sexta-feira, 5 de outubro de 2007

VAMOS DE FIM DE SEMANA... PROLONGADO



"Como já precisávamos de descansar , vamos até ao Douro este fim de semana, e como temos quem nos tome conta da casa e do filhote, nem hesitámos. Até domingo à noite e desculpem lá, mas não podemos perder um convite destes"




Imagens tiradas da Internet


"Vamos andar por estas paragens. Depois conto"

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros



"Uma vez que falei de Rio Maior e das suas Salinas, continuo desta vez falando do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros com as suas grutas que me parece perdemos o hábito de visitar"

Natureza | Áreas Protegidas

Abrange 38.900 hectares do maciço calcário estremenho que integra as serras de Aire e Candeeiros, o planalto de Santo António e parte do de São Mamede. O tempo e a água modelaram o calcário, originando surpreendentes fenómenos geológicos: centenas de grutas (algumas exploradas turisticamente como as de Santo António, Alvados ou Mira d´Aire); algares (poços verticais dando acesso ao subsolo); campos de lapiás (blocos de rocha fissurada onde a água se infiltrou); poldjes e dolinas (depressões fechadas no fundo das quais se formam pequenas lagoas). Na extremidade sul do parque, perto de Rio Maior, continuam a ser exploradas jazidas de sal-gema, conhecidas desde os romanos. O monumento natural das pegadas de Dinossáurios é hoje um dos pontos de visita obrigatória do parque. Localizada na vertente oriental da serra de Aire (no concelho de Ourém, a 10 km de Fátima e a 16 de Torres Novas), a jazida paleontológica das Pegadas de Dinossáurios da Pedreira do Galinha, data do jurássico médio, há cerca de 175 milhões de anos. Encontra-se entre os registos mais antigos de saurópodes a nível mundial. Foi descoberta em 1994. O Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta da Pena é outro local do Parque a merecer uma visita, estando instalado numa gruta descoberta em 1985. Aqui o visitante pode ficar a compreender melhor os complexos fenómenos ligados à génese das grutas e à circulação das águas subterrâneas.

Gruta de Alcobertas

Localizada numa das encostas da Serra dos Candeeiros e ocupada pelo homem há cerca de 15000 anos, necropóle composta por quatro salas em plano horizontal, numa extensão de cerca de 200 metros e em algumas partes 10 metros de altura, havendo indícios de ocupação humana de primitivas civilizações e das suas manifestações fúnebres.
A Gruta de Alcobertas, com uma extensão de 210 metros, atinge em alguns locais 10 metros de altura.
Em 1878, na obra "Portugal Antigo e Moderno", Pinho Leal dedica-lhe três páginas, considerando-a das mais belas grutas da Europa. No entanto, com o decorrer do tempo, esta gruta foi sendo danificada, chegando a estar encerrada ao público.
É de referir ainda o seu interesse arqueológico. Foram encontradas ossadas humanas do Paleolítico Superior (cerca de 15.000 anos / Homo Sapiens Sapiens). O Homem do Paleolítico Superior vivia em pequenas comunidades nómadas, habitava em acampamentos temporários, em grutas ou ao ar livre e alimentava-se da caça e da recolecção.
Actualmente, as visitas à gruta são possíveis em grupo e através de marcação junto do Gabinete de Turismo ou da Cooperativa Terra Chã.

Informações e marcação de visitas guiadas para grupos:

Cooperativa Terra Chã
Telefone: 243 405 292
Fax: 243 405 321

Gabinete de Turismo
Casa Senhorial d’El-Rei D.Miguel
Casa da Cultura João Ferreira da Maia
2040-249 Rio Maior
Telefone: 243 999 890/2
Fax: 243 999 899

Endereço

Alcobertas
2040-011 ALCOBERTAS
Distrito: Santarém
Concelho: Rio Maior
Freguesia: Alcobertas

Fotos e textos consultados e tirados da Internet



SALINAS DE RIO MAIOR – O SAL SEM MAR



As salinas naturais de Rio Maior, situadas a 3 km da sede de concelho constituem um dos principais referenciais da localidade e são um orgulho para Rio Maior, por serem as únicas do género em Portugal ainda em exploração. Estas salinas estão consideradas como Imóvel de Interesse Público, no contexto do património cultural português. é assim que, do antiquíssimo poço das Marinhas do Sal, brota água salgada que abastece os 400 talhos, ou compartimentos, e os 70 esgoteiros, que ocupam 21 865 m2.

A água desta nascente é sete vezes mais salgada que a água do mar, e era retirada com a ajuda de duas enormes Picotas ou "Cegonhas" há bem pouco tempo. Estes engenhos são um legado árabe com certeza, pois foram estes que os introduziram na Europa. Aliás, é de crer que os romanos, e depois os árabes, tenham explorado em grande escala estas salinas.

Aqui podem ser apreciadas as pirâmides de sal e todo o conjunto de casas típicas de madeira, que fazem das salinas naturais um museu vivo com mais de oitocentos anos. Recomenda-se a sua visita durante os meses de verão, pois só nessa altura é possível a formação dos cristais de sal.

Há referências ás salinas de Rio Maior desde 1177, em documentos escritos que são aliás os mais antigos sobre Rio Maior. Sabe-se também que D. Afonso V era proprietário de cinco talhos nas salinas de Rio Maior no século XV, e que recebia um quarto de toda a produção, tendo o monopólio da sua venda. A importância económica das salinas para a região, está bem vincada nas duas pirâmides de sal retratadas no Brasão da cidade de Rio Maior.

Estas salinas são únicas no país e são fruto de uma maravilha da natureza. A água salgada provém de uma extensa e profunda mina de sal-gema, que é atravessada por uma corrente subterrânea de água doce, que se torna depois salgada. Trata-se de sal puro (97,94% de cloreto de sódio), que é recolhido nos talhos pelos marinheiros (designação dada aos salineiros). O poço tem 9 metros de profundidade e 3,75 de diâmetro e a distribuição da água pelos talhos obedece a regras consuetudinárias de origem ancestral.

Em nome da tradição, a própria Cooperativa Agrícola dos Produtores de Sal de Rio Maior, criada em 1979, tem recusado sempre qualquer tipo de exploração industrial do salgado de Rio Maior. Por isso, o trabalho nas salinas é sazonal, ocorrendo apenas durante a época estival, altura em que os habitantes das redondezas descem a encosta da Serra dos Candeeiros, para a milenar labuta do “sal sem mar”.

As salinas estão divididas em compartimentos de diversos tamanhos, a que se chama talhos. Estes são feitos em cimento ou pedra e têm pouca profundidade. Actualmente a água salgada é retirada do poço por meio de um motor, sendo posteriormente distríbuida pelos talhos, através de regueiras. Os estreitos carreiros que separam os talhos, servem para os marinheiros circularem entre os compartimentos, e denominam-se baratas. Para além destes talhos existem os esgoteiros, onde é colocada a água salgada para mais tarde ser distribuída pelos talhos. Para o processo de secagem estar completo, o sal é colocado em eiras, sendo posteriormente transportado para as velhas casas de madeira, onde é conservado e vendido. No local, em algumas dessas típicas casas de madeira, há uma série de cafés, restaurantes e lojas de artesanato, que constituem o suporte turístico deste autêntico museu vivo.

"Se ainda não foi jantar a um dos restaurantes junto às salinas de Rio Maior, aconselho o tradicional "franguinho" que comido ali numa daquelas casinhas transformadas em restaurante, tem um sabor divinal. Vá cedo porque se assim não acontecer terá de esperar pela sua vez".

ALGUNS DADOS ECONÓMICOS E TURÍSTICOS

O processo de fabrico tem actualmente duas componentes, a artesanal e a industrial. Existe desde 1979 a Cooperativa Agrícola dos Produtores de Sal de Rio Maior que agrupa a maioria dos actuais proprietários, tendo como objectivo a comercialização de sal dos cooperantes e promover acções de apoio aos mesmos, na transformação da salmoura e seu aproveitamento. A concentração de sal em armazéns construídos para o efeito, veio permitir a sua recolha e armazenagem em melhores condições, disponibilizando as "casinhas" de madeira para a comercialização de artesanato.

CONCELHO DE RIO MAIOR

MONUMENTOS

§ Gruta em Nossa Srª da Luz - Fica na Quinta da Senhora da Luz, na estrada de Rio Maior para as Caldas da Rainha. (M.N.).

§ Igreja de Santa Maria Madalena, paroquial de Alcobertas, e megalito-capela adjacente - Templo de uma nave, com alpendre a anteceder a porta que é encimada por um nicho com imagem quatrocentista. É revestido de azulejos do tipo "padrão" do séc. XVII. Possui uma pia baptismal e outra de água benta, quinhentistas. O que singulariza esta igreja é o facto de uma das capelas laterais ter aproveitado e reutilizado uma Anta.
(I.I.P. - Freguesia de Alcobertas)

§ Pelourinho de Azambujeira - Assenta numa plataforma de três degraus. A coluna tem base paralelipípédica, em mármore lavrado, fuste liso e capitel lavrado. É rematado por corpo oval. (I.I.P. - Freguesia de Azambujeira).

§ Villa Romana - Ruínas descobertas em 1992. Presença de mosaicos de qualidade. O achado mais valioso até à data foi uma ninfa do séc. I. (Rio Maior).

§ Igreja da Misericórdia - Templo de fachada barroca, de nave única. Possui dois altares laterais e dois colaterais, estes últimos do séc. XVI.

INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

Integrado numa zona apelidada de "Estremadura Ribatejana", o concelho de Rio Maior situa-se numa área de transição onde as influências do Ribatejo e do Litoral se mesclam, dando lugar a um espaço cheio de originalidade. Abrange uma área de 277,4 km2 com altitudes inferiores a 500m, salvo raras excepções. As várias linhas de água que percorrem o seu território constituem uma densa rede hidrográfica da qual se destaca o rio Maior que deu nome à localidade e concelho. O Norte do concelho, delimitado pela Serra dos Candeeiros, apresenta um variado número de grutas e algares naturais. Para Sul são mais evidentes as planuras e consequentemente, as influências ribatejanas.

Rio Maior situa-se no centro do país, a 80 km de Lisboa, 30 km de Santarém e 20 km de Caldas da Rainha. Pertence à Região de Turismo do Oeste e, administrativamente, é um dos concelhos do Distrito de Santarém.

Por se encontrar numa zona de transição, aí se percebem influências ribatejanas, a Sul, e estremadurenhas a Norte.
A zona Norte do concelho integra-se na área protegida do Parque Natural das Serras d´Aire e Candeeiros da qual também fazem parte as Salinas de Rio Maior.



LOCALIZAÇÃO

Coordenadas

39º20 Lat. N. e 8º 53´2 Long. W.

Continente

Europa

País

Portugal

Província

Ribatejo

Distrito

Santarém


LIMITES TERRITORIAIS

Norte

Alcobaça

Norte

Porto de Mós

Oeste

Caldas da Rainha

Oeste

Cadaval

Leste

Santarém

Sul

Azambuja

DISTÂNCIAS KILOMÉTRICAS

Lisboa

80 km

Porto

234 km

Leiria

50 km

Santarém

30 km

Caldas da Rainha

20 km


ADMINISTRAÇÃO

Diocese

Santarém

Região

Lisboa e Vale do Tejo

Sub-região

Lezíria do Tejo

Região de Turismo

Oeste

Freguesias

14

Textos e fotos retirados da net


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

SÃO FRANCISCO DE ASSIS

São Francisco de Assis e Santo André numa tela de El Greco


Porque falei na anterior postagem em animais, nos meus animais, e a minha amiga Aramis nele falou, evoco hoje São Francisco de Assis, dia em que se comemora mais um aniversário da sua morte ocorrida em 3 de Outubro de 1226.

São Francisco de Assis nascido em 26 de Setembro de 1181,foi um frade católico, fundador da "Ordem dos Frades Menores", mais conhecidos como Franciscanos. Foi canonizado em 1228 pela Igreja Católica.

Pelo seu apreço à natureza, é mundialmente conhecido como o santo patrono dos animais e do meio ambiente: as igrejas católicas costumam realizar cerimónias em honra aos animais próximas à data que o celebram, dia 4 de Outubro.

Seu nome de baptismo era inicialmente Giovanni Bernardone (João Bernardone), dado pela mãe provavelmente em homenagem a João Baptista. Seu pai, Pedro Bernardone, o altera para Francesco Bernardone. Por razões ainda controversas, acredita-se que o nome seria uma homenagem à França país com quem o pai mantinha relações comerciais. Outra possibilidade é que talvez sua mãe fosse de origem francesa. Em Assis o menino ficou conhecido como Francisco, ou seja o "pequeno francês".

BIOGRAFIA

São Francisco nasceu em 1181 em Assis na Itália, foi baptizado com o nome de Giovanni di Pietri, mas seu nome foi mudado pouco tempo depois para Francisco, pois seu pai Petri di Bernardone que era comerciante e viajava muito para França, resolveu mudar o nome do filho em homenagem ao local onde fazia bons negócios.

Em 1198 acontece um conflito em Assis, entre a nobreza e os comerciantes. Os nobres refugiam-se em Perusa uma pequena cidade próxima de Assis, onde São Francisco ficou preso por um ano, até ao ano de 1204. Em Perusa também estava a família de Clara.

Ao voltar para Assis, São Francisco doente começa sua conversão gradual, dedica-se a dar esmolas e oferece até as suas roupas aos pobres. Tem visões e começa a desprezar o dinheiro e as coisas mundanas. Até que se encontra com um leproso, a quem dá esmola e um beijo, e este acontecimento marcou-lhe tanto a vida que, dos muitos factos ocorridos em enquanto viveu, este foi o primeiro que entrou no seu Testamento, "pois o que antes era amargo se converteu em doçura da alma e do corpo".

Outros encontros afirmaram ainda mais a vocação de São Francisco. Nas ruínas da igreja de São Damião, recebeu do crucificado o mandato para restaurar a Igreja. Obediente ao mandato, São Francisco pôs-se logo a trabalhar. Reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas: a de São Damião, a de Santa Maria dos Anjos e a de São Pedro.

Seu pai, envergonhado do novo género de vida adoptado por Francisco, queixou-se ao bispo de Assis da prodigalidade do filho e, diante do prelado, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro gasto com os pobres. A resposta foi a renúncia à vultosa herança e despindo ali as suas vestes, Francisco exclamou: "... doravante não direi mais pai Bernardone, mas Pai nosso que estás no céu..."

A partir desse momento passa a viver na pobreza, e inicia a ordem franciscana. Cresce o número de companheiros, e em 1209 são já 12. Cria uma regra muito breve e singela, que o papa Inocêncio III aprova em 1210, e cujas directrizes principais eram pobreza e humildade. Surge assim a Fraternidade dos Irmãos Menores, a Primeira Ordem.

No Domingo de Ramos de 1212, uma nobre senhora, chamada Clara de Favarone, foi procurar Francisco para abraçar a vida de pobreza. Alguns dias depois, Inês, sua irmã, segue-lhe o caminho. Surge a Fraternidade das Pobres Damas, a Segunda Ordem. Aqueles que eram casados ou que tinham as suas ocupações no mundo e não podiam ser frades ou irmãs religiosas mas queriam seguir os ideais de Francisco, não ficaram sem resposta: por volta de 1220, Francisco deu início à Ordem Terceira Secular para homens e mulheres, casados ou não, que continuavam nas suas actividades na sociedade, vivendo o Evangelho.

A Ordem Francisca cresceu com o passar dos anos. Em 1219 houve uma grande expansão para a Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e França. Neste mesmo ano São Francisco vai em missão para o Oriente. Durante a sua ausência, vigários modificam algumas regras da Ordem e no mesmo ano de 1219 São Francisco demite-se da direcção da Ordem.

Com o crescimento da Ordem, quase 5.000 frades em 1221, uma nova regra foi escrita por São Francisco em 29 de Novembro de 1223 que foi aprovada pelo papa Honório III, e que vigora até hoje.

Em 1224 no dia 17 de Setembro São Francisco recebeu as chagas de Jesus crucificado em seu próprio corpo. Este facto ocorreu no Monte Alverne, um dos eremitérios dos frades.

Os últimos escritos de São Francisco são entre 1225 e 1226, de entre eles o Cântico das Criaturas e o Testamento. Nestes mesmos dois anos, Francisco vai a vários lugares da Itália para tratar de suas vistas. Passa por diversas cirurgias. Morre a 03 de Outubro de 1226, num sábado.

Morreu nu aquele que começou a vida de conversão nu na praia de Assis diante do bispo, do pai e de amigos. Morreu ouvindo o Evangelho de João, onde se narra a Páscoa do Senhor, aquele que recebeu os primeiros companheiros após ouvir o Evangelho do envio dos apóstolos. Foi sepultado no dia 04 de Outubro de 1226, Domingo, na Igreja de São Jorge, na cidade de Assis.

São Francisco de Assis foi canonizado em 1228 por Gregório IX e seu dia é comemorado em 04 de Outubro, dia em que foi a enterrar.

Em 25 de maio de 1230 os ossos de São Francisco foram levados da Igreja de São Jorge para a nova Basílica construída para ele, a Basílica de São Francisco, hoje aos cuidados dos Frades Menores Conventuais.


SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Jovem, rico, nobre e inteligente,
De carácter muito aprimorado,
Com os seus pais vivia bem feliz,
Era enfim, moço privilegiado.

Dos pais, a fortuna dissipava,
Nas festas, em ceias e diversões,
Apreciava o luxo e os prazeres,
Com todas as suas ostentações.

De seu vaidoso pai era o orgulho,
Esse rapaz tão meigo e mimado,
Por seu nascimento prodigioso,
Pela mãe, tornou-se idolatrado.

Eis que de repente tudo cessa!...
Dócil ao chamado de Jesus,
Tudo despreza!... Tudo abandona!...
E ao mundo espalha uma nova luz.

Mirífica visão sua alma invade,
Enchendo-a de gozo celestial,
Tornou-se a pobreza desde então,
A sua noiva terna e angelical.

Deixa o lar, o conforto, a riqueza,
Os prazeres, festas e os amigos,
As suas vestes dá e humildemente,
Vai confundir-se com os mendigos.

Sim!... Sete séculos se passaram,
E a luz ardeu todos estes anos,
E dessa luz bendita é que nasceu,
A Ordem Geral dos Franciscanos.

Carmita de Mello Ahmad

Texto e fotos tirados da net

terça-feira, 2 de outubro de 2007

UMA LINDA HISTÓRIA DE AMOR




Um dia, eu minha mulher e meu filho, resolvemos que havíamos de ter um gato. Ainda não vivíamos nesta casa onde moramos agora. Das palavras passámos à acção e tratámos de o arranjar.

Era cinza, olho escuro e pouco dado a amizades.

Resolvemos entre nós que se o tínhamos, era porque o queríamos e por isso, como tivemos medo, prende-mo-lo no quintal, antes que fugisse, dado não estar ainda habituado a nós.

Esta situação tornou-se num verdadeiro martírio. O nosso Óscar (foi assim que baptizámos) ali preso... não podia ser.

Ao fim da luta que travei comigo mesmo, desconfiado de que não iria fazer a coisa certa, resolvi num dia meio encoberto, devolver o nosso Óscar à liberdade. Soltei-o.

Fiquei apreensivo com a liberdade que estávamos a dar ao Óscar, mas ele quis mostrar-me que eu podia ficar descansado. Por isso, passeava durante todo o santo dia mas vinha comer e dormir na sua camita. Para nós foi uma vitória.

Foi assim durante meses, só que o nosso amigo Óscar, de cada vez que saía, ia mais longe nos seus passeios, e em alguns deles chegou a estar fora de casa, dois ou três dias. Era uma agonia entre nós.

Sempre reapareceu, até ao dia em que uma escapadela demorou um pouco mais. Perdera-se de amores por uma gata do quintal da frente, e deixou de nos passar “cartuxo”.

A dona do quintal, lembrou-se então, que o Óscar poderia ser o gato que nós apregoámos aos vizinhos que tinha desaparecido. E era.

Lá o trouxemos de regresso a casa, mas o maroto estava decidido em ir viver definitivamente com a gata da vizinha e um dia desapareceu de vez, creio que com a sua amada pois deixámos de os ver por ali. Até hoje.

O desgosto ficou marcado em todos nós e foi assim que já vivendo onde estamos agora, dei conhecimento ao meu pessoal de que iríamos buscar um novo gatinho, pois já tinha quem mo oferecesse.

Chegados a casa da nossa amiga, que amávelmente nos iria dar o bichano, ela informou-nos que os gatinhos novos para dar estavam cá fora junto da mãe, e que nos podíamos abeirar com facilidade que eles não fugiriam. Por isso a escolha era fácil. Pois foi.

Foi tão fácil que, gostando eu de um e o meu filho de outro, acabámos por trazer dois, ou melhor duas. A Micas e a Licas. A Micas cinza tigrada, a Licas branca e preta malhada.

Foi uma festa, embora a minha mulher não tenha gostado muito desta aventura. Um ainda vá que não vá, agora dois? É que o trabalho de os tratar e cuidar iria cair em cima dela, como de costume.

Passadas as primeiras impressões, Lá nos fomos todos habituando às nossas novas inquilinas.

Era giríssimo de manhã ao sairmos, vê-las encostadinhas à porta, à espera de um afago e de comida que a fome aperta durante a noite.

Os tempos foram correndo, e as nossas gatas crescendo. É a ordem normal das coisas.

Um dia, começaram a sair do nosso quintal e a aventurarem-se para outras paragens. Nada que não previsse-mos, dada a quantidade de gatos que nos começaram a aparecer cá por casa. Como não mostrávamos boa cara, as nossas Micas e Licas, resolveram que namoro era fora dali. Ficaram prenhas. A Licas teve seis lindíssimos gatinhos, que oferecemos aos amigos, na altura própria, mas a Micas abortou.

Passaram os tempos, e em nova época de namoro, o inevitável aconteceu de novo. As duas prenhas.

Quis o destino que a Micas não conseguísse parir nenhum. E foi assim que acabou atropelada no fim da rua. Mesmo com uma barriga enorme cheia de filhos, com parte do corpo imobilizado, a nossa Micas arrastou-se até ao nosso portão e ali deixou o mundo dos vivos. Bem juntinho a casa. Bem pertinho de nós, a quem ela, por ser a mais meiga, procurava com frequência com o mais lindo ronron que possam imaginar.

A nossa Licas, passou três dias junto da nossa cadela pastor alemão, a Tita. A ela se foi aconchegar, parecendo querer encontrar refúgio por entre as suas patas. São grandes amigas.

Perto do parto da Licas, deixámos de a ver e pensámos que tinha partido. Foram juras de nunca mais. Nunca mais queriamos outros gatos. Era demais. Sempre que nos afeiçoamos aos animais, é uma dor imensa se nos desaparecem.

Dois dias após o seu desaparecimento, minha mulher chamou-me e disse-me:

- Julgo que estou a ouvir uns miados ali atrás da nossa churrasqueira, perto do forno do pão.

Lá fui pesquisar se era verdade e como ouvi os mesmo miados, fraquinhos, adivinhei que a Licas se tinha escondido lá por detrás para ter os filhos.

Como não podíamos deixar para o dia seguinte e ela não respondesse ao nosso chamamento, resolvi partir a parede que nos separava da direcção dos miados.

Lá estava a nossa Licas, orgulhosa dos seus meninos, a quem lambia com amor de mãe.

Conseguimos tirá-la de lá e arranjámos-lhe um espaço confortável para os criar nos tempos que se seguíram. Nasceram seis. Ficaram dois. O Romeu e a Julieta. Os tempos não dão para mais.

Já são grandes, mas não deixam a mãe por nada deste mundo. Ainda dormem em cima dela e é vê-los uma vez por outra a mamar nas tetas da progenitora. Creio que para matar saudades desses tempos de bébé.

Hoje são três os felinos que temos cá em casa. A mãe Licas, a filha Julieta e o filho Romeu. Ficam em cima os seus retratos.

Não são os únicos animais que temos. Ainda existe a cadela Tita de que já vos dei conta, o pequeno Jimmy, um Yorkshire malandreco, duas fracas e três pombos.

É obra.


segunda-feira, 1 de outubro de 2007

SPUTNIK 50 ANOS LEMBRAM-SE?


Fez 50 Anos no passado dia 29 de Setembro que o primeiro satélite artificial foi lançado para o espaço.

No dia 4 de Outubro de 1957, cinco dias após o seu lançamento, efectuado pela União Soviética, o Sputnik, escapando sem dificuldades à gravidade da Terra e subindo além da atmosfera até se posicionar em órbita, cruzou o limiar de uma nova dimensão da experiência humana. As pessoas a partir de então podiam ver a si mesmas como viajantes do espaço. Esse avanço na mobilidade do futuro poderia provar-se tão libertador quanto os primeiros passos erectos de nossos ancestrais hominídeos, no passado mais distante.No entanto, a reacção imediata reflectiu as sombrias preocupações de um mundo que vivia sob o domínio da Guerra Fria, uma era de medo na qual as duas super potências, União Soviética e Estados Unidos, se confrontavam trocando ameaças de destruição em massa. O Sputnik alterou a natureza e o escopo da Guerra Fria.

Uma simples esfera com peso de apenas 80 kg e diâmetro pouco inferior a 60 cm, com uma superfície altamente reflexiva de alumínio, para reflectir melhor a luz solar e torná-la mais visível da Terra. Dois transmissores de rádio com antenas longas e flexíveis emitiam uma corrente contínua de sinais em frequências que podiam ser captadas por cientistas e operadores de rádio amador, de forma a confirmar a realização.

No momento do Sputnik, John Kennedy era senador recém-eleito pelo Estado de Massachusetts, e não demonstrava interesse especial pelas questões espaciais. Yuri Gagarin era um piloto militar soviético ainda desconhecido, e John Glenn era um aviador do Corpo de Fuzileiros Navais que havia estabelecido há pouco tempo um recorde para o mais veloz voo transcontinental a jacto entre Los Angeles e Nova York. Neil Armstrong estava testando aviões de alto desempenho no deserto de Nevada. As vidas de todos eles não demorariam a mudar, e o mesmo se aplicaria a centenas de milhares de outros engenheiros, técnicos, operários e pessoas comuns, no mundo inteiro.

A corrida espacial foi muito curta: 12 breves anos entre o alarme causado pelo primeiro satélite e o poiso da Apollo 11 na Lua. Mas ela foi emocionante, deslumbrante e ocasionalmente magnífica. Vou deixar que Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua e um sujeito de poucas palavras, tenha a palavra final. "Creio que sempre estaremos no espaço", disse ele em entrevista para o programa de história oral da Nasa. "Mas demoraremos mais do que os proponentes da exploração espacial gostariam para fazer coisas novas, e em alguns casos factores externos ou forças fora de nosso controle terão de surgir para nos motivar, e é difícil antecipar o que pode e o que não pode acontecer".

“ Cinquenta anos meus amigos, tinha eu oito anitos... e parece que foi ontem...”

Informação tirada da net

domingo, 30 de setembro de 2007

REFLEXÃO DO DIA

" Há grandes oportunidades à espera dos que dão mais do que lhes é pedido"

H. Jackson Brown (industrial norte-americano)

HÁ LÁ COISA MAIS LINDA QUE O AMOR........


Reinaldo Waveqche e Adelfa Volpes, casaram na passada sexta-feira pelo civil na cidade de Santa Fé, Argentina, na presença de amigos, parentes e vários fotógrafos e jornalistas que fizeram questão de estar presente na cerimónia, em que a noiva vestindo de azul com brilhos, usava um lindíssimo casaco de peles e salto alto. O noivo, vestia fato escuro e apresentou-se de óculos escuros na cerimónia.

Quando a mãe de Reinaldo, que era amiga de Adelfa, morreu, esta convidou Reinaldo para morar com ela, tinha ele apenas 15 anos. “Era um menino”

“Sempre gostei de mulheres mais velhas” afirmou Reinaldo, que diz ainda que o amor por Adelfa é sincero e respeitoso, tendo ficado noivos há seis anos.

Adelfa era solteira, reformada e não tinha filhos. Não quis casar pela igreja para não se sentir ridícula.

Uma história de amor como esta não teria nada de especial se os noivos não tivessem uma diferença de idades de cinquenta e oito anos. Adelfa tem 82 anos e Reinaldo 24.

Antes da oficialização da união, já Adelfa tinha doado todos os seus bens a Reinaldo que não faz nada e se sente muito unido à sua mulher a quem ama de verdade e nada mais. “Não há interesses materiais por detrás do nosso casamento”, afirma.

“Percebo que pensem que o que me uniu a Adelfa foi o dinheiro, mas estão enganados. Amo a minha mulher que é a única coisa que tenho na vida”.

Os noivos foram em lua de mel para o Rio de Janeiro no Brasil, que Reinaldo sempre desejou conhecer.

E vai dar-lhe jeito, dado o clima quente que vai encontrar. É que com uma mulher com aquela idade se não tiver alguma coisa que os ajude a aquecer vai ser muito complicado. Digo eu. E nada tenho contra a diferença de idades, até porque sempre ouvi dizer que o amor não escolhe idades.

Felicidades aos noivos, que vivam muitos e muitos anos em clima de paz e amor e... paixão...

José Gonçalves


Ricardo Eliecer Neftali Reyes Basoalto.

PABLO NERUDA


De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem
as trevas como um duplo tambor
combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
Nocturna travessia, brasa negra do sonho.
Interceptando o fio das uvas terrestres
com pontualidade de um trem descabelado
que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse.
Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro,
à tenacidade que em teu peito bate.


Com as asas de um cisne submergido,
para que as perguntas estreladas do céu
responda nosso sonho com uma só chave,
com uma só porta fechada pela sombra.







Já és minha. Repousa com teu sonho em meu sonho.
Amor, dor, trabalho, devem dormir agora.
Gira a noite sobre suas invisíves rodas
e junto a mim és pura como ambâr dormido...
Nenhuma mais, amor, dormira com meus sonhos...
Irás, iremos juntos pelas águas do tempo.
Nenhuma viajará pela sombra comigo, só tu.
sempre viva. sempre sol... sempre lua...
Já tuas mãos abriram os punhos delicados
e deixaram cair suaves sinais sem rumo...
teus olhos se fecharam como

duas asas cinzas, enquanto eu sigo a água
que levas e me leva.
A noite... o mundo... o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti senão apenas teu sonho...


Quem foi Pablo Neruda

Ricardo Eliecer Neftali Reyes Basoalto, dito Pablo Neruda. Poeta chileno (Parral 1904 - Santiago 1973).
Cônsul do Chile na Espanha e no México, eleito senador em 1945, foi embaixador na França (1970). Suas poesias da primeira fase são inspiradas por uma angústia altamente romântica. Passou por uma fase surrealista. Tornou-se marxista e revolucionário, sendo, primeiramente, a voz angustiada da República Espanhola e, depois, das revoluções latino-americanas.
Esteve no Brasil em diversas oportunidades, e, numa delas, declamou poemas seus perante grande massa popular concentrada no estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Obras principais: A canção da festa (1921), Crepusculário (1923), Vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924), Tentativa do homem infinito (1925), Residência na terra [vol. I, 1931; vol.II, 1935; vol.III,1939, que inclui Espanha no coração (1936-1937)], Ode a Stalingrado (1942), Terceira residência (1947), Canto geral (1950), Odes elementares (1954), Navegações e retornos (1959), Canção de gesta (1960), ensaios (Memorial da ilha negra, 1964) e a peça teatral Esplendor e morte de Joaquín Murieta (1967).
Em 1974, foi publicado o volume autobiográfico Confesso que vivi. (Prêmio Nobel de Literatura, 1971).