ASSIM SE COMEMORARAM CEM ANOS DE MARIA IVA DELGADO
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Foi com Homens de H grande, decididos e corajosos como o Marechal HUMBERTO DELGADO que se começou a construir um Portugal novo, livre e democrático. Era o país que o povo queria e esse apelo foi correspondido pelo Marechal em 1958, que de peito feito liderou uma campanha eleitoral, que se acaso tivesse sido concretizada teríamos hoje um Portugal diferente para melhor seguramente.
Infelizmente, foi às mãos de uma policia politica cruel e cega, que o General Sem Medo acabou por ver o seu percurso interrompido, barbaramente assassinado, como tantos outros que aqueles seguidores de Salazar perseguiram e liquidaram.
Foi assim que se escreveram páginas de história que não honram este país, mas que em Abril de 74 foram vingadas e o povo saiu à rua apoiando os seus militares, os seus filhos, a sua gente, devolvendo a esperança a uma Nação até então amordaçada.
Se as conquistas de Abril estão ou não consolidadas, se a democracia está ou não a ser exercida, isso é outra história. Agora é preciso honrar a memória de quem lutou pelo povo, quem se bateu para que o nosso país e as nossas gentes tivessem um futuro melhor e mais risonho. Os sonhos e os ideais de Abril não morrerão enquanto estiverem de pé homens de uma geração que sentiu na pele e na carne os efeitos de uma guerra injusta que ceifou e mutilou milhares de jovens portugueses.
É costume dizer-se que por detrás de um grande Homem existe sempre uma grande Mulher. Nunca esta máxima assentou tão bem como com o General Humberto Delgado. Não atrás de si, mas ao seu lado, caminhou Maria Iva de Andrade Delgado, uma mulher destemida e valente, lúcida, mãe e companheira.
Ontem na Cela Velha, de onde Maria Iva é natural e proprietária da “Quinta da Cela Velha”, reconstruída em 1936, a terra foi pequena para a numerosa população e amigos que quiseram estar presentes na comemoração do 100º aniversário de Maria Iva Delgado. Esta maravilhosa mãe, avó e bisavó centenária foi alvo do carinho e da homenagem que muitos vizinhos e amigos quiseram prestar-lhe.
O neto Frederico Delgado Rosa, autor de uma recente biografia do “General Sem Medo”, deu a todos os presentes, à porta da quinta de seus avós, uma simples mas clara narrativa da vida do Marechal e de Maria Iva Delgado.
«Era um homem das esquerdas e liberal que se desiludiu com o regime de Salazar apesar de o ter apoiado inicialmente devido aos propósitos de sanear as contas públicas. O meu avô dizia que Salazar abusou do remédio e empobreceu o país com repressão», afirmou Frederico Delgado Rosa, que tão bem coordenou toda a cerimónia.
Perto de três centenas de populares e amigos, quiseram assim testemunhar a Maria Iva Delgado, como a memória dos portugueses não é curta afinal, e que se sentem felizes e honrados por ainda poderem continuar a ter entre si tão ilustre Senhora.
Parece que Deus faz questão de que o Marechal Humberto Delgado continue a ter uma ligação directa a todos nós, ao seu amado país, e vai permitindo que Maria Iva Delgado possa ser quem é, e estar com a lucidez que ainda lhe testemunhámos.
Dou-vos dois pequeninos exemplos disso e que me perdoem os seus familiares pela inconfidência, mas ficaram-me na memória gravados.
Um pouco antes de entrarmos para a Associação onde decorreu o almoço, um dos netos perguntou a Maria Iva Delgado se estava bem e se precisava de algo: « A fome é negra» respondeu-lhe a avó de forma ligeira e bem esclarecedora. E já no fim da homenagem, Maria Iva Delgado esperava o carro da filha, a Drª Iva Delgado que a levaria de regresso a Lisboa, onde mora. Tinha a seu lado muitos amigos e um outro neto a quem perguntou: Estava muita gente, não estava? Respondeu-lhe o neto: Cerca de duas centenas e meia de pessoas avó. «Fora os que andavam em pé» respondeu Maria Iva Delgado, mostrando não só um espírito de observação tremendo mas também um sentido de humor apurado e elegante.
Um pouco antes de entrarmos para a Associação onde decorreu o almoço, um dos netos perguntou a Maria Iva Delgado se estava bem e se precisava de algo: « A fome é negra» respondeu-lhe a avó de forma ligeira e bem esclarecedora. E já no fim da homenagem, Maria Iva Delgado esperava o carro da filha, a Drª Iva Delgado que a levaria de regresso a Lisboa, onde mora. Tinha a seu lado muitos amigos e um outro neto a quem perguntou: Estava muita gente, não estava? Respondeu-lhe o neto: Cerca de duas centenas e meia de pessoas avó. «Fora os que andavam em pé» respondeu Maria Iva Delgado, mostrando não só um espírito de observação tremendo mas também um sentido de humor apurado e elegante.
A esta homenagem estiveram presentes muitas entidades locais e nacionais. O executivo da Câmara de Alcobaça fez-se representar em peso e algumas freguesias também quiseram estar presentes. Só os dignificou. Muitos amigos vieram de longe fazendo questão de com a sua presença homenagearem também eles a mulher de Humberto Delgado.
Não posso deixar passar em claro a presença de um Homem do 25 de Abril, que acrescentou mais liberdade e mais brilhantismo a esta sentida cerimónia, o Major Mário Tomé, a quem tive a honra de dar um abraço bem grande. Nesse abraço fiz questão de abraçar todos os ideais de Abril, e confesso-vos que não consegui conter as emoções que neste dia estiveram à flor da pele.
Parabéns MARIA IVA DE ANDRADE DELGADO, que Deus a mantenha e conserve com a mesma lucidez entre nós durante muitos e bons anos, e parece que está mesmo nessa disposição. Quando for chegada a hora, é porque Ele entendeu que o nosso Marechal precisa de si de novo ao lado dele.
Parabéns MARIA IVA DE ANDRADE DELGADO, que Deus a mantenha e conserve com a mesma lucidez entre nós durante muitos e bons anos, e parece que está mesmo nessa disposição. Quando for chegada a hora, é porque Ele entendeu que o nosso Marechal precisa de si de novo ao lado dele.
Uma palavra final de apreço ao Rancho Folclórico Papoilas do Campo da Cela Velha e a Iva Vieira que organizaram de forma excelente mais um evento, facto aliás que começa a ser uma imagem de marca.
Aproveito para informar que no próximo dia 25 de Maio se realiza também no mesmo local, a XVIII Mostra Gastronómica, uma organização do Rancho Folclórico e Etnográfico Papoilas do Campo da Cela Velha, que à semelhança dos anteriores é já um acontecimento de qualidade muito apreciado nas redondezas e não só. Se não tiver nada que fazer neste dia 25 de Maio, e for amante da gastronomia portuguesa não deixe de estar presente pois a Mostra promete como de costume. Depois não diga que não o avisei e olhe que “quem me avisa meu amigo é”.
Um abraço a todos.
Aproveito para informar que no próximo dia 25 de Maio se realiza também no mesmo local, a XVIII Mostra Gastronómica, uma organização do Rancho Folclórico e Etnográfico Papoilas do Campo da Cela Velha, que à semelhança dos anteriores é já um acontecimento de qualidade muito apreciado nas redondezas e não só. Se não tiver nada que fazer neste dia 25 de Maio, e for amante da gastronomia portuguesa não deixe de estar presente pois a Mostra promete como de costume. Depois não diga que não o avisei e olhe que “quem me avisa meu amigo é”.
Um abraço a todos.
António Inglês
4 comentários:
Meu querido amigo,
Fico bem contente por terem estado presentes nesta excelente homenagem!
Embora esteja tudo muito bem descrito, um destes dias vou pedir te para estarmos juntos e tomar um café, para ouvir algumas coisas de viva vós...
Muitos beijinhos,
António, Mano Amigo!
Gostei de tomar conhecimento desta homenagem e de nela te ter visto a ti e a Lídia participando activamente num convívio que muito vos honra.
A minha homenagem a esse grande Homem e à esposa, centenária, muito bonita.
Mil beijinhos
Tenho passado por aqui praticamente todos os dias, mas quase sem oportunidade para comentar.
Mas não pude deixar de comentar este post, pela homenageada, pela atitude de apreço que demonstrou ao relatar-nos tudo isto e porque sinto uma ternura enorme pelos mais vividos.
Bom trabalho!
Beijinhos.
Deixo o meu bem haja a este Ilustre Português, e à sua esposa.
Um abraço
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