quarta-feira, 17 de outubro de 2007

CIMEIRA EUROPEIA EM LISBOA


Tratado

Acordo em Lisboa pode relançar «euro-optimismo»

A Cimeira de líderes da UE, quinta e sexta-feira, em Lisboa, pode marcar o princípio do fim de uma das piores crises políticas do bloco europeu, caso aprove o Tratado que substituirá a fracassada Constituição Europeia.

Um acordo em Lisboa poderá fazer renascer o «euro-optimismo» no seio da União, mas só depois da confirmação/ratificação da futura «Carta-Magna» europeia em todos os 27 Estados-membros, por via parlamentar ou em referendos, poderá considerar-se ultrapassado o impasse político-institucional que vem ameaçando paralisar o funcionamento da Europa comunitária.

Com o apoio dos parceiros europeus e das instituições da UE, o Governo de Lisboa, que preside actualmente à UE, conta resolver até ao final da reunião-magna europeia, previsto para depois do almoço de sexta-feira, os últimos obstáculos ainda em aberto a um compromisso dos 27 sobre o novo Tratado europeu.

A aprovação em Lisboa do futuro Tratado e a sua posterior assinatura formal até ao final do ano é «a prioridade das prioridades» da actual presidência portuguesa do bloco europeu dos 27, que termina a 31 de Dezembro próximo.

Na última cimeira de líderes dos 27, em Junho, em Bruxelas, a presidência portuguesa da UE, a terceira desde que Portugal aderiu à então CEE, em 1986, foi incumbida da tarefa histórica de conduzir as negociações finais do novo documento, que foi apelidado oficialmente de Tratado Reformador, mas que os portugueses pretendem que fique conhecido como Tratado de Lisboa.

«Há uma grande expectativa em relação à possibilidade de chegar a um acordo, mas ainda há obstáculos e problemas que temos de trabalhar nos próximos dias, de forma a podermos ter em Lisboa um acordo», disse segunda-feira, no Luxemburgo, à agência Lusa o presidente do Conselho de Ministros da UE e chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado.

Pouco antes, no final de uma sessão da conferência intergovernamental (CIG) para a redacção do futuro Tratado, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Manuel Lobo Antunes, também afirmara estar «ainda mais confiante» num acordo, atendendo à «atmosfera extremamente positiva» e ao compromisso «muito claro» dos 27 de «fechar» um acordo em Lisboa.

O optimismo da presidência portuguesa foi reforçado, nomeadamente, graças à «atitude construtiva» da Polónia que até há pouco era quem tinha colocado mais dificuldades ao compromisso final.

A Polónia deverá assim ver consagrado no texto do novo Tratado, e não num anexo, como estava previsto até agora, uma cláusula que permitirá a um Estado-membro bloquear ou adiar a aprovação de uma decisão, considerada de interesse vital, mesmo estando em minoria.

Segundo fonte da presidência, a Itália, que reivindica o aumento do número de deputados nacionais no Parlamento Europeu, é o país que poderá levantar maiores dificuldades na recta final das negociações.

Roma exige o mesmo número de eurodeputados do Reino Unido e França, como até agora, apesar de ter uma população inferior à destes dois países.

A Itália está disposta a adiar a resolução da questão, mas a presidência portuguesa insiste sobre a sua resolução em Lisboa.

«Eu gostaria que a presidência portuguesa fechasse o Tratado na sua totalidade e não deixasse pontas soltas. Quando levamos a cabo uma tarefa gostamos de a completar a 100 por cento», disse Manuel Lobo Antunes.

Alcançado um acordo sobre o Tratado Reformador, a presidência portuguesa espera que seja possível assinar o documento, também na capital portuguesa, até ao final do ano.

Cada um dos 27 Estados-membros terá em seguida de ratificar o novo Tratado até à Primavera de 2009, a tempo de este entrar em vigor antes das eleições para o Parlamento Europeu de Junho do mesmo ano.

Lisboa acredita que um acordo já na Cimeira de Lisboa criará um ambiente político mais favorável à concretização das outras grandes tarefas que a presidência portuguesa tem pela frente até ao final do ano: a organização da segunda cimeira UE/África, a gestão da sensível questão do Kosovo e o início das negociações internacionais para se aumentar a utilização de energias renováveis e comater as alterações climáticas.

O presidente do Conselho Europeu (Cimeira de líderes dos 27), o primeiro-ministro português, José Sócrates, pretende que os dirigentes da União discutam também na reunião de quinta e sexta-feira as formas de desenvolver a dimensão externa da Estratégia de Lisboa para o crescimento e modernização da economia europeia e para a criação de empregos.

«Em conjunto, devemos conseguir dar uma resposta mais ambiciosa à globalização, bem como assumir plenamente as responsabilidades da Europa na nova ordem mundial em construção», defende Sócrates na carta de convocação da Cimeira de Lisboa.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai introduzir este assunto na reunião de Lisboa dos chefes de Estado e Governo, tendo por base um documento apresentado recentemente por Bruxelas, com vista à revisão da Estratégia de modernização da economia europeia, durante a Cimeira da Primavera, já sob presidência da Eslovénia.

Fonte: Diário digital/Lusa




Trinta delegações oficiais na Cimeira Informal de Lisboa

A Cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, quinta e sexta-feira, traz a Lisboa trinta delegações com quatrocentas pessoas, mobilizando três mil polícias, um milhar de jornalistas e 70 oficiais de ligação com a sua babel de línguas oficiais.

A tradicional foto de família da Cimeira de Lisboa integrará 63 pessoas, nomeadamente os chefes de Estado e de Governo, o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o Alto Representante para as Relações Externas, Javier Solana, o anfitrião e Presidente em exercício da UE, José Sócrates, para além dos 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da União.

As trinta delegações presentes incluem as dos 27 Estados membros, da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu que serão acompanhadas por cerca de 1.300 jornalistas europeus e de diferentes partes do mundo e envolverá um considerável número de polícias, mas não obriga a medidas especiais de segurança, disse à Lusa fonte oficial.

«Não há nenhum plano especial», disse à agência Lusa o director do Gabinete Coordenador de Segurança, general Leonel Carvalho, precisando que a operação de segurança estará toda a cargo da PSP.

A protecção das altas individualidades que se deslocarão a Lisboa no âmbito da presidência Portuguesa da UE vai ser assegurada pelo Corpo de Segurança Pessoal daquela polícia e a vigilância feita igualmente por elementos da PSP destacados para o efeito.

Para além dos três mil agentes polícias destacados por Portugal para segurança nos hóteis, trânsito e sede da presidência, cada delegação oficial integra também os seus próprios agentes secretos e seguranças que não estão contabilizados neste total.

As delegações oficiais ficarão instaladas em oito dos principais hóteis de Lisboa, nomeadamente no Tivoli, Ritz,Sheraton, Meridien, Lapa Palace, Dom Pedro e Pestana Carlton.

As delegações serão transportadas nas suas deslocações em 65 viaturas topo de gama «Audi A8» e em 65 carrinhas «VW» conduzidas por agentes treinados para o efeito da PSP e da GNR.

O trabalho de bastidores do evento é garantido por 100 pessoas da organização auxiliadas nas diferentes salas e corredores da vasta sede da presidência portuguesa por dezenas de hospedeiras que prestarão ajuda aos delegados e jornalistas presentes.

Os trabalhos da Cimeira de Lisboa decorrerão em três grandes salas que ocupam toda a arena do Pavilhão Multiusos.Para além disso, cada delegação dispõe de gabinetes especiais com decoração personalizada e cuja identificação será feita com a flor da presidência portuguesa com as cores de cada país da União.

Na quinta-feira decorrem, em simultâneo, dois jantares de trabalho na sede da Presidência portuguesa no Pavilhão Atlântico, um para os chefes de Estado presentes e outro para os ministros dos Negócios Estrangeiros da União. A todos será servido um jantar com peixe (linguado) e, no dia seguinte, ao almoço uma refeição confeccionada com carne. As refeições serão regadas com vinhos da Cartuxa.

Todas as delegações oficiais e os jornalistas receberão como oferta da presidência uma original mochila «hi-tech» especialmente concebida para esta cimeira pela Universidade do Minho e que permite carregar telemóveis com energia solar. A oferta visa chamar a atenção para as energias limpas na Europa e para a capacidade de inovação tecnológica de Portugal nesta área.

Durante a presidência portuguesa, que termina a 31 de Dezembro, a iniciativa que mais atenção irá merecer por parte das autoridades policiais será a cimeira UE/Rússia, que traz a Portugal o presidente russo, Vladimir Putin, para um encontro que decorrerá no Palácio Nacional de Mafra, no próximo dia 26, disse Leonel Carvalho.

A particular atenção das forças policiais é justificada por Putin ser um dos principais líderes mundiais e, portanto, mais susceptível de vir a ser alvo de qualquer ataque ou atentado, que cabe às autoridades portuguesas impedir.

O outro grande encontro que deverá ocorrer durante a presidência Portuguesa será a cimeira UE/África, em Lisboa a 08 e 09 de Dezembro, mas neste caso o principal factor em termos de segurança é o elevado número de participantes, já que se aguardam chefes de Estado e de governo de todos os países africanos, além dos «25» da União Europeia, disse o director do Gabinete Coordenador de Segurança.

Três mil polícias na cimeira de Lisboa

Todos os cenários de terrorismo internacional foram estudados pela PSP que garante segurança reforçada para as delegações de alguns países. Lisboa é sala de visitas da Europa quinta e sexta-feira.

Três mil agentes da PSP foram mobilizados para garantir a segurança da Cimeira Informal de Lisboa, que decorre quinta e sexta-feira e obrigará à interdição do espaço aéreo no Parque das Nações, revelou hoje a polícia, noticia a Lusa.

Em conferência de imprensa, a PSP justificou hoje o elevado dispositivo com a Cimeira, mas também com a realização quinta-feira da concentração/manifestação organizada pela CGTP e que decorrerá na envolvente da

De acordo com a PSP, as delegações de Espanha, Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Suécia e Polónia vão merecer uma atenção especial por terem sido considerados países de maior risco, no que concerne à segurança.

Há várias delegações que mereceram uma atenção mais especial tendo em conta a avaliação de risco e de ameaça que foi produzida", explicou o subintendente Pedro Moura à TSF.
"Dentro do contexto internacional, há delegações que têm um grau de ameaça maior e que por isso vão ter uma segurança mais apertada", salientou ainda, durante a apresentação do plano.

O plano de segurança para a Cimeira Informal de Lisboa contempla a coordenação operacional com a Marinha, atendendo ao local do encontro, Autoridade Nacional de Protecção Civil, Instituto Nacional de Emergência Médica, que terá meios de socorro no local, e uma empresa de meios aéreos que disponibilizará três helicópteros.

Entre os meios especializados, a PSP vai montar um posto de comando aéreo, duas equipas técnicas formadas pelo Grupo de Operações Especiais (GOE), sendo que uma será aerotransportada.

A Força Aérea vai interditar o espaço aéreo sobre a zona Feira Internacional de Lisboa (FIL) e Pavilhão Atlântico, onde se realiza a Cimeira.

Os trabalhos da Cimeira de Lisboa decorrerão em três grandes salas que ocupam toda a arena do Pavilhão Multiusos. Cada delegação dispõe ainda de gabinetes especiais com decoração personalizada e cuja identificação será feita com a flor da presidência portuguesa com as cores de cada país da União.

A segurança das entidades vai ficar a cargo do Corpo de Segurança Pública, que disponibilizará 65 equipas de segurança pessoal e que contará com viaturas blindadas e outras, conduzidas por condutores da PSP e GNR com «formação em condução avançada».

A criação de itinerários seguros para a passagem das delegações e o local da cimeira, bem como as suas proximidades, serão também alvo da atenção da PSP, que garantirá também o policiamento permanente dos locais de alojamento das diversas entidades.

Atendendo à deslocação das delegações da Cimeira e à manifestação da CGTP, a PSP terá de condicionar o trânsito em vários locais da cidade de Lisboa, nomeadamente Marquês de Pombal, Amoreiras e Parque Expo.

Quinta-feira à tarde, entre as 16:00 e as 18:00 - hora de deslocação das delegações dos hotéis para a zona da Expo, a PSP vai condicionar o trânsito na Rotunda do Marquês de Pombal, zona envolvente ao Centro Comercial das Amoreiras, Rotunda das Pedreiras, Rotunda da Ford (Parque das Nações) e Alameda dos Oceanos entre a Rotunda da Ford e a Rotunda dos Vice-Reis.

Estes condicionamentos repetem-se sexta-feira desde as 7:00 até às 13:00, altura em que as várias delegações deixam o país.

A manifestação da CGTP, que deverá juntar 150 mil pessoas, obrigará a condicionamentos a partir das 13:00 de quinta-feira na Rua Marechal Gomes da Costa, Rua de Bissau, Rua Cidade de Bolama, Avenida Cidade de Luanda, Avenida de Berlim e Avenida D. João II e a todas as transversais a esta via.

Fontes: Lusa e AEIOU Quiosque

2 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Bolas José que o menino deu-lhe forte. Uma pessoa fica cansada quando chega ao fim. Vou-lhe dizer uma coisa, espero que não leve a mal. Não faça posts tão longos. Eu pessoalmente não me importo. Gosto de estar informada e se a leitura me interessa, leio mesmo. Mas muita gente desiste ao ver um post tão grande. As pessoas teem pouco tempo e querem visitar vários blogs. O meu conselho não é que deixe de informar, ou de escrever o que lhe aprouver. É que divida o texto. Repare, quando eu escrevi a histótia do Bacalhau. Dividi em quatro e as presenças mantiveram-se até porque a pessoa lê uma parte e fica curiosa para saber o resto.
Não leve a mal, e se quiser pode ficar com este comentário só para si sem torná-lo público. Um abraço e acredite que gostei de saber tudo sobre a cimeira.

António Inglês disse...

Minha amiga Elvira

Há muito que reconheço isso mesmo. Até já me dei ao luxo de pedir desculpa pela postagem ser tão grande.
Tenho um amigo que é jornalista que passa a vida a dizer-me vezes sem conta o mesmo.
Sabe, eu reconheço tudo isso, mas sou assim mesmo.
Porém, vou passar a fazer postagens mais pequenas, prometo. E agradeço-lhe a sua ajuda pois para mim é fundamental.
Se eu tivesse o dom da palavra escrita, não me serviria do "copianço" de algumas noticias que acho interessante divulgar, ou melhor, reavivar. Mas como não tenho e devoro-as quando me interessam, esqueço-me que os outros não estão dispostos a perder muito tempo.
Obrigado Elvira.
Uma boa noite
José Gonçalves