quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Lisboa/Empréstimo: Proposta aprovada por maioria absoluta


A Assembleia Municipal de Lisboa repetiu hoje a votação da proposta de empréstimo de 400 milhões de euros, que desta vez foi aprovada por maioria absoluta, com o PSD a votar favoravelmente.


Na votação realizada na semana passada, a proposta passou com os votos favoráveis do PS, PCP, Os Verdes e Bloco de Esquerda e as abstenções do PSD e CDS.
Desta vez, a proposta, que se mantém nos mesmo termos aprovados a semana passada, teve os votos favoráveis do PSD, PS, Bloco de Esquerda, Os Verdes, PCP e a abstenção do CDS-PP.
A presidente da Assembleia, Paula Teixeira da Cruz (PSD), anunciou aos deputados que ia propor a repetição da votação uma vez que surgiram dúvidas sobre a legitimidade da votação da semana passada e da eventual necessidade de a proposta de empréstimo precisar de ser aprovada por maioria absoluta e não relativa, como aconteceu.
Os deputados da AML votaram unanimemente pela repetição da votação.
O líder da bancada do PSD, Saldanha Serra, afirmou que ao mudar o sentido de voto, o PSD só fez «uma mudança formal» e não passou a ter «um juízo favorável sobre o empréstimo».
Na votação da semana passada, os sociais-democratas justificaram a abstenção na votação do valor de empréstimo sugerido pelo próprio PSD e adoptado pelo PS com as «fortíssimas reservas» que mantinham quanto à aprovação do plano de empréstimo pelo Tribunal de Contas.
Hoje, Saldanha Serra afirmou que «não será o PSD a permitir que o Tribunal de Contas se prenda em vícios de natureza formal», como a falta de maioria absoluta na AML, para recusar viabilizar o plano de empréstimo de 400 milhões de euros, repartido numa parcela de 360 milhões e outra de 40 milhões, destinados a pagar dívidas a fornecedores.
«Mudámos o sentido de voto apenas para permitir à Câmara fazer um empréstimo, para responder às necessidades de Lisboa e dos lisboetas, dos seus fornecedores e dos seus credores», declarou.
«A responsabilidade deste empréstimo continua a assentar na Câmara Municipal de Lisboa, no seu presidente, no PS e no Bloco de Esquerda, que sustenta a sua maioria», acrescentou.
«As dívidas só serão pagas porque houve esta proposta [de 400 milhões] do PSD», afirmou Saldanha Serra, acrescentando que «o presidente da Câmara recuou [em relação ao valor proposto de empréstimo de 500 milhões] tardiamente e foi ao encontro do caminho que o PSD sugeria».
«É fácil gerir as dificuldades com empréstimos, mas sem o ónus de reformar verdadeiramente a Câmara», apontou Saldanha Serra.

Diário Digital / Lusa

Comentário
Eu devo estar amalucado com estas noticias e com as posições dos diversos dirigentes partidários.
Diz o líder da Bancada do PSD, Saldanha Serra, que as dívidas só serão pagas porque o PSD fez esta proposta de 400 milhões de €uros e que o Presidente da Câmara recuou tardiamente, no valor por ele proposto anteriormente de 500 milhões de €uros e foi ao encontro daquilo que o PSD sugeria.
Ora bem, devo andar noutro planeta ou então ando mal dos ouvidos. Então não é que me pareceu ouvir os Sociais Democratas afirmarem logo após esta proposta de António Costa, que não aceitavam este valor proposto pois para pagar as dívidas imediatas seriam necessários apenas 150 milhões de €uros?
E sobem assim de 150 milhões para 400 milhões de €uros? Com tanta facilidade? Então quem tinha razão, que valores deve a Câmara Municipal de Lisboa a fornecedores? E tendo o Presidente da Câmara aceite baixar o inicialmente proposto de 500 milhões para 400 milhões de €uros, foi ele que foi ao encontro do PSD? Que política é esta? Que oposição é esta?
Mas isto anda tudo maluco ou querem fazer de nós palermas? Ou será que estou noutro planeta?
José Gonçalves

8 comentários:

Maria Faia disse...

Olá Amigo,

Certos políticos, não raras vezes, entram em contradição absoluta e depois querem atirar areia para os olhos do povo.
O PSD só votou favoravelmente porque teve medo da opinião pública negativa que seria contra o próprio partido. A verdade é que se soubessem que lucravam com o voto contra, nada os demoveria de assim votar, só para ganharem o poder. Mas, como sabem que não é o caso...
Santa embustice!

Um abraço amigo,

Maria Faia

Elvira Carvalho disse...

Andamos todos espantados com a desfaçatez e sem vergonhice de certos politicos.
Um abraço

António Inglês disse...

Esta maneira enganadora de fazer política vai deixando o povo com menos vontade de acreditar neles.
Isto anda tudo maluco. Então o PSD aumenta os números da sua propostas de 150 para 400 milhões de €uros e o António Costa é que vai ao encontro do PSD?
Mas isto está tudo doido ou querem fazer-nos doidos?
A política é uma vergonha minha amiga, e é pena porque pagam os justos pelos pecadores...
Um beijinho
José Gonçalves

António Inglês disse...

Elvira

Infelizmente a politica faz-se da pouca vergonha dos políticos e da forma como a aplicam na vida da governação.
Por isso é que já poucos acreditam nesta tropa fandanga.
Um abraço
José Gonçalves

amigona avó e a neta princesa disse...

Sim Zé é assim que muitos se perfilham na política...e depois, como dizes, paga o justo pelo pecador...cabe àqueles que estão nestes cargos não esquecer nem deixar esquecer para que foram eleitos...é preciso sustentar que NEM todos os políticos sáo corruptos e se servem da política para fazer carreira...continua a haver muita gente honesta, que faz o melhor que pode e sabe...quanto a Lisboa, Zé e MUITO, MUITO complicado...se calhar nos gabinetes estes de que falas concertaram a actuação...a ver vamos...beijo, amigo...

António Inglês disse...

Amigona

Pois o problema é mesmo esse. Normalmente os políticos depois de eleitos esquecem-se de quem os elegeu e para o que foram eleitos.
Depois de lá estarem já só se preocupam em olhar para o próprio umbigo.
Claro que nem todos, mas os que não se deixam nem corromper nem subjugar, têm de lutar muito e por vezes gritarem muito para se fazerem ouvir .
Neste caso particular, é a hipocrisia que está em jogo e a falta de vergonha que alguns políticos têm para fazerem estes golpes de rins e depois quererem fazer-nos acreditar que estão a agir correctamente.
Não há pachorra para tanta desfaçatez...
Um abraço
José Gonçalves

Isamar disse...

Ai a política, Zé, deixa-me atarantada. A política e certos políticos.Não sei o que te diga mas que este acordo tinha de ser feito, lá isso tinha. Para bem de todos nós e dos lisboetas.
Então como seria? Novas eleiçõs? Desgoverno? Por culpa de quem?
Beijinhosssss

António Inglês disse...

Sophiamar

Este teu comentário fugiu-me mas como estou a passar os olhos por tudo o que postei anteriormente, descobri-o.
Peço-te desculpa por isso mas mesmo assim cá vai a minha resposta.
Efectivamente os políticos e a politica andam na mó de baixo e cada vez mais o povo não acredita neles.
Fizeram falta a meu ver, logo após o 25 de Abril, mas de então para cá as coisas têm vindo a descambar.
Deixo-te um beijinho.
José Gonçalves