sexta-feira, 7 de março de 2008

RUBENS DE FALCO

*


“O imenso turbilhão em que mergulhou a minha vida, fez com que eu nem sequer me tenha apercebido da morte desse excelente actor brasileiro, que a todos nós portugueses prendeu aos écrans de televisão, na novela “Escrava Isaura”, onde lhe seguimos os passos, num misto de admiração e raiva.

Presto-lhe hoje uma singela mas sentida homenagem pela grande admiração e respeito que tenho pelo homem e pelo actor que foi Rubens de Falco”.

AI



O actor brasileiro de telenovelas Rubens de Falco, nascido a 19 de Outubro de 1931, faleceu no passado dia 22 de Fevereiro de 2008, vítima de uma paragem cardíaca.
Falco, de 76 anos de idade, nunca foi casado nem teve filhos, pelo que estava há dois anos internado numa instituição para recuperar de um
AVC (acidente vascular cerebral).
Na altura do
AVC, a irmã do actor, Jurema Figueira da Silva, disse que Rubens de Falco estava melhor: “Não fala, mas vê novelas, reconhece as pessoas, enfim, ele está a fazer fisioterapia para voltar a andar.
A parada cardíaca sofrida por Falco foi provocada por uma embolia. Ele estava internado no Centro Integrado de Atendimento ao Idoso (CIAI), no Morumbi, em São Paulo - o mesmo local onde, cerca de dois anos atrás, fora hospitalizado para tratar de problemas decorrentes de um derrame.
Segundo Nydia Licia, amiga e biógrafa do actor, ele vinha sofrendo com os graves problemas de saúde. “Todo o lado direito do corpo dele estava paralisado e ele não falava. No início ainda tinha esperanças, mas depois as perdeu”, afirma Nydia.
Em Fevereiro último, tudo se precipitou.



O actor ficou especialmente conhecido pela personagem Leôncio que interpretou na novela “Escrava Isaura”, a primeira grande tele novela da televisão portuguesa, e que marcou o actor como "o grande vilão da teledramaturgia brasileira", nas palavras da actriz Lucélia Santos, que viveu a personagem título da novela
Outro papel de destaque foi em "Sinhá Moça" (1986), em que viveu o Coronel Ferreira. Benedito Ruy Barbosa, autor a novela, definiu o actor como um óptimo profissional. "Ele jamais me deu qualquer tipo de problema, sempre foi muito profissional, competente, ciente das suas responsabilidades e ia gravar com as falas na ponta da língua. Lamento profundamente a morte dele", disse o novelista.
Ao longo da carreira, ele actuou na redes de televisão Tupi, Excelsior, Bandeirantes, SBT e Record, além da Globo. No total, foram mais de 20 novelas e quatro mini-séries - a última das quais foi "Memorial de Maria Moura" (1994).



ÚLTIMO TRABALHO

No cinema, Rubens de Falco participou de mais de 30 filmes. Seu primeiro papel no cinema foi "Apassionata", de Fernando de Barros, em 1952. O último trabalho foi como o deputado Ernesto Alves em "Fim da linha", longa-metragem de Gustavo Steinberg que se estreou nos cinemas a 7 de Março. "“É uma honra saber que o Rubens de Falco vai continuar na memória como o deputado Ernesto Alves. Sou um pouco suspeito, mas, para mim, foi um dos grandes papéis da vida dele", afirmou Steinberg.



BIOGRAFIA

Rubens de Falco nasceu na capital paulista em 19 de Outubro de 1931. Foi em 1952 que ele apareceu em cinema em “Apassionata”; depois fez: “Esquina da Ilusão”; “Floradas na Serra”; “O Pão que o Diabo Amassou”; “O Capanga”; “Moral em Concordata”. Em 1961, Rubens de Falco entrou para a TV Excelsior, e participou da novela: “A Muralha”. Depois fez: “Conflito”, no S.B.T, e na Rede Globo fez: “O Rei dos Ciganos”; “A Rainha Louca”; “Damiam o Justiceiro”. Enquanto isso também fez os filmes: “Essa Gatinha é Minha”; “Engraçadinha Depois dos Trinta”; “A Dama de Branco”; “Passo dos Ventos”; “O Homem que Comprou o Mundo”; “Tempo de Violência”; “O Impossível Acontece”; “Anjos e Demónios”; “Uma Pantera em Minha Cama”; “Missão: Matar”; “A Difícil Vida Fácil”; “Café na Cama”; “O Mau Carácter”. Em televisão, nessa época fez:“Tempo de Viver”, e na Rede Globo fez: “Supermanoela”; “Escalada”; “Gabriela”; O Grito”. Mais uma vez fez uma série de filmes, tais como: “O Sósia da Morte”; “Nós, os Canalhas”; “O Homem da Cabeça de Ouro”. Foi aí que participou na novela de maior sucesso em sua vida: “Escrava Isaura”, onde Rubens fazia Leôncio. Essa novela foi sucesso no mundo inteiro. Depois, ainda na Globo fez: “Dona Xepa”; “O Astro”; “A Sucessora”. Aí fez os filmes: “O Coronel Delmiro Gouveia”; “Os Foragidos da Violência”. Foi então para a TV Bandeirantes: “Um Homem Muito Especial” e “Os Imigrantes”. Foi o momento de Rubens de Falco participou de um filme de muito sucesso: “Pixote: A Lei do Mais Fraco”. Mais uma vez na televisão, intercalou Band e Globo. Na Band: “Campeão”; “Maçã do Amor”. Na Globo: “Viver a Vida”; “Padre Cícero”; “Grande Sertão: Veredas”; “Sinhá Moça”; “Pacto de Sangue”; “Salomé”; “Memorial de Maria Moura”. Depois no S.B.T, fez: “Os Ossos do Barão”; “Sangue do Meu Sangue”. E na Manchete, “Brida”. Na TV Record, a reedição de “Escrava Isaura”. Rubens de Falco é um nome artístico nacional e internacional. Ele fez parte, por vários anos, do “Jograis de São Paulo”, conseguindo muito sucesso e respeito de todo público brasileiro.

E do público português também, acrescento eu.

Fontes:
Textos de Globo.com/ SIC On-line / Folha On-line
Fotos da Net

António Inglês



10 comentários:

Isamar disse...

Mais um de entre muitos actores brasileiros que nos habituámos a ver entrar nas nossas casas e que nos últimos tempos nos têm deixado.
A vida é isto, António! Uma corrida de alta velocidade.
Belo post.

Beijinhossssss

Joaninha disse...

Gostava muito deste actor, dos meus preferidos nas telenovelas brasileiras. Uma perda que vai ser sentida ;)
Agora deixo aquele abraço de despedida que vou de férias e só volto daqui a uma semaninha.

Beijo

vieira calado disse...

Meu caro:
Já mandei os livros.
Espero que não se escapem... como os neutrinos...
Um forte abraço

Elvira Carvalho disse...

Pois eu também não sabia. Não tenho tido tempo para ler jornais, e Tv, raramente vejo.
Não era um actor que eu admirasse muito, pese o facto de reconhecer o excelente papel que desempenhou nas duas versões da escrava Isaura.
Bom fim de semana
Um abraço

Maria disse...

Não dei pela notícia. O cinema e a cultura brasileiros ficaram mais pobres, com certeza...

Excelente post, António.
Beijinho

António Inglês disse...

Isabel

Quando as novelas brasileiras começaram no nosso país a serem vistas, muitos dos artistas nos marcaram. Rubens de Falco era um dos que mais gostava pelo seu porte e postura em cada uma das personagens que desempenhava.
Confesso que hoje já não lhes ligo muito e vou vendo uma ou outra portuguesa para fazer companhia à minha mulher.
O curioso é que de principio não lhes ligo muito mas depois começo a entusiasmar-me com o enredo e lá sigo uma ou outra até ao fim.
Mas como dizes e muito bem, a vida é isto e de fugida minha cara.
Beijinhos
António Inglês

António Inglês disse...

Joaninha

Quase nem dei pela sua perda, não fora ter lido sem querer uma pequena revista onde vinha a noticia.
Tenha umas boas férias lá pela neve minha amiga.
Beijo
António Inglês

António Inglês disse...

Amigo Vieira Calado

Obrigado pelo envio e cá os esperarei.
Não escaparão... espero...
Um abraço
António Inglês

António Inglês disse...

Elvira

Eu também só soube há poucos dias mas tenho pena da sua perda. Por acaso gostava bastante dele, não só na Escrava Isaura, como noutras em que participou.
Um abraço
António Inglês

António Inglês disse...

Olá Maria

Pois também não tinha reparado na noticia. Provavelmente terá sido pouco divulgada.
Foi pena, eu gostava de o ver representar.
Beijinho
António Inglês