quinta-feira, 6 de setembro de 2007

MORREU LUCIANO PAVAROTTI



O tenor italiano Luciano Pavarotti, considerado por muitos o maior cantor lírico de sua geração, morreu na madrugada de 6 de Setembro de 2007, aos 71 anos de idade. A morte foi anunciada pelo empresário do cantor, Terri Robson.

Operado de um câncer pancreático em Julho de 2006, em Nova York, ele deixou de fazer aparições públicas desde então. Ficou em sua casa em Modena, no norte da Itália, onde faleceu eram 5h.

Desde 2006 que se submetera a tratamento devido a um tumor no pâncreas, mas o estado de saúde agravou-se no Verão de 2007. Luciano Pavarotti esteve internado num hospital durante mais de duas semanas para tratamentos e diagnósticos. Uma semana antes da sua morte foi para a sua casa, onde veio a falecer a 6 de Setembro de 2007, pois o seu estado de saúde piorou significativamente no dia antes da sua morte.

Pavarotti estava inconsciente e com insuficiência renal. O estado de saúde do tenor piorou na quarta-feira. Parentes e amigos de Pavarotti se reuniram na casa dele, em Modena, para acompanhá-lo.

De acordo com a atitude que caracterizou sua vida e obra, ele se manteve optimista até que finalmente sucumbiu ao último estágio da doença, destacou o comunicado emitido pelo agente do tenor.

Em Julho de 2006, depois de operado ao câncer no pâncreas, o tenor precisou se retirar da vida pública. Em 8 de Agosto teve que ser internado devido à febre alta que sofreu enquanto se recuperava em sua casa das colinas de Pesaro (litoral do Adriático).

Ficou hospitalizado até 25 de Agosto, acompanhado pela sua mulher, Nicoletta Mantovan, e pela filha mais nova, Alice. Também estiveram a seu lado as três filhas do seu primeiro casamento, com Adua Veroni. Desde que deixou o hospital, uma equipe médica o acompanhava em casa. Segundo seus parentes e amigos, nunca perdeu o bom humor

A morte do cantor lírico aconteceu horas depois da mídia italiana ter divulgado declarações de Pavarotti em que agradecia o Prémio Excelência na Cultura na Itália concedido na quarta-feira pelo governo italiano.

Ele afirmou que havia dedicado toda a sua vida a "celebrar a magia da arte".

"O prémio me enche de alegria e orgulho pela minha longa carreira, com a qual tive o privilégio de levar a cultura italiana pelo mundo", disse Pavarotti, segundo a imprensa.

Apoiou as iniciativas do Teatro Scala, de Milão, e do Teatro Comunale, de Modena, que organizarão a partir de 2008 o Concurso Internacional de Canto Luciano Pavarotti. Seu vencedor poderá actuar no templo da ópera milanês.

"Sempre pensei que o entusiasmo, a devoção e o ânimo que transmitimos aos jovens são nosso verdadeiro valor e nossa força", disse o cantor. Ele acrescentou que "compartilhar com os jovens a paixão e a experiência é o tesouro maior que se pode deixar para eles e a maior oportunidade para dar um sentido à vida".

A volumosa voz de Pavarotti estreou em 1963 numa apresentação solo no Covent Garden, em Londres. Seu maior legado para a música provavelmente será a apresentação com os espanhóis Plácido Domingo e José Carrera na abertura da Copa do Mundo de 1990, na Itália, vista por cerca de 800 milhões de pessoas no mundo todo.

Após aquele concerto nas Termas de Caracalla, em Roma, as vendas de discos de ópera dispararam. A ária "Nessun Dorma", da ópera "Turandot", de Puccini, se tornou para sempre associada a Pavarotti e ao futebol, desporto que foi aliás, o sonho de menino do cantor.

Pavarotti participou com os tenores espanhóis José Carreras e Plácido Domingo nos concertos "Os três tenores", e gravou famosos duetos com Bryan Adams, Andrea Bocelli, Céline Dion, U2 e Roberto Carlos, entre outros. É considerado um dos mais importantes tenores de sempre. Cantou nos mais importantes teatros mundiais, como sendo o Teatro alla Scala (Milão), a Royal Opera House (Covent Garden, Londres), a Metropolitan Opera House (Nova Iorque), entre outros.

Pavarotti tem duas entradas no livro Guinness World Records: o maior número de chamadas ao palco — 165 — e o álbum de música clássica mais vendido de sempre (In Concert de Os Três Tenores, partilhado com os colegas Plácido Domingo e José Carreras.

Em 2003 publica a sua última compilação, Ti Adoro.

Casa com a sua assistente, Nicoletta Mantovani, com quem teve dois filhos; devido a complicações no parto, apenas uma, Alice, sobrevive. Iniciou a sua turnê de despedida em 2004, aos 69 anos, após quatro décadas de palco.

Pavarotti actuou pela última vez na New York Metropolitan Opera em 13 de Março de 200 recebendo uma ovação de 12 minutos pelo papel do pintor Mário Cavaradossi na Tosca de Giacomo Puccini's . Em 1 de Dezembro de 2004 anuncia a turnê final em 40 cidades, produzida por Harvey Goldsmith.

Em 10 de Fevereiro de 2006, Pavarotti canta "Nessun Dorma" na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006 em Turim.

Até o momento não se sabe quando será o funeral e onde o tenor será enterrado.

Como homenagem a essa voz maravilhosa de Luciano Pavarotti, à sua obra e ao homem, deixo-lhe aqui um poema de Pablo Neruda

SEMPRE

Do teu passado
não tenho ciúmes.

Vem com um homem
às costas,
vem com cem homens nos cabelos,
vem com mil homens entre o peito e os pés,
vem como um rio cheio de afogados
que encontra o mar furioso,
a espuma eterna, o tempo!

Trá-los a todos
ao lugar onde te espero:
estaremos sempre sós,
estaremos sempre, tu e eu,
sozinhos sobre a terra
para começar a vida!


Pablo Neruda, Os Versos do Capitão

12 comentários:

elvira disse...

Vim retribuir a visita ao meu cantinho. E conhecer a sua casa.
Num dia muito triste para a humanidade. Porque hoje ficou mais pobre.
Gostei muito do post de homenagem ao Pavarotti. E quem melhor que Neruda para homenagear Pavarotti, e também para lhe dar as boas vindas lá nesse lugar onde agora habitam?
Um abraço. Se me permite vou voltar mais vezes.

António Inglês disse...

Olá Elvira

Obrigado pela sua visita que me honrou e espero que venha mesmo mais vezes. Não precisa de bater à porta que ela fica aberta.
Hoje por aqui é dia de grande tristeza, não só porque a humanidade perdeu um dos seus mais queridos valores, mas também porque eu era seu fã incondicional.
Lamento realmente a sua visita num dia tão negro.
Volte sempre que quiser e eu farei o mesmo ao seu cantinho se mo permitir, porque verifico que temos muitos gostos semelhantes.
Também eu gosto de falar sobre a nossa terra e das suas gentes, dos seus hábitos e costumes. Curiosamente, estive em Guimarães recentemente onde fiquei na Pousada de Santa Marinha que adorei, ou melhor que adorámos, eu e minha mulher.
Estive de férias e tenciono fazer algumas postagens sobre as terras por onde andámos, que é outra das coisas que mais gostamos de fazer.
Um abraço.
José Gonçalves.

Anónimo disse...

Meu querido amigo,

Fiquei bem triste com esta noticia. Eu tambem sou fã incondicional dele e decerto continuarei a ser.
Excelente homenagem esta no teu blog!
E juntar Neruda, foi uma boa escolha... ambos especiais!
Muitos beijinhos

Ernesto Feliciano disse...

Amigo José,

Hoje é de facto um dia triste para todos.

Pavarotti era único.

Um abraço.

avelaneiraflorida disse...

Realmente não poderia ser uma melhor homenagem!!!!
As palavras de um POETA para as canções de uma VOZ!

Resta-nos a possibilidade de recordar as suas brilhantes interpretações!!!!

Bjks

António Inglês disse...

aramis minha amiga


Hoje é realmente um dia triste e de luto para a humanidade.
Homens como este não deveriam desaparecer do nosso convívio.
Mas é a lei da vida.
Um beijinho
José Gonçalves

António Inglês disse...

Amigo Ernesto


Faltam-me as palavras para descrever o que sinto.
Dia negro.
Um abraço
José Gonçalves

António Inglês disse...

avelaneiraflorida


Pablo Neruda e Luciano Pavarotti, dois nomes, duas marcas, dois símbolos.
Recorde-mo-los pois. Perdurarão sempre na arca da nossa memória.
Obrigado pela visita.
Beijinhos
José Gonçalves

Isamar disse...

Uma homenagem digna de tão grande HOMEM!O Grande Luciano partiu mas ficará para sempre entre aqueles que o amaram e amam. Modena também ficará para sempre ligada à sua voz, a melhor do século XX.
Quanto ao poema,achei-o muito bonito. Excelente escolha. Pablo Neruda também está entre os grandes mas da literatura.
Deixo-te beijinhos e desejo-te um bom fim de semana.

António Inglês disse...

Sophiamar

Alguns dos grandes HOMENS e MULHERES da Humanidade irão permanecer entre nós para sempre.
Pablo Neruda e Luciano Pavarotti
a eles pertencem.
Bom fim de semana.
José Gonçalves

Maria Faia disse...

Amigo José Gonçalves,

Há Homens e Mulheres que, apesar de partirem desta vida terrena, viverão sempre entre nós. Luciano Pavarotti é um deles.

Um abraço Amigo
Maria Faia

António Inglês disse...

É como diz Maria Faia

Pavarotti ficará a letras de oiro na memória da Humanidade...
Sou seu fã incondicional
José Gonçalves