MORREU O ACTOR AMERICANO CHARLTON HESTON
Heston, que estava afastado do cinema há alguns anos, sofria desde 2002 de uma doença degenerativa com sintomas similares aos do mal de Alzheimer.
Ele venceu o Óscar por sua actuação no épico "Ben- Hur", em 1959, e se destacou também como 'Moisés' em 'Os 10 mandamentos'. Ele também actuou na versão de 1968 de "Planeta dos Macacos" como um astronauta.
"Aos seus amados amigos, colegas e fãs, nós agradecemos suas preces e apoio", disse a família em comunicado.
"Ninguém poderia pedir uma vida mais plena do que a dele. Nenhum homem poderia ter dado mais a sua família, profissão, e ao seu país. Nas suas próprias palavras: 'Eu vivi uma vida tão maravilhosa! Eu vivi o bastante para duas pessoas'", acrescentou
Conhecido como Charlton Heston
John Charles Carter, nasceu em Evanston, a 4 de Outubro de 1923, e faleceu em Beverly Hills, 5 de Abril de 2008. Mais conhecido como Charlton Heston, foi um actor norte-americano notabilizado no cinema por papéis heróicos em superproduções da época de ouro de Hollywood, como Moisés de Os Dez Mandamentos, Judah Ben-Hur de Ben-Hur e o lendário cavaleiro espanhol El Cid no filme homónimo.
Nascido no estado de Illinois, viu seus pais se divorciarem quando tinha dez anos; com o segundo casamento de sua mãe com Chester Heston, a família se mudou para um subúrbio de Chicago e ele adoptou o nome do padrasto. Na escola secundária, Charlton se envolveu com a cadeira de artes dramáticas e teve um resultado tão bom que recebeu uma bolsa em drama para cursar a universidade.
Após a guerra, o casal voltou para Nova Iorque onde ele iniciou uma carreira de actor em teatro e começou a aparecer em papéis históricos como Macbeth e Marco António & Cleópatra. Já usando o prenome de Charlton, ele fez seu primeiro papel no cinema em Dark City, em 1950, recebendo reconhecimento por sua actuação e chamando a atenção para seu porte.
A voz profunda e o rosto sóbrio de Charlton Heston permitiram à Hollywood dos anos 50 recriar personagens históricos e bíblicos.
Com uma integridade própria de seus personagens, o actor anunciou publicamente que sofria de uma doença que lhe tirava pouco a pouco a memória e suas funções vitais, da mesma forma que ocorreu com seu "bom amigo", o ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan.
"Devo ter coragem e resignação", disse na ocasião Heston, quando se viu obrigado a fechar definitivamente as portas para o cinema e a qualquer actividade pública à frente da National Rifle Association, organização americana em favor das armas que liderou durante anos. Por conta disto, ele entrou no filme-documentário de Michael Moore, 'Tiros em Columbine', que retrata justamente a facilidade de se comprar armas nos EUA.
Com seu porte atlético, seus traços marcantes e seu timbre de voz, Heston se encaixou perfeitamente no tipo de estrela que Hollywood buscava para suas grandes produções dos anos 50, nas quais a indústria se inspirava na Bíblia e nos livros de história.
Além do clássico 'Ben-Hur', Heston será lembrado como 'Moisés' em "Os Dez Mandamentos" (1956) e o herói da reconquista espanhola Don Rodrigo Díaz de Vivar, em "El Cid" (1961), além de vários outros personagens históricos.
Também participou de grandes produções como "55 dias em Peking" (1963), "Terremoto" (1974) e "O Planeta dos Macacos" (1968), história que reviveu quando interpretou um pequeno papel na nova versão de Tim Burton, de 2001.
John Charlton Carter, como foi baptizado, nasceu em Evanston, Illinois, em 4 de Outubro de 1924, e desde pequeno amou o teatro.
Sua paixão pela interpretação o levou a se inscrever em cursos de teatro na universidade, onde conheceu sua esposa, Lydia Marie Clarke, com quem teve dois filhos.
Com ela, interpretou várias peças de teatro, e protagonizou em 1948 a obra de Shakespeare "António e Cleópatra", que foi um grande sucesso por dois anos.
A partir daí sua carreira descolou, e ele participou de dezenas de filmes, entre eles "O Maior Espectáculo da Terra" (1952), de Cecil B. DeMille; "A Selva Nua" (1954), de Byron Haskin; "O Segredo dos Incas" (1954), de Jerry Hopper, "Os Dez Mandamentos" (1956), de Cecil B. DeMille, e "A Marca da Maldade" (1958), de Orson Welles.
Nos anos 60 participou de filmes como "Agonia e Êxtase" (1965), "O Senhor da Guerra" (1965), "Khartoum" (1966) e "O Planeta dos Macacos" (1968).
Nos anos 70 trabalhou em filmes como "O Senhor das Ilhas" (1970), "No Mundo de 2020" (1973), "Os Três Mosqueteiros" (1973), "Terremoto" (1974) e "Aeroporto 75" (1974).
Heston teve também uma forte faceta política, e se tornou conhecido como o último bastião dos conservadores em Hollywood.
Além de ser um republicano fanático, foi um firme defensor direito dos americanos de usar armas, como demonstrou através da National Rifle Association, que presidiu durante anos.
Actor americano se tornou um paradigma para a direita no final de sua vida.
Uma de suas últimas aparições foi em 'Tiros em Columbine', de Michael Moore.
Os Estados Unidos lembraram neste domingo (6) o actor Charlton Heston, que imortalizou personagens heróicos em uma época na qual este país precisava deles e que se tornou um paradigma para a direita no final de sua vida.
Seus papéis eram mensagens de calma para os americanos nos anos 50 e 60, quando as pessoas construíam bunkers improvisados em seus porões para se prepararem para um possível ataque nuclear da então União Soviética.
O candidato republicano à Presidência, John McCain, lembrou neste domingo de Heston na faceta de herói em filmes como "Os dez mandamentos", "Ben Hur" e "António e Cleópatra".
"Ao aceitar papéis épicos e de comando mostrou ser um dos actores mais talentosos dos EUA e seu legado será parte de nosso cinema para sempre", declarou McCain através de um comunicado.
"Ninguém poderia ter pedido uma vida mais completa do que a sua, nem ter dado mais à sua família, à sua profissão e a seu país", afirmou a família, que não divulgou a causa da morte.
Heston poderia ter tido uma aposentadoria discreta, mas, como seu contemporâneo Ronald Reagan - também ator -, se interessava pela política.
Ele foi diretor do Screen Actors Guild, o principal sindicato de atores e do Instituto Cinematográfico Americano. Além disso, apoiou o movimento em favor dos direitos civis para os negros nos anos 50.
Assim como Reagan, os anos fizeram com que Heston se envolvesse cada vez mais com a direita.
O actor foi presidente, entre 1998 e 2003, da Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês), o poderoso lobby que rejeita qualquer controle sobre a posse de armas nos EUA.
Heston chegou a dizer que seus oponentes teriam que tirar a espingarda de suas "mãos frias e mortas".
Uma de suas últimas aparições em um filme de sucesso - contra sua vontade - foi em "Tiros em Columbine", documentário no qual o director Michael Moore persegue Heston para pedir explicações pelas vidas perdidas no país pelo crime graças às posições da NRA.
Por outro lado, para os americanos de direita Heston era um ponto de referência. O actor fez campanha por candidatos republicanos e se opôs às cotas para a entrada em universidades e outros benefícios em favor dos negros e das minorias, medidas defendidas pelos democratas.
"Trabalhou por este país e deu sua voz com orgulho em apoio a alguns de nossos direitos mais básicos", declarou o senador republicano.
Wayne LaPierre, diretor da NRA, afirmou em comunicado que, com a morte de Heston, "os EUA perderam um grande patriota".
A Segunda Emenda da Constituição americana garante o direito dos cidadãos à posse de armas, algo que para Heston era fundamental.
O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou que o actor Charlton Heston, falecido no sábado, era também «um grande advogado das liberdades».
«Charlton Heston era uma dos actores mais completos da história do cinema e um grande advogado das liberdades», lê- se no comunicado emitido pela Casa Branca, que sublinha que, além de «largamente aclamado pela sua longa carreira coroada de recompensas, teve também um profundo impacto fora do grande ecrã».
Diário Digital / Lusa - 07-04-2008
António Inglês
12 comentários:
António, tive de fechar o blogue A Ver O Mar. Agora só me encontras em http://comomaravista.blogspot.com/ porque algo que não compreendo me obriga a fechar o blog.
Deixo-te beijinhos e a promessa de que voltarei para fazer os comentários.
Olá António,
Isto não se faz!
Ainda não consegui comentar os vícios todos e já encontro aqui mais dois novos posts.
Agora só vim cumprimentar-te na saída do emprego. Logo volto.
Muitos beijinhos
Querido António
Mais um actor que nos deixa após doença que lhe roubou a memória e o deixou no mais profundo dos silêncios. Magoa ver este desfecho de um homem com talento e que fisicamente era uma estampa. Ela não perdoa e leva-nos para os corredores mais silenciosos da vida. É assim!
Beijinhosssss mil
Meu caro António, para mim o post valeu pela espectacular corrida de quadrigas.
Porque Heston não merece que se gaste tempo com ele, pois foi conivente com loucura armada que campeia nos E.U.A.
Já estás totalmente recuperado? Desejo que sim!
Bem hajas, amigo meu.
A primeira vez que vi o BEN-HUR tinha mais ou menos dez anos já foi á tanto tempo....Porra..
um abraço
Voltei António,
Mas estou a cair de sono, já não consigo ler nada.
Venho dizer-te boa noite. Estou a ouvir o temporal e a chuva lá fora. Parece-me que hoje todos dormem porque sinto por aqui pela blogosfera toda a gente muito silenciosa. Desculpa.
Beijinhos
Isabel
Já está tudo resolvido e ainda bem.
Beijinhos
António
Mana
Não te apresses, eu vou andando por aqui e tu voltas quando puderes.
Um beijinho
António
Isabel
Este é um dos receios que tenho na vida. Não gostaria muito de ficar por cá dando trabalho aos outros. Espero que não.
Charlton Heston, em especial no épico BEN-HUR, encheu o meu imaginário de jovem.
Como actor, fui e sou seu admirador e lamento o seu desaparecimento.
Um beijinho
António
São
Já estou totalmente bem obrigado.
Como actor, Charlton Heston foi grande. O resto a cada um pertence e estaremos ou não de acordo com a postura.
Pela minha parte, a minha admiração por ele foi essencialmente enquanto actor.
Desejo-te um dia feliz.
Um beijinho
ANtónio
Vê lá como estamos velhos... e não se diz porra.... é feio...
Porta-te bem, mas olha que de vez em quando ainda vejo o BEN-HUR e não me canso.
Um abraço
António
Mana Branca
Há dias assim... silenciosos...
É sinal que há motivos exteriores que ocupam cada um de nós e também é bom que assim aconteça..
Um beijinho
António
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