quarta-feira, 3 de outubro de 2007

SÃO FRANCISCO DE ASSIS

São Francisco de Assis e Santo André numa tela de El Greco


Porque falei na anterior postagem em animais, nos meus animais, e a minha amiga Aramis nele falou, evoco hoje São Francisco de Assis, dia em que se comemora mais um aniversário da sua morte ocorrida em 3 de Outubro de 1226.

São Francisco de Assis nascido em 26 de Setembro de 1181,foi um frade católico, fundador da "Ordem dos Frades Menores", mais conhecidos como Franciscanos. Foi canonizado em 1228 pela Igreja Católica.

Pelo seu apreço à natureza, é mundialmente conhecido como o santo patrono dos animais e do meio ambiente: as igrejas católicas costumam realizar cerimónias em honra aos animais próximas à data que o celebram, dia 4 de Outubro.

Seu nome de baptismo era inicialmente Giovanni Bernardone (João Bernardone), dado pela mãe provavelmente em homenagem a João Baptista. Seu pai, Pedro Bernardone, o altera para Francesco Bernardone. Por razões ainda controversas, acredita-se que o nome seria uma homenagem à França país com quem o pai mantinha relações comerciais. Outra possibilidade é que talvez sua mãe fosse de origem francesa. Em Assis o menino ficou conhecido como Francisco, ou seja o "pequeno francês".

BIOGRAFIA

São Francisco nasceu em 1181 em Assis na Itália, foi baptizado com o nome de Giovanni di Pietri, mas seu nome foi mudado pouco tempo depois para Francisco, pois seu pai Petri di Bernardone que era comerciante e viajava muito para França, resolveu mudar o nome do filho em homenagem ao local onde fazia bons negócios.

Em 1198 acontece um conflito em Assis, entre a nobreza e os comerciantes. Os nobres refugiam-se em Perusa uma pequena cidade próxima de Assis, onde São Francisco ficou preso por um ano, até ao ano de 1204. Em Perusa também estava a família de Clara.

Ao voltar para Assis, São Francisco doente começa sua conversão gradual, dedica-se a dar esmolas e oferece até as suas roupas aos pobres. Tem visões e começa a desprezar o dinheiro e as coisas mundanas. Até que se encontra com um leproso, a quem dá esmola e um beijo, e este acontecimento marcou-lhe tanto a vida que, dos muitos factos ocorridos em enquanto viveu, este foi o primeiro que entrou no seu Testamento, "pois o que antes era amargo se converteu em doçura da alma e do corpo".

Outros encontros afirmaram ainda mais a vocação de São Francisco. Nas ruínas da igreja de São Damião, recebeu do crucificado o mandato para restaurar a Igreja. Obediente ao mandato, São Francisco pôs-se logo a trabalhar. Reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas: a de São Damião, a de Santa Maria dos Anjos e a de São Pedro.

Seu pai, envergonhado do novo género de vida adoptado por Francisco, queixou-se ao bispo de Assis da prodigalidade do filho e, diante do prelado, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro gasto com os pobres. A resposta foi a renúncia à vultosa herança e despindo ali as suas vestes, Francisco exclamou: "... doravante não direi mais pai Bernardone, mas Pai nosso que estás no céu..."

A partir desse momento passa a viver na pobreza, e inicia a ordem franciscana. Cresce o número de companheiros, e em 1209 são já 12. Cria uma regra muito breve e singela, que o papa Inocêncio III aprova em 1210, e cujas directrizes principais eram pobreza e humildade. Surge assim a Fraternidade dos Irmãos Menores, a Primeira Ordem.

No Domingo de Ramos de 1212, uma nobre senhora, chamada Clara de Favarone, foi procurar Francisco para abraçar a vida de pobreza. Alguns dias depois, Inês, sua irmã, segue-lhe o caminho. Surge a Fraternidade das Pobres Damas, a Segunda Ordem. Aqueles que eram casados ou que tinham as suas ocupações no mundo e não podiam ser frades ou irmãs religiosas mas queriam seguir os ideais de Francisco, não ficaram sem resposta: por volta de 1220, Francisco deu início à Ordem Terceira Secular para homens e mulheres, casados ou não, que continuavam nas suas actividades na sociedade, vivendo o Evangelho.

A Ordem Francisca cresceu com o passar dos anos. Em 1219 houve uma grande expansão para a Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e França. Neste mesmo ano São Francisco vai em missão para o Oriente. Durante a sua ausência, vigários modificam algumas regras da Ordem e no mesmo ano de 1219 São Francisco demite-se da direcção da Ordem.

Com o crescimento da Ordem, quase 5.000 frades em 1221, uma nova regra foi escrita por São Francisco em 29 de Novembro de 1223 que foi aprovada pelo papa Honório III, e que vigora até hoje.

Em 1224 no dia 17 de Setembro São Francisco recebeu as chagas de Jesus crucificado em seu próprio corpo. Este facto ocorreu no Monte Alverne, um dos eremitérios dos frades.

Os últimos escritos de São Francisco são entre 1225 e 1226, de entre eles o Cântico das Criaturas e o Testamento. Nestes mesmos dois anos, Francisco vai a vários lugares da Itália para tratar de suas vistas. Passa por diversas cirurgias. Morre a 03 de Outubro de 1226, num sábado.

Morreu nu aquele que começou a vida de conversão nu na praia de Assis diante do bispo, do pai e de amigos. Morreu ouvindo o Evangelho de João, onde se narra a Páscoa do Senhor, aquele que recebeu os primeiros companheiros após ouvir o Evangelho do envio dos apóstolos. Foi sepultado no dia 04 de Outubro de 1226, Domingo, na Igreja de São Jorge, na cidade de Assis.

São Francisco de Assis foi canonizado em 1228 por Gregório IX e seu dia é comemorado em 04 de Outubro, dia em que foi a enterrar.

Em 25 de maio de 1230 os ossos de São Francisco foram levados da Igreja de São Jorge para a nova Basílica construída para ele, a Basílica de São Francisco, hoje aos cuidados dos Frades Menores Conventuais.


SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Jovem, rico, nobre e inteligente,
De carácter muito aprimorado,
Com os seus pais vivia bem feliz,
Era enfim, moço privilegiado.

Dos pais, a fortuna dissipava,
Nas festas, em ceias e diversões,
Apreciava o luxo e os prazeres,
Com todas as suas ostentações.

De seu vaidoso pai era o orgulho,
Esse rapaz tão meigo e mimado,
Por seu nascimento prodigioso,
Pela mãe, tornou-se idolatrado.

Eis que de repente tudo cessa!...
Dócil ao chamado de Jesus,
Tudo despreza!... Tudo abandona!...
E ao mundo espalha uma nova luz.

Mirífica visão sua alma invade,
Enchendo-a de gozo celestial,
Tornou-se a pobreza desde então,
A sua noiva terna e angelical.

Deixa o lar, o conforto, a riqueza,
Os prazeres, festas e os amigos,
As suas vestes dá e humildemente,
Vai confundir-se com os mendigos.

Sim!... Sete séculos se passaram,
E a luz ardeu todos estes anos,
E dessa luz bendita é que nasceu,
A Ordem Geral dos Franciscanos.

Carmita de Mello Ahmad

Texto e fotos tirados da net

12 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Muito bonito o post. Conhecia muito por alto a estória do S. Francisco. Nada que se compare áquilo que escreveu.
Tamém gostei muito do poema que não conhecia de todo.
Obrigada pela partilha.
Um abraço

São disse...

Seria óptima a aparição de um novo "poverello", até talvez do próprio Cristo, para que houvesse alguma hipótese do retorno às origens pela Igreja - tal como pretendiam os cátaros(massacrados pelo Papa Inocêncio III, o tal que excomungou o nosso D. Sancho I).
Fez bem em nos lembrar uma figura como Francesco:obrigada!
Boa tarde!

António Inglês disse...

Olá Elvira

O poema eu também não conhecia mesmo, e a história de São Francisco conheci-a sim mas não com tanta profundidade.
Por isso socorri-me dos arquivos do costume e cá está história um pouco mais elaborada do que eu seria capaz de escrever.
Tinha de falar nele, porque falei nos meus animais e também a minha amiga Aramis a ele se referiu.
Por uma coincidência passa hoje mais um aniversário sobre a sua morte.
Um abraço
José Gonalves

António Inglês disse...

Inteiramente de acordo São.
Obrigado por ter vindo. Gostei de a ver por aqui e venha sempre que entender. A porta fica aberta.
Um abraço
José Gonçalves

Anónimo disse...

Querido Amigo,

Pois fizeste mesmo muito bem em fazer um artigo sobre S. Francisco de Assis! Obrigada pois completei mais o meu conhecimento sobre ele.

Já estive muitas vezes em Assis, pois no inicio da minha carreira acompanhava grupos e sempre que estavamos em Roma, faziamos um dia de visita a Assis.

É uma cidade muito especial, onde se sente um grande clima de tranquilidade! Não dá para explicar...
Além disso é lindíssimo!

Muitos beijinhos

António Inglês disse...

Minha amiga

Pois foi mesmo. Os meus animais e a minha amiga fizeram-me lembrar de São Francisco de Assis, e como por coincidência hoje se comemora mais um aniversário da sua morte, entendi que seria interessante falar sobre ele.
Claro que é também desta forma que aprendo muita coisa que desconhecia.
Tem sido excelente essa aprendizagem.
Curiosamente, conheço Roma, Florença e Milão mas em Assis nunca estive. Fruto das viagens de avião que nos levam até uma cidade e por lá ficamos.
Um abraço sortuda
José Gonçalves

Ernesto Feliciano disse...

Amigo José,

S. Francisco de Assis, é também uma referência para os escuteiros.

É o patrono dos lobitos ( escuteiros + novos do CNE).

Um abraço.

António Inglês disse...

Amigo Ernesto, fui escuteiro mas não lobito, como sabe, e por coincidência encontrei há muito pouco tempo uma foto minha desses tempos.
Na primeira ocasião mostro-lha.
Obrigado pela visita.
Um abraço
José Gonçalves

Isamar disse...

Excelente post! Não conhecia o poema nem a história com a minúcia com que a contas. É de louvar a tua iniciativa. É prestar seviço público como deve ser entendida a blogosfera.

Obrigada!

Beijinhos

avelaneiraflorida disse...

Amigo José Gonçalves,

Um exemplo de vida que nunca mais se voltou a imitar...

Respeitemo-lo portanto!!!
Bjks

António Inglês disse...

sophiamar

Obrigado pelos elogios mas eu apenas me entusiasma estar em constante busca de informação sobre os assuntos que me vem à cabeça...
Neste caso entendi ligar as duas últimas postagens, pareceu-me oportuno...
Um beijinho
José Gonçalves

António Inglês disse...

avelaneiraflorida

São Francisco foi realmente um exemplo, pena que não seja seguído por... quase... ninguém.
São mais exemplos destes que fazem falta à Humanidade.
Beijinhos
José Gonçalves