quinta-feira, 13 de setembro de 2007

PROVÉRBIO DO DIA

"Fala pouco e bem, ter-te-ão por alguém"

CRÓNICAS DE FÉRIAS – PARTE IV




Amigos, cheguei finalmente ao fim destas crónicas. Esta é a última parte de uma grande aventura, na companhia da minha mulher. Foi como uma nova lua de mel que nos foi proporcionada pela vida. A ela estamos muito gratos e esperamos poder continuar a merecer-lhe estes favores.

Somos um casal normal, com divergências e bons momentos o que nos tem trazido o sal e o açúcar de uma relação forte, cada vez mais forte, que vai dando sabor a cada dia que passa. Cada um de nós vai tentando compreender o outro e vai criando condições para que o amor seja uma constante descoberta a dois. Depois, a amizade e a compreensão têm granjeado entre nós uma cumplicidade que nos tem possibilitado muitos e muitos anos de felicidade.

É assim que vamos ganhando pontos neste campeonato da vida, e se não estamos à frente da tabela classificativa, estaremos muito perto dos lugares cimeiros.

Pois meus amigos, nesta quarta e última parte de nossas férias, a ideia foi percorrer alguns caminhos há muito desejados, que as saudades consomem que se fartam.

Desta vez o nosso percurso levou-nos até ao Gerês, local mítico onde o amor, a paixão,a beleza, a calma e a paz se passeiam de mão dada pelos recantos da serra e da Vila.

Ficámos numa simpática Pensão, a conselho de um entendido caminheiro que ali costuma pernoitar quando para aqueles lados vai fazer as suas caminhadas ou visitar o Santuário de São Bento da Porta Aberta.

Pensão Adelaide, bem no cima da Vila, com vistas deslumbrantes e com apresentação cuidada pela sua proprietária, tia Adelaide, uma velhota do mais carinhoso e mais activo que possam imaginar. Como uma formiguinha lá fez questão de nos acompanhar até ao alojamento que nos atribuiu para ver ela própria se tudo estaria em condições.

Agravando todo este cenário, no bom sentido claro, a tia Adelaide cozinha divinalmente e quis vir até à nossa mesa, enquanto jantávamos, para saber se estávamos a gostar ou se queríamos mais. Ficámos-lhe gratos e prometemos voltar em breve.

Num novo passeio pela serra fomos subindo, ao encontro da paisagem e de uma tal cascata do Arado, que nos fez percorrer alguns quilómetros em estrada de terra batida. Pelo caminho fomos encontrando pequenas manadas de póneis selvagens que povoam a serra, sem dono mas certos e seguros de que a sua casa são aquelas paragens. Umas quantas vacas de cornos bem definidos, grandes e retorcidos, connosco se cruzaram num passo cadenciado e lento ou então num perfeito estado de indiferença total, descansando por entre as ervas.

O rio serpenteando serra acima, foi-nos oferecendo extraordinários cenários que vimos aproveitados por muitos para umas ricas “banhocas” que o calor a isso obrigava. Não os seguimos mas a vontade ficou. Talvez numa próxima, quem sabe.

Após este atrevimento, deliciá-mo-nos com as lindíssimas praias fluviais que o rio vai oferecendo a milhares e milhares de visitantes, não sem antes termos dado um saltinho às termas tão famosas quanto bonitas.

No dia seguinte foi tempo de deitar-mos o carro à estrada e continuar a nossa viagem. Vila Real era o nosso destino. Ali decidíramos ficar na noite seguinte e como a hora de chegada nos chamava para um almoço já na cidade, assim fizemos.

Porém, e é assim que as coisas nos têm saído bem, durante a refeição, fomos trocando impressões e chegámos á conclusão que o melhor seria continuar viagem até porque tínhamos estado há muito pouco tempo em Vila Real onde ficámos no Hotel Mira Corgo, uma belíssima unidade hoteleira desta cidade, cujos quartos das traseiras nos proporcionam uma excelente vista sobre o Rio Corgo, com muitas pequenas quedas de água que dão asas à nossa imaginação. Seria então melhor continuar e o melhor local para pernoitar seria Amarante, lindíssima terra onde em outras viagens anteriores jurara ficar quando isso fosse possível. Aquele centro da cidade, cheio de história e beleza, fértil em monumentos e banhado pelo Rio Tâmega têm sido o motivo dessa promessa. Era chegada a hora de a cumprir.

Pois é meus amigos, a estadia tornou-se complicada. Hotéis muito cheios e residenciais que não nos cativaram fez-nos continuar e a paragem acabou por se fazer na cidade do Porto. Mais uma vez ficou uma promessa por cumprir. Paciência, conhecendo-me como me conheço, não ficará muito tempo em lista de espera.

E que dizer do Porto? Que é triste? Que é escura a cidade? Pois. Será tudo isso e muito mais, mas porventura será isso mesmo que lhe dará a graça que lhe encontramos. Fortes ligações temos, eu e minha mulher ao Porto. O nosso último filho a ela está fortemente ligado, mesmo tendo nascido em Lisboa. Querem melhores razões?

E que dizer de uma deliciosa refeição na “Marisqueira Convívio” em Massarelos, ponto de encontro de muitos anos? Normalmente uma "francesinha", mas desta vez optámos por outras excelentes escolhas, mais leves porque de jantar se tratava.

Muitos outros e bons restaurantes existem na cidade, mas nestas coisas sou muito conservador, uma vez cliente, sempre cliente e por ali ficámos. É verdade que poderíamos ter optado por qualquer dos outros de quem somos igualmente adeptos, mas este é bom, nós conhecemos, gostamos, somos bem recebidos como é da praxe no norte e ficava-nos ali mesmo à mão, pertinho do Hotel Tuela, era só atravessar a rua.

No dia seguinte, foi arrancar de novo e rumar a Braga, onde fomos rever família que não víamos há mais de um ano que a saudade apertou. Depois de um bom repasto em perfeita companhia, veio a parte menos boa desta história. O nosso carro resolveu pura e simplesmente avariar. Cansado e gasto de tanta aventura digo eu. Nestas coisas a idade conta.

Só que, não era justo que toda esta aventura acabasse de forma menos boa e estragasse o que fizera-mos durante dias a fio. Por obra e graça nem sei do quê, ali mesmo ao lado do Restaurante onde almoçámos, uma enorme oficina tinha as suas portas abertas e estava em pleno funcionamento num sábado à tarde. Lá ficou em reparação o nosso veículo do costume, e continuámos num outro menos carinhoso mas eficiente. E a nossa viagem continuou.

Como nos é difícil separar-mo-nos de quem nos quer bem, regressámos a Moledo, para junto do nosso filho mais novo e para junto da família local, esperando que o nosso carro ficá-se de novo operacional para nos juntarmos de novo e regressar-mos em paz e sem sobressaltos a casa, onde tudo tinha começado. Confesso que sem ele nos sentimos um pouco tristes e despidos. É antigo mas bonito, tem a comodidade de um lar e a capacidade de nos fazer sentir protegidos de tão habituados que estamos ao convívio diário.

E foi isso que aconteceu, foi chegada a hora de voltar para a rotina. O que nos vale é a grande união que vamos conseguindo juntos cá em casa, e estamos mais que nunca unidos para esperar pelas próximas. Não se esqueçam que já só faltam 11 meses.

Para o ano há mais, ou melhor, ainda iremos ao Algarve dois ou três dias mas só mesmo para nos juntar-mos a outra filha, ao genro e a duas lindíssimas netas que nos fazem falta.

Se me pedirem muito voltarei a contar-vos mais esta pequena viagem.

Um abraço a todos.

José Gonçalves


PROVÉRBIO DO DIA


" Bom é saber calar até ser tempo de falar "

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

DALAI LAMA EM LISBOA 13 A 16 SETEMBRO 2007


O Dalai Lama visita Portugal pela segunda vez e estará em Lisboa de 13 a 16 de Setembro, para três dias de ensinamentos públicos e uma conferência, disse hoje à agência Lusa o presidente da União Budista Portuguesa, Paulo Borges.

O líder religioso tibetano desloca-se a convite de várias instituições, como a Casa da Cultura do Tibete, Fundação Kangyur Rinpoche, União Budista Portuguesa, Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa e Câmara Municipal de Lisboa.

"Desenvolver a Paz Interior" é o tema dos ensinamentos públicos que decorrerão de 13 a 15 de Setembro, enquanto a conferência pública no dia 16 será sobre "O Poder do Bom Coração".

O 14º Dalai Lama Tenzin Gyatso, galardoado em 1989 com o Nobel da Paz, visitou pela primeira vez Portugal em Novembro de 2001, tendo estado em Lisboa, no Porto e no Santuário de Fátima.

A visita de cinco dias, embora de carácter privado e religioso, suscitou o protesto da embaixada da China, como acontece geralmente.

Pequim considera o Dalai Lama um "agitador" que "usa a religião como cobertura" para atingir os seus "objectivos políticos" de separar o Tibete do restante território chinês.

Nascido em 1935 no nordeste do Tibete, o Dalai Lama vive no exílio em Dharamsala, no norte da Índia, desde que fugiu do país em 1959, nove anos depois da invasão chinesa.

O Governo português excluiu a hipótese de receber oficialmente Tenzin Gyatso, o XIV Dalai Lama, à semelhança do que aconteceu em 2001 quando o líder espiritual do Tibete esteve em Portugal pela primeira vez, tendo visitado Lisboa, Porto e o Santuário de Fátima. No entanto, Dalai Lama vai ser recebido amanhã na Assembleia da República pelos deputados que integram a Comissão dos Negócios Estrangeiros e por Jorge Sampaio, na qualidade de alto representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações.

As «razões conhecidas» alegadas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, para o Governo não receber o Dalai Lama são as boas relações diplomáticas com a China.

A VISITA

No domingo, antes da conferência pública, Dalai Lama participará, no átrio da Mesquita de Lisboa, num encontro inter-confessional que reunirá os representantes das principais comunidades religiosas existentes em Portugal.

No decorrer da visita a Portugal, o Dalai Lama também manterá encontros com entidades estrangeiras como Philippe Douste-Blazy, Conselheiro do Presidente francês Sarkozy, e com Louis Charles Viosa, Embaixador da França para o fenómeno da SIDA.

QUEM É O DALAI LAMA

Lhamo Dhondrub nasceu a 6 de Julho de 1935 no seio de uma família de camponeses. Com dois anos foi reconhecido como sendo a reencarnação do XIII Dalai Lama e levado de casa dos pais para a residência dos Dalai Lama onde recebeu formação. Aos quatro anos foi entronizado e recebeu o nome de Tenzin Gyatso. Aos 15 foi aclamado líder espiritual do Tibete.

O líder espiritual tibetano defende a harmonia entre as diferentes tradições religiosas. Foi recebido pelo Papa João Paulo II e quando esteve em Portugal, em 2001, deslocou-se ao Santuário de Fátima. Nessa altura encontrou-se com Jorge Sampaio, então Presidente da República.

Tenzin Gyatso, monge e doutor em filosofia budista, Prêmio Nobel da Paz, agraciado com mais de 100 títulos honoris causa, líder e mentor do povo tibetano, 14º Dalai Lama, é uma das vozes mais lúcidas e comprometidas com a paz, o diálogo e a compaixão no cenário mundial contemporâneo.

Pesquisador infatigável, abriu as portas para o encontro da ciência com a espiritualidade quando, em 1987, reuniu-se durante uma semana com cinco cientistas ocidentais para debater a proximidade entre o budismo e as ciências cognitivas. A partir dali criaram-se centros e fóruns internacionais onde a experiências espiritual é estudada e acolhida como aspiração genuína de um saber que revela novos espaços de consciência e expressão.

Cidadão planetário, manifesta especial interesse pelas pontes, articulações, sinapses, desafiando ortodoxias que retardam o exercício da vocação humana para o cuidado mútuo, a convivialidade e a cooperação. Nesse sentido apela para que cada um de nós aprenda a trabalhar em benefício não só de si próprio sua família ou nação, mas em prol da humanidade como um todo.

A responsabilidade é a chave para a sobrevivência do humano e é a melhor garantia para implementar os valores universais e a paz.

400 milhões de pessoas em todo o Mundo seguem a filosofia Budista que se divide em várias correntes.

DALAI LAMA DESVALORIZA RECUSA DO GOVERNO EM RECEBÊ-LO

O Dalai Lama desvalorizou esta quarta-feira a recusa do Governo português em recebê-lo oficialmente, afirmando na primeira conferência de imprensa desde que chegou a Lisboa que não quer «criar embaraços» aos países por onde passa.

Questionado sobre a recusa do Governo português em recebê-lo, tornada pública no fim-de-semana passado, o líder espiritual tibetano respondeu: «Não há problema. Onde vou não quero criar embaraços».

«O propósito da minha visita é promover o valor humano e a harmonia. Nestes [dois] campos os governos podem fazer pouco. O público e vocês [comunicação social] podem fazer muito mais», acrescentou o Dalai Lama.

«O propósito da minha visita nada tem a ver com o governo», adiantou.

Apesar de não ser recebido pelo governo nesta sua segunda visita a Portugal, para uma conferência pública e ensinamentos budistas, o Dalai Lama vai contudo manter encontros com deputados portugueses e com o Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio.

Na conferência de imprensa realizada à chegada a Lisboa Dalai Lama disse estar muito feliz por regressar a Portugal e agradeceu aos vários representantes de diferentes confissões religiosas por estarem presentes para o receber.

No encontro com os jornalistas estiveram presentes várias entidades pertencentes à comissão de honra da visita do líder espiritual a Portugal, tais como Vera Jardim, Carmona Rodrigues, o realizador Manuel de Oliveira, e o presidente da Comunidade islâmica Abdool Magid Vakil.

Dalai Lama defende que é preciso uma genuína paz mundial promovendo o espírito do diálogo.

«Promover encontros, mesmo com Bin Laden, falar, ouvir quais as suas razões», disse.

Numa alusão ao 11 de Setembro, o líder espiritual tibetano alertou para a necessidade do mundo não generalizar os actos de alguns terroristas a todos os muçulmanos.

«Generalizar é injusto», disse.

Questionado sobre quando acha que o Tibete poderá ser livre, Dalai Lama respondeu que não é a independência que procuram mas sim a genuína autonomia do território.

«Estamos a tentar conseguir a genuína autonomia que é a maior garantia para preservar a nossa cultura, espiritualidade e também o ambiente do Tibete».

Diário Digital / Lusa

“ Palavras para quê, é o país que temos e nada há a fazer. O curioso de tudo isto é que quem viaja pelo estrangeiro vê a verdadeira dimensão do nosso país, ou seja ninguém nos liga nenhuma, a não ser se Portugal não cumprir com as regras da União Europeia, aí sim, aí cai o carmo e a trindade e lá vêm eles dar ordens a todos nós. Por isso temos de continuar a ser obedientes, a estar quietos, calados e virados para a frente.”




PROVÉRBIO DO DIA

"Agosto tem a culpa, e Setembro leva a fruta"

CRÓNICAS DE FÉRIAS – PARTE III




Ora bem, cá estou em nova narrativa desta odisseia que foram as nossas férias neste ano de 2007.

Estando de férias no Alto Minho, mal parecia que não fosse-mos até Espanha numa visitinha rápida a “nuestros hermanos gallegos” e à sua amada Galiza.

Há meia dúzia de anos, para ir a Espanha naquela zona, era necessário passar a fronteira em Valença, atravessando a velhinha ponte sobre o rio Minho , onde passávamos horas para conseguir entrar em território espanhol. Muitas das vezes o destino era tão só esse, um saltinho até Tui onde as nossas mulheres com um entusiasmo digno de registo, satisfaziam as sua compras pelas muitas lojinhas daquela localidade, com especial relevo para os perfumes e para os caramelos. Eram tempos em que valia a pena ir até lá “mercar”. Hoje em dia e depois da abolição das fronteiras em muitos países e com a entrada do €uro em circulação, já muito pouca coisa nos convida a procurar Espanha para compras. Este quase ritual morreu e nos tempos actuais são os nossos vizinhos que nos procuram para fazerem as suas compras e não é raro ouvir-se o “espanholês” ou o “portinhol” por toda a região e ainda bem porque esse facto veio dar àquelas terras um maior desenvolvimento que até ali não se sentia a necessidade de atingir.

Mentiria dizendo que Valença era a única forma de dar um pulinho a Espanha pois por Caminha, e numa pequena “barca” onde só cabiam nove ou dez pessoas em cada viagem, era possível procurar uma compritas em La Guardia e regressar horas depois a território nacional. Outros tempos, não menos agradáveis.

Agora, tudo é mais fácil e já se atravessa de “Ferry” em Caminha e em Vila Nova de Cerveira, onde uma ponte recente substitui pela rapidez a travessia.

Valença tem novas acessibilidades, uma belíssima ponte também unindo os dois países e cresceu. Está uma cidade diferente com novos e grandes edifícios que marcam a era moderna, mas meus amigos, muito sinceramente, não sei se gosto. Lembro com saudade a Valença de outrora, onde o casario tinha mais a ver com a região. Mas isto é a saudade a falar, os tempos são outros e é preciso renovar, criar riqueza, melhorar a vida dos cidadãos e eu tenho de adaptar os meus sentimentos a esta realidade.

Vamos ás férias que a crónica é delas e já me perdi em palavras que pouco ou nada tinham a ver com ela.

Pois meus amigos, resolvemos passar dois ou três dias entre o nossos irmãos galegos, onde até a paisagem das suas terras se confundem com as do “meu” Minho, e fazer uma visitinha rápida a Santiago de Compostela, onde já não íamos há uns anitos razoáveis. Portanto andámos por caminhos de Santiago bem na rota de muitos caminheiros e peregrinos.

Mas, como era de passeio que se tratava, a viagem depois de termos passado Vigo, foi feita o mais à beira mar possível uma vez que queríamos rever Sanxenxo, Portonovo, La Toxa, O Grove e outras praias daquela costa espanhola que fazem parte do nosso roteiro turístico de tempos em tempos.

É claro que existem outras praias espanholas entre La Guardia e Vigo, como é o caso de Baiona, mas desta vez não fomos por lá. Limitá-mo-nos a olhar o Monte de Santa Tecla de Moledo, como sempre o fazemos. Serão tema de outras crónicas.

Em breve vos darei conta da quarta e ultima parte destas crónicas mas por agora deixo-vos com algumas fotos.

José Gonçalves


terça-feira, 11 de setembro de 2007

PROVÉRBIO DO DIA

“A razão e a verdade fogem quando ouvem disputas”.

DIA DE LUTO NESTE ESPAÇO



“Este dia 11 de Setembro ficou marcado na Humanidade a letras vermelhas de sangue, com o ataque terrorista à Torres Gémeas de Nova York, faz hoje precisamente seis anos”.

“Mas não é marcado apenas por este vergonhoso e cobarde atentado, muitos outros em outros anos foram acontecimento nesta data, por isso deixo-vos uma lista de efemérides do dia 11 de Setembro na História do Mundo".

"Coincidência ou talvez não”...

José Gonçalves

1217 - Arremetida cristã contra a praça de Alcácer do Sal, a Porta do Algarve Os bispos de Lisboa e Évora, coadjuvados pelo abade de Alcobaça e pelas Ordens dos Templários e dos Hospitalários e negociada uma coligação (já há oito séculos se promoviam coligações) com os expedicionários do Norte da Europa que se dirigiam para a Terra Santa , lançaram uma ofensiva da cruz e da espada. A empresa foi, mais uma vez, contra os mouros e, desta vez, contra a vontade do rei D. Afonso II, ausente no Norte (e de resto, excomungado pelo Sumo Pontífice Romano, devido a disputas de poder e de propriedades). Não há registos fiáveis de baixas, embora os cristãos houvessem asseverado que mandaram para os anjinhos milhares de infiéis, graças a uma arma de destruição maciça então proliferante: uma cruz que irrompeu nos céus.

1297 - Os escoceses, liderados por William Wallace, derrotam os ingleses na Batalha de Stirling Brigde, durante a guerra pela independência.

1499 - Tropas francesas tomam a cidade italiana de Milão.

1557 - O Papa Paulo IV assina a paz com Filipe II de Espanha.

1649 - Na Irlanda, Oliver Cromwell ordena a morte de Drogheda.

1697 - O Príncipe Eugénio de Saboia derrota os Turcos em Zenta, na Hungria.

1714 - Conquista de Barcelona pelas forças brorbónica durante a Guerra da Sucessão Espanhola.

1788 - Morre José, Duque de Bragança, príncipe herdeiro de Portugal.

1830 - Proclama-se a República do Equador.

1840 – Bombardeamento de Beirute pela Grã-Bretanha, para forçar a demissão de Mehmet Ali, já na altura apostada na guerra preventiva contra o poder árabe e islâmico. Não dispomos do balanço letal das canhoeiras de Sua Majestade. De resto, em meados do séc. XIX, a vida de um libanês não merecia tratamento estatístico: ainda valia menos do que hoje a vida de um libanês, de um palestiniano, de um afegão, de um iraquiano ou de qualquer opositor, resistente, terrorista nouvelle vague ou terrorista amigo descartável.

1860 - Victor Emmanuel II de Itália, invade os estados pontifícios.

1879 - Fundação da Igreja Evangélica Brasileira.

1885 - Nasce D. H. Lawrence, escritor inglês.

1891 - Morre Antero de Quental, escritor português.

1902 – Data de nascimento de Bento Gonçalves, operário e revolucionário, secretário-geral do Partido Comunista Português, assassinado, em 1942, no Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.

1913 - Inicia uma epidémia de cólera nos Balcãs.

1914 - Seguem para África as primeiras forças expedicionárias portuguesas com o objectivo de defender Angola e Moçambique.

1917
–Data de nascimento de Ferdinando Marcos, ditador das Filipinas (governava por decreto), sanguinário e intocável, besta sagrada da Grande Corrupção e fantoche do Eixo do Bem. Após se tornar insustentável a manutenção do "friend" Ferdinando, os USA hospedaram-no no Hawai, em 1986, onde gozou da fortuna até que o Além decidiu abatê-lo ao efectivo terrestre no ano de 1989 da Era Cristã.

1936 - Presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt inaugura a represa Boulder.

1942 - Falece Bento António Gonçalves, ex-secretário geral do Partido Comunista português.

1944 - Forças norte-americanas atravessam a fronteira alemã perto de Trier, no decorrer da II Guerra Mundial.

1945 - Após uma tentativa de suicídio falhada, o antigo primeiro-ministro japonês, Hedki Tojo, é executado como criminoso de guerra.

1945 - A saudação fascista passa a ser uma obrigação em Espanha.

1945 - Nasce o futebolista alemão Franz Beckenbauer, campeão alemão, tanto como jogador como treinador.

1948- Morrem Mohamed Ali Jinnah, fundador do Paquistão.

1950 - Morre Jan Smuts, estadista sul-africano.

1952 - Ratifica-se a Federação da Eritreia com a Etiópia.

1962 - Os “Beatles” gravam o seu primeiro disco: “Love me do”, que abre as portas a moderna música popular Anglo-Saxónica.

1962 - A União Soviética adverte os Estados Unidos da América de que qualquer ataque a navios seus, na área de Cuba, significaria a guerra.

1963 - O actor norte-americano Bob Hope é condecorado com a medalha de ouro por serviços prestados aos Estados Unidos América e a paz.

1965 – Chegada ao Vietname da 1.ª Divisão de Infantaria dos Estados Unidos, prenunciando a escalada de um conflito com mais de dois milhões de mortos vietnamitas e 58.000 filhos dos USA, a estes últimos se adicionando 2.800 desaparecidos .

1967 - Reecontros entre tropas indianas e chinesas nos Himalaias.

1971 - Morre Nikita Kruschov aos 77 anos de idade, secretário geral do Partido Comunista da União Soviética.

1973 – Golpe militar encabeçado por Pinochet no Chile contra o Governo Democraticamente Eleito, provocando o assassinato de Salvador Allende. O crime saldou-se em 10.000 mortos e desaparecidos , milhares de prisioneiros, milhares de expulsos dos empregos e das escolas e milhares de exilados. Pinochet foi acidentalmente preso em Londres e, meses depois, libertado pelas maquinações do Eixo do Bem. Ao contrário do intocável Pinochet, Milosevic, que desobedeceu às directivas imperiais, ficou sujeito ao Tribunal da NATO, também conhecido por TPI/Tribunal Penal Internacional, em Haia.

1973 – Governo israelita toma a liberdade de expulsar Arafat da Palestina, medida suspensa por pressão internacional.

1973 – Primeira reunião clandestina dos militares do MFA/Movimento das Forças Armadas, no Alentejo, preparando o derrube da ditadura terrorista portuguesa, apoiada ou tolerada pelas democracias ocidentais , com os USA à cabeça, pela NATO e por outras instituições definidoras e reguladoras do Eixo do Bem e do Eixo do Mal.

1975 - A União Soviética propõe as Nações Unidas uma proibição de testes com armas nucleares.

1978 - Ronnie Peterson, piloto Sueco de formula-1, morre num acidente no grande prémio da Itália, em Piza.

1980 - Nasce António Pizzonia, piloto brasileiro de Fórmula 1.

1982 - Um helicóptero norte-americano despenha-se na Alemanha Federal, matando 46 pessoas.

1983 - Fuga em massa de Cristãos e Muçulmanos libaneses para Sul do Líbano, ocupado pelos israelitas.

1986 - O ministro polaco do Interior anuncia a próxima libertação de todos os 225 presos políticos na Polónia.

1987 - Assassinato de Peter Tosh, durante um assalto na sua residência. Músico de reggae/ska.

1989 - Cerca de 16.000 alemães de Leste atravessam, ao longo do dia, a fronteira entre a Checoslováquia e a Hungria, numa tentativa de seguir para o Ocidente.

1990 - Sancionada, no Brasil, lei de defesa do direito do consumidor .

1991 - Nasce Duque de Vigo, nobre espanhol.

1992 - A polícia italiana prende o “padrinho” da Camorra (máfia napolitana), Carmine Alfieri.

1994 - Morre, no Connecticut-EUA, a actriz britânica Jéssica Tandy, aos 85 anos de idade, vencedora do Óscar de melhor actriz em 1990 pela sua actuação no filme “Miss Daisy”.

1995 - Ao conquistar o “Open” dos Estados Unidos da América, o tenista norte-americano Pete Sampras sagra-se campeão do mundo de 1995.

1996 - Cria-se em Portugal uma Comissão Nacional de Combate ao Trabalho Infantil.

1997 - Chega a Marte a sonda Mars Global Surveyor.

2001 - Morre Daniel M. Lewin, co-fundador da empresa da Internet Akamai Technologies.

2001 - Ataque terrorista às Torres Gémeas do World Trade Center de Nova Iorque e ao Pentágono em Washington, provocando cerca de 3000 mortes. Dois aviões comerciais desviados esmagam-se contra as torres gémeas do World Trade Center em Nova Iorque-EUA, que se desmorona. Um terceiro despenha-se sobre o Pentágono e um quarto na Pensilvânia.

“Temos muitos 11 de Setembro para reflectir”.


domingo, 9 de setembro de 2007

PROVÉRBIO DO DIA



“A ave de rapina não canta”

CRÓNICAS DE FÉRIAS – PARTE II



Não irei alongar-me muito sobre esta segunda parte das nossas férias uma vez que o tema e os locais visitados já os descrevi numa postagem anterior. Mas como estas festas e Viana do Castelo fazem parte da nossas vidas, não tenho outro remédio senão falar nelas de novo.

“Primeiro as verdades.
O Norte é mais Português que Portugal.
As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.
O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.
As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram”.

Assim falou Miguel Esteves Cardoso em 2006 sobre o Minho, as suas Gentes e as Festas d’Agonia.

Embora não esteja de acordo com a afirmação de que o Minho é a província mais estragada do País, e neste particular aconselharia o autor da afirmação a fazer um périplo pelas outras regiões do País para verificar o quanto foi injusto para com os minhotos, tenho de reconhecer que a restante afirmação traduz em poucas linhas a realidade e como ele diz “ Primeiro as verdades”.

O Minho e as suas gentes, os seus usos e costumes, a sua gastronomia e a verdejante região transforma-nos também a todos que por lá passamos uns tempos ou umas férias.

Nada paga um excelente “bacalhau à minhota”, um bom verde tinto bebido à boa maneira dos minhotos, numa “malguinha” em especial quando nela fica a sua marca depois do verdidnho bebido e saboreado num ápice, a magnifica broa, os extraordinários “enchidos”, um belo “arroz de penca”, uma “aletria” para sobremesa e também um delicioso “leite creme” bem queimado. Um cafésinho e uma “minhota” (aguardente de vinho verde) remata uma refeição de estalo. Não dá para dietas mas quem pensa nisso nestas alturas?

AS FESTAS DA AGONIA

Muitos dias antes da data da inauguração, já muitos feirantes montaram as suas “barracas” dando vida e animação a toda a cidade. Este povo vive o ano inteiro à espera delas e quando é chegada a hora reponde presente.

E são lindas estas festas. São as maiores e mais impressionantes efectivamente, e o que lhes dá grandeza e beleza não é apenas o seu programa, as suas mordomas e lavradeiras, ou o cortejo etnográfico e as suas procissões, ou ouro e os trajes, os bombos ou os "gigantones". São as gentes, anónimas, enraizadamente bairristas e devotadas à sua região e à sua cidade. São elas que ao longo dos dias das festas, envergam os seus camiseiros bem tradicionais e se passeiam pelas ruas da cidade trajados e participativos para que o ambiente fique ainda mais forte, mais alegre e mais minhoto. Homens, mulheres e crianças é vê-los envolvidos nestes dias em família em todas as ruas onde uma concertina se ouvir.

Cortejos de mordomas, etnográficos, procissões em terra e mar, ranchos folclóricos e bandas filarmónicas espalhados pelos cantos da cidade, exposições e feira, carroceis, bombos, "gigantones" e fogo de artificio, preso e do ar, a célebre cachoeira de fogo nas velha ponte de Viana do Castelo ( este ano ainda em obras de recuperação), a festa brava nas festas, tudo isto e com toda esta gente que nesta altura resolve passar uns dias por lá.

Emigrantes, residentes, turistas nacionais e estrangeiros, em especial muitos e muitos galegos, mais irmãos que turistas, fazem de Viana do Castelo, a capital do Alto Minho, a cidade mais imponente e mais brilhante do planeta.

Não me alongo mais como disse, também porque as nossas férias têm muito mais para vos contar e não quero tornar-me num “prega secas” de todo o tamanho.

Breve, breve saberão o resto.