sexta-feira, 19 de outubro de 2007

VIZINHANÇA


Resolvi falar-vos hoje de vizinhos. Vizinhos, são aquelas pessoas que vivem na porta ou no andar do lado, no de cima, no de baixo, na casa do lado, na casa em frente, na nossa rua, no bairro e na vila ou na aldeia se vivermos na província.

Há vizinhos e vizinhos. Os que nos falam com um sorriso de orelha a orelha, os que nos saúdam quando se cruzam connosco, os que acenam mesmo de longe, os que nos falam uma vez por outra e ainda aqueles que baixam os olhos, assobiam para o lado ou mudam de passeio só para não nos falarem. Uns falam-nos quanto baste, outros não perdem a oportunidade para meterem conversa a todo o instante. Há vizinhos para todos os gostos e feitios. E sejam lá eles como forem, ou quem forem e onde morarem, nunca perderão o estatuto de vizinhos.

Na maioria das vezes, não passam disso mesmo, de vizinhos, noutros casos acabamos por fazer amizade e de nos afeiçoarmos a eles de tal maneira que ao longo da vida, mesmo que mudemos de morada, a amizade irá perdurar. Os restantes, pura e simplesmente esquecemos ou ignoramos.

Os vizinhos são mesmo uma espécie que nos deveria merecer uma maior análise e ponderação, porque também acabam por ser um pouco aquilo que nós queremos que eles sejam.

Por isso, tudo depende deste equilíbrio de vontades, e até da educação, que cada um de nós entende que deve empregar na relação, se bem que neste particular. ela deva estar sempre presente, mesmo que a vontade não esteja para aí virada.

Ora bem, há ainda a forma como muitas vezes utilizamos as nossas janelas e portas. A forma como nos conduzimos na vida e na postura que temos em casa. Por tudo isto, as nossas portas e janelas são abertas ou fechadas consoante a boa relação que temos com a vizinhança. Ou por vontade própria, (mau feitio em muitos casos) ou porque a conduta dos nossos vizinhos a isso nos obriga. Há coisas que só podem ser ditas ou feitas na intimidade da nossa casa, com a intensidade de voz e atitudes, dentro dos parâmetros normais a uma sã convivência, desde que essa intimidade ou intensidade, não incomode ou ponha em causa a relação que uma boa vizinhança deve ter.

Mas às vezes há percalços. Em algumas situações, encontramos um ou outro vizinho que revela pouco ou nenhum cuidado na postura que tem em sua casa, nada preocupado se quem vive em frente, ao lado, por cima ou por baixo, está a ver ou a ouvir e se com a atitude menos correcta está a invadir a privacidade dos outros. Há vizinhos assim.

Vem tudo isto a propósito de um aviso colocado no hall de entrada de um prédio em Aveiro, onde a administração deste condomínio, extravasando um pouco o âmbito da sua acção, entendeu deixar uma comunicação a todos para que não deixem as suas persianas abertas a partir de uma certa hora da noite pois a vizinhança do prédio da frente tem andado com actos indecorosos nos últimos tempos.

Não sei se os condóminos aceitaram a sugestão. Provavelmente a grande maioria nem sequer teria conhecimento destes actos. Mas desconfio, que a partir da data daquele aviso, se muitas das persianas se fechavam, passaram a estar entreabertas.... ou não.

Fiquem pois com a imagem do aviso colocado no átrio do prédio.

José Gonçalves

10 comentários:

São disse...

Gostei.
Graças a Deus, como moro num prédio de família não tenho problemas de vizinhança,e o resto também é calmo. Principalmente agora, que os garotos cresceram e não vêm jogar à bola contra as potas das garagens...
Bom fim de semana!
Ah! Bruno, congratulations!

vieira calado disse...

Pois há vizinhos e vizinhos.
Já viu o que é ter um aprendiz de trompete ao pé da porta?
Já me aconteceu.
Bom dia.

António Inglês disse...

Olá São

Privilégios que nem todos têm...
Eu também não me posso queixar muito. Os vizinhos que tenho são super simpáticos ...
Bom fim de semana para si também
José Gonçalves

António Inglês disse...

Boa tarde Vieira Calado

Não ficou com problemas auditivos?
Pois eu sempre lhe digo, que tenho esse problema dentro de casa, pois o meu filho, começou pelo trompete, passou depois para o saxo e agora está tocar baixo.
Veja lá se estou melhor...
Um bom dia para si também
José Gonçalves

Elvira Carvalho disse...

Amigo já se terá perguntado se me zanguei consigo. Não é verdade. Li a resposta ao meu comentário lá atrás e agradeço muito a sua simpatia e amizade. Agora já estou mais calma já posso contar.
Eu não tenho andado bem de saúde.
Tive umas tenções altíssimas, já estive algumas vezes no serviço de urgências do hospital, sendo que esta última vez atingi 240-120.
Já por causa da hipertensão tinha feito imensos exames em Abril passado. E estava tudo bem. Agora repeti os exames e já não estava tudo bem. Fiquei muito preocupada e marquei consulta para um cardiologista particular. Fui hoje á consulta e segundo o médico, o perigo não está na doença, mas no facto de não conseguir controlar a tensão arterial, e o colesterol.
Mudou-me a medicação e receitou-me um medicamento para o colesterol, já que as dietas feitas até agora e os chás anticolesterol não teem resultado.
E é por isso que ainda não tinha vindo. Porque estava tão preocupada que nem me apeteceu vir ao pc. Só entrei um bocadinho para saudar uma amiga que fazia anos.
Um abraço

António Inglês disse...

Amiga Elvira

Agora sim, agora deixa-me preocupado porque afinal a razão do seu silêncio momentâneo se prende com problemas de saúde.
Não pensei de forma nenhuma que estivesse zangada comigo, até porque o seu cantinha mantinha a postagem de 17.10.2007 sobre o Darfur.
Pensei antes que estaria impossibilitada por quaisquer outras razões, não por estas.
Então só tem um caminho, doa a quem doer, procure por todos os meios solucionar os problemas que tem.
Precisamos de si sem problemas que a afectem. A minha amiga faz por aqui muita falta.
Também estou a passar por uma situação um pouco delicada.
Eu conto. Sempre tive o sonho de ir viver para o Norte, para o meu Minho. Nunca foi possível. De há uns tempos a esta parte, a minha mulher deu-me luz verde, (sim, autorização) e então pusemos a nossa casa à venda.
Pois bem, na segunda feira, alguém ma quis comprar e fez a sua oferta que aceitei. Claro que cá em casa foi uma alegria como deve imaginar. Foram projectos, planos, preparações...sei lá...
Nestas coisas eu tenho sempre alguma contenção e aconselhei o pessoal aqui por casa para ter calma porque nada estava assinado...
Parecia que estava a ser bruxo...
Dois dias depois, conforme o combinado, o pretenso comprador veio "roer a corda" oferecendo-me bastante menos do que já tinha feito.
Só faltou bater-lhe...
Portanto, como o clima por aqui também vai muito alterado, dei pela sua falta claro (quem não dá?) mas a situação não me permitiu pensar.
De qualquer das maneiras, estes meus problemas não são problemas. Os seus são-no efectivamente, e vai-me prometer que com a ajuda aí do maridão, vai tratar desse colesterol e dessa tensão.
Olhe que a menina faz falta a muita gente, combinado?
No que nós possamos ajudar, basta dizer.
Um grande abraço e as suas rápidas melhoras.
Uma noite bem serena e calma
José Gonçalves

Elvira Carvalho disse...

Obrigada amigo. Como lhe disse já estou a tratar disso. Como disse o médico hoje ao meu marido, (ele conhece-me há quarenta anos, já que tem sido o cardiologista, do meu pai, e tios) eu carrego todo o mundo ás costas - foram palavras dele - e isso faz mossa.
Fico triste por si e pelo desabar desse sonho, mas não desista, mais tarde ou mais cedo se concretizará.
Um abraço. Vou visitar outros amigos.

António Inglês disse...

Não é preciso conhecê-la pessoalmente para perceber o que o se médico lhe disse.
Umas boas melhoras.
Umas boas visitas e obrigado.
José Gonçalves

avelaneiraflorida disse...

Amigo José Gonçalves,

Conviver em espaço comum, vulgo prédio, tem muito que se lhe diga...se ouça...se comporte...

è melhor nem começar a enumerar aqui as "peripécias"...mas no final
o mais triste é que raramente alguém se conhece, se solidariza, se cumprimenta ...
ilhas sobre ilhas!!!!
UM BOM FIM DE SEMANA!!!!!
BJKS

António Inglês disse...

avelaneiraflorida

Eu vivi em Massamá, na linha de Sintra, num 9º andar, de um prédio de 10 andares com 4 proprietários por piso. Imagine 40 "fresquinhos" que se cruzavam nos corredores e elevadores e nem bom dia nem boa tarde...
Acredita que só falava com eles nas reuniões, e depois faziam que não se conheciam? E que eu, seguindo a mesma linha claro, só falava com a minha vizinha do lado que vivia sozinha com um enorme cão que muitas vezes estava deitado à porta dela, qual cão de guarda, mas que só de olhar para mim me deixava os nervos em franja, e que por esse facto tive de lhe pedir que segurasse o "canito" que mais parecia um burro.
Felizmente já passou.
Ilhas sobre Ilhas mesmo.
Um abraço e boa noite.
José Gonçalves