sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Comemorações do 50º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos.


Fotos de José Brilha ( DCT/UM)


No dia 27 de Setembro de 1957 iniciou-se uma erupção submarina ao largo do Farol dos Capelinhos, na Ilha do Faial.

O Vulcão dos Capelinhos, para além de constituir um marco histórico da vulcanologia mundial, pelos estudos e ensinamentos que proporcionou, marcou decisivamente a história de uma Ilha e de uma Região.

Vulcão dos Capelinhos, situa-se na Ponta dos Capelinhos, freguesia do Capelo, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores.

O nome Capelinhos deve-se à existência de 2 ilhéus chamados de “Ilhéus dos Capelinhos”. Insere-se no complexo vulcânico do Capelo, constituído por cerca de 20 cones de escórias e respectivos derrames lávicos, ao longo de um alinhamento vulcano-tectónico de orientação geral WNW-ESE.

O vulcão manteve-se em actividade entre Setembro de 1957 e Outubro de 1958. A crise sísmica associada à erupção vulcânica e a queda de cinzas e materiais de projecção provocaram a destruição generalizada das habitações e dos campos das freguesias do Capelo e da Praia do Norte.

Hoje em dia, o Vulcão dos Capelinhos encontra-se “inactivo”. No seu Cabeço Norte, existe uma pequena fenda que é o respiradouro do vulcão. Toda esta área foi constituída área de paisagem protegida de elevado interesse geológico e biológico, faz parte da Rede Natura 2000.

O Farol dos Capelinhos, será transformado num miradouro, e junto deste, ficará instalado o Centro Interpretativo do Vulcão. Próximo situa-se o Museu Geológico do Vulcão, inaugurado em 1964, que documenta toda a sua actividade eruptiva.

Crise sismo-vulcânica e Erupção

De 16 a 27 de Setembro de 1957, registou-se uma crise sísmica na ilha com mais de 200 sismos, de intensidade não superior a grau 5 da Escala de Mercalli.

No dia 21 de Setembro de 1957, a água do mar começou a fervilhar. Três dias depois, a actividade aumentou intensamente havendo emissão de jactos negros de cinzas vulcânicas com cerca de 1 000 metros de altura (atingindo a altitude máxima de 1 400 metros) e uma nuvem de vapor de água que subia por vezes a mais de 4 000 metros.

A 27 de Setembro, teve início pelas 6 horas e 45 minutos, uma erupção submarina a 300 metros da Ponta dos Capelinhos.

A partir de 3 de Outubro, a emissão de gases e as explosões de piroclastos, ainda que violentas passaram a ser menos freqüentes. Estas foram rapidamente sucedidas por explosões violentas, atirando autênticas bombas de lava e grandes quantidade de cinzas para o ar, enquanto que, por baixo correntes de lava escorriam para o mar. A erupção evoluiu formando primeiro uma pequena ilha a 10 de Outubro, chamada de “Ilha Nova” (e ainda, “Ilha do Espírito Santo” ou “Ilha dos Capelinhos”), com 800 metros de diâmetro e 99 metros de altura, ficando com a cratera aberta ao mar. Esta primeira pequena ilha se afunda no fim do mês.

Em princípios de Novembro, a erupção recomeçou e formou uma nova ilha. Com a formação de um istmo, no dia 12, a pequena ilha liga-se à Ilha do Faial.

Carlos Tudela, repórter da RTP munido da sua câmara de filmar, desembarca na ilha recém-nascida (na vertente do vulcão activo), acompanhado do jornalista Urbano Carrasco, do Diário Popular, arriscando as suas vidas num pequeno barco remado por Carlos Peixoto, para colocar a Bandeira Nacional nas cinzas basálticas da “Ilha Nova”.

Em Novembro de 1957, aumentou progressivamente a actividade atingindo o seu máximo na primeira quinzena de Dezembro, surgindo um segundo cone vulcânico. A 16 de Dezembro, depois de uma noite de chuvas torrenciais e abundante queda de cinza, cessou a actividade explosiva e começou a efusão de lava.

No início de 1958, o repórter da revista National Geographic, John Scofield, e o famoso fotógrafo, Robert F. Sisson, passaram um mês documentando as várias fazes da erupção. (Ref.ª National Geographic, Junho de 1958)

Em resultado da erupção de Maio a Outubro de 1958, a área da ilha aumentou em 2,50 km². Actualmente, essa área ficou reduzida a cerca de metade devido à natureza pouco consolidada das rochas e à acção das ondas.

(Ref.ª Actividade vulcânica do Faial – 1957 a 1967, Frederico Machado e Victor Forjaz, Comissão de Turismo do Distrito da Horta, Porto, 1968; Vulcão dos Capelinhos – Retrospectivas, Vol. 1, Victor Forjaz, Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, São Miguel, 1997).

Fonte: Wikipédia


6 comentários:

Isamar disse...

Foi há cinquenta anos e mais um surto migratório para os Estados Unidos se iniciou então. A Natureza, indomável e poderosa, revolta-se contra a ignomíniado homem.

Mais um excelente post!

Deixo-te beijinhos e desejo-te um bom fim de semana.

Ángel Azul disse...

Por entre montes y valles he seguido tu camino.
Estoy leyendo sobre el Volcán. La amenaza de los sismos no es superior al amor por esta tierra bendita en la que vives.
Confiémos que la naturaleza sea benigna a pesar que los hombres no lo somos con ella.
La voz que escuchaste recitando la poesía es la mía. Lamentablemente hablo muy mal el portugues porque me encantaría recitar un poema en tu idioma.
Un abrazo y feliz fin de semana.

António Inglês disse...

sophiamar

O surto migratório para os Estados Unidos foi naquela altura mais um motivo que se juntou a tantos outros que levaram milhões de portugueses a procurar no estrangeiro o seu sustento.
Quanto à natureza, o homem fica impotente perante tais forças, pena que a tratemos tão mal...
Um beijinho e um fim de semana excelente.
José Gonçalves

António Inglês disse...

Ángel azul

Antes de mais, agradeço-te a visita que me fazes e podes voltar sempre que quiseres, a minha porta está sempre aberta, em especial para os amigos.
Também eu tenho dificuldades em falar o espanhol, mas nem por isso deixei de gostar de te ouvir. A poesia quando recitada é sempre agradável, mesmo se não for na nossa língua.
Foi o que aconteceu, e desde já te digo que muito me agradaria ouvir-te recitar um poema em português.
Um abraço forte para ti e para Espanha daqui de Portugal.
Bom fim de semana
José Gonçalves

Elvira Carvalho disse...

E lá tenho no meu correio os seus slides do vulcão... agora não pode fazer slides em segredo...eheheh
Um abraço

António Inglês disse...

Bem Elvira já vi que sim mas como lhe tinha dito, eu acho que não fiz nada para que isso aconteça.
Lá estou eu de novo em conflito com o meu computador...
Juro-lhe que é mesmo sem eu querer, embora tenha muito gosto com as suas visitas.
E se eu quiser fazer um slide que não queira que ninguém veja, como vai ser... bem, bem, bem...
Um abraço
José Gonçalves