O Natal
Como toda a festa religiosa, o Natal é rico
Historicamente não se tem certeza a respeito da data do nascimento de Jesus. Um acontecimento tão importante como a vinda do filho de Deus mereceria ser lembrado numa ocasião especial, de modo que todos facilmente incorporaram o costume de celebrá-la. É aí que entra o dia 25 de Dezembro. Nessa época do ano, ocorre no hemisfério norte do planeta o chamado solstício de Inverno que é o momento em que o sol, depois de atingir o ponto mais distante de sua órbita, reinicia o seu caminho de volta fazendo com que os dias se tornem mais longos.
Foi da apropriação e da amálgama das festividades pagãs que surgiu o Natal, também como forma de converter os não cristãos a aderirem ao cristianismo.
Tirado da Internet
Um simples conto de Natal
Eram oito e trinta da manhã de 25 de Dezembro de um ano já distante. Fora o primeiro a levantar-me para num repente chegar ao sapatinho que naquele ano deixou a chaminé e passou a ficar por debaixo da pomposa árvore de natal que meu pai cuidadosamente encomendara dias antes a um comerciante da zona.
Não era longo o caminho a percorrer até onde iria encontrar os tão desejados presentes de Natal. Mesmo assim, aquela distância pareceu-me infinita e pensei para comigo que afinal nunca me tinha apercebido como o meu quarto ficava tão longe da sala de nossa casa.
Um turbilhão de sentimentos e emoções inundavam-me o peito e aqueles momentos eram saboreados com a sofreguidão alimentada ao longo dos dias que antecederam os preparativos do Natal. Passo a passo, decidido e afoito, pésitos descalços pelo soalho, lá fui à descoberta da felicidade. Tantos sonhos, tantos pedidos, tantas ilusões faziam do momento a hora mais feliz da minha vida.
Quase sem dar por isso, encontrei-me no limiar da porta que dava acesso à tão almejada sala, procurando não fazer barulho para que mais ninguém acordasse. Aquele momento era só meu e queria gozá-lo da forma mais íntima possível. O desembrulhar das prendas era a maior das emoções e queria senti-la sozinho juntinho à árvore de Natal decorada a preceito por minha mãe.
Num misto de surpresa e de receio, algo fez com que o meu coração ficasse a bater de forma tão acelerado que mais parecia querer saltar-me do peito. Naquele jeito comprometido de quem se sente apanhado, percebi que no sofá da sala, perto da lareira, alguém me esperava de forma sorrateira, tão sorrateira como aquela que eu utilizara para chegar ali.
No sofá da sala, perto da lareira, um vulto enorme e de barba, de cabeça bamboleante e descaída, soltando um ligeiro ronco cadenciado, deixava antever que fosse quem fosse que ali estivesse, estaria a dormir profundamente.
Refeito do susto, aproximei-me do vulto e espreitando como podia, tentei ver não só quem era mas sobretudo o que fazia ali. As suas vestes vermelhas, as longas barbas brancas e as botas altas e pretas denunciavam a figura que povoava a minha imaginação há tantos anos. O Pai Natal! Ele mesmo! Em pessoa! E ali bem na minha sala, dormindo como um menino!
A primeira reacção que tive, foi fugir dali para fora e fingir que nada se tinha passado. Quem iria acreditar numa história tão incrível como aquela. Assim fugindo, talvez o Pai Natal acordasse e se fosse embora poupando-me a situações complicadas de explicar.
Arranjaria forma de arquivar o episódio no sótão dos sonhos e tudo não passaria de mais um entre tantos. A exitação foi fatal e o velhinho de barba branca e barriguinha generosa, acordou tão silencioso como entrara na minha sala.
Não pareceu admirado com a minha presença, antes pelo contrário, e lançou-me apenas uma pergunta com a maior das naturalidades:
- Vens buscar os teus brinquedos?
Atónito e quase sem fala, respondi-lhe em voz rouca:
- Sim!
E continuou.
- Estás admirado por me veres aqui, não é?
- Sim!
- Não fiques dessa maneira, eu estou aqui para falar contigo.
- Porquê, perguntei eu?
- És curioso, respondeu-me. Mas vou contar-te. Todos os anos, costumo trazer-te muitas prendas, não é verdade?
- É!
- Muito bem, por isso tinha de falar contigo. Como sabes, nesta época do ano, viajo muito e por muitos lados. Como podes ver, estou já muito velhote e meio gorducho o que me causa muito cansaço, e este ano as coisas complicaram-se. Por essa razão não pude trazer tantas prendas como tenho feito em anos anteriores.
- Mas tu costumas trazer as prendas num trenó, não precisas cansar-te assim tanto…
- É verdade, mas também as minhas renas andam velhinhas e cansadas. Já viste o que percorremos todos os anos? E há quanto tempo o fazemos?
Tenho-te observado lá de longe, e vi a ansiedade com que vieste pôr o teu sapatinho junto da tua árvore de Natal, por isso, porque este ano irás ter menos prendas, resolvi falar contigo.
- Percebi. Mas tu estavas a dormir quando cheguei. Não te atrasaste para entregar prendas aos outros meninos?
- É, atrasei-me um pouco é verdade, e olha que há meninos com quem tenho de falar ainda mais do que falei contigo!
- Porquê?
- Porque alguns nem prendas terão.
Levantei-me do chão onde tinha ficado a falar com o Pai Natal, e agarrando nas prendas que me tinha posto no sapatinho, devolvi-lhas e disse-lhe:
- Toma, leva e distribui por esses meninos que não têm nenhuma prenda. Afinal eu tenho tido sempre muitas, todos os anos. Se ficar um ano sem as receber, não ficarei mal. Ah, deixa-me apenas duas, uma para cada uma das minhas irmãs que não estiveram aqui a falar contigo. Por mim, tive a melhor das prendas que um menino pode ter, a tua visita! E falei contigo! Não te preocupes que eu mais logo falo com os meus pais e conto-lhes o que se passou.
- Talvez não seja boa ideia, essa de falares com os teus pais e contar-lhes o que se passou. Eles sabem de tudo e como ando. Além disso, tenho de te confessar outra coisa.
- O quê, perguntei-lhe?
- Sabes, eu era para ter falado contigo mais cedo, mas ontem cheguei aqui tão cansado que adormeci na tua sala. Por isso não gostaria que contasses a ninguém o que se passou senão vão chamar-me mandrião, e com razão não achas?
- E para o ano voltas?
- Não deve ser possível. Passarei apenas para te deixar alguns brinquedos e nada mais. Não posso fazer isto todos os anos, percebes?
- Percebo. Vai então embora que tens muitos meninos ainda à tua espera.
- Então adeus e talvez, daqui a muitos anos, voltemos a ver-nos. Mas não quero ir embora sem te agradecer.
- O quê, perguntei?
- Este momento maravilhoso que passámos juntos, conversando. É que passo a época sempre a correr, a distribuir tantas prendas, que me esqueço do meu próprio Natal, mas este ano também tu me ofereces-te uma prenda. Obrigado pois.
- Só mais uma coisa Pai Natal, é que sempre tive curiosidade em saber e nunca ninguém me disse. Como se chamam as tuas renas, ou não têm nome?
- Têm sim. São a Dasher, a Donner , a Prancer , a Vixen , a Comet , a Cupid , a Dasher I e a Blitze.
Desde aquele ano, este passou a ser o meu segredo de Natal. Faço dele todos os anos, o melhor uso que posso. E tento não esquecer que há tanta gente por esse mundo fora que o Natal não passa da soleira da porta!
Fotos da Net
A. Inglês
A TODOS UM SANTO E FELIZ NATAL E UM ANO NOVO CHEIO DE COISAS BOAS
3 comentários:
Obrigada pelo conto António.
Feliz Natal
Votos de um Feliz e Santo Natal
Um abraço
um santo e feliz natal para ti, e que a estrela te ilumine sempre e te guie!
o meu neto mais pequenino (2 anos) teve medo do pai natal...
a ilusão das crianças fazem a festa mais bonita...
um natal muito feliz!
beijinhos
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