quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

ACONTECIMENTO HISTÓRICO

Mapa Cor-de-Rosa



11 DE JANEIRO DE 1890

Ultimato britânico a Portugal


A 11 de Janeiro de 1890, o governo britânico entrega a Portugal um memorando exigindo a retirada das forças militares existentes no território compreendido entre Moçambique e Angola. Esta zona era reclamada por Portugal, que a havia incluído no célebre Mapa cor-de-rosa.

O chamado Mapa cor-de-rosa seria o documento representativo da pretensão de Portugal de soberania sobre os territórios sitos entre Angola e Moçambique, nos quais hoje se situam a Zâmbia, o Zimbabwe e o Malawi.

A disputa com a Grã-Bretanha sobre estes territórios levou ao ultimato britânico de 1890, a que Portugal cedeu, causando sérios danos à imagem do governo monárquico português.

Face ao crescente interesse das potências europeias pela África, ao final do século XIX, tornou-se claro que Portugal deveria também definir uma nova política africana já que a crescente presença inglesa, francesa e alemã naquele continente ameaçava a tradicional hegemonia portuguesa nas zonas costeiras de Angola e Moçambique.

Com base no chamado direito histórico, alicerçado na primazia da ocupação europeia, Portugal reclamava vastas áreas do continente africano, embora, de facto, apenas dominasse feitorias costeiras e pequeníssimos territórios ao redor dessas. Contudo, a partir da década de 1870 ficou claro que apenas o direito histórico não seria suficiente e que a presença portuguesa dependia do alargamento para o interior das possessões reclamadas.

Após o desfecho do ultimato britânico de 1890 foi afirmado que o governo português em 1888 não assumia por completo as pretensões do "mapa cor-de-rosa", tendo-o utilizado apenas como base para negociações com Londres. Estaria então disposto a ceder à Grã-Bretanha o norte do Transvaal (o país dos Matabeles), retendo apenas o sul do lago Niassa e o planalto de Manica, por temer que a cedência daqueles territórios, para além de impedir a ligação costa a costa, conduzisse à livre navegação no rio Zambeze, podendo retalhar Moçambique.

O resultado foi o ultimato britânico de 11 de Janeiro de 1890 sendo exigido a Portugal a retirada de toda a zona disputada sob pena de serem cortadas as relações diplomáticas. Isolado, Portugal protestou mas seguiu-se a inevitável cedência e recuo. E assim acabou o "mapa cor-de-rosa", mas não sem que antes tivesse deixado um legado de humilhação nacional e frustração (bem patente no Finis Patriae de Guerra Junqueiro) que haveria de marcar Portugal durante muitas décadas. Na sequência deste episódio, Alfredo Keil compôs a portuguesa.

Fonte Wikipédia.
Foto Internet


Estes nossos eternos amigos ingleses...

José Gonçalves

10 comentários:

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querido zé Gonçalves, estou com o coração a bater mais depressa,
ao ler este magnífico texto da nossa História.
Ontem como hoje continuamos a ser subjugados.
Um milhão de beijinhos,
Fernandinha

Isamar disse...

Um excelente post, amigo! Já lá vão tantos anos!Dependência económica dá dependência política. Já naquele tempo tínhamos uma dívida externa muito grande e era inevitável ceder às exigências da Inglaterra. Foi um ultraje para Portugal infligido por um país com quem tínhamos, desde o século XIII, fortes relações. Ligar a cidade do Cabo ao Cairo era um dos objectivos da Inglaterra, ficando assim detentora de um corredor do Sul ao Norte ( Mediterrâneo). D. Carlos acabou por fazer o inevitável. Disto , colheu dividendos o Partido Republicano formado em 1876. E assim se tornaram mais fortes as manifestações contra a já débil monarquia.

Beijinhossss

Elvira Carvalho disse...

Primeiro, resolveu o meu amigo mostrar o rosto, no perfil. Está a fazer o que me tinha dito em tempos? Não lhe digo que tive muito gosto em conhecê-lo, porque já o tinha visto várias vezes, incluso no hi5.
Depois o post. Apetece-me dizer que quem tem amigos assim não precisa de inimigos.
Um abraço e um bom fim de semana

António Inglês disse...

Fernandinha

Tem sido a nossa sina a de ter-mos amigos destes... e nós sempre na mó de baixo em especial com os ingleses que para além de arrogantes e convencidos sempre tiraram partido da falta de coragem que os nossos governantes sempre tiveram para com eles...
Continuamos como dizes e muito bem a ser subjugados por tudo e por todos e a sermos um povo de brandos costumes.
Um grande beijinho do tamanho do milhão que me envias.
José Gonçalves

António Inglês disse...

Olá sophiamar

Eu em boa verdade nem posso queixar-me muito dos ingleses pois não fora a ajuda que estes senhores nos deram aquando das invasões francesas e eu não estaria agora aqui conversando com todos os amigos e amigas que encontrei.
Mas, reconheço que sempre dependemos do exterior para quase tudo e nos dias de hoje o desequilíbrio da nossa balança económica dita as suas leis e continuamos a depender de acordos e subserviências sem as quais se calhar seria difícil sobreviver.
Mas por estes caminhos não vou pois de política apenas me revejo na local e essa sim, essa interessa-me pois trata-se da defesa intransigente dos interesses desta terra e das suas gentes.
Deixo-te mil beijinhos
José Gonaçlves

António Inglês disse...

Bom dia Elvira

Realmente tenho vindo devagarinho a confirmar o que lhe tinha dito em tempos.
É bom que se vão acostumando à minha carantonha pois outras novas virão por aí.
Faltam-me algumas conversas que ainda não estão em dia mas depois se verá o que mais aparecerá.
Pois estes nossos "amigos" que já nos ajudaram em tempos, mostraram ao longo dos anos que não dão ponto sem nó...
Deixo-lhe um abraço
José Gonçalves

São disse...

Nesta aliança com os ingleses, sempre eles abocanharam a parte de leão, não foi?
Lamentável a nossa subserviência ainda hoje face a Inglaterra: veja-se o caso McCann!!
Bom fim de semana, caríssimo!

avelaneiraflorida disse...

Amigo José Gonçalves,

pois é!!!! e como é dificil explicar aos nossos jovens como estas relações sempre foram...digamos, "tendenciosas"!!!!
Com o maior proveito, claro está , para os interesses britânicos!!!! E só para relembrar mais um pouquinho...que tal a presença inglesa em Portugal durante as Invasões Francesas?????

Bom fim de semana, Amigo!!!!

António Inglês disse...

Olá são

O mal de tudo isto é que não aprendemos mesmo e continuamos como se nada fosse.
Este é o destino dos pobres, Comer e calar...
Um beijinho
José Gonçalves

António Inglês disse...

avelaneiraflorida

Pois deve ser difícil, mas manda quem pode e obedece quem deve.
Nestes casos a balança fica sempre do lado dos mais "pesados", e o nosso peso enquanto país é pouco ou nenhum.
Quanto à presença dos ingleses em Portugal durante as invasões francesas, não vou entrar muito por aí, pois segundo rezam os documentos foi graças a elas que a minha família está por cá.
Paciência, ninguém é perfeito...
Um beijinho
José Gonçalves