segunda-feira, 22 de outubro de 2007

RECONCILIAÇÃO


...Sei que ficaste triste comigo, por ter falado com o Pai e nem ter perguntado por ti.
Tens razão, mas sabes foi sempre ele a comandar as nossas vidas ...
Não leves a mal, tu também me fazes falta...


Não estejas triste Mãe
Deixa-me olhar-te
De longe e em silêncio
Limpa essa gota teimosa
Que cai do teu rosto
Tão bonito
Não estejas triste Mãe
Quero ver-te a sorrir
Como sempre fazias
Quando pela manhã
Me acordavas com um beijo
Ou quando chegava da escola
Não estejas triste Mãe
Oferece-me o teu regaço
Deixa que adormeça
Nesse colo onde tantas vezes
Me aconcheguei no teu peito
E me afagaste o cabelo
Não estejas triste Mãe
Eu sei que sempre foste tu
Que pedia ao Pai por mim
Que lhe deixavas num beijo
Os recados que te dei
Tantas vezes ao ouvido
Não estejas triste Mãe
Foi apenas uma conversa
Uma prece num impulso
De tanta coisa por dizer
Caminhos que só ele sabe
Que eu preciso conhecer
Não estejas triste Mãe
Que eu vi a tua mão
Agarradinha à do Pai
E se agarrares a minha também
Verás que sempre soubeste
Os pedidos que lhe enviei

Anda, faz-me um sorriso também!

PS. Desculpem este meu atrevimento, mas há alturas na vida que as conversas têm de ser feitas em família...


13 comentários:

Vladimir disse...

Lindíssima conversa em família...magnífica.

António Inglês disse...

Obrigado amigo Vladimir e bem vindo a esta outra família que faz parte deste cantinho.
Um abraço
José Gonçalves

São disse...

Agradeço ter permitido estar presente nesta formosa conversa em família!
Bem haja!

Branca disse...

Belo e terno poema!
Também eu sou mãe e foi como se sentisse o meu filho a falar comigo.Bonita esta intimidade partilhada connosco!
Parabéns!
Não se esqueça de ir ver o meu comentário no post anterior.
Gostei de descobrir hoje o seu espaço, foi uma nova luz no meu dia.Obridada pela partilha.

António Inglês disse...

Amiga São

Estas conversas são normalmente em família, mas não pude deixar de as colocar aqui.
Eu sei, que os meus pais, estejam lá eles onde estiverem, estão bem perto de mim, por isso, não quis deixar no silêncio as duas preces que lhes enviei.
Um abraço
José Gonçalves

António Inglês disse...

Olá brancamar

Seja bem vinda a esta sua casa.
Eu não creio que o que escrevi sejam dois poemas (já tinha escrito um anteriormente a meu Pai).
Foram mais duas preces, duas orações, dois pedidos, um de ajuda, outro de desculpas, mas os dois de saudades... muitas
Obrigado pela sua visita
Breve a irei visitar também.
Um abraço amigo
José Gonçalves

Elvira Carvalho disse...

Bom até que enfim. De vez enquando, venho leio e tenho que ir porque não consigo deixar comentário. Vamos a ver se é desta.
Gostei da sua conversa com a sua mãe, como tinha gostado da anterior com o seu pai. Prefiro dizer conversa com a sua mãe, porque conversa em família trás-me recordações de má memória.
E dizia que gostei. Muito. Penso que deve escrever mais vezes o que lhe vai lá dentro. Não tem nada a ver com os posts que costuma postar de viagens. As fotos são bonitas, mas o amigo perde-se um pouco com números e não deixa sair esse sentimento que passa nestas conversas.
Um abraço.
Passe pelo Sexta-feira. Pode er que lhe agrade o post.

António Inglês disse...

Minha amiga

Transportei para aqui esta conversa que tive em privado, porque achei que as poderia tornar públicas.
Eu não sei escrever assim, só quando tenho mesmo um grande motivo de inspiração.
Mas... de vez em quando sai...
Quanto ao que me diz, que eu me perco muito com números... não entendi...
Mas a minha amiga vai esclarecer-me seguramente. É que eu nas descrições que faço das minhas viagens, também ponho no papel o que me vai na alma.
Fotos, até tenho bastantes mas muitas arquivadas em CD's que estão guardados há uns tempos, por isso me socorro muitas vezes da Net. Até porque são melhores que as minhas, o que não é preciso muito.
Sabe.. pensei muito antes de colocar aqui este pedido de desculpas a minha mãe. A última coisa que quereria era que me acusassem de pretender ser aquilo que não sou. Mas olhe saiu-me.
Mais uma vez as suas palavras têm um efeito especial em mim, o que lhe agradeço.
Um grande e forte abraço
José Gonlçalves

António Inglês disse...

Amiga Elvira

Um pequeno pormenor, esta conversa em família nada tem a ver com outras conversas em família das quais também não gostava nada.
A família é outra.
Um abraço
José Gonçalves

Elvira Carvalho disse...

Ora cá estou outra vez. Eu sei que gosta muito de viajar e que também põe nisso amor. Pomos sempre amor naquilo que fazemos de livre vontade. Quando eu me refiro aos nºs. refiro-me áqueles textos em que o amigo se perde um pouco com km, estradas etc. Ficam uns textos muito longos e acabam por perder emoção. É o que eu penso, e isso não quer dizer nada eu até posso estar errada, mas penso que o amigo põe muito mais emoção nestes textos.
Já pensou escrever sobre pessoas?
Um abraço

António Inglês disse...

Elvira

Cada dia que passa a sua ajuda se mostra mais eficaz.
Isto vai demorar um tempinho mas vai ao sítio.
Como costumo dizer, o que custa mais são os primeiros dez anos, depois é sempre estrada.
Fora de brincadeiras, acho que tem razão, mas tem de entender que tenho muito pouco tempo desta coisa de blogs e até de computadores.
Daí escrever o que me vem à cabeça.
Por vezes é o entusiasmo que me faz ser assim.
Já deve ter reparado que falo muito... foi sempre um grande defeito meu (um dos)
Tentarei emendar-me, como já lhe disse,sobretudo porque acho que tem toda a razão.
Um abraço
José Gonçalves

Elvira Carvalho disse...

Ora cá estou outra vez. Até parece que estamos ao telefone. Não se preocupe eu também falo muito. E também ando nisto apenas desde o fim de Abril, e de computador, estamos conversados.
Não tem passado no "Coisas minhas"?
Gostava da sua opinião sobre o quadro que lá está.
Um abraço

António Inglês disse...

Boa noite Elvira

O coisas minhas confesso que não visito, mas tem sido por distracção minha.
Vou lá ver e deixo-lhe lá um comentário, se bem que não perceba nada de arte. Bem vistas as coisas eu percebo de muito pouca coisa.
Um abraço
Uma noite serena.
José Gonçalves