domingo, 9 de novembro de 2008

MARCAS DA HISTÓRIA – DEZANOVE ANOS DEPOIS


O MURO DE BERLIM

O Muro de Berlim caiu na noite de 9 de Novembro de 1989 depois de 28 anos de existência. Antes da sua queda, houve grandes manifestações em que, entre outras coisas, se pedia a liberdade de viajar. Além disto, houve um enorme fluxo de refugiados ao Ocidente, pelas embaixadas da RFA, principalmente em Praga e Varsóvia, e pela fronteira recém-aberta entre a Hungria e a Áustria, perto do lago Neusiedler See. O impulso decisivo para a queda do muro foi um mal-entendido entre o governo da RDA. Na tarde do dia 9 de Novembro houve uma conferência de imprensa, transmitida ao vivo na televisão alemã-oriental. Günter Schabowski, membro do Politburo do SED, anunciou uma decisão do conselho dos ministros de abolir imediatamente e completamente as restrições de viagens ao Oeste. Esta decisão deveria ser publicada só no dia seguinte, para anteriormente informar todas as agências governamentais.




Pouco depois deste anúncio houve notícias sobre a abertura do Muro na rádio e televisão ocidental. Milhares de pessoas marcharam aos postos fronteiriços e pediram a abertura da fronteira. Nesta altura, nem as unidades militares, nem as unidades de controle de passaportes haviam sido instruídas. Por causa da força da multidão, e porque os guardas da fronteira não sabiam o que fazer, a fronteira abriu-se no posto de Bornholmer Straße, às 23 h, mais tarde em outras partes do centro de Berlim, e na fronteira ocidental. Muitas pessoas viram a abertura da fronteira na televisão e pouco depois marcharam à fronteira. Como muitas pessoas já dormiam quando a fronteira se abriu, na manhã do dia 10 de Novembro havia grandes multidões de pessoas querendo passar pela fronteira.




Os cidadãos da RDA foram recebidos com grande euforia em Berlim Ocidental. Muitas boates perto do Muro espontaneamente serviram cerveja gratuita, houve uma grande celebração na Rua Kurfürstendamm, e pessoas que nunca se tinham visto antes cumprimentavam-se. Cidadãos de Berlim Ocidental subiram o muro e passaram para as Portas de Brandenburgo, que até então não eram acessíveis aos ocidentais. O Bundestag interrompeu as discussões sobre o orçamento, e os deputados espontaneamente cantaram a hino nacional da Alemanha.




Nos 28 anos da existência do Muro morreram muitas pessoas. Não existem números exactos e há indicações muito contraditórias, porque a RDA sistematicamente impedia todas as informações sobre incidentes fronteiriços. A primeira vítima foi Günter Litfin, que foi baleado pela polícia dia 24 de Agosto de 1961 ao tentar escapar perto da estação Friedrichstraße. No dia 17 de Agosto de 1962, Peter Fechter sangrou no chamado corredor da morte, à vista de jornalistas ocidentais. Em1966, foram mortas duas crianças de 10 e 13 anos. O último incidente fatal ocorreu no dia 8 de março de 1989, oito meses antes da queda, quando Winfried Freudenberg, de 32 anos, morreu na queda de seu balão de gás de fabricação caseira no bairro de Zehlendorf, quando tentava transpor o muro.




Estima-se que na RDA 75 000 pessoas foram acusadas de serem desertores da república. Desertar da república era um crime que, segundo o artigo §213 do código penal da RDA, era punido com até 2 anos de prisão. Pessoas armadas, membros das forças armadas ou pessoas que carregavam segredos nacionais eram mais severamente punidas, se considerado culpado de escape da república, por pelo menos 5 anos de prisão.




Também houve guardas fronteiriços que morreram por causa de incidentes violentos no muro. A vítima mais conhecida era Reinhold Huhn, que foi assassinado por um Fluchthelfer (pessoas que ajudavam cidadãos do Leste a passar a fronteira, ilegalmente). Estes tipos de incidentes eram utilizados pela RDA para a sua propaganda, e para posteriormente justificar a construção do muro de Berlim.





Fonte Wikipéida

Fotos da Net

António Inglês


6 comentários:

Entre "linhas" disse...

Foi sem dúvida um dos grandes marcos da história, a quebra de barreiras imposta por uma política avassaladora e sem quaisqueres tipos de limites.
Bom fim de semana
Bjs Zita

Menina do Rio disse...

Rompem-se os grilhões! Eu acompanhei pela Tv e foi realmente um momento único!

Um beijo pra ti

Elvira Carvalho disse...

Lembro da alegria que senti ao ver na TV, a queda do muro e a alegria das pessoas.
Um abraço e uma boa semana

António Inglês disse...

Zita

Para quem tem a minha idade, esta data marca uma viragem da história mesmo.
Beijinho Zita
António

António Inglês disse...

Menina do Rio

Foram momentos intensos de emoção. Muitas barreiras caíram neste dia.
Beijinhos
ANtónio

António Inglês disse...

Elvira

Quando se libertam as vozes, a alegria é enorme. O 25 de Abril, à nossa moda foi também para mim um marco na história. Seria preciso continuar a derrubar barreiras que prendem o homem e a humanidade.
Um abraço
António