quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A ÁRVORE DE NATAL


A curiosidade que sempre tive em conhecer a origem da Árvore de Natal, levou-me a uma busca relativamente profunda e cheguei à conclusão que as versões da origem deste símbolo natalício são mais que muitas.

A maioria das opiniões apontam para que a origem da árvore seja proveniente da Alemanha, mas aquela que considerei mais interessante e que mais me agradou, encontrei-a num site da FUL. Partilho-a convosco pois o Natal aproxima-se a passos largos e nesta época do ano sabe bem ler algo relacionado com a Festa do Nascimento de Jesus.

Por tradição a verdadeira festa da família, é nesta época que pomos de parte aquilo que nos separa e abrimos os corações a uma das mais importantes virtudes do homem, o saber perdoar.

A grande maioria dos cristãos, tem gravada na memória a noite mais mágica da sua infância, e relembra sempre com saudade a correria para a chaminé em busca dos presentes que o invisível Pai Natal deixaria no sapatinho cuidadosamente colocado de véspera.




No meu caso particular, lembro que muitas vezes tentei pôr na nossa lá de casa, não um sapatinho mas uma bota porque, dizia eu a meu Pai, (o verdadeiro Pai Natal), que dessa forma o célebre “velhinho das barbas brancas” teria oportunidade de deixar mais brinquedos. Mas isso foi no meu tempo de criança porque nos dias de hoje, os hábitos foram-se alterando e o local da abertura das prendas deixou de ser a antiga chaminé que foi substituída pela árvore de natal onde à meia-noite todos anseiam pela abertura das prendas que por debaixo dela foram sendo postas ao longo dos dias que antecedem aquela Noite. Até isso se alterou. Os meus brinquedos só apareciam na manhã do dia seguinte. Quanta ilusão, quantos sonhos, quanta magia!




A Origem da Árvore de Natal e o Presente de Nickerl

A “Árvore de Natal”, conhecida em algumas regiões da Europa como a “Árvore de Cristo”, desempenha papel importante na data comemorativa do Nascimento de Nosso Senhor.

Os relatos mais antigos que se conhecem acerca da Árvore de Natal datam de meados do século XVII, e são provenientes da Alsácia, encantadora província francesa.

Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, única árvore que nas imensidão da neve permanece verde.

A “Árvore de Natal” é um símbolo natalício que representa agradecimento pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

O costume de preparar este belo complemento do presépio foi passando de vizinhança em vizinhança, alcançando hoje países onde a neve é um fenómeno desconhecido.



“Árvore de Cristo”: presente do Menino Jesus

A comovente narração figura numa obra sobre a vida popular na região da Estíria (Áustria), no século passado. Seu autor, P. Rosegger, assim descreve o episódio:

“Era um anseio que decidira pôr em prática naquela noite, antes que minha mãe chegasse à cozinha para preparar a refeição natalícia. Eu ouvira falar muito a respeito da celebração do Natal nas cidades; devia-se colocar sobre a mesa um pinheirinho, verdadeira arvorezinha do bosque; pendurar velinhas nos seus ramos e acendê-las; e depositar por debaixo dele presentes para as crianças, esclarecendo que havia sido o Menino Jesus que os tinha trazido.

“Então pensei em montar uma árvore de Cristo para meu pequeno irmão, Nickerl. Mas tudo em segredo (isso fazia parte do procedimento).

“Depois de já ter clareado o dia, saí no meio de um nevoeiro gelado. Este protegeu-me do olhar das pessoas que trabalhavam em torno da casa (...)



“Logo fez-se noite. A criadagem estava ainda ocupada nos estábulos ou nos quartos da casa, onde, segundo o costume da Noite Santa, lavavam a cabeça e se vestiam com trajes de festa. Na cozinha, minha mãe fazia os sonhos para o dia de Natal. Meu pai, com o pequeno Nickerl, percorria a propriedade para abençoá-la, levando para isso, num recipiente, carvões incandescentes. Sobre eles espalhava o incenso... a fim de incensá-las enquanto rezava em silêncio. (...)

“Enquanto o pessoal se ocupava em suas tarefas lá fora, eu preparava na sala grande a árvore de Cristo. Tirei a arvorezinha do meio da lenha e coloquei-a sobre a mesa. Depois cortei de um maço de cera dez ou doze velinhas e coloquei-as sobre os pequenos galhos. Em baixo, aos pés da arvorezinha, depositei um pão doce.



“Ouvi então passos lentos e suaves na parte de cima da casa. Eram meu pai e meu irmãozinho que já estavam lá e abençoavam o sótão. Logo chegariam ao salão. Acendi as velinhas e escondi-me atrás do forno. A porta abriu-se e eles entraram com seu recipiente de incenso. E ficaram parados.

“- O que é isto? perguntou meu pai com voz baixa mas prolongada.

“O pequeno Nickerl ficava emudecido. Nos seus olhos grandes, redondos, espelhavam-se como estrelinhas as luzes da árvore de Cristo.



“Meu pai avançou devagar para a porta da cozinha e chamou baixinho:

“- Mulher, mulher! Venha ver um pouco.

“E quando ela apareceu:

“- Mulher, foste tu que fizeste?

“- Maria e José! - exclamou minha mãe. -O que deixastes sobre a mesa?



“Logo chegaram também os criados e criadas, vivamente impressionados com a inédita visão. Então um rapaz que viera do vale fez a suposição:

“- Poderia ser uma árvore de Cristo!

“Seria realmente verdade que os anjos tinham trazido do Céu tal arvorezinha?

“Eles contemplavam-na e admiravam-se. A fumaça do incenso enchia a sala inteira, de modo que era como um delicado véu que pousava sobre a arvorezinha iluminada.

“Minha mãe procurou-me na sala, com o olhar:

“- Onde está o Pedro?



“Julguei então ser o momento de sair do canto do forno. Tomei pelas frias mãozinhas o pequeno Nickerl, que continuava emudecido e imóvel, e levei-o para junto da mesa. Ele quase resistiu. Mas eu lhe disse, em tom profundamente solene:

“- Não temas, irmãozinho! Olha: o querido Menino Jesus trouxe-te uma árvore de Cristo. Ela é tua!

“O menino estava contentíssimo. E juntou as mãos como fazia na igreja para rezar”

Francisco José F. Braga Rolim

Frederico R. de Abranches Viotti

Fotos da Net




FELIZ NATAL A TODOS!

António Inglês


8 comentários:

Patti disse...

A minha versão do pinheiro de Natal é a do Martinho Lutero, que quando se passeava pelas ruas da Alemanha, terá ficado encantado com o brilho das estrelas e das luzes nos pinheiros e resolveu levar um para casa e enchê-lo de luzes de velas, representado assim as estrelas do céu.

Bonita história, a sua.

São disse...

Meu querido Tonico também para ti e para quem amas , aqui deixo sinceros votos de alegres festividades, Natal de paz e que 2009 seja muito melhor do que 2008!

Um fraterno e apertado abraço!

vieira calado disse...

Olá, amigo!

Muito valioso o seu estudo.

No meu tempo ainda não havia Pai Natal.
Era o Menino Jesus
que trazia os presentes.

Posto isto, peço desculpa não tê-lo avisado acerca do lançamento do meu livro.
(como não encontro o seu mail, vai aqui)
Tive de ir para Lisboa mais cedo do que julgava, e aí não tinha computador à disposição.

O livro saiu. A apresentação foi concorrida (apesar do muito mau tempo) e conheci vários confrades blogistas em amena cavaqueira, muito refrescante.

A editora fixou em 8.50 euros o preço do livro (ele estará em diversas livrarias), mas eu posso mandá-lo daqui. Nesse caso iria dedicado e com a minha oferta dos 4 primeiros postais ilustrados de poesia da colecção Litoral (um deles está, algures no meu blog).

Aproveito o ensejo para lhe desejar um

BOM NATAL.

Um forte abraço

Maria disse...

Não conhecia esta história, António.
Também quando eu era miúda apenas fazíamos o presépio, e não havia pai natal...
... mas púnhamos as botas na chaminé...
:))

Um bom ano de 2009 para ti e toda a família!

Beijinho, António

gaivota disse...

muito interssante a descrição da árvore de natal
a minha árvore é mais sóbria, singela decorada pela minha filhota mais nova e pelo meu netinho de 6 anos...
desejo um santo e feliz natal para ti e família, com saúde, em paz e muita alegria e amor
beijinhos

Anónimo disse...

António quando eu era pequena, lá na aldeia também só via os presentes(?) de manhã. Gostei de conhecer este conto cobre a árvore de Natal

aramis disse...

Meu amigo, que maravilha! Outra que desconhecia por completo... Obrigada pela partilha dos "teus momentos" em familia.
Um Santo e Feliz Natal para todos vós, em especial para ti, Lidia e Pedro.

Joaninha disse...

Feliz Natal meu caro amigo.

Um grande abraço a todos aí por casa :)