sábado, 11 de agosto de 2007

TERTÚLIA DE SÃO MARTINHO DO PORTO




Preocupações ambientais em São Martinho do Porto

.

Com o mês de Agosto a fazer sentir as suas marcas, realizou-se ontem na lindíssima e bem cuidada sala do Palace do Capitão na marginal desta vila a 2ª Tertúlia de São Martinho perante uma assistência de uma dúzia de pessoas. Não foi seguramente a quantidade que fez a qualidade e isso ficou bem patente nesta sessão da Tertúlia de São Martinho.

Com os oradores a não deixarem por mãos alheias os seus créditos, assistiu-se a uma sessão de cerca de duas horas sobre o tema proposto, o Ambiente e as preocupações ambientais da população desta magnifica Vila.

Em amena cavaqueira as palavras foram saltando para as mesas e o debate enriqueceu todos os presentes pois foram abordadas questões ambientais que preocupam São Martinho do Porto e os seus habitantes.

Entre outras questões, e através da pormenorizada e brilhante explanação feita pelo Engº Valdemar Rodrigues, ficou a saber-se por exemplo que a ETAR de São Martinho do Porto não está a funcionar a 100% sendo a causa dos intensos maus cheiros que se fazem sentir na marginal e em especial durante o período nocturno;

Que a qualidade das águas da Baía é afinal muito aceitável, tendo-se assistido à explicação dada pela Drª Maria de Jesus Fernandes sobre a coloração da água na Baía o que deixou os presentes que nesta época do ano entenderam mesmo assim que lhes interessava saber das coisas da sua terra, descansados sobre a matéria;

Que as análises efectuadas pelo próprio Microbiologista Rodrigo Neto e por aquelas a que teve acesso e efectuadas pela Quercus apontam no sentido de que a qualidade da nossa água é muito aceitável e permite sem grandes preocupações que os veraneantes possam vir a banhos na nossa praia.

O projecto do campo de golf e os estudos ambientais que para o efeito deveriam ter sido feitos foram também tema desta Tertúlia que abordou ainda questões como o saneamento da Vila, o ordenamento e a explosão imobiliária que se faz sentir.

Foi sob um animado e participativo debate que esta sessão terminou, deixando no ar a ideia que o tema merece nova abordagem e com maior assistência pois as questões ambientais devem estar presentes em todos os projectos da gerações actuais e futuras.

Fizeram-se notar as ausências de um representante da Câmara Municipal de Alcobaça que convidada para o efeito não só não comparece como nem sequer responde aos convites que já lhe foram feitos, dando claros indícios que os temas abordados pela população de forma ordeira, pacifica e apolítica não merece da sua parte qualquer manifestação, mesmo sabendo da importância que representa a discussão de matérias importantes como as que já foram tratadas, JUVENTUDE QUE FUTURO, e PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS, bem junto daqueles que representam o que lamentamos.

Também a Empresa Águas do Oeste não esteve presente, mas a sua ausência foi justificada e motivada pela época do ano que atravessamos, tendo manifestado interesse em participações futuras o que registámos com agrado.

No próximo mês de Setembro uma nova Tertúlia terá lugar com tema e local a designar oportunamente.

José Gonçalves


sexta-feira, 10 de agosto de 2007

RECEITA DE MULHER


“Bom dia, hoje acordei bem disposto e apeteceu-me passar os olhos pelos apontamentos que vou guardando.
Nada melhor que ler e reler Vinicius de Morais para um dia relaxante.
Aproveitem bem e tenham um dia feliz”
José Gonçalves


RECEITA DE MULHER

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflicta e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce
relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher de sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imunerável.

Vinícius de Moraes


quinta-feira, 9 de agosto de 2007

NOVO BRAÇO DE FERRO ENTRE ALBERTO JOÃO JARDIM E O GOVERNO



DIPLOMAS QUE RECEBERAM UM "NÃO" DA REGIÃO

João Jardim trava aplicação de mais uma lei do Governo PS

É mais uma lei do Governo Sócrates que Alberto João Jardim não tenciona cumprir. Trata-se da reforma do sistema de carreiras da Administração Pública, que terá de entrar em vigor em Janeiro próximo e prevê a fusão de 1473 carreiras em apenas três. Para o presidente do Governo Regional, a reforma terá de ter em conta as especificidades do arquipélago que, alega, possui profissões inexistentes no resto do país.
Segundo avançou o "Diário de Notícias da Madeira", ontem, a região já tem um parecer técnico sobre a reforma que os vários ministérios terão de operacionalizar até ao final de Agosto. O documento, "muito crítico e céptico em relação à metodologia a seguir", já foi entregue à bancada do PSD na Assembleia Legislativa Regional e será discutido logo no reinicio da sessão legislativa, suportando a recusa da região em aplicar à letra a reforma do sistema de carreiras.
Segundo adiantou ao JN fonte do Governo Regional, Jardim tenciona apresentar uma alternativa entre Outubro e Novembro, no sentido de manter na região mais do que as três carreiras pretendidas pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e que vão avançar já no início do ano.

"Procedimento normal"

Os propósitos do Governo Regional são bem vistos pela Oposição. "O CDS/PP não discorda que se faça uma adaptação da legislação nacional à região autónoma. A própria Constituição prevê que a região possa aplicar legislação nacional à sua especificidade", sustentou, ao JN, o líder regional do CDS, José Manuel Rodrigues. "É um procedimento normal do Governo Regional", acrescentou aquele dirigente democrata-cristão, defendendo que a Madeira "deve salvaguardar" as carreiras específicas que tem, como o polícia florestal.
Também para o dirigente comunista Edgar Silva, a proposta do Executivo nacional "é muito negativa". "O Governo está a enveredar por um confronto directo com as instituições. É um caminho perigoso para as autonomias", afirmou.
Edgar Silva critica, contudo, o facto de Alberto João Jardim, recorrentemente, recusar-se a aplicar leis da República, só porque não concorda com elas. "Esta situação de conflito coloca questões delicadas, como até que ponto as regiões autónomas estão obrigadas a dar cumprimento a legislação nacional e que instrumentos dispõe o Estado para dar cumprimento à legalidade".

Aplicação faseada

A recusa de Jardim em aplicar na íntegra a reforma das carreiras da Administração Pública merece inclusivamente o apoio do novo líder regional do PS, apesar deste ter acusado ontem Jardim de "terrorismo de Estado" pelo incumprimento da lei do aborto. "São questões diferentes", explicou, ao JN, João Carlos Gouveia.
Para o recém-eleito líder socialista, Jardim merece ser criticado
sim pelo atraso a que dotou o arquipélago. Aliás, a razão pela qual não existem condições para se aplicar, na íntegra, reformas "fundamentais" como a das carreiras, com a mesma grandeza que no Porto ou em Lisboa.
"A situação é tão grave por estes 30 anos de governação que as reformas importantes do país têm consequências dolorosas para os funcionários públicos da região e a sua aplicação tem de ser faseada", justificou João Carlos Gouveia.

Despenalização do aborto

Primeiro, disse que só cumpriria a lei quando o Tribunal Constitucional se pronunciasse. Depois, exigiu compensações financeiras. Está por aplicar.

“Pelos vistos falta dinheiro na Madeira, mas o custo do aborto na madeira ronda os 230 mil euros por ano o que representa um quarto do subsídio concedido ao Rali da Madeira e ainda 96 segundos a menos nos oito minutos do espectáculo pirotécnico de fim-de-ano no Funchal, em que Madeira "queima" 1, 2 milhões de euros”.
José Gonçalves

Protocolo de Estado

O Governo Regional contestou a exclusão da Igreja de um lugar específico no Protocolo de Estado, aprovado em Julho de 2006. Disse também que secundariza "os eleitos pelo povo soberano".

Incompatibilidades

O Parlamento queria alargar o regime de incompatibilidades aos deputados regionais. Jardim recorreu para o Tribunal Constitucional e ganhou.

Devedores ao Fisco

O presidente do Governo Regional da Madeira recusou-se a incluir os faltosos da Madeira na lista nacional de devedores ao fisco.

Lei de Finanças Regionais

Jardim usou, de novo, o argumento da inconstitucionalidade. Mas o Tribunal Constitucional validou a Lei das Finanças Regionais. Então, o líder do PSD/Madeira demitiu-se e provocou eleições, reforçando a maioria.

Hermana Cruz

Comentário:

Não estando em causa a justiça deste não, começa a ser repetitiva a constante guerrilha que o Senhor Alberto João vem tendo com o Governo da Nação, cansando os portugueses com a sua postura arrogante e a sua falta de educação, de tal forma que mesmo tendo razão em algumas das suas reacções, sentimos todos cá por dentro uma vontade enorme de sermos nós a dizer a este Senhor: BASTA ! TENHA VERGONHA!

É um pouco como aquele ditado que nos diz que soa tanta vez o alarme falso, que no dia em que for verdade ninguém acredita.

TENHA MANEIRAS HOMEM!


quarta-feira, 8 de agosto de 2007

MOMENTOS DE BOA DISPOSIÇÃO





MOMENTOS DE BOA DISPOSIÇÃO

Nos tempos que correm em que vivemos todos a correr, sem tempo para nada, nem mesmo para sorrir, lembrei-me de vos deixar uma ou outra foto que espero vos faça sentir bem dispostos e vos deixe um sorriso nos lábios.

Não pretendo ferir a sensibilidade de ninguém e muito menos fazer humor barato, apenas quero fazer um intervalo entre tantas notícias que nos vão deixando preocupados e nos fazem franzir o sobrolho.

Façam favor de parar, ouvir e olhar á vossa volta e percebam que a vida pode ser levada de uma forma mais alegre. Irão ver que tudo se tornará mais fácil de resolver.

As fotos foram todas tiradas da Net, onde encontramos quase tudo o que procuramos.

Que te fizeram Maddie McCann ?



Jornal digital de Terça Feira 07 de Agosto de 2007

Maddie pode ter sido morta no apartamento

Lagos - Cães ingleses encontraram vestígios de sangue de uma pessoa morta, que podem ser de Madeleine, no apartamento dos McCann, no complexo turístico «Ocean Club» na Praia da Luz, segundo notícia publicada no Jornal de Notícias.

As novas pistas apontam para a hipótese de que Maddie possa ter sido morta por acidente no apartamento da Praia da Luz e por isso a investigação deverá centrar-se agora na família e amigos.

Conforme o jornal publicou os vestígios de sangue foram descobertos numa parede do quarto ocupado pelo casal McCann. Os indícios apontam para a morte da criança dentro do apartamento, mas não é certo para os investigadores que se tenha tratado de homicídio, apesar de, e de acordo com os elementos recolhidos pelos peritos forenses, alguém ter tentado limpar os referidos vestígios, informa o JN.

A Policia Judiciária deu no domingo por terminadas as buscas que levou a cabo nos últimos dois dias na propriedade de Robert Murat, o único arguído no caso do desaparecimento de Madeleine McCann, não tendo revelado o resultado das mesmas.

Cães buscam mais vestígios

Os dois cães ingleses que desde há uma semana colaboram na investigação ao desaparecimento ou morte de Madeleine McCann estão a tentar reconstituir um eventual percurso da menina inglesa após ter saído, provavelmente já sem vida, do apartamento no Ocean Club, na Praia da Luz, em Lagos. Isto depois de terem sido detectados no quarto dos pais vestígios de sangue, presumivelmente da criança. Ontem, foram vistoriados mais cerca de dez carros de pessoas envolvidas no caso.

Os investigadores procuram agora detectar nos cães comportamentos idênticos aos verificados no apartamento. Enquanto um dos "cocker spaniel" descobriu vestígios de sangue numa parede, o outro detectou o odor de um cadáver no mesmo local. Conjugados estes dois factores, ganha consistência a tese de a menina ter morrido no próprio quarto dos pais, como ontem noticiou o JN, vítima de um acidente ainda não explicado, como se inclina, neste momento, a PJ, ou de um crime. Mostra-se, por isso, cada vez mais remota a tese de sequestro

De acordo com informações obtidas pelo JN, os vestígios de sangue recolhidos estão agora a ser analisados por especialistas em ADN e comparados com o perfil genético de Maddie, com vista a tirar dúvidas ainda existentes sobre a quem pertencem as amostras detectadas. Só depois, a PJ deverá avançar para novas inquirições ao casal McCann e círculo de pessoas próximas. As testemunhas serão confrontadas com os elementos entretanto recolhidos.

As diligências consistiram, ontem, em vistorias nos automóveis de Robert Murat, na carrinha da mãe, Jenny, e ainda nos carros de Tuck Price, amigo e porta-voz de Murat, Ralf, tio do arguído, Serguei Malinka, o russo que manteve negócios com o luso-britânico, dos amigos Mikaela e Luís António, e ainda na viatura utilizada pelo casal McCann nos dias que antecederam o desaparecimento da filha.

Investigar outro crime

A operação com recurso a filtros de luzes para detecção de vestígios e aos dois cães pisteiros ingleses decorreram no parque de estacionamento subterrâneo do Largo 1.º de Maio, em Portimão, mesmo em frente das instalações da Câmara e do Departamento de Investigação Criminal da Judiciária.
A PJ pediu à PSP que vedasse ao público três dos quatro pisos do parque e durante horas os técnicos mantiveram-se ali a fazer as análises. Ao final da tarde, a maioria dos automóveis, conduzida por inspectores, foi entregue aos legítimos proprietários, mas a viatura da família McCann ainda estava a ser analisada à hora do fecho desta edição.
Fonte ligada às investigações explicou ao JN que algumas das viaturas já tinham sido passadas a pente fino em Maio, aquando do início da investigação. Porém, a possibilidade de a criança de quatro anos ter sido morta no apartamento levou os investigadores a "repensar toda a estratégia" e a "analisar novamente todos os vestígios encontrados e os locais prováveis por onde a criança possa ter passado".
O recurso a outras técnicas de investigação por parte da PJ e da Polícia inglesa aparece por estar a ser explorada uma nova linha na investigação. A utilização de filtros de luzes ultravioleta surge pelo facto de só agora haver indícios que apontam para a morte da menina. "A primeira hipótese colocada foi o rapto, mas o cenário mudou e é nisso que estamos a trabalhar", concluiu.

Kate e Gerry McCann deverão voltar a ser ouvidos ainda esta semana, numa derradeira tentativa de perceber o que realmente se passou dentro do apartamento do Ocean Club, no dia 3 de Maio. A Portugal devem chegar, entretanto, os três casais ingleses que passaram férias com os McCann.

Sangue de cadáver diferente de sangue de pessoa viva

Entre o sangue de um cadáver e o de uma pessoa viva, há diferenças na sua composição química. José Eduardo Pinto da Costa explica que a distinção é feita ao nível da "coagulação" e na presença de coágulos vermelhos e brancos. "O sangue de cadáver tem mais coágulos brancos ou fibrinosos", diz ao JN o professor-catedrático de Medicina Legal, sublinhando que esta detecção não é possível com recurso a exames em Portugal. Admite, porém, que existam cães que possam ser treinados para distinguir os dois tipos de sangue. "Enquanto os humanos têm cinco milhões de células olfactivas, os cães têm 220 milhões!". Apesar da explicação de Pinto da Costa, outros especialistas em medicina forense dizem não ser possível distinguir entre o sangue de uma pessoa viva e o de um cadáver. No caso de Maddie, um dos cães detectou o odor a sangue, enquanto o outro deu conta de ali ter estado um cadáver. É a conjugação destes dois factores que leva os investigadores a acreditar que Maddie morreu no quarto dos pais.

Alexandra Serôdio, Marisa Rodrigues , e Nuno Miguel Maia
Jornal de Noticias de 07 de Agosto de 2007


terça-feira, 7 de agosto de 2007

Telescópio espacial Spitzer detecta colisão cósmica gigante




Telescópio espacial Spitzer detecta colisão cósmica gigante


De Washington chegou a notícia de que às 20h21m de segunda feira passada, dia 6 de Agosto de 2007, o observatório espacial Spitzer, da Nasa, captou uma das maiores colisões cósmicas na história da astronomia, informou o Laboratório de Propulsão a Jacto (JPL) dos Estados Unidos.

Trata-se de quatro galáxias que se chocaram espalhando no cosmos biliões de estrelas, disse o laboratório da Nasa em comunicado.
Em última instância essas quatro galáxias ficarão reduzidas a uma só, que terá uma massa dez vezes superior à da Via Láctea onde está o sistema solar da Terra.
"A maioria das galáxias se fundem em um choque como se fossem automóveis compactos", disse Kenneth Rines, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.
No entanto, "o que temos aqui é o choque de quatro camionetas carregados com areia, que se espalha por todos os lados", disse.
A fusão de quatro galáxias foi descoberta acidentalmente pelo telescópio espacial quando realizava uma prospecção de um conjunto galáctico chamado CL 0958 4702 situado a quase 5 biliões de anos luz da Terra.
Os dados da Spitzer mostram que nesta fusão há muito pouco gás, ao contrário do que ocorre em outras fusões galáticas, diz Rines.
O cientista acrescentou que a informação fornecida pelo telescópio é "a melhor evidência de que as galáxias do universo se formaram recentemente através de grandes
fusões".

Análise mais recente, revelou que uma das galáxias, chamada NGC7318b, não só está caindo em alta velocidade na direcção das demais, como vem gerando uma enorme onda de choque no processo. Essa onda é maior que a Via-Láctea, e se propaga no gás entre as galáxias. A análise revelou ainda a presença de uma onda de choque ou “estrondo sónico”no meio do Quinteto de Stephan um grupo de galáxias que é palco de um gigantesco cataclismo. A descoberta feita por um grupo internacional de cientistas , oferece uma visão do que poderia ter ocorrido no inicio do universo, quando enormes fusões e colisões de galáxias eram comuns. A pesquisa será publicada no Astrophysical Journal.

Durante décadas, astrónomos souberam que as galáxias do Quinteto, localizado a cerca de 300 milhões de anos luz da Terra, têm uma distribuição irregular na luz visível emitida pelas estrelas, indicando colisões no passado e no presente. Mais recentemente, observando a galáxia em comprimentos de onda diferentes da luz visível – como rádio e raio-x – pesquisadores descobriram grandes quantidades de gás e poeiras no espaço entre as galáxias.

Noticia publicada na Net


NOVO BOTE TURISTICO PARA SÃO MARTINHO DO PORTO





Em Burhave, na Alemanha, turistas aproveitam as altas temperaturas do Verão para se passearem num bote que reproduz um New Beetle conversível.

Aqui deixo a sugestão aos comerciantes do ramo na nossa Baía de São Martinho do Porto pois seguramente estes botes para além de serem simpáticos, embelezarão toda a baía.

Aproveitem a ideia senhores. Esta é de borla.

Façam o favor de ser felizes.



segunda-feira, 6 de agosto de 2007

2º Encontro da Tertúlia de Bem Dizer de São Martinho do Porto


Preocupações ambientais em São Martinho do Porto

.

10/08/2007

21:30 Horas

.

HOTEL PALACE DO CAPITÃO

AV. MARGINAL

.

.

ORADORES CONFIRMADOS:

.

Eng. Valdemar Rodrigues

Engº do Ambiente

Mestre em Ecologia, Gestão e Modelação dos Recursos
Doutorado em Engenharia do Ambiente

.

Dra. Maria de Jesus Fernandes

Bióloga
Técnica do Parque Natural da Serra d'Aires e Candeeiros

.

Engº Rodrigo Neto
Bacharel em Microbiologia
.

Participação especial:
Prof. Dr. Paulo Ferreira da Cunha
Prof. do Instituto Jurídico Interdisciplinar da Faculdade de Direito da Universidade do Porto

Aguarda-se ainda a confirmação da presença de representantes da Águas do Oeste, Oikos e Câmara Municipal de Alcobaça.

HIROSHIMA



HIROSHIMA

6 de Agosto de 1945

Foi no Japão, mais precisamente em Hiroshima e Nagasaki, que a humanidade conheceu a mais terrível criação da tecnologia. Cerca das 8.14 horas, vários bombardeiros B-29 da força aérea dos EUA sobrevoam Hiroshima. Um deles, o Enola Gay larga a «little boy». A primeira bomba atómica a ser usada contra alvos humanos.

Um minuto depois, a cerca de dois mil pés de altitude, dá-se a explosão próximo do edifício do centro de exposições da industria e que hoje é designado como «a cúpula da bomba atómica». Era o centro da cidade.
Num segundo, uma enorme bola de fogo atingiu um diâmetro de 280 metros.

A temperatura no solo chegou aos 5 mil ºC.
A 600 metros do epicentro a temperatura era de 2 mil ºC.
Tudo ficou queimado. Mesmo a dois quilómetros de distância, desmoronaram-se edifícios de cimento armado.
A onda de calor intenso emitia raios térmicos, como a radiação ultravioleta.

Devastava pessoas, animais e vegetação.
Houve ainda a agravante de as montanhas em volta de Hiroshima terem «devolvido» a onda de calor, atingindo mais uma vez a cidade.

Naquela altura viviam em Hiroshima cerca de 350 mil pessoas.
Estima-se que morreram mais de 256,300 pessoas - a maioria (cerca de 90%) civis.

Destruiu tudo num raio de até 2 km de distância, devastando toda a vegetação e infra-estrutura da cidade. O barulho da explosão foi ouvido a quilómetros de distância.

Morreram não apenas japoneses. Na altura, coreanos e chineses tinham sido levados para Hiroshima para trabalharem nas fábricas.

O ataque fez com que o Japão se rendesse incondicionalmente, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.

O jornalista norte-americano John Hersey fez em 1946 uma reportagem sobre os efeitos da bomba atómica lançada sobre Hiroshima, em Agosto de 1945.
Publicado pela revista The New Yorker, o texto relata o destino de seis sobreviventes do ataque, em linguagem sucinta e isenta de opinião.
A reportagem é considerada por muitos a maior de todos os tempos. Com o título Hiroshima, ela está sendo editada no Brasil pela Companhia das Letras, como primeiro volume da série Jornalismo Literário, lançada com o apoio cultural do site Último Segundo.


Trechos de Hiroshima, de John Hersey

Trecho 1 – “Uma Menina”

A noite estava quente e o calor parecia ainda mais intenso por causa dos incêndios, porém uma das meninas que os religiosos resgataram se queixou de frio. O padre Kleinsorge a cobriu com sua túnica. Com várias partes do corpo em carne-viva, consequência de enormes queimaduras produzidas pela radiação térmica da explosão -, a menina ficara horas dentro do rio, com sua irmã mais velha, e a água salgada do Kyo seguramente lhe causara uma dor excruciante. Ela se pôs a tremer e novamente se queixou de frio. O padre Kleinsorge pediu um cobertor emprestado e a agasalhou, porém ela tiritava cada vez mais. "Estou com muito frio", disse. De repente parou de tremer e morreu.

Trecho 2 – “Nem tudo morreu”

Essa foi a primeira oportunidade que a srta. Sasaki teve de contemplar os escombros da cidade, já que, quando percorrera as ruas de Hiroshima pela última vez, divagava no limite da inconsciência. Embora tivesse ouvido descrições do desastre e ainda sentisse dor, horrorizou-se e surpreendeu-se com o que viu, e uma coisa em especial provocou-lhe arrepios. Por toda parte - sobre os destroços, nas sarjetas, nas margens dos rios, entre as telhas e as chapas de zinco dos telhados, nos troncos carbonizados das árvores - estendia-se um tapete verde, viscoso, optimista, que brotava até mesmo dos alicerces das casas em ruínas. O capim já escondia as cinzas, e flores silvestres despontavam em meio ao esqueleto da cidade. A bomba não só deixava intactos os órgãos subterrâneos das plantas, como os estimulara. Por toda parte havia centáureas, iúcas, quenopódios, ipoméias, hemerocales, beldroegas, carrapichos, gergelim, capim e camomila. Principalmente num círculo do centro o sene vicejava numa extraordinária regeneração, não só entre os restos crestados da mesma planta, como em outros pontos, em meio aos tijolos e através das fendas do asfalto. Parecia que o mesmo avião que jogara a bomba soltara também uma carga de sementes de sene.

Trecho 3 – “A subida da maré”

No parque a sra. Murata manteve o padre Kleinsorge acordado a noite inteira, falando sem parar. Os Nakamura também não pregaram olhos; apesar de muito doentes, as crianças estavam interessadas em tudo que ocorria. Empolgaram-se quando um dos reservatórios de gás da cidade explodiu. Toshio, o menino, chamou a atenção dos outros para o reflexo das labaredas na água. Depois de muitas horas de trabalho resgatando vítimas, o sr. Tanimoto cochilou. Quando despertou, à primeira claridade da manhã, olhou para o outro lado do rio e constatou que, na véspera, não havia colocado os feridos e mutilados num local bastante alto. A maré subira até onde os deixara, e os infelizes não tiveram forças para se mover; certamente se afogaram. Muitos cadáveres boiavam no Kyo.


Trecho 4 – “Naquela hora todos eram iguais”


Depois de passar cinco dias assistindo aos feridos do parque, em 11 de Agosto o sr. Tanimoto retornou a seu presbitério e escavou as ruínas. Resgatou alguns diários e registros paroquiais, que estavam queimados só nas bordas, bem como alguns utensílios de cozinha e peças de louça. Enquanto trabalhava, a srta. Tanaka se aproximou e comunicou-lhe que seu pai queria vê-lo.
O sr. Tanimoto tinha motivo para odiar esse homem, o oficial reformado da companhia de navegação, que embora praticasse a caridade ostensivamente, era egoísta e cruel e dias antes denunciara o reverendo a diversas pessoas como um espião a serviço dos americanos. Várias vezes caçoara do cristianismo, que classificava de não-japonês.
No momento da explosão caminhava pela rua, em frente à estação de rádio local, e, apesar de sofrer graves queimaduras produzidas pela radiação térmica, conseguira voltar para casa. Refugiou-se no abrigo da associação do bairro e mandou chamar um médico.
Esperava que todos os médicos de Hiroshima fossem acudi-lo, por ser tão rico e famoso por suas doações em dinheiro. Nenhum deles apareceu, e o sr. Tanaka resolveu procurá-los; apoiando-se no braço da filha, arrastou-se de um hospital a outro, mas, como todos estavam em ruínas, retornou ao abrigo e se deitou. Agora se sentia muito fraco e sabia que ia morrer. Queria receber o conforto de alguma religião.
O sr. Tanimoto foi confortá-lo. Entrou no abrigo, que mais parecia um túmulo e, quando sua vista se acostumou com a penumbra, viu o sr. Tanaka, o rosto e os braços intumescidos e cobertos de pus e sangue, os olhos fechados pelo inchaço. O velho cheirava muito mal e gemia sem parar. Aparentemente reconheceu a voz do pastor.
De pé na escada, onde havia alguma claridade, o sr. Tanimoto leu um trecho de sua Bíblia de bolso, em japonês: "Pois mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, uma vigília dentro da noite! Tu inundas os filhos dos homens com sono, eles são como erva que brota de manhã: de manhã ela germina e brota, de tarde ela murcha e seca. Sim, por tua ira nós somos consumidos, ficamos transtornados pelo teu furor. Colocaste nossas faltas à tua frente, nosso segredos sob a luz da tua face. Nossos dias todos passam sob tua cólera, como um suspiro consumimos nossos anos [...]"

O sr. Tanaka faleceu enquanto o sr. Tanimoto lia o salmo.

DEPOIMENTOS

Humberto Werneck

Hiroshima é uma obra-prima do jornalismo literário. É uma reportagem absolutamente rigorosa, sem um pingo de ficção, e consegue realizar a ambição do bom jornalismo, que é trazer a realidade à frente do leitor, reconstruir as histórias a partir de depoimentos.
A reportagem certamente está entre as melhores já realizadas. O que me impressiona muito positivamente é que não há opiniões colocadas. O jornalismo de hoje é muito editorializado, cheio de interferências, seja do autor, seja do veículo em que a reportagem sai, com muitas "pensatas". No caso de Hiroshima seria muito fácil escorregar para uma condenação à bomba, mas os fatos simplesmente falam por si. A contundência da reportagem resulta exactamente dessa postura. Hersey mostra que a realidade tem uma força muito grande, não é preciso que o jornalista tente empurrá-la goela do leitor abaixo. Ainda que a objectividade nunca vá ser totalmente alcançada, ela deve estar sempre entre as primeiras metas de um jornalista. Hersey jamais faz um esforço para vender emoções; a emoção e também a informação pertencem à coisa em si.

Ruy Castro

O livro é uma façanha do jornalismo de campo, feito no calor da hora, mas com um distanciamento brilhante. É uma leitura obrigatória para todos que se interessam pela história do século XX e para quem gosta de se emocionar com uma narrativa real. Esta reportagem consolidou a The New Yorker como a melhor revista do mundo, posição que manteve durante quase todo o século XX.


"Há datas que não podemos esquecer. A humanidade deveria ter a coragem de assumir os erros que pratica, sejam eles em nome de quem forem praticados ou em que circunstâncias.
A PAZ, a FRATERNIDADE a CONCÓRDIA têm de ser cada vez mais estimuladas e fomentadas entre os homens para que possamos ter um Mundo melhor.

É um dever de todos nós