domingo, 21 de dezembro de 2008

QUEM FORAM OS TRÊS REIS MAGOS?


Os magos só são mencionados em apenas um dos quatro evangelhos, o de Mateus. Nos 12 versículos em que trata do assunto, Mateus não especifica o número deles. Sabe-se apenas que eram mais de um, porque a citação está no plural – e não há nenhuma menção de que eram Reis. “Não há evidência histórica da existência dessas pessoas”, diz André Chevitaresse, professor de História Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “São personagens criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de Jesus por todos os povos.”



De qualquer forma, a tradição permaneceu viva e foi apenas no século III que eles receberam o título de Reis – provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia contida no Salmo 72: “Todos os Reis cairão diante dele”. Cerca de 800 anos depois do nascimento de Jesus, eles ganharam nomes e locais de origem: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (Melchior), “o branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea).




Quem hoje for visitar a catedral de Colónia, na Alemanha, será informado de que ali repousam os restos dos Reis magos. De acordo com uma tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Colónia, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milão, na Itália, onde permaneceram até o século 12, quando o imperador germânico Frederico dominou a cidade e trasladou as urnas mortuárias para Colónia. “Não sei quem está enterrado lá, mas com certeza não são eles”, diz o teólogo Jaldemir Vitório, do Centro de Estudo Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte. “Mas isso não diminui a beleza da simbologia do Evangelho de Mateus ao narrar o nascimento de Cristo.” Afinal, devemos aos magos até a tradição de dar presentes no Natal. No ritual da antiguidade, ouro era o presente para um rei. Incenso, para um religioso. E mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a mortalidade).

Da Revista Superinteressante – Janeiro de 2002




A inveja de Herodes

"Tendo Jesus nascido, em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: "Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos o seu astro no oriente e viemos prestar-lhe homenagem". A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado, e toda Jerusalém com ele. Reuniu todos os sumos sacerdotes e os escribas do povo, e inquiriu deles o lugar onde o Messias devia nascer. "Em Belém da Judeia , disseram-lhe eles, pois é isto o que foi escrito pelo profeta : E tu, Belém , terra de Judá , não és decerto a menos importante das sedes distritais de Judá : pois é de ti que sairá o chefe que apascentará Israel , meu povo".




Então Herodes mandou chamar secretamente os magos , inquiriu deles a época exacta em que aparecera o astro, e os enviou a Belém dizendo: "Ide informar-vos com exactidão acerca do menino; e, quando o tiverdes encontrado, avisai-me para que também eu vá prestar-lhe homenagem". A estas palavras do rei , eles se puseram a caminho, e eis que o astro que tinham visto no oriente avançava à sua frente até parar em cima do lugar onde estava o menino. À vista do astro, sentiram uma alegria muito grande. Entrando na casa, viram o menino com Maria , sua mãe, e prostrando-se, prestaram-lhe homenagem; abrindo seus escrínios, ofereceram-lhe por presente ouro, incenso e mirra. Depois, divinamente avisados em sonho de que não tornassem a ir ter com Herodes, retiraram-se para sua pátria por outro caminho".


(Mateus 2: 1,12) Bíblia – tradução Ecuménica

Fotos da Net

António Inglês

4 comentários:

vieira calado disse...

Olá, António!

Muito bom o seu trabalho de "recherche".

Agora uma achega: os reis seriam apenas magos (mágicos), mas não reis.

A tal luz que os guiou, segundo a tradição, seria um cometa.
Essa célebre Estrela de Belém, segundo outros, seria uma conjunção de Vénus, Júpiter e Saturno. Que é coisa rara.

O célebre pintor Giotto, compôs um quadro onde se vê o presépio e o cometa Halley, que terá passado na altura.

No meu poema de natal, na poesia, coloquei essa imagem.

Quero desejar-lhe um BOM NATAL, com os seus.

Um forte abraço.

* o livro segue amanhã.

Obrigado.

Filoxera disse...

Sempre artigos de uma riqueza grande.
Um beijinho.

Unknown disse...

Amigo António,

Retribuo calorosamente os votos que deixou no meu antigo cantinho...e a MESA continua,noutra morada, mas sempre disponível para receber os amigos!!!!
Que tudo seja BOM para si e para os seus, TODOS OS DIAS e SEMPRE!!!!
E "brigados" pelas sempre interessantes partilhas que aqui encontramos!!!!
Bjkas!!!

Dalinha Catunda disse...

Oi, António
Obrigada pela sua visita iluminada, enriquecendo meu blog com um belo poema de Natal.
Você é um dos amigos que encontrei nesta estrada virtual e quero conservar por muito tempo.
Um Feliz Natal para você e tod sua familia.
Carinhosamente,
Dalinha