sábado, 1 de novembro de 2008

LISBOA - 1 DE NOVEMBRO DE 1755


A 1 de Novembro de 1755, às 9 horas e 30 ou 40 minutos, um violento terramoto atinge Lisboa e outras localidades portuguesas, provocando entre 12 a 15 mil vítimas mortais. A terra tremeu três vezes, num total de 17 minutos. O sismo teve o epicentro no mar, a oeste do estreito de Gibraltar, atingindo o grau 8,6/9 na escala de Richter.




O sismo fez-se sentir nessa manhã de 1 de Novembro de 1755 às 9:30 ou 9:40, dia que coincide com o feriado do Dia de Todos-os-Santos. O epicentro não é conhecido com exactidão, havendo diversos sismólogos que propõem locais distanciados de centenas de quilómetros. No entanto, todos convergem para um epicentro no mar, entre 150 a 500 quilómetros a sudoeste de Lisboa. Devido a um forte sismo, ocorrido em 1969 no Banco de Gorringe, este local tem sido apontado como tendo forte probabilidade de aí se ter situado o epicentro em 1755. A magnitude terá atingido 9 na escala de Richter.




Com os vários desmoronamentos, os sobreviventes procuraram refúgio na zona portuária e assistiram ao recuo das águas, revelando o fundo do mar cheio de destroços de navios e cargas perdidas. Poucas dezenas de minutos depois, um tsunami, que actualmente se supõe ter atingido pelo menos seis metros de altura, havendo relatos de ondas com mais de vinte metros, fez submergir o porto e o centro da cidade, tendo as águas penetrado até 250 metros. Nas áreas que não foram afectadas pelo tsunami, o fogo logo se alastrou, e os incêndios duraram pelo menos cinco dias. Todos tinham fugido e não havia quem o apagasse.




Lisboa não foi a única cidade portuguesa afectada pela catástrofe. Todo o sul de Portugal, nomeadamente o Algarve, foi atingido e a destruição foi generalizada. Além da destruição causada pelo sismo, o tsunami que se seguiu destruiu no Algarve fortalezas costeiras e habitações, registando-se naquela costa, ondas com quase 30 metros de altura.




De uma população de 275 mil habitantes em Lisboa, crê-se que mais de quinze mil morreram, 900 das quais vitimadas directamente pelo tsunami. Outros 10 mil foram vitimados em Marrocos. Cerca de 85% das construções de Lisboa foram destruídas, incluindo palácios famosos e bibliotecas, conventos e igrejas, hospitais e todas as estruturas. Várias construções que sofreram poucos danos pelo terramoto foram destruídas pelo fogo que se seguiu ao abalo sísmico, causado por lareiras de cozinha, velas e mais tarde por saqueadores em pilhagens dos destroços.




Na voragem do terramoto de 1755 desapareceram cinquenta e cinco palácios, mais de cinquenta conventos, a Biblioteca Real, vastíssima em livros e manuscritos e as livrarias (como sinónimo de bibliotecas) dos conventos de S. Francisco, Trindade e Boa Hora. As chamas reduziram a cinzas milhares de livros em cinco casas de mercadores de livros franceses, espanhóis e italianos, e em vinte e cinco – contadas por Frei Cláudio da Conceição – lojas e casas de livreiros. Salvou-se o precioso arquivo da Torre dos Tombo, devido aos cuidados do seu guarda-mor Manuel da Maia. Um jovem inglês de apelido Chase, que presenciou tudo, escreveu numa carta á família:



«Porque o povo possuído da ideia de que era o Dia do Juízo, e querendo-se antes empregar em obras pias, tinha-se sobrecarregado de crucifixos e santos, e tanto os homens como as mulheres, durante os intervalos dos tremores, entoavam ladainhas ou atormentavam cruelmente os moribundos com cerimónias religiosas e, cada vez que a terra tremia, todos de joelhos bradavam misericórdia, com a voz mais angustiosa que imaginar se possa.» Balanço da tragédia: entre 12 a 15 mil vítimas mortais, numa população de 260 mil e mais de 10 mil edifícios destruídos. Voltaire, em Genebra, escreve impressionado "Poème sur le désastre de Lisbonne".



Extratos de textos tirados da Net

Fotos da Net

António Inglês


4 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Depois da cirurgia, estou regressando aos poucos.
Um abraço e bom fim de semana.

Menina do Rio disse...

Vim te deixar um beijinho e desejar-te um ótimo fim de semana!

gaivota disse...

e foi por esse terramoto que se reconstruiu parte da cidade de lisboa, a chamada parte nova...
que tempos difíceis e complicados terão sido, meu amigo...
beijinhos

Maria disse...

Teve aqui o Marquês de Pombal um papel determinante. E toda a baixa lisboeta foi reconstruída, com a beleza que ainda se conhece hoje. E a Av. da Liberdade que, na época, foi consideraa exageradamente larga...
... tinha visão, o Marquês...

Bom resto de domingo
Beijinho, António