sexta-feira, 23 de maio de 2008

A LENDA DO GALO DE BARCELOS

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Esta lenda está associada a um antigo padrão de pedra de Barcelos, de origem desconhecida, que tem em si gravados, em baixo relevo, a Virgem, S. Paulo, o Sol, a Lua e um Dragão de um lado e do outro um Cristo Crucificado, um Galo e Santiago sustentando um enforcado.



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Na origem da lenda está um crime perpetrado em Barcelinhos que ficou impune, apesar das sérias investigações das autoridades de então. Este crime ficou esquecido até que um dia um peregrino galego que se dirigia a Santiago parou para passar a noite no albergue local.



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Ao jantar, enquanto ceava, reparou que alguém o observava fixamente mas não fez caso e continuou a sua refeição. O observador saiu do albergue, dirigiu-se a casa do juiz, e acusou o peregrino da autoria do crime. Preso, o crente galego não conseguia apresentar provas da sua inocência, tendo sido levado para as masmorras, julgado e condenado à forca.



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No dia do enforcamento, o peregrino pediu, como sua última vontade, que o levassem à presença do juiz que tão injustamente o tinha julgado. Perante o juiz, que estava em sua casa preparando-se para trinchar um magnífico galo assado, o condenado ajoelhou-se. Seguidamente, afirmou a sua inocência e suplicou que não o enforcassem, pois era a primeira vez que estava em Barcelinhos e nunca tinha visto a vítima do crime.



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O juiz não se comoveu. Então, o galego invocou a ajuda de Santiago e perante todos afirmou que era tão certo estar inocente como o galo assado cantar antes do dia acabar. Todos os convivas presentes se riram da afirmação mas, supersticiosamente, não tocaram no galo.



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À noite, observaram com espanto que o galo se cobria de penas novas, se levantava e batia asas para cantar com energia. Correram todos para o lugar da forca e encheram-se de espanto ao ver o peregrino vivo, com uma corda lassa à volta do pescoço, apesar de estar pendurado.



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Atemorizados por este facto insólito, libertaram o peregrino galego, deixando-o seguir o seu caminho. Diz-se que em agradecimento pela ajuda de Santiago, o peregrino mandou colocar o padrão que ainda hoje lá se encontra.



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Texto e Fotos da Net

António Inglês

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A LENDA DO CASTELO DE ALMOUROL

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Durante a Idade Média, o Castelo de Almourol suscitou a criação de numerosas lendas, às quais não foram decerto alheias a beleza natural do lugar e a harmonia da construção. Uma delas é a de D. Ramiro, alcaide do Castelo de Almourol.




Conta a lenda que, voltando cheio de sede de uma campanha guerreira, encontrou duas formosas mouras, mãe e filha, que traziam com elas uma bilha de água. D. Ramiro pediu à filha que lhe desse de beber. Esta, assustou-se e deixou cair a bilha. Enraivecido, D. Ramiro matou-as.




Nesse momento apareceu um rapazinho de 11 anos, filho e irmão das assassinadas. O cavaleiro logo ali o fez cativo e trouxe-o para o castelo. Quando chegou, o pequeno mouro jurou que se vingaria na mulher e na filha de D. Ramiro, duas damas muito belas.




Tempos depois, a mulher do castelão definhou e acabou por morrer, vítima de venenos que o mouro lhe foi dando a pouco e pouco. Porém, não conseguiu matar Beatriz, a filha de D. Ramiro, porque os dois se apaixonaram.




Um belo dia, D. Ramiro chegou ao Castelo na companhia de outro alcaide, a quem tinha prometido a mão de sua filha. Os jovens apaixonados, inconformados com a sorte que os esperava, fugiram sem deixar rasto.




D. Ramiro morreu pouco depois, vitimado pelo desgosto. O castelo, abandonado, caiu em ruínas.

Dizem que, nas noites de S. João, D. Beatriz e o mouro aparecem, abraçados, na torre grande do castelo. A seus pés, D. Ramiro implora perdão, mas o mouro inflexível responde-lhe com dureza:
- MALDIÇÃO!




Texto e Fotos da Net

António Inglês

terça-feira, 20 de maio de 2008

Carmen Monarcha sings Ave Maria from Bach



DURANTE UNS DIAS ESTAREI MAIS OCUPADO PELO QUE VOS DEIXO MARAVILHOSA INTERPRETAÇÃO!
António Inglês

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DAS CALDAS DA RAINHA

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O Presidente da República Portuguesa Prof. Aníbal Cavaco Silva


15 de Maio de 2008

Cavaco Silva inaugurou Centro Cultural
e de Congressos das Caldas da Rainha


Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha Dr. Fernando Costa


No passado dia 15 de Maio, as Caldas da Rainha viveu um dos dias mais marcantes da sua história. Viu inaugurado o seu Centro Cultural e de Congressos com pompa e circunstância. O Presidente da República, Professor Cavaco Silva, emprestou maior solenidade ao acto já de si importante no âmbito cultural da cidade e da região.


Grande Auditório do CCCR


O edifício que tem várias salas de espectáculo, inclui um auditório com 650 lugares e um palco de 600 m2, um dos maiores do país, e inclui ainda uma galeria de arte, que será inaugurada com a exposição “Rosto e Identidade”, com peças inéditas do Museu Colecção Berardo e da Fundação Berardo.


Carlos Mota de Mota Engil


Entre Lisboa e Figueira da Foz não existe um espaço como o CCC o que permitirá um enorme desenvolvimento cultural e até económico para o Concelho.
Está igualmente equipado com uma sala de cinema para 150 lugares e irá ter um Café Concerto que funcionará diariamente. Todo este equipamento pode ainda ser utilizado como multiusos pois quatro das salas que possui podem ser interligadas.


Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha


No CCC, poderão ter lugar variadíssimos espectáculos desde a música à opera, passando pelo cinema, teatro, conferências, congressos e workshops.
Esta obra foi custeada a 50% por fundos comunitários e os restantes 50% foram suportados pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha. Custou 18 milhões de euros e foi um projecto da autoria do Arquitecto Ilídio Pelicano e a empresa construtora foi a Mota Engil


Bar do Auditório


O CCC está servido com um parque de estacionamento com capacidade para 350 carros.
Carlos Mota é o seu Director e Programador e José Ramalho o Director Técnico, este último ligado ao grupo Marionetas de Lisboa.
Já no dia 14 de Maio, na véspera portanto de inauguração oficial, o
CCC tinha sido inaugurado pela população que para isso foi convidada, pelo que a noite começou com a actuação de David Fonseca que teve larga assistência com especial incidência de jovens, no largo da Câmara Municipal das Caldas da Rainha. Finda a actuação do músico português, um grupo de Gaiteiros iniciou a sua intervenção tendo conduzido a numerosa assistência na direcção do Centro Cultural e de Congressos, onde o Presidente da Câmara das Caldas, Dr. Fernando Costa proferiu um caloroso e orgulhoso discurso, endereçando a todos os presentes o convite para uma visita às instalações do CCC, logo após a sessão de fogo de artificio que foi lançada do cimo do edifício.
Teriam estado cerca de 15.000 pessoas nesta noite de Festa das Caldas da Rainha.


Café Concerto


Fica desta forma ligada ao panorama cultural português, a cidade das Caldas da Rainha que passou a ter um equipamento que fará seguramente inveja à maioria das cidades portuguesas.
Parabéns aos autarcas que tal obra conseguiram concretizar para beneficio de todos os Caldenses e não só, não obstante os inúmeros obstáculos que, segundo Fernando Costa, foram aparecendo durante a sua construção.
Contra muitas vozes discordantes a obra cá está e... recomenda-se! Restará saber como irá ser administrada.
Altiva e serena, a cidade voa segura RUMO AO FUTURO!


Maria da Conceição Pereira vereadora da Cultura e Turismo da Câmara Municipal das Caldas da Rainha


Dados tirados de artigo do Tinta Fresca

Fotos tiradas da Net

António Inglês

segunda-feira, 19 de maio de 2008

ASSIM SE COMEMORARAM CEM ANOS DE MARIA IVA DELGADO

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Foi com Homens de H grande, decididos e corajosos como o Marechal HUMBERTO DELGADO que se começou a construir um Portugal novo, livre e democrático. Era o país que o povo queria e esse apelo foi correspondido pelo Marechal em 1958, que de peito feito liderou uma campanha eleitoral, que se acaso tivesse sido concretizada teríamos hoje um Portugal diferente para melhor seguramente.



Infelizmente, foi às mãos de uma policia politica cruel e cega, que o General Sem Medo acabou por ver o seu percurso interrompido, barbaramente assassinado, como tantos outros que aqueles seguidores de Salazar perseguiram e liquidaram.


Foi assim que se escreveram páginas de história que não honram este país, mas que em Abril de 74 foram vingadas e o povo saiu à rua apoiando os seus militares, os seus filhos, a sua gente, devolvendo a esperança a uma Nação até então amordaçada.


Se as conquistas de Abril estão ou não consolidadas, se a democracia está ou não a ser exercida, isso é outra história. Agora é preciso honrar a memória de quem lutou pelo povo, quem se bateu para que o nosso país e as nossas gentes tivessem um futuro melhor e mais risonho. Os sonhos e os ideais de Abril não morrerão enquanto estiverem de pé homens de uma geração que sentiu na pele e na carne os efeitos de uma guerra injusta que ceifou e mutilou milhares de jovens portugueses.



É costume dizer-se que por detrás de um grande Homem existe sempre uma grande Mulher. Nunca esta máxima assentou tão bem como com o General Humberto Delgado. Não atrás de si, mas ao seu lado, caminhou Maria Iva de Andrade Delgado, uma mulher destemida e valente, lúcida, mãe e companheira.



Ontem na Cela Velha, de onde Maria Iva é natural e proprietária da “Quinta da Cela Velha”, reconstruída em 1936, a terra foi pequena para a numerosa população e amigos que quiseram estar presentes na comemoração do 100º aniversário de Maria Iva Delgado. Esta maravilhosa mãe, avó e bisavó centenária foi alvo do carinho e da homenagem que muitos vizinhos e amigos quiseram prestar-lhe.



O neto Frederico Delgado Rosa, autor de uma recente biografia do “General Sem Medo”, deu a todos os presentes, à porta da quinta de seus avós, uma simples mas clara narrativa da vida do Marechal e de Maria Iva Delgado.



«Era um homem das esquerdas e liberal que se desiludiu com o regime de Salazar apesar de o ter apoiado inicialmente devido aos propósitos de sanear as contas públicas. O meu avô dizia que Salazar abusou do remédio e empobreceu o país com repressão», afirmou Frederico Delgado Rosa, que tão bem coordenou toda a cerimónia.



Perto de três centenas de populares e amigos, quiseram assim testemunhar a Maria Iva Delgado, como a memória dos portugueses não é curta afinal, e que se sentem felizes e honrados por ainda poderem continuar a ter entre si tão ilustre Senhora.


Parece que Deus faz questão de que o Marechal Humberto Delgado continue a ter uma ligação directa a todos nós, ao seu amado país, e vai permitindo que Maria Iva Delgado possa ser quem é, e estar com a lucidez que ainda lhe testemunhámos.



Dou-vos dois pequeninos exemplos disso e que me perdoem os seus familiares pela inconfidência, mas ficaram-me na memória gravados.
Um pouco antes de entrarmos para a Associação onde decorreu o almoço, um dos netos perguntou a Maria Iva Delgado se estava bem e se precisava de algo: « A fome é negra» respondeu-lhe a avó de forma ligeira e bem esclarecedora. E já no fim da homenagem, Maria Iva Delgado esperava o carro da filha, a Drª Iva Delgado que a levaria de regresso a Lisboa, onde mora. Tinha a seu lado muitos amigos e um outro neto a quem perguntou: Estava muita gente, não estava? Respondeu-lhe o neto: Cerca de duas centenas e meia de pessoas avó. «Fora os que andavam em pé» respondeu Maria Iva Delgado, mostrando não só um espírito de observação tremendo mas também um sentido de humor apurado e elegante.




A esta homenagem estiveram presentes muitas entidades locais e nacionais. O executivo da Câmara de Alcobaça fez-se representar em peso e algumas freguesias também quiseram estar presentes. Só os dignificou. Muitos amigos vieram de longe fazendo questão de com a sua presença homenagearem também eles a mulher de Humberto Delgado.



Não posso deixar passar em claro a presença de um Homem do 25 de Abril, que acrescentou mais liberdade e mais brilhantismo a esta sentida cerimónia, o Major Mário Tomé, a quem tive a honra de dar um abraço bem grande. Nesse abraço fiz questão de abraçar todos os ideais de Abril, e confesso-vos que não consegui conter as emoções que neste dia estiveram à flor da pele.
Parabéns MARIA IVA DE ANDRADE DELGADO, que Deus a mantenha e conserve com a mesma lucidez entre nós durante muitos e bons anos, e parece que está mesmo nessa disposição. Quando for chegada a hora, é porque Ele entendeu que o nosso Marechal precisa de si de novo ao lado dele.



Uma palavra final de apreço ao Rancho Folclórico Papoilas do Campo da Cela Velha e a Iva Vieira que organizaram de forma excelente mais um evento, facto aliás que começa a ser uma imagem de marca.
Aproveito para informar que no próximo dia 25 de Maio se realiza também no mesmo local, a XVIII Mostra Gastronómica, uma organização do Rancho Folclórico e Etnográfico Papoilas do Campo da Cela Velha, que à semelhança dos anteriores é já um acontecimento de qualidade muito apreciado nas redondezas e não só. Se não tiver nada que fazer neste dia 25 de Maio, e for amante da gastronomia portuguesa não deixe de estar presente pois a Mostra promete como de costume. Depois não diga que não o avisei e olhe que “quem me avisa meu amigo é”.
Um abraço a todos.


Clique na foto para melhor visualização

António Inglês

domingo, 18 de maio de 2008

MORRE EM SALVADOR, AOS 91 ANOS, A ESCRITORA ZÉLIA GATTAI

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Zélia Gattai


Autora paulistana e viúva de Jorge Amado estava internada desde 30 de Março, após passar por uma cirurgia

Quando internada para ser operada


SALVADOR - Morreu na tarde deste sábado, 17, a escritora Zélia Gattai. A autora e viúva de Jorge Amado estava internada desde 30 de Março, após ser submetida a uma cirurgia para a remoção de um pólipo no intestino. Zélia reagiu lentamente e apresentava desde a madrugada problemas pulmonares, renais e arteriais, que sinalizavam para um quadro de falência múltipla de órgãos, de acordo com avaliação da equipe médica, que a assiste desde sexta-feira, quando o quadro, que era crítico, se agravou.




Zélia Gattai


A estreia tardia da escritora paulistana Zélia Gattai, não impediu que sua produção literária crescesse a uma média de um livro a cada dois anos desde 1979. Filha e neta de imigrantes italianos, a académica, memorialista, romancista e fotógrafa estreou aos 63 anos, justamente com um livro que conta a vida de seus antepassados, Anarquistas Graças a Deus (1979), relato da formação da Colónia Cecília, tentativa de criar uma comunidade anarquista em pleno Brasil do século 19. Seu maior êxito até hoje, o livro já vendeu mais de 200 mil exemplares e foi adaptado por Walter George Durst em uma popular série de televisão, com direcção de Walter Avancini, e com os actores Ney Latorraca e Débora Duarte no elenco. A mini série foi exibida pela Rede Globo em 1984.


Zélia


Nascida em São Paulo em 2 de Julho de 1916, Zélia casou-se aos 20 anos com o intelectual Aldo Veiga, militante do Partido Comunista, o que a tornou próxima dos escritores da Semana de 22, especialmente Oswald e Mário de Andrade. Em 1938, seu pai, Ernesto Gattai, foi preso durante o Estado Novo, atiçando a militância política da futura escritora contra o arbítrio getulista. Com Veiga a escritora teve seu primeiro filho, Luís Carlos Veiga, em 1942.

Três anos depois, em 1945, ela conheceu o segundo marido, Jorge Amado, durante o 1º. Congresso de Escritores. Os dois trabalharam no movimento pela amnistia dos presos políticos e decidiram morar juntos. Um ano depois, quando Amado foi eleito para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio, onde nasceu o filho João Jorge Amado, em 1947. Em 1948, o Partido Comunista foi declarado ilegal, o escritor perdeu seu mandato e o casal partiu para o exílio. Jorge e Zélia viveram na Europa por cinco anos, dois deles em Praga, onde nasceu a filha Paloma, em 1951. Foi nessa época que ela começou a se interessar por fotografia, actividade que renderia, no futuro, a foto biografia do marido, Reportagem Incompleta, em 1987


Zélia de novo


Parte da produção memorialista da escritora, que ocupava a cadeira 23 da Academia Brasileira da Letras - a mesma do marido Jorge Amado -, é dedicada ao período do exílio europeu. Em Jardim de Inverno (1988), seu quarto livro, Zélia reúne lembranças do continente europeu ainda dividido entre leste e oeste. Antes dele, Senhora dona do Baile (1984) retrata esse mundo separado pela cortina de ferro e faz desfilar por suas páginas algumas personalidades históricas do século que passou.

Dois de seus livros contam os 56 anos de convivência com o marido na Bahia, A Casa do Rio Vermelho (1999) e Memorial do Amor (2000). No primeiro, ela relata fatos curiosos sobre os intelectuais amigos que passaram pela famosa casa do casal de escritores no número 33 da rua Alagoinhas, em Salvador, entre eles o poeta Pablo Neruda. Em Memorial do Amor, ela conta a história da casa, desde a compra do terreno (com os direitos de Gabriela, Cravo e Canela, de Amado) até a escolha dos objectos de decoração adquiridos nas inúmeras viagens dos dois.

Um dos livros mais elogiados da escritora foi publicado em 1982. Chama-se Um Chapéu para Viagem Nele, Zélia narra a queda da ditadura de Getúlio Vargas, relembra a luta pela amnistia dos presos políticos e conta como foi o processo de redemocratização do País.


Jorge Amado


Dois de seus livros, Città di Roma (2000) e Códigos de Família (2001), são dedicados a rememorar a formação das famílias Gattai e Amado. No primeiro, Zélia relata a chegada de seus avós italianos ao Brasil no século 19, a bordo do navio que dá título ao livro, Città di Roma. No segundo, Códigos de Família, ela conta histórias divertidas e comoventes de suas duas famílias e descodifica as mensagens dos parentes. Zélia Gattai ainda escreveu livros infantis, como Pipistrelo das Mil Cores (1989), O Segredo da Rua 18 (1991) e Jonas e a Sereia (2000).


Casa Museu Jorge Amado


BIOGRAFIA

Filha de imigrantes italianos, a escritora Zélia Gattai (Zélia Gattai Amado) nasceu em 2 de Julho de 1916, na capital de São Paulo, onde viveu toda a sua infância e adolescência. Zélia participava, com a família, do movimento político-operário que tinha lugar entre os imigrantes italianos, espanhóis, portugueses, no início do século XX. Aos 20 anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luiz Carlos, nascido em São Paulo, em 1942.

Leitora entusiasta de Jorge Amado, Zélia Gattai o conheceu em 1945, quando trabalharam juntos no movimento pela amnistia dos presos políticos. A união do casal deu-se poucos meses depois. A partir de então, Zélia Gattai trabalhou ao lado do marido, passando a limpo, à máquina, seus originais e o auxiliando no processo de revisão.

Em 1946, com a eleição de Jorge Amado para a Câmara Federal, o casal mudou-se para o Rio de Janeiro, onde nasceu o filho João Jorge, em 1947. Um ano depois, com o Partido Comunista declarado ilegal, Jorge Amado perdeu o mandato, e a família teve que se exilar.

Viveram em Paris por três anos, período em que Zélia Gattai fez os cursos de Civilização Francesa, Fonética e Língua Francesa , na Sorbonne. De 1950 a 1952, a família viveu na Checoslováquia, onde nasceu a filha Paloma. Foi neste tempo de exílio que Zélia Gattai começou a fazer fotografias, tornando-se responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida do escritor baiano.

Em 1963, mudou-se com a família para a casa do Rio Vermelho, em Salvador na Bahia, onde tinha um laboratório e se dedicava à fotografia, tendo lançado a foto biografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.

Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estreia, Anarquistas, graças a Deus , ao completar 20 anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil. Sua obra é composta de nove livros de memórias, três livros infantis, uma foto biografia e um romance. Alguns de seus livros foram traduzidos para o francês, o italiano, o espanhol, o alemão e o russo.

Seu livro, Anarquistas, graças a Deus, foi adaptado para mini série pela Rede Globo de Televisão e as memórias, Um chapéu para viagem , foram adaptadas para o teatro.

Baiana por merecimento, Zélia Gattai, em 1984, recebeu o título de Cidadã da Cidade do Salvador.

Na França, recebeu o título de Cidadã de Honra da Comuna de Mirabeau (1985) e a Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998). Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986).


Jorge Amado e Zélia Gattai em momento de descontracção


Zélia Gattai

“Continuo achando graça nas coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores”.


Jorge Amado, Zélia Gattai e os filhos Jorge e Paloma



Fontes

Texto O Estado de São Paulo

Fotos tiradas da Net

António Inglês