VEM, VENTO, VARRE
A José Rodrigues Miguéis
Vem, vento, varre
sonhos e mortos.
Vem, vento, varre
medos e culpas.
Quer seja dia,
quer faça treva,
varre sem pena,
leva adiante
paz e sossego,
leva contigo
nocturnas preces,
presságios fúnebres,
pávidos rostos
só cobardia.
Que fique apenas
erecto e duro
o tronco estreme
de raiz funda.
Leva a doçura,
se for preciso:
ao canto fundo
basta o que basta.
Vem, vento, varre!
José Gonçalves
8 comentários:
Já cá tinha vindo, mas não consegui comentar.
Gostei do poema.
Terça de gala no Sexta-feira. Por favor passe por lá a recolher o seu prémio.
Um abraço
Que o vento venha e varra talvez seja bom mas não varra os sonhos, não varra a fantasia que a vida contém, não varra a magia, nem a amizade, nem o amor.
Que o vento leve desilusões, tristezas, malefícios, injustiças... sim. Pode e deve levar. Nós agradecemos.
A poesia faz parte do oxigénio que alimenta o meu viver e sem ela não serei a mesma pessoa.
Gosto que postes um poema de quando em vez.
Deixo-te beijinhosssss e um abraço apertado.
Excelênte!!
Este poema é soberbo!
Deixo um beijo ...sorrindo!
(*)
Ainda bem que gostou.
Eu também gostei. Tanto que entendi partilhá-lo
Um abraço
José Gonçalves
Boa noite Sophiamar
O vento quando vem, ajuda a limpar, só que por vezes também puxa a borrasca. É uma característica do vento.
É uma questão de agarrar-mos as coisas boas bem firmes para que não voem. As más bem que podem ir.
Deixo-te um beijinho
José Gonçalves
Obrigado Um momento.
Um beijinho
José Gonçalves
José,
Ao contrário do que costumas dizer tens uma grande sensibilidade para a poesia.
Esta escolha foi óptima.
Muito bonito este poema, "...ao canto fundo/basta o que basta".
Beijinho
Amigo,
e tanta coisa há por aí que merecia ser varrida...
Este poema é lindíssimo.
Beijos
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