunda reforma da Igreja e da Cúria Romana. Homem de seu tempo, demonstra com a sua encíclica Populorum progressio de 26 de Março de 1967 a sua preocupação com a questão do crescimento populacional no mundo e o modo de evitar desvios morais e doutrinais com relação ao modo como conter tal crescimento. Não menos importante é a sua Octogesima adveniens de 1971. Destaca-se a sua célebre encíclica Humanae Vitae de 25 de Julho de 1968, sobre a regulação da natalidade e a exortação apostólica Evangelii nuntiandi, de 8 de Dezembro de 1975, em que conclama a salvação para todos os povos.

Papa Paulo VI, o Papa peregrino, morreu em 6 de Agosto de 1978, na Festa da Transfiguração. Pediu somente que seu funeral fosse simples e que não se eregisse nada sobre seu túmulo.

Aquinate – Revista Electrónica de Estudos Tomistas

terça-feira, 25 de setembro de 2007

REFLEXÃO DO DIA



" É tão difícil quando tenho que fazer e tão fácil quando quero fazer"

Sandra Anice Barnes

PÁGINAS SOLTAS DE UM DIÁRIO NUNCA ESCRITO


Imagem tirada da net



Há muitos anos atrás, meu pai vivia o esplendor de uma vida de comerciante bem sucedida na cidade de Lisboa que acolhia todos aqueles que a ela rumavam por força da falta de emprego e de soluções que a juventude de então sentia, oriunda da província onde a falta de meios era gritante.

Foi assim que, à custa de muito sangue suor e lágrimas, meu pai singrou na vida com a ajuda indispensável de minha mãe. Faziam um casal feliz à sua maneira, guerreando dia após dia como o gato e o rato, mas que aprendi a reconhecer como a forma que tinham encontrado para serem um casal uno e indivísivel.

Ao seu negócio dos texteis-lar, meu pai dedicava o seu tempo como de um filho se tratasse e disso nunca tive ciúmes. Era a sua vida e as lojas que possuía eram as suas meninas, para além das minhas duas irmãs que sempre fizeram questão de usufruir claramente desse direito, sem nunca terem conseguído beliscar essa tremenda relação que meu pai tinha com as suas lojas, as meninas dos seus olhos.

Fomos de facto uma família inteiramente feliz. Cada um de nós trilhou os caminhos que entendeu serem os melhores, mas a vida de então marcou-nos para o resto das nossas vidas.

Acompanhei meu pai inúmeras vezes, era eu ainda criança, para o seu local de trabalho e chegada a hora do lanche, recordo com saudade as vezes que ele me chamava, e me dizia:

- Tó, vamos lanchar!

Empoleirado quase sempre em cima de caixas e caixas de mercadoria, delas saltava como um passarinho para com ele ir comer uma sandes de presunto e um copinho de gasosa que repartíamos pelos dois, ali na tasca do Galego que ficava perto do seu negócio. Tempos difíceis, mas que não voltam mais.

Sabiam-me melhor aqueles lanches que muitos banquetes que me pudessem ofertar.

Foi assim, durante anos e anos, felizmente.

Uma bela manhã, já eu era adulto e de família constituída, meu pai chegado à loja a meio da manhã, que a saúde já não dava para muito, resolveu chamar-me como tantas vezes o fizera, e disse-me:

- Tó, ( para os nossos pais seremos sempre os eternos garotos ), anda daí comigo que eu quero ir comprar uma coisa contigo e preciso da tua opinião.

Sem mais delongas, apresentei-me à porta pronto a ajudar o meu pai numa compra que nem sabia o que seria, mas que só o facto de querer saber a minha opinião já era mais que importante.

E lá fomos, em direcção ao Rossio, os dois em amena cavaqueira, comprar o que durante a noite lhe veio em sonho. Um crucifixo para pôr ao peito num fio de ouro que minha mãe lhe tinha oferecido, com o dinheiro dele claro, que uma simples dona de casa não tinha vencimento. Não tinha como não tem.

Já lá vão mais de 30 anos que este episódio se deu. Meus pais já partiram para um descanso mais que merecido, embora muito antecipado para o que nós filhos pretendíamos.

Tempos antes dessa despedida, meu pai quis ter uma conversa comigo, simples mas cheia de sentimento e significado para ele. Não era nada de especial o que pretendia dizer-me, apenas me queria dar o tal crucifixo que eu o ajudara a comprar anos antes. Creio que já nessa altura o seu pensamento era esse.

Desde então nunca mais o tirei do peito, e dele só sai de noite para que o sono não seja interrompido pelo incómodo que é dormir de fio no pescoço.

Estas férias, como deixei escrito numa das minhas crónicas, voltei a ficar em casa dos meus primos em Moledo, no Alto Minho.

Chegada a noite, o ritual do tirar o relógio do pulso e o fio do pescoço manteve-se,
por isso, repousam sempre ao meu lado, em cima da mesinha de cabeceira até de manhã.

Como gosto de ler, normalmente faço-me acompanhar para a cama de um qualquer livro que me ajude a encontar o sono. E foi o que aconteceu mais uma vez.

Porém, na manhã do dia de regresso a casa, o meu fio e o crucifixo que sempre me acompanharam, ficaram debaixo do pequeno livro que tinha lido na noite anterior.

Foi assim que sem dar por isso, me separei de uma coisa sagrada, da qual dei falta a meio da viagem de regresso. Um rápido telefonema resolveu a situação e meus primos assumiram então trazer-mo uma vez que viriam a minha casa brevemente.

Chegaram no domingo passado, e com eles veio o meu crucifixo, o meu elo de ligação a meu pai.

Quero dizer-vos, que tanta prosa serviu para vos comunicar que hoje voltei a ser um homem completo!

José Gonçalves

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

PRÉMIO BLOG SOLIDÁRIO


A minha querida amiga Elvira Carvalho do Sexta-Feira entendeu outorgar-me este prémio que embora não merecendo , me deixa honrado e cheio de força para continuar a dizer uns disparates meio a sério, meio a brincar.
Não me entregou apenas o prémio, deixou-me um desafio a que vou tentar corresponder com sinceridade e hoje mais que nunca com a certeza de que os vou endossar às pessoas certas.
Bem haja Elvira Carvalho. Um abraço de gratidão pelo que me ofereceu mas acredite, sinto-me ainda mais honrado por saber da sua amizade.
José Gonçalves

E os meus nomeados são:

- Sophiamar da Sophiamar

- Sexta-Feira da Elvira Carvalho a quem retribuo o prémio

- Cantares de amigo da Avelaneiraflorida

- QuerubimPeregrino da Maria Faia

- Cheiro da Ilha da Maria

- Aramis cavalgada da Aramis

- Sítio dos Pais da Andreia Mendes

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Um forte abraço a todos.
José Gonçalves

domingo, 23 de setembro de 2007

COISAS DA ALMA


Ando algo apreensivo com esta história dos blogs onde entrei por mero acaso e porque senti que na minha idade era um desafio interessante o qual, pela complexidade me deixou cheio de “ganas” de superar.

O computador foi o primeiro obstáculo, pois o que vou conseguindo aprender tem sido à custa de muitos disparates, "gaffes" e alguns arranjos.

Com maior ou menor dificuldade lá vou no entanto fazendo deste meu blog, Por Entre Montes e Vales, uma espécie de jornal da caserna, bem à minha moda, onde vou escrevendo o que sinto, o que vejo, o que ouço e acho, vale a pena destacar.

Por força das muitas visitas a outros blogs, de alguns amigos, e da minha teimosia, vou aprendendo todos os dias mais um pouquinho que me vai permitindo acrescentar coisas novas no meu Por Entre Montes e Vales.

Não é uma obra prima, nem tão pouco eu teria jeito para tal, e se a tive foi para cinco maravilhosos filhos, esses sim a minha verdadeira obra prima. No entanto, sinto a cada dia que passa uma enorme satisfação por ver crescer algo que estaria para além dos meus horizontes, pois não sou nem muito letrado nem muito dado a coisas da informática.

O meu segundo obstáculo foi a escrita. Pois é meus amigos, a escrita. Visitando como faço, muitos e muitos espaços de tantos bloguistas, comecei a ficar algo apreensivo e temeroso de continuar empunhando os dedos de encontro ao teclado do meu computador. É que as palavras não me assustam mas a grande maioria das que vou encontrando não convivem diariamente comigo. São bonitas, soam como música e deixam perceber que quem as escreve sabe do que fala e o que diz. Mas não são as minhas, e provavelmente não se dirigirão para o comum dos mortais que também gosta como eu de passear por estas coisas dos blogs. É mais uma espécie de dialecto que a maioria dos seus autores têm de comunicar entre si, desde logo pela formação académica que se percebe une a grande maioria.

Aqui começa o meu grande obstáculo. Não me intimido facilmente por força do meu carácter endurecido pelo peso dos anos, mas senti alguma inibição por não utilizar os mesmos termos vernáculos. Não sou formado em nada, embora tenha um curso muito valioso, cujo “canudo” me foi passado pela vida e pelos cinquenta e sete, à porta dos cinquenta e oito anos que já cá moram.

Por isso, vou procurando cuidadosamente palavra a palavra do que escrevo porque não quero ficar mal, neste vasto mundo da “blogosfera” ( mais uma palavra nova e complicada).

Em muitos casos, opto por transcrever muitas noticias e comentários que vou encontrando nas inúmeras pesquisas que vou fazendo pela Internet. É que entendi que não sendo especializado em nada, como todo o bom português, seria melhor dar um ar generalista ao meu Por Entre Montes e Vales, onde quem o visita tem quase diariamente uma notícia ou uma crónica minha de algumas aventuras que me vou atrevendo a ter.

O terceiro e último obstáculo foi a forma que precisaria de encontrar para que alguém se interessasse pelas coisas que vou deixando no meu espaço. Não foi fácil, nem está a ser,

mas não me posso queixar muito dele, porque felizmente tenho tido a felicidade de ter entre os meus ilustres visitantes alguns resistentes e provavelmente muito compreensivos e tolerantes amigos que têm dado muito alento e muita força. A todos eles um bem hajam por isso.

Não quero terminar este meu pequeno desabafo sem por último, e os últimos são os primeiros, deixar um comentário de apreço ao meu computador, amigo fiel, solidário, silencioso, condescendente, compreensivo, por vezes lento, mas que me tem permitido “matar” muitas horas de algum desalento e também de muitas alegrias. Ele não lhe interessa saber qual o meu estado de espírito nem as razões das minhas emoções, nem tão pouco se tenho formação académica ou não. Apenas está sempre cá, mudo e quedo esperando, quem sabe ansiosamente, pelo contacto dos meus dedos para que algo de novo lhe vá sendo acrescentado à memória.

No fim desta prosa, gostaria de deixar um agradecimento aos meus poucos mas bons amigos que por estas andanças tenho encontrado e que merecem todo o emu respeito. Não vou salientar nenhum para que todos percebam o quão importantes para mim são. Obrigado amigos e desculpem a sinceridade, mas há dias assim.

José Gonçalves