sábado, 20 de outubro de 2007

TROUXE ESTE TREVO DA SOPHIAMAR
TROUXE-O PARA DAR SORTE
AQUI FICA PARA TODOS AQUELES QUE ME VISITEM

ESTAS ESTRELAS TROUXE-AS DA NOSSA AMIGA AVELANEIRAFLORIDA
AQUI FICAM TAMBÉM PARA QUEM ME VISITA

MOSTRA-ME O CAMINHO


Hoje preciso de ti Pai
Das palavras, dos gestos
Dos olhares
Preciso dos conselhos
Da mão amiga
Que me estendias.
Hoje preciso de ti Pai
Que me guies
Que me mostres o caminho
Sem palavras
Na segurança
Do teu caminhar.
Hoje preciso de ti Pai
Do afago
Do calor da tua mão
Do raspanete
Do alerta da tua voz
Preciso de um sinal.
Hoje preciso de ti Pai
Não é por ser hoje
É a tua ausência
O teu grito
O teu farol
Como preciso...
Hoje preciso de ti Pai
De te ouvir
Em silêncio
De saber que está aí
Como sempre estiveste
Como sempre soubeste.
Hoje preciso de ti Pai
Do teu manto
Do que me ensinaste
Daquela estrela
Que me deixaste
Como eu preciso de ti Pai!

Fica bem!

José Gonçalves


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

E SE DE REPENTE ALGUÉM LHE OFERECESSE QUATRO GÉMEOS???




TENHAM UMA BOA NOITE!!!

MAR REVOLTO

DESCONTO DE TEMPO

VIZINHANÇA


Resolvi falar-vos hoje de vizinhos. Vizinhos, são aquelas pessoas que vivem na porta ou no andar do lado, no de cima, no de baixo, na casa do lado, na casa em frente, na nossa rua, no bairro e na vila ou na aldeia se vivermos na província.

Há vizinhos e vizinhos. Os que nos falam com um sorriso de orelha a orelha, os que nos saúdam quando se cruzam connosco, os que acenam mesmo de longe, os que nos falam uma vez por outra e ainda aqueles que baixam os olhos, assobiam para o lado ou mudam de passeio só para não nos falarem. Uns falam-nos quanto baste, outros não perdem a oportunidade para meterem conversa a todo o instante. Há vizinhos para todos os gostos e feitios. E sejam lá eles como forem, ou quem forem e onde morarem, nunca perderão o estatuto de vizinhos.

Na maioria das vezes, não passam disso mesmo, de vizinhos, noutros casos acabamos por fazer amizade e de nos afeiçoarmos a eles de tal maneira que ao longo da vida, mesmo que mudemos de morada, a amizade irá perdurar. Os restantes, pura e simplesmente esquecemos ou ignoramos.

Os vizinhos são mesmo uma espécie que nos deveria merecer uma maior análise e ponderação, porque também acabam por ser um pouco aquilo que nós queremos que eles sejam.

Por isso, tudo depende deste equilíbrio de vontades, e até da educação, que cada um de nós entende que deve empregar na relação, se bem que neste particular. ela deva estar sempre presente, mesmo que a vontade não esteja para aí virada.

Ora bem, há ainda a forma como muitas vezes utilizamos as nossas janelas e portas. A forma como nos conduzimos na vida e na postura que temos em casa. Por tudo isto, as nossas portas e janelas são abertas ou fechadas consoante a boa relação que temos com a vizinhança. Ou por vontade própria, (mau feitio em muitos casos) ou porque a conduta dos nossos vizinhos a isso nos obriga. Há coisas que só podem ser ditas ou feitas na intimidade da nossa casa, com a intensidade de voz e atitudes, dentro dos parâmetros normais a uma sã convivência, desde que essa intimidade ou intensidade, não incomode ou ponha em causa a relação que uma boa vizinhança deve ter.

Mas às vezes há percalços. Em algumas situações, encontramos um ou outro vizinho que revela pouco ou nenhum cuidado na postura que tem em sua casa, nada preocupado se quem vive em frente, ao lado, por cima ou por baixo, está a ver ou a ouvir e se com a atitude menos correcta está a invadir a privacidade dos outros. Há vizinhos assim.

Vem tudo isto a propósito de um aviso colocado no hall de entrada de um prédio em Aveiro, onde a administração deste condomínio, extravasando um pouco o âmbito da sua acção, entendeu deixar uma comunicação a todos para que não deixem as suas persianas abertas a partir de uma certa hora da noite pois a vizinhança do prédio da frente tem andado com actos indecorosos nos últimos tempos.

Não sei se os condóminos aceitaram a sugestão. Provavelmente a grande maioria nem sequer teria conhecimento destes actos. Mas desconfio, que a partir da data daquele aviso, se muitas das persianas se fechavam, passaram a estar entreabertas.... ou não.

Fiquem pois com a imagem do aviso colocado no átrio do prédio.

José Gonçalves

BOA NOITE

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O BICHO

“Encontrei este poema de Manuel Bandeira num dos muitos passeios que costumo fazer pela Net.

Como ontem falámos todos muito de pobreza, e porque ao lê-lo me pareceu um quadro de muitas e muitas ruas do nosso País, resolvi partilhá-lo convosco”.

O Bicho

Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira

Depois de um dia de luta contra a pobreza, não podia ter sido pior o e-mail que recebi.



Percebi durante a noite que o dia de hoje não me traria bons ventos. Não consegui perceber patavina do que se passava comigo. Ora me virava para um lado, ora me virava para outro. Estranho.

Tão mais estranho porque nem pesadelos tive, nem sonhos, nada. Até adormeci serenamente, e cedo contra o que é meu hábito.

Perto da seis horas da manhã, como já não tinha mais posição na cama, nem a situação me estava a agradar, acabei por me levantar. Quando estas coisas me acontecem, é o que faço, normalmente caladinho para que minha mulher não acorde.

Pé ante pé, saí do quarto e vim até ao escritório. É por aqui que consigo descomprimir e recompor as articulações, junto deste meu companheiro de todos os dias... ou noites, o meu computador.

Hoje porém, melhor fora que não o tivesse feito. É que no meu correio electrónico tinha um e-mail enviado por um amigo que me deixou de rastos.

Sejam quais forem os motivos que levaram a este sacrifício público, não posso calar a minha revolta, a minha indignação, o meu protesto.

Que raio de mundo é este? Que raio de gente é esta? Que humanidade é esta?

E eu pertenço a esta geração de homens e mulheres que maltratam crianças? Que as mata? Que as rapta? Que maltrata mulheres e idosos indefesos? Que pilha? Que se lança de encontro a torres apinhadas de gente? Que se suicida em nome de quê? Do fanatismo? Da religião? Quem está por detrás de tudo isto? Que interesses?

São muitas as perguntas, quase todas sem resposta. As imagens que deixo em cima são para denunciar e para reflectir-mos sobre o que verdadeiramente andamos a fazer ao cimo da terra.

A cena passa-se no Irão e mostra, segundo diz a noticia, o sacrifício como forma de castigo a uma criança que roubou um pedaço de pão. Porque tinha fome. Porque não pediu para vir ao mundo. Porque os pais não o conseguem alimentar. Porque é menino. Porque vive onde não devia.

Roubar não é um acto digno, eu sei, mas...castigar assim? Uma criança?


Que gente é esta meus senhores? Gente que se exalta e se indigna por causa de umas caricaturas... Isto será normal? Ou eu estou errado nisto tudo?

Hoje não devia ter acordado desta maneira. Raio de insónia...

Se Deus existe, ele sabe que esta gente não pode ser gente. Andam cá a infectar o mundo. Gente que não merece os filhos, não merece a vida. Lamento ter de o dizer mas é assim que sinto.

E as crianças Senhor...?

Que revolta! Que vergonha!

Josá Gonçalves

AS MÃOS



E... porque o filme anterior era pequeno, deixo-vos esta maravilha de trabalho com as mãos.
Uma boa noite a todos!

NAZARÉ NA VOZ DE MAFALDA VEIGA




A Nazaré nos tempos de outrora. É um filme pequenino mas dá-nos um cheirinho do que era a Nazaré.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

CIMEIRA EUROPEIA EM LISBOA


Tratado

Acordo em Lisboa pode relançar «euro-optimismo»

A Cimeira de líderes da UE, quinta e sexta-feira, em Lisboa, pode marcar o princípio do fim de uma das piores crises políticas do bloco europeu, caso aprove o Tratado que substituirá a fracassada Constituição Europeia.

Um acordo em Lisboa poderá fazer renascer o «euro-optimismo» no seio da União, mas só depois da confirmação/ratificação da futura «Carta-Magna» europeia em todos os 27 Estados-membros, por via parlamentar ou em referendos, poderá considerar-se ultrapassado o impasse político-institucional que vem ameaçando paralisar o funcionamento da Europa comunitária.

Com o apoio dos parceiros europeus e das instituições da UE, o Governo de Lisboa, que preside actualmente à UE, conta resolver até ao final da reunião-magna europeia, previsto para depois do almoço de sexta-feira, os últimos obstáculos ainda em aberto a um compromisso dos 27 sobre o novo Tratado europeu.

A aprovação em Lisboa do futuro Tratado e a sua posterior assinatura formal até ao final do ano é «a prioridade das prioridades» da actual presidência portuguesa do bloco europeu dos 27, que termina a 31 de Dezembro próximo.

Na última cimeira de líderes dos 27, em Junho, em Bruxelas, a presidência portuguesa da UE, a terceira desde que Portugal aderiu à então CEE, em 1986, foi incumbida da tarefa histórica de conduzir as negociações finais do novo documento, que foi apelidado oficialmente de Tratado Reformador, mas que os portugueses pretendem que fique conhecido como Tratado de Lisboa.

«Há uma grande expectativa em relação à possibilidade de chegar a um acordo, mas ainda há obstáculos e problemas que temos de trabalhar nos próximos dias, de forma a podermos ter em Lisboa um acordo», disse segunda-feira, no Luxemburgo, à agência Lusa o presidente do Conselho de Ministros da UE e chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado.

Pouco antes, no final de uma sessão da conferência intergovernamental (CIG) para a redacção do futuro Tratado, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Manuel Lobo Antunes, também afirmara estar «ainda mais confiante» num acordo, atendendo à «atmosfera extremamente positiva» e ao compromisso «muito claro» dos 27 de «fechar» um acordo em Lisboa.

O optimismo da presidência portuguesa foi reforçado, nomeadamente, graças à «atitude construtiva» da Polónia que até há pouco era quem tinha colocado mais dificuldades ao compromisso final.

A Polónia deverá assim ver consagrado no texto do novo Tratado, e não num anexo, como estava previsto até agora, uma cláusula que permitirá a um Estado-membro bloquear ou adiar a aprovação de uma decisão, considerada de interesse vital, mesmo estando em minoria.

Segundo fonte da presidência, a Itália, que reivindica o aumento do número de deputados nacionais no Parlamento Europeu, é o país que poderá levantar maiores dificuldades na recta final das negociações.

Roma exige o mesmo número de eurodeputados do Reino Unido e França, como até agora, apesar de ter uma população inferior à destes dois países.

A Itália está disposta a adiar a resolução da questão, mas a presidência portuguesa insiste sobre a sua resolução em Lisboa.

«Eu gostaria que a presidência portuguesa fechasse o Tratado na sua totalidade e não deixasse pontas soltas. Quando levamos a cabo uma tarefa gostamos de a completar a 100 por cento», disse Manuel Lobo Antunes.

Alcançado um acordo sobre o Tratado Reformador, a presidência portuguesa espera que seja possível assinar o documento, também na capital portuguesa, até ao final do ano.

Cada um dos 27 Estados-membros terá em seguida de ratificar o novo Tratado até à Primavera de 2009, a tempo de este entrar em vigor antes das eleições para o Parlamento Europeu de Junho do mesmo ano.

Lisboa acredita que um acordo já na Cimeira de Lisboa criará um ambiente político mais favorável à concretização das outras grandes tarefas que a presidência portuguesa tem pela frente até ao final do ano: a organização da segunda cimeira UE/África, a gestão da sensível questão do Kosovo e o início das negociações internacionais para se aumentar a utilização de energias renováveis e comater as alterações climáticas.

O presidente do Conselho Europeu (Cimeira de líderes dos 27), o primeiro-ministro português, José Sócrates, pretende que os dirigentes da União discutam também na reunião de quinta e sexta-feira as formas de desenvolver a dimensão externa da Estratégia de Lisboa para o crescimento e modernização da economia europeia e para a criação de empregos.

«Em conjunto, devemos conseguir dar uma resposta mais ambiciosa à globalização, bem como assumir plenamente as responsabilidades da Europa na nova ordem mundial em construção», defende Sócrates na carta de convocação da Cimeira de Lisboa.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai introduzir este assunto na reunião de Lisboa dos chefes de Estado e Governo, tendo por base um documento apresentado recentemente por Bruxelas, com vista à revisão da Estratégia de modernização da economia europeia, durante a Cimeira da Primavera, já sob presidência da Eslovénia.

Fonte: Diário digital/Lusa




Trinta delegações oficiais na Cimeira Informal de Lisboa

A Cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, quinta e sexta-feira, traz a Lisboa trinta delegações com quatrocentas pessoas, mobilizando três mil polícias, um milhar de jornalistas e 70 oficiais de ligação com a sua babel de línguas oficiais.

A tradicional foto de família da Cimeira de Lisboa integrará 63 pessoas, nomeadamente os chefes de Estado e de Governo, o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o Alto Representante para as Relações Externas, Javier Solana, o anfitrião e Presidente em exercício da UE, José Sócrates, para além dos 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da União.

As trinta delegações presentes incluem as dos 27 Estados membros, da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu que serão acompanhadas por cerca de 1.300 jornalistas europeus e de diferentes partes do mundo e envolverá um considerável número de polícias, mas não obriga a medidas especiais de segurança, disse à Lusa fonte oficial.

«Não há nenhum plano especial», disse à agência Lusa o director do Gabinete Coordenador de Segurança, general Leonel Carvalho, precisando que a operação de segurança estará toda a cargo da PSP.

A protecção das altas individualidades que se deslocarão a Lisboa no âmbito da presidência Portuguesa da UE vai ser assegurada pelo Corpo de Segurança Pessoal daquela polícia e a vigilância feita igualmente por elementos da PSP destacados para o efeito.

Para além dos três mil agentes polícias destacados por Portugal para segurança nos hóteis, trânsito e sede da presidência, cada delegação oficial integra também os seus próprios agentes secretos e seguranças que não estão contabilizados neste total.

As delegações oficiais ficarão instaladas em oito dos principais hóteis de Lisboa, nomeadamente no Tivoli, Ritz,Sheraton, Meridien, Lapa Palace, Dom Pedro e Pestana Carlton.

As delegações serão transportadas nas suas deslocações em 65 viaturas topo de gama «Audi A8» e em 65 carrinhas «VW» conduzidas por agentes treinados para o efeito da PSP e da GNR.

O trabalho de bastidores do evento é garantido por 100 pessoas da organização auxiliadas nas diferentes salas e corredores da vasta sede da presidência portuguesa por dezenas de hospedeiras que prestarão ajuda aos delegados e jornalistas presentes.

Os trabalhos da Cimeira de Lisboa decorrerão em três grandes salas que ocupam toda a arena do Pavilhão Multiusos.Para além disso, cada delegação dispõe de gabinetes especiais com decoração personalizada e cuja identificação será feita com a flor da presidência portuguesa com as cores de cada país da União.

Na quinta-feira decorrem, em simultâneo, dois jantares de trabalho na sede da Presidência portuguesa no Pavilhão Atlântico, um para os chefes de Estado presentes e outro para os ministros dos Negócios Estrangeiros da União. A todos será servido um jantar com peixe (linguado) e, no dia seguinte, ao almoço uma refeição confeccionada com carne. As refeições serão regadas com vinhos da Cartuxa.

Todas as delegações oficiais e os jornalistas receberão como oferta da presidência uma original mochila «hi-tech» especialmente concebida para esta cimeira pela Universidade do Minho e que permite carregar telemóveis com energia solar. A oferta visa chamar a atenção para as energias limpas na Europa e para a capacidade de inovação tecnológica de Portugal nesta área.

Durante a presidência portuguesa, que termina a 31 de Dezembro, a iniciativa que mais atenção irá merecer por parte das autoridades policiais será a cimeira UE/Rússia, que traz a Portugal o presidente russo, Vladimir Putin, para um encontro que decorrerá no Palácio Nacional de Mafra, no próximo dia 26, disse Leonel Carvalho.

A particular atenção das forças policiais é justificada por Putin ser um dos principais líderes mundiais e, portanto, mais susceptível de vir a ser alvo de qualquer ataque ou atentado, que cabe às autoridades portuguesas impedir.

O outro grande encontro que deverá ocorrer durante a presidência Portuguesa será a cimeira UE/África, em Lisboa a 08 e 09 de Dezembro, mas neste caso o principal factor em termos de segurança é o elevado número de participantes, já que se aguardam chefes de Estado e de governo de todos os países africanos, além dos «25» da União Europeia, disse o director do Gabinete Coordenador de Segurança.

Três mil polícias na cimeira de Lisboa

Todos os cenários de terrorismo internacional foram estudados pela PSP que garante segurança reforçada para as delegações de alguns países. Lisboa é sala de visitas da Europa quinta e sexta-feira.

Três mil agentes da PSP foram mobilizados para garantir a segurança da Cimeira Informal de Lisboa, que decorre quinta e sexta-feira e obrigará à interdição do espaço aéreo no Parque das Nações, revelou hoje a polícia, noticia a Lusa.

Em conferência de imprensa, a PSP justificou hoje o elevado dispositivo com a Cimeira, mas também com a realização quinta-feira da concentração/manifestação organizada pela CGTP e que decorrerá na envolvente da

De acordo com a PSP, as delegações de Espanha, Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Suécia e Polónia vão merecer uma atenção especial por terem sido considerados países de maior risco, no que concerne à segurança.

Há várias delegações que mereceram uma atenção mais especial tendo em conta a avaliação de risco e de ameaça que foi produzida", explicou o subintendente Pedro Moura à TSF.
"Dentro do contexto internacional, há delegações que têm um grau de ameaça maior e que por isso vão ter uma segurança mais apertada", salientou ainda, durante a apresentação do plano.

O plano de segurança para a Cimeira Informal de Lisboa contempla a coordenação operacional com a Marinha, atendendo ao local do encontro, Autoridade Nacional de Protecção Civil, Instituto Nacional de Emergência Médica, que terá meios de socorro no local, e uma empresa de meios aéreos que disponibilizará três helicópteros.

Entre os meios especializados, a PSP vai montar um posto de comando aéreo, duas equipas técnicas formadas pelo Grupo de Operações Especiais (GOE), sendo que uma será aerotransportada.

A Força Aérea vai interditar o espaço aéreo sobre a zona Feira Internacional de Lisboa (FIL) e Pavilhão Atlântico, onde se realiza a Cimeira.

Os trabalhos da Cimeira de Lisboa decorrerão em três grandes salas que ocupam toda a arena do Pavilhão Multiusos. Cada delegação dispõe ainda de gabinetes especiais com decoração personalizada e cuja identificação será feita com a flor da presidência portuguesa com as cores de cada país da União.

A segurança das entidades vai ficar a cargo do Corpo de Segurança Pública, que disponibilizará 65 equipas de segurança pessoal e que contará com viaturas blindadas e outras, conduzidas por condutores da PSP e GNR com «formação em condução avançada».

A criação de itinerários seguros para a passagem das delegações e o local da cimeira, bem como as suas proximidades, serão também alvo da atenção da PSP, que garantirá também o policiamento permanente dos locais de alojamento das diversas entidades.

Atendendo à deslocação das delegações da Cimeira e à manifestação da CGTP, a PSP terá de condicionar o trânsito em vários locais da cidade de Lisboa, nomeadamente Marquês de Pombal, Amoreiras e Parque Expo.

Quinta-feira à tarde, entre as 16:00 e as 18:00 - hora de deslocação das delegações dos hotéis para a zona da Expo, a PSP vai condicionar o trânsito na Rotunda do Marquês de Pombal, zona envolvente ao Centro Comercial das Amoreiras, Rotunda das Pedreiras, Rotunda da Ford (Parque das Nações) e Alameda dos Oceanos entre a Rotunda da Ford e a Rotunda dos Vice-Reis.

Estes condicionamentos repetem-se sexta-feira desde as 7:00 até às 13:00, altura em que as várias delegações deixam o país.

A manifestação da CGTP, que deverá juntar 150 mil pessoas, obrigará a condicionamentos a partir das 13:00 de quinta-feira na Rua Marechal Gomes da Costa, Rua de Bissau, Rua Cidade de Bolama, Avenida Cidade de Luanda, Avenida de Berlim e Avenida D. João II e a todas as transversais a esta via.

Fontes: Lusa e AEIOU Quiosque

AGNES GONXHA BOJAXHIU


Foi a 17 de Outubro de 1979 que o Prémio Nobel da Paz foi atribuído a Agnes Gonxha Bojaxhiu, mais conhecida por Madre Teresa de Calcutá

O início de uma jornada

Partiu para a Índia em 1931, para a cidade de Darjeeling, onde fez o noviciado no colégio das Irmãs de Loreto

No dia 24 de maio de 1931, fez a profissão religiosa, e emitiu os votos temporários de pobreza, castidade e obediência tomando o nome de "Teresa". A origem da escolha deste nome residiu no fato de ser em honra à monja francesa Teresa de Lisieux, padroeira das missionárias, canonizada em 1927 e conhecida como Santa Teresinha.

De Darjeeling passou para Calcutá, onde exerceu, durante os anos 30 e 40, a docência em Geografia no colégio bengalês de Sta Mary, também pertencente à congregação de Nossa Senhora do Loreto. Impressionada com os problemas sociais da Índia, que se reflectiam nas condições de vida das crianças, mulheres e velhos que viviam na rua e em absoluta miséria, fez a profissão perpétua a 24 de maio de 1937.

Com a partida do colégio, tirou um curso rápido de enfermagem, que veio a tornar-se um pilar fundamental da sua tarefa no mundo.

Em 1946, decidiu reformular a sua trajectória de vida. Dois anos depois, e após muita insistência, o Papa Pio XII permitiu que abandonasse as suas funções enquanto monja, para iniciar uma nova congregação de caridade, cujo objectivo era ensinar as crianças pobres a ler. Desta forma, nasceu a sua Ordem – As Missionárias da Caridade. Como hábito, escolheu o sári, nas cores — justificou ela — "branco, por significar pureza e azul, por ser a cor da Virgem Maria". Como princípios, adoptou o abandono de todos os bens materiais. O espólio de cada irmã resumia-se a um prato de esmalte, um jogo de roupa interior, um par de sandálias, um pedaço de sabão, uma almofada e um colchão, um par de lençóis, e um balde metálico com o respectivo número.

Começou a sua actividade reunindo algumas crianças, a quem começou a ensinar o alfabeto e as regras de higiene. A sua tarefa diária centrava-se na angariação de donativos e na difusão da palavra de alento e de confiança em Deus.

No dia 21 de dezembro de 1948, foi-lhe concedida a nacionalidade indiana. A partir de 1950 empenhou-se em auxiliar os doentes com lepra.

Em 1965, o Papa Paulo VI colocou sob controle do papado a sua congregação e deu autorização para a sua expansão a outros países. Centros de apoio a leprosos, velhos, cegos e doentes com HIV surgiram em várias cidades do mundo, bem como escolas, orfanatos e trabalhos de reabilitação com presidiários.

Um serviço ao mundo

Ao primeiro lar infantil ou "Sishi Bavan" (Casa da Esperança), fundada em 1952, juntou-se o "Lar dos Moribundos", em Kalighat.

Mais de uma década depois, em 1965, a Santa Sé aprovou a Congregação Missionárias da Caridade e, entre 1968 e 1989, estabeleceu a sua presença missionária em países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos da América, Ceilão, Itália, antiga União Soviética, China, etc.

O reconhecimento do mundo pelo seu trabalho concretizou-se com o Templeton Prize, em 1973, e com o Nobel da Paz, no dia 17 de outubro de 1979.

Morreu em 1997, aos 87 anos, mas o seu trabalho missionário continua através da irmã Nirmala, eleita no dia 13 de março de 1997 como sua sucessora. Tratado como um funeral de Estado, vários foram os representantes do mundo que quiseram estar presentes para prestar a sua homenagem. As televisões do mundo inteiro transmitiram em directo durante uma semana, os milhões que queriam vê-la no estádio Netaji. No dia 19 de outubro de 2003, o Papa João Paulo II beatificou Madre Teresa.

Hoje a sua Congregação reúne 3.000 freiras e 400 irmãos, em 87 países, dando apoio aos mais necessitados em cerca de 160 cidades.

Um de seus pensamentos era este: “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”.

Controvérsias e Críticas

Críticos de Madre Teresa, nominalmente Christopher Hitchens, Aroup Chatterjee e Robin Fox, argumentam que sua organização fornecia ajuda abaixo dos padrões e esta primariamente interessada em converter pessoas à beira da morte para o Catolicismo, e usou doações para actividades missionárias em outros lugares, em vez de gastar na melhoria do padrão de ajuda médica. Esses críticos representam ainda uma pequena minoria mas colocaram objecções fortes às virtudes de Madre Teresa.

A Igreja Católica nega a maioria dessas críticas. Por exemplo, a ideia que missionários gastavam dinheiro em actividades missionárias parece óbvia e Madre Teresa nunca afirmou que suas actividades eram sobre ajuda médica. Christopher Hitchens escreveu que as próprias palavras de Madre Teresa sobre pobreza provam que "suas intenções não eram de ajudar as pessoas". Hitchens vai mais fundo afirmando que Madre Teresa mentiu a doadores sobre onde suas contribuições eram usadas.

Em 1994, Hitchens publicou um artigo no The Nation intitulado "O Demónio de Calcutá". Dr. Aroup Chatterjee, o autor de "Madre Teresa: O Veredicto Final" (2003), afirma que a imagem pública de Madre Teresa como ajuda dos pobres, dos doentes e dos à beira da morte é errada e exagerada; ele mantém que o número de pessoas que são servidas mesmo pela maior parte das casas não é perto do que os ocidentais são levados a acreditar.

Como o Vaticano aboliu o papel tradicional de Advogado do Diabo que servia um propósito similar, Hitchens foi a única testemunha chamada pelo Vaticano para dar evidência contra a beatificação e processo de canonização de Madre Teresa.

Agnosticismo

Em 2007 foram divulgadas cartas de autoria de madre Teresa, indicando uma ideologia agnóstica. Madre Teresa, em suas cartas, descreveu como sentia falta de respostas de Deus. Em 1956 escreveu: "Tão profunda ânsia por Deus - e ... repulsa - vazio - sem fé - sem amor - sem fervor. Almas não atrai - O céu não significa nada - reze por mim para que eu continue sorrindo para Ele apesar de tudo." Em 1959: "Se não houver Deus - não pode haver alma - se não houver alma então, Jesus - Você também não é real."

No entanto, o conteúdo de suas cartas não deve afectar a campanha por sua santificação, já que a igreja defende que outros santos também demonstraram dúvidas em relação a sua fé, como por exemplo São Tomé.

Fotos e texto tirados da Net.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Digam lá se o fado pode ou não ser falado



FADO FALADO P´RÁ SOSSEGA !!!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Maria Antonieta


“Foi a 16 de Outubro de 1793 que Maria Antonieta, rainha de França, casada com Luis XVI, foi executada por ter sido acusada de instigar à guerra civil”.

Maria Antonieta de Áustria (Maria Antónia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena) (Viena, 2 de Novembro 1755 - Paris, 16 de Outubro 1793), arquiduquesa da Áustria e rainha consorte da França de 1774 até a Revolução Francesa, em 1789. Maria Antonieta era a filha mais nova de Maria Teresa de Habsburgo e de Francisco Estêvão de Lorena , os imperadores da Áustria. Casa-se em 1770, aos 14 anos de idade, com o delfim francês Luís, que em 1774 torna-se o rei da França, com o nome de Luís XVI.

A infância de Maria Antonieta teve como cenário a pomposa corte de Viena. Ainda é conhecido hoje em dia o seu noivado com Mozart, o grande pianista, que, sendo então apenas uma criança de 5 anos, acreditava ingenuamente estar noivo da formosa filha dos soberanos do Sacro Império.

Exerceu grande influência política sobre seu marido, e, consequentemente sobre toda a França; apesar disso, ela pouco sabia sobre a vida dos plebeus franceses e o custo dela. Era impopular, ainda mais depois do caso do colar de diamantes. Um dos seus apelidos entre o povo era «a austríaca» ou «madame déficit» , alias o periodo antes da revoluçao era mais livre, nao havia censura , e lembra-se que a tortura foi proibida em 1788 , e a reprentaçao do terceiro estado foi dobrado pelos reis para contrariar os Nobres e a Igreja que nao queria reforma do impostos.

Em 1781 teve seu primeiro filho, e a partir de então residiu no palácio de Trianon. Desde então, parou de receber audiências de nobres, o que deixou a alta classe francesa revoltada contra sua pessoa. Ignorou os problemas por que o povo passava, desautorizando as reformas liberais propostas por Necker e Turgot.

Ao iniciar-se a Revolução Francesa, colocou o rei contra ela. Recusou as possibilidades de acordo com os moderados, e procurou que o rei favorecesse os extremistas para inflamar mais a batalha. Estudiosos dizem que ela procurava romper um conflito bélico entre França e Áustria, esperando a derrota francesa , mas isso era so depois da fuga de Varennes.

Em 1792 foi detida e encarcerada pela revolução, junto com seu marido. Depois da execução de Luís XVI, ficou conhecida como Viúva Capeto. Condenada à morte, morreu na guilhotina em 16 de Outubro de 1793.

O julgamento de Maria Antonieta

Maria Antonieta sentou-se sobre um assento de madeira. Dois Meses de Conciergerie haviam feito daquela rainha de 38 anos uma velha. Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. O presidente procedeu o interrogatório. Quando lhe foi perguntado seu nome, a acusada respondeu, com voz alta e clara: "Maria Antonieta da Áustria e da Lorena, trinta e oito anos, viúva do rei da França."

As perguntas sucederam-se de modo desordenado, algumas sem a menor importância. A rainha respondeu com precisão algumas vezes, com prudência outras, com altivez sempre. De repente, houve o testemunho sensacional de um sapateiro, um certo Simon: Maria Antonieta, durante seu cativeiro, teria submetido seu jovem filho a atos incestuosos. A acusada ficou pálida e visivelmente emocionada: "A natureza se recusa a permitir tal acusação feita a uma mãe", gritou ela: "eu apelo a todas as mães que por ventura aqui estiverem". Esse tom sofrido produziu sobre todos uma forte impressão. As pessoas recusaram-se a acreditar em tamanha monstruosidade. Pela primeira vez, o povo estava a favor de Maria Antonieta.

Em seguida, foi a vez das testemunhas. Quarenta e uma pessoas desfilaram por ali, sem fazer qualquer contribuição útil ao processo. No interrogatório, ela foi acusada de ser a instigadora da guerra civil. Depois veio a defesa e, então, Maria Antonieta foi condenada à morte e executada no dia 16 de outubro 1793 , ela foi ao suplicio numa gaiola ( Luis XVI teve um carrossel , com grande coragem, sem medo, sendo seu corpo foi colocado numa fossa comum com o seu marido e apos o regresso dos Bourbons , os corpos foram sepultados na Basílica de Saint Denis ( perto de Paris ) e no sitio da fossa comum foi edificada a capela " expiatoire ".

Ela teve 4 filhos Madame Royale ( 1778 -1851 ), um filho nascido em 1781 e morto em 1789 e Luis XVII ( 1785 - 1795) que morreu numa prisão e Maria-Sofia ( 1786 - 1787 ).

Apesar de não haver provas suficientemente embasadas, há quem atribua a Maria Antonieta a famosa frase: " Se não tem pão, sirvam brioches." Proferida a uma de suas camareiras quando a população faminta, gritava em frente aos portões de seu palácio por algo para comer. tal frase representa o descaso e a distância em que a consorte vivia em relação a população francesa.

Foto e texto tirados da Net.





Deixo-vos com esta voz maravilhosa, que é portuguesa, é nossa.

AFIFE

Vou contar-vos hoje uma pequena história da minha infância passada em Afife.

Naquela época, muitas aldeias portuguesas não tinham água canalizada, luz eléctrica, ruas e caminhos alcatroados etc, etc, etc.

Afife não fugia à regra, mas desde que me conheço, pelo menos a luz eléctrica existia na aldeia, embora não em todas as casas. Na casa de minha avó a luz chegou mais tarde e ainda me lembro de jantar à luz de pequenos candeeiros a petróleo. A água íamos buscá-la em bilhas de barro, eu e os meus primos, pequeno contributo que dávamos na lide da casa. Era uma encantadora bica de água de nome “pincho” se não me engano.

Na aldeia, existia e ainda existe, felizmente cheia de força e dinâmica, uma Associação denominada Casino Afifense, onde a população se juntava em amenas cavaqueiras e onde à noite ia ver a televisão, novidade que então apareceu.

Os tempos eram difíceis e para além de pouca gente ter luz eléctrica em casa, quase ninguém tinha televisão. Por isso era ali que o pessoal da terra se juntava para ir ver a TV, como se de cinema se tratasse.

O Casino está localizado bem no centro da aldeia, junto à Estação da CP e assim de fácil acesso aos grupos das gentes que ali se dirigiam para uma noite bem passada. Este grupos eram maioritariamente constituído por mulheres e rapaziada nova, que os homens ou estavam emigrados, ou então para lá iam mais cedo.

As gentes minhotas sempre foram muito devotas e isso está bem patente nas inúmeras capelas que esta aldeia minhota de casario branco, como era seu orgulho, tem pelos montes que dela fazem parte.

Jovem eu, reunia-me também no Casino com pessoal do meu tempo e como não podia deixar de ser muitas maroteiras fazíamos por aquela terra. Esta particularmente, tenho de a contar.

Conhecedores do temor e respeito que aquelas mulheres minhotas tinham, e têm, pelas coisas religiosas e pelas muitas histórias do “além” que polvilham a mente do nosso povo, o meu grupo de adolescentes, uma vez por outra, tomava a iniciativa de “brincar” assustando os vários grupos de mulheres quando regressavam a casa depois de uma noite de televisão passada no Casino.

Foi assim que uma bela vez, resolvemos fazer um boneco com um pau de vassoura para lhe dar firmeza, uns fatos velhos de nossos pais, um chapéu velho em cima de uma abóbora oca, uma pequena vela acesa dentro dela, uns velhos sapatos, um cigarrito aceso cuidadosamente e colocado numa das luvas que serviam de mãos ao dito boneco e na outra uma garrafa escura vazia.

Das muitas crenças que habitam na cabeça do povo daquela aldeia, uma havia que contava que num determinado portão que dava acesso a um terreno meio abandonado, debaixo de uma secular árvore (não me recordo que espécie de árvore era), e por onde fatalmente alguns grupos de mulheres passariam no regresso a casa, uma alma aparecia, dizia-se, a quem por ali passasse.

Pois bem meus amigos, boneco colocado estrategicamente; confirmada a aproximação de um grupo de mulheres, algumas nossas mães, lá nos fomos pôr em local bem escondido mas que nos permitiria assistir ao susto que estávamos prestes a pregar. Tudo certo e perfeito, tal o cuidado que tivera-mos na elaboração do boneco e na sua colocação encostadinho ao dito portão assombrado.

Só que, no momento em que estaríamos já do outro lado do caminho, em direcção ao milho alto que nos serviria de esconderijo, algo de muito estranho se terá passado. O referido boneco, como que por artes mágicas, dobrou-se sobre a cintura e caiu para a frente com um estranho barulho que nenhum de nós soube identificar. Nem preciso de vos contar quem foram os assustados, porque as pernas não se fizeram rogadas e cada um de nós só parou bem longe dali.

Até hoje nunca conseguimos saber o que se terá passado, nem obtivemos respostas. Também nenhum de nós se mostrou mais interessado em aprofundar o mistério que perdura no sotão de recordações de cada um de nós.

Quanto ao grupo de mulheres que por ali passou, ao que dizem passou um mau bocado, mas como mulheres do norte que eram, depois do primeiro impacto, avançaram corajosamente e pelo boneco deitado no caminho passaram em silêncio, que o respeito é muito bonito.

Ninguém soube quem foram os malandrecos que tinham feito tal marosca e tinham reacendido uma lenda mal resolvida, mas ficou a desconfiança claro, que aquela rapaziada do meu tempo, inquieta e rebelde, muitas destas brincadeiras fazia mas não tinha maus hábitos nem maus instintos. Eram tempos em que se podia brincar e a população passado o susto ria a bom rir destas aventuras dos seus filhos.

Com uma descrição sobre esta linda terra deixo-vos com um abraço a todos.

A aldeia

Afife é uma terra portuguesa do concelho de Viana do Castelo, com 11,08 km² de área e 1677 habitantes, censo de 2001, é situada no litoral Norte de Portugal, confronta a Norte, parcialmente, com a freguesia de Vila Praia de Âncora, concelho de Caminha, e Freixieiro de Soutelo, no concelho de Viana do Castelo; a Sul, com a freguesia de Carreço e com uma pequena área da freguesia da Areosa; a Este com a freguesia de Outeiro; e a Oeste com o Oceano Atlântico.

Afife detém um admirável cenário de paisagens. A praia é de areia branca e fina e prolonga-se por toda a extensão da costa de mar (cerca de 4 quilómetros), intercalada em certas zonas por penedos.

Na freguesia de Afife nasce um rio com o mesmo nome, que tem três afluentes: os ribeiros da Pedreira, de Agrichousa e do Fojo.

Topónimo

É possível que o topónimo Afife se trate de um genitivo antroponímico árabe, Afif, que inicialmente era utilizado como adjectivo para designar algo ou alguém virtuoso; mais tarde porém, aparecia num documento de 1108, com a designação Afifi, sugerindo a existência de uma Villa Afifi, que adquiriu o nome do seu senhor. Ao longo dos séculos, o topónimo foi apresentando diferentes grafias: Fifi, Affifi, Afifi até culminar em Afife.

Há ainda uma outra versão considerada popular. Segundo o arqueólogo José Bouça, a origem do topónimo é romana, de Aff-hifas, significando sopa de cabelos. Esta definição remonta à época em que a legião de Júlio César invadiu as terras lusas, massacrando as populações e violentando donzelas e damas lusitanas. Estas, para fugir a tal horror, torturaram-se a elas próprias, desfigurando os rostos e cortando os cabelos, cujas madeixas esconderam na corrente de uma fonte, para que não fossem manchadas pelos lábios impuros do inimigo; os soldados, para matar a sede, dirigiram-se à fonte e refrescaram os seus lábios com os cabelos molhados das donzelas, resultando daí a expressão: sopa de cabelos.

Há ainda a considerar, que se pode encontrar a localidade de Afif, que se situa entre Meca e Medina na Arábia Saudita e outra no Gana, com o nome de Afife.

Turismo

Com cerca de 4 quilómetros de areias brancas e finas, Afife tem 3 praias que ostentam há vários anos a Bandeira Azul.

Da oferta hoteleira fazem parte um hotel com 65 quartos e várias casas de turismo rural. No Verão é ainda possível alugar quartos e casas de particulares.

A nível gastronómico, existem vários restaurantes de grande qualidade, alguns deles oferecendo pratos exclusivos e muito característicos como é o caso do afamado Robalo cozido com algas, servido no restaurante Mariana.

Acessibilidades

O principal acesso rodoviário de Afife é a Estrada Nacional 13, através da qual se pode chegar de Sul, por Viana do Castelo, e de Norte, por Vila Praia de Âncora.

A freguesia é servida também por via ferroviária através da linha do Minho, dispondo de um apeadeiro onde efectuam paragem os comboios regionais da CP.

A sua padroeira é Santa Cristina

AFIFE espera que a visitem.

Algumas fotos e parte do texto foram tirados da Net

domingo, 14 de outubro de 2007

DR. PEDRO HOMEM DE MELLO


Dos tempos da minha infância guardo as férias passadas em casa de minha avó materna bem no litoral minhoto, onde os dias me pareciam sempre mais bonitos mesmo que a chuva fosse visita de casa.

Um extenso areal que se estende desde o Farol de Montedor quase até à Gelfa, cujos limites reais da praia, talvez não sejam bem esses. Para mim eram. Chegado de manhã à minha praia de Afife, bastava-me olhar para a esquerda e ver o Farol de Montedor e para a direita e ver a Gelfa com toda a plenitude do seu pinhal. Para mim eram, sempre foram, as extremas da minha praia.

Por vezes, voltando as costas ao mar, ficava a contemplar a aldeia de casinhas brancas espalhadas pelas encostas da serra, ver o monte de Santo António, o Casino...

Era ali que as minhas férias eram saboreadas cada momento. A praia de águas geladas, nunca me atemorizaram, nem o frio me vencia, tal era a vontade de nelas me banhar.

A idade também a isso ajudava, no entanto, passadas algumas dezenas de anos, ainda nelas me deito, com a sofreguidão de um adolescente...

Foram momentos que nunca mais esquecerei. Tenho-os todos arquivados no baú das memórias que o caruncho do tempo vai corroendo. E se alguns vou perdendo estes continuam intactos.

De entre todos eles um há que me merece uma recordação especial, pela importância que para mim representava na altura, poder estar lado a lado com um homem cujo valor eu sabia incomparável. Era ele Pedro Homem de Mello, homem do folclore, escritor, poeta que Amália Rodrigues tanto cantou.

Montado na sua velha bicicleta, o Dr. Pedro chegava à praia, e ia colocar-se perto da rebentação. Tinha sempre uma palavra amiga ou um cumprimento para todos. Muitas vezes, éramos companheiros do banho, porque nunca fui muito atrevido e ali ficava lado a lado com aquele senhor que me habituei a ver por Afife.

O lindíssimo Convento de Cabanas era a sua casa, e de seu filho Salvador fui companheiro de aventuras de juventude. Infelizmente, nenhum deles está já entre nós.

Que descansem em paz.

Aqui fica a minha modesta homenagem ao Dr. Pedro Homem de Mello, de quem tenho muitas saudades, e que não sendo de Afife, tal como eu, a soube cantar e eternizar, melhor que ninguém. Até um dia destes Dr. Pedro.

Biografia

Pedro da Cunha Pimentel Homem de Mello, poeta, professor e folclorista, nasceu no Porto a 6 de Setembro de 1904, no seio de uma família fidalga, filho de António Homem de Mello e de Maria do Pilar da Cunha Pimentel, tendo desde cedo sido imbuído de ideais monárquicos, católicos e conservadores. Foi sempre um sincero amigo do povo e a sua poesia é disso reflexo. O seu pai, pertenceu ao círculo íntimo do poeta António Nobre.

Estudou Direito em Coimbra, acabando por se licenciar em Lisboa, em 1926. Exerceu a advocacia, foi subdelegado do Procurador da República e, posteriormente, professor de português em escolas técnicas do Porto (Mouzinho da Silveira e Infante D. Henrique), tendo sido director da Mousinho da Silveira. Membro dos Júris dos prémios do secretariado da propaganda nacional. Foi um entusiástico estudioso e divulgador do folclore português, criador e patrocinador de diversos ranchos folclóricos minhotos, tendo sido, durante os anos 60 e 70, autor e apresentador de um popular programa na RTP sobre essa temática. Pedro Homem de Mello casou com D. Maria Helena Pamplona e teve dois filhos, Maria Benedicta, que faleceu ainda criança e Salvador Homem de Mello, que faleceu sem deixar descendência poucos anos após o seu pai.

Foi um dos colaboradores do movimento da revista Presença. Apesar de gabada por numerosos críticos, a sua vastíssima obra poética, eivada de um lirismo puro e pagão (claramente influenciada por António Botto e Federico García Lorca), está injustamente votada ao esquecimento. Entre os seus poemas mais famosos destacam-se Povo que Lavas no Rio (imortalizado por Amália Rodrigues), Havemos de Ir a Viana e O Rapaz da Camisola Verde.

Afife (Viana do Castelo) foi a terra da sua adopção. Ali viveu durante anos num local paradisíaco, no Convento de Cabanas, junto ao rio com o mesmo nome, onde escreveu parte da sua obra, "cantando" os costumes e as tradições de Afife e da Serra de Arga.

Faleceu na sua cidade natal, o Porto a 5 de Março de 1984.

Do livro “Estrela Morta” fica o poema “Berço”

Mansa criança brava,
Fui das mais,
Diferente.
Então, tristes, meus pais
Sentiram, certamente,
Em mim, como um castigo!

Noite e dia eu sonhava...
E era sempre comigo!

Depois, fugindo à gente
Eu procurava as flores,
Em todas encontrando
Jeito grácil e brando
De brinquedos e amores...

As violetas sombrias
Dos bosques de Cabanas
Essas, sim! Entendias
E julgava-as humanas!...

Do livro “Bodas Vermelhas” o poema “Mater Dolorosa”

A Mãe do Poeta chora
E a sua canção inquieta

Parece pedir perdão
Aos homens sem coração
Por ter um filho Poeta...

Na praia, em pequeno, um dia
Meteu-se à onda bravia
Que, à das águas, trazia
Um peixe cor do luar...
Mas a onda fez-se mansa.
Teve dó dessa criança
Cujo crime era sonhar!

Certa noite, à sua porta,
Vieram cantar os Reis
- Ai! a de branco! a de branco!
Fulvo cabelo aos anéis...
Flor, entre os dedos, singela...
E ele, então, logo perdido,
Foi pela rua, atrás dela.
No rastro do seu vestido...

Aos vinte anos, cismador,
Esqueceu que havia as Sortes.
Magrinho, falho de cor...

Por isso, os mais, que eram fortes
(Os que tinham ido às Sortes!)
Lhe chamam desertor.

Em tardes de romaria,
Todo o mundo o viu bailar!
Quando o seu corpo bulia,
Subiam torres ao ar...
Por fim, calava-se a dança.
E ele, de novo, a criança,
Que a onda brava, depois mansa,
Recolhera no caminho...

Formou-se em Doutor de Leis.
Que pode a idade e os estudos?
Seus olhos ficaram mudos
À letra fria das leis.
Seus olhos só viam dança...
Se ainda era a mesma criança
Que ouvira cantar os Reis!

E a mãe do Poeta chora.
E a sua canção inquieta,
Perece pedir perdão
Aos homens sem coração
Por ter um filho Poeta...

Em lápide na entrada do cemitério de Afife estão escritos estes dois poemas:

Não choreis os mortos

Lembrai-vos dos enfermos, dos cativos, da multidão sem fim,
dos que são vivos, dos tristes que não podem esquecer!
E ao meditar então na Paz da morte,
vereis talvez como é grande a sorte daqueles que deixaram de sofrer

Últimas Vontades

Enterrem os meus ossos em Afife
No bravo jardim que me fez Homem
Pois quero ter (se os cardos também comem)
A sua fome por esquife


O amor profundo à terra, às tradições populares, o Poeta cantou com enlevo. Um amor puro aos rios, aos prados, às gentes. Vemo-lo, em "Havemos de ir a Viana":

"...SE O MEU SANGUE NÃO ME ENGANA,
COMO ENGANA A FANTASIA,
HAVEMOS DE IR A VIANA,
OH MEU AMOR DE ALGUM DIA...
PARTAMOS DE FLOR AO PEITO,
QUE O AMOR É COMO O VENTO
QUEM PÁRA, PERDE-LHE O JEITO,
E MORRE A TODO O MOMENTO...
CIGANOS VERDES CIGANOS,
DEIXAI-ME COM ESTA CRENÇA:
OS PECADOS TÊM VINTE ANOS,
E O REMORSO TEM OITENTA..."

Poema que Amália cantou tão bem, e que se tornou num hino de alegria cantado na Cidade de Viana, especialmente durante as célebres Festas em honra da Senhora da Agonia.