domingo, 21 de outubro de 2007

SUGESTÃO PARA UM FIM DE SEMANA


Algumas fotos foram tiradas da Net

Lanço-vos hoje um novo desafio para uma pequena viagem de dois dias em terras minhotas. Nem vou entrar em muitos detalhes para não me tornar enfadonho.

Venham então daí comigo pelo Alto Minho, mais propriamente por entre montes e vales que nos deixam fascinados e sem fala.

Há uns dias fiz aqui uma postagem sobre Afife, a terra que povoa os meus sonhos e as minhas recordações. Pois bem, saiamos então de Afife em direcção a Valença. Logo à saída da aldeia e à nossa esquerda, encontramos um complexo turistíco, a Gelfa, com piscinas, parque de campismo e uma discoteca que marca as noites da região, a Cavali, lugar de peregrinação nocturna de muitos jovens e não só.

Continuemos depois até Vila Praia de Âncora e percorramos a marginal apreciando a sua praia lindíssima onde parte da minha juventude se desenrolou. Ao fundo o porto de abrigo, onde esperei vezes sem conta pelo regresso dos pescadores da terra para comprar uns centos de sardinha para umas belas sardinhadas entre amigos.

Ao longo da marginal, inúmeros restaurantes deliciam-nos com iguarias de estalo da gastronomia local, dos quais realço um, os Verdes Lírios, não porque os outros não sirvam bem, mas sim porque tem sido ali que faço algumas refeições, por razões familiares, de cada vez que lá vou. Depois de um excelente peixinho fresco, bem regado com um verdinho de se lhe tirar o chapéu, um leite creme bem queimado e um café, saímos em direcção ao Monte do Calvário, de onde num pequeno miradouro se nos depara uma panorâmica deslumbrante sobre a Vila, um extenso escadório com cruzeiros que dá acesso à gruta de Nossa Senhora de Lurdes, oferta de um natural da terra, emigrado em França.

Depois, tomando a estrada de Vila Praia/Ponte de Lima, passamos pelo Dolmen da Barrosa, um monumento megalítico dos mais importantes da Europa que vale a pena visitar.

Uns kilómetros à frente, em Freixeiro de Soutelo, uma capela a Senhora da Cabeça, no monte com o mesmo nome, convida-nos como manda a tradição, a colocar a cabeça numa estreita cavidade, fazendo as nossas preces e os nossos pedidos a Nossa Senhora da Cabeça.

De volta à estrada e uns kilómetros mais adiante, encontramos do nosso lado esquerdo, uma placa que nos sinaliza a Serra d’Arga onde, depois de subirmos um bom bocado, encontramos outra capela, esta em honra de Nossa Senhora do Minho, pertencente à freguesia de S. Lourenço da Montaria.

Neste local de culto, descobrimos uma imagem da virgem trajada de minhota, ao que julgo saber, a única devidamente autorizada pelo Vaticano para assim estar num altar. No exterior poderão ser admiradas as vistas mais bonitas que se possam imaginar, pois dali, do alto daquele monte, vislumbramos Ponte de Lima que se encontra a mais de 20 km de distância. Está presentemente em construção uma Catedral em honra da Santa.

Espalhadas pela Serra d’ Arga vamos encontrando manadas de "garranos" selvagens que pachorrentamente vão pastando por ali. Esta é uma constante das serras que povoam o Alto Minho.

Finda a visita, começamos a descer a Serra e regressamos a Vila Praia de Âncora, onde nos iremos deliciar com um belo café e as célebres bolas de Berlim, que por serem pequeninas nunca resistimos a comer duas, no mínimo.

Um pequeno descanso, ajuda-nos a fazer papo para o jantar, o que fazemos em Caminha, na Adega do Chico, pernoitando depois por ali, no "Hotel Porta do Sol" bem encostadinho ao Rio Minho e de frente para o Monte de Santa Tecla, este já em território espanhol.

No dia seguinte, vamos dar um saltinho a Moledo, percorrendo a sua praia e a sua marginal, local de privilégio nesta costa pois ali passam férias ou têm casa, muitas figuras destacadas da nossa sociedade politica e cultural. É uma espécie de Estoril lá do sitio.

De seguida, seguimos até Vila Nova de Cerveira, passando por Seixas, onde uma placa nos diz à entrada da Vila: "Devagar começa Seixas".

Em Cerveira, visitamos o miradouro do veado, no alto do monte que protege a Vila, com novas vistas fabulosas sobre o Rio Minho, apreciando também o verde contagiante da paisagem minhota.

Voltamos à Vila, e um passeio pelo centro faz parte do itinerário, podendo depois fazer uma visita à Bienal, famosa já em todo o país. Uma travessia do rio Minho até Espanha no ferry não está fora de questão se o tempo o permitir.

A próxima paragem é em Valença no Monte Faro, um novo monte com uma bela capela, um belíssimo restaurante e um novo miradouro espectacular à nossa espera.

Em seguida, voltamos à Cidade, e como não poderia deixar de ser, a visita ao castelo, com as suas tradicionais ruas estreitas entre as muralhas, apinhadas de história e de visitantes, na sua maioria espanhóis. O almoço faz-se por ali, num dos muitos restaurantes que existem, e a gastronomia minhota nos é apresentada de forma exemplar. Um passeio pela muralhas, remata-nos o almoço, de onde podemos admirar Valença e Tui do lado espanhol.

Depois o regresso ao Hotel a Caminha, para um merecido descanso e um pequeno passeio não só pelas ruas da Vila onde podemos apreciar um café nas esplanadas do largo central de Caminha, ou um descontraído passeio pela mata do Camarido até à foz do rio Minho.

Bem no meio do Rio, à entrada da barra, avistamos o forte da Ínsua numa pequena Ilha, pertencente à freguesia de Moledo que outrora foi local de culto, onde se encontrava uma ermida que evocava Nossa Senhora da Ínsua. No reinado de D. João I, franciscanos oriundos da Galiza, ali ergueram um mosteiro.

D. Manuel, mandou ampliar e restaurar este mosteiro uns anos mais tarde que protegia assim a entrada da barra de Caminha. Veio a cair no abandono e em 1940 passou a ser da responsabilidade do Ministério das Finanças, estando em mau estado de conservação actualmente.

Um jantar leve, marca a nossa despedida pois no dia seguinte regressaremos a casa.

Experimentem e depois digam-me se gostaram.

José Gonçalves

12 comentários:

São disse...

Viva!
Como lhe dissera , iria colocar fotos dos Açores em ourocru. Pois já tenho lá algumas, isto é, as das flores. Mais tarde aparecerão as restantes.
Dar-me-á o gosto de as ir ver?
Bom começo de semana!

António Inglês disse...

Olá São

Por acaso tenho de lhe confessar que já vi parte delas que creio são cerca de trinta e seis.
São lindíssimas as que vi, mas tenho de as ver todas, o que não fiz porque tive de sair.
Uma boa semana também para si.
Um abraço
José Gonçalves

Elvira Carvalho disse...

Ora bem amigo eu fui consigo.pelo minho, mas ... eu sou mesmo chata, então o amigo foi á Cerveira, ao miradouro ver a paisagem e uma visita ao antigo castelo, hoje transformado num centro de turismo, onde podia tomar as suas refeições, e até pernoitar e ainda visitar a linda capela?
Depois conversamos
Um abraço

António Inglês disse...

Elvira

Tem toda a razão, esse escapou-me, e até há mais locais dos quais não falei, uns por omissão outros por não achar tão relevantes quanto aqueles de que falei.
Do castelo tem toda a razão. Mas gostou do pequeno passeio ao menos?
Sabe é que é normalmente onde vou todos os anos. Parece-me sempre uma peregrinação.
A capela, é lindíssima também, como o são quase todas as capelas do Minho. Umas são mais ricas do que outras , mas geralmente são bonitas e localizadas em locais estratégicos. Na minha Afife há cerca de 15 ou 16, muitas delas no cimo de pequenos montes.
Destaco a Capela do Monte de Santo António em honra do santo com o mesmo nome, com uma vistas lindíssimas e onde namorei muitas vezes.
Um abraço
José Gonçalves

Elvira Carvalho disse...

Claro que eu gostei do passeio. Não lhe disse já que o norte me encanta e que moram lá as minhas raízes?
Um abraço e boa semana

António Inglês disse...

Eu sei e não me esqueci.
Apenas aligeirei a conversa. Sempre que tiver alguma achega a fazer às minhas postagens, não se acanhe.
É sempre bom podermos reforçar as coisas que dizemos, ainda para mais vindas da minha amiga, por isso até lhe agradeço.
Apesar de tudo, ainda lhe confesso que o antigo castelo de Cerveira é local que já visitei, é bonito está bem recuperado, mas onde vou pouquíssimas vezes. Como tenho a felicidade de ter casa por aqueles lados, raramente fico fora. No Hotel de Caminha, fico algumas vezes, quando a minha prima tem a casa cheia.
Um abraço e uma boa semana.
José Gonçalves

Branca disse...

Que belo itinérário!Só hoje descobri este espaço, sou nova nestas andanças, mas fiquei a gostar e vou repetir. Já agora e nem de propósito o último poema que publiquei no meu blog é sobre Vila Praia de Âncora, o portinho de mar e os pescadores de que fala aqui.Também eu me passeei durante anos por aquelas bandas,estava a escrever aquele poema no Portinho, enquanto esperava pelo jantar nos "Verdes Lírios", que também aqui refere.Desde os 14 anos que vivo apaixonada por aqueles sítios. Que bom recordar aqui Gelfa e o farol de Montedor e tudo o mais que referiu.E o interior do Minho? Igualmente de uma beleza ímpar!Monção,Arcos de Valdevez, Ponte da Barca.Há ainda mais a norte a maravilhosa zona de Castro Laboreiro, a caminho da serra e do belo Santuário da Senhora da Peneda,os belos espigueiros de Soajo e do Lindoso.Em suma,Portugal é belo no seu conjunto, mas o Minho é onde o verde impera e a vista se delicia em cenários sempre renovados!
Parabéns pelo seu espaço.
Voltarei!

São disse...

Olá!
Venho só pedir-lhe desculpa por não ter indicado onde se situa o Parque José Afonso: fica , digamos assim, na fronteira entre o Lavradio (concelho do Barreiro) e a Baixa da Banheira ( concelho da Moita).Aliás, já colmatei a falha.
Obrigada por achar as fotos lindas, mas confesso que algumas das dos Açores não são obra minha, mas sim de um amigo.
Boa semana!

António Inglês disse...

Olá Brancamar

Se levantar mais um pouco as prateleiras deste meu espaço, verificará que bem recentemente fiz uma postagem sobre o Santuário da Senhora da Peneda. Um pouco mais para baixo falei também de outras regiões do meu Alto Minho, que me encantam, sobretudo da minha Afife de onde vejo o farol de Montedor, bem visível de toda a terra, que ele brinda de noite com os seus raios protectores.
Afife, Monte de Santo António, Gelfa, Vila Praia de âncora, Moledo, Caminha, Seixas, Cerveira, Valença... sei lá, são tantas as belezas litorais do Minho.
O seu interior, só percorrendo se percebe onde a natureza costuma descansar no meio do verdejante das suas Serras. O Gerês...
Olhe brancamar, não perca esse amor que adquiriu por aquelas paragens.
Eu sei que Portugal é fértil em paisagens, todas elas tão diferentes, mas sempre lindíssimas. Mas o nosso Minho é diferente, é especial, quanto mais não seja para nós...
Um abraço e obrigado pela sua visita que espero se repita. E nem precisa de bater à porta, ela fica sempre aberta.
José Gonçalves

António Inglês disse...

Olá São

Não conhecia esse lindo parque José Afonso (creio que o nosso Zeca?) mas fiquei em pulgas para o ir conhecer pessoalmente.
As fotos dos Açores, suas ou não, trazem-nos muitas saudades daquelas Ilhas.
Tenho de lá voltar.
Um abraço
José Gonçalves

Ernesto Feliciano disse...

Amigo José,

Estou a apontar estes seus percursos, para um dia destes os utilizar.

Um abraço.

António Inglês disse...

Olá Ernesto

Quando quiser, tenho mais em carteira que lhe poderei facultar.
Uma abraço
José Gonçalves