quinta-feira, 15 de maio de 2008

A LENDA DO ALFAGEME DE SANTARÉM

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Fernão Lopes, na sua Crónica do Condestável, deixou para a posteridade esta lenda do alfageme Fernão Vaz, o mais reputado da região de Santarém, que à custa de muito trabalho tinha amealhado uma pequena fortuna que, diziam as más línguas, lhe tinha permitido casar com a bela Alda Gonçalves, que em tempos tinha sido uma apaixonada de D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável.




Ora aconteceu que um dia D. Nuno Álvares Pereira apareceu à porta de Fernão Vaz e lhe pediu para corrigir a espada. Estava o alfageme a esboçar uma desculpa porque já tinha chegado ao fim do seu dia de trabalho quando se deu conta de quem tinha na sua presença. Apresentou-se e disse-lhe que tinha casado com Alda Gonçalves, o que provocou uma certa emoção no Condestável que lhe deixou a espada para ser reparada.




Quando o alfageme chegou a casa contou o sucedido a sua mulher que chegou a temer pela vida do seu marido, mas que logo sossegou quando este lhe disse que D. Nuno tinha vindo por bem. No dia seguinte, o alfageme entregou a espada ao Condestável mas não lhe quis cobrar pelo trabalho e que lhe disse que quando D. Nuno se tornasse conde de Ourém lhe pagaria o que ele merecesse.




Os tempos que se seguiram revelaram-se difíceis para o alfageme. Invejas e intrigas fizeram com que fosse preso e condenado à morte. Inconsolável, Alda decidiu procurar D. Nuno Álvares Pereira, agora conde de Ourém, e pedir-lhe ajuda embora temesse alguma despeita provocada pelo passado.




Com grande nobreza de alma, o Condestável conseguiu o perdão real para Fernão Vaz, cumprindo-se assim a profecia do alfageme de Santarém.




Texto e Fotos da Net

António Inglês

4 comentários:

Isamar disse...

Querido Amigo, Mano Tó!

Mais uma lenda,de um século diferente da anterior, e, como todas elas, muito bonita. No entanto, tal como as fábulas, das quais, se tira uma conclusão que é um ensinamento de vida, também das lendas o mesmo acontece.
Aprende-se a História quase de uma forma lúdica e colhe-se um ensinamento de que não nos devemos afastar: lealdade e honradez são bens a preservar mas a cobiça, a inveja são " ervas daninhas" que ajuda a destruir a integridade humana e que não devemos alimentar.

Amigo, o espólio que aqui deixas continua a aumentar.
Bem hajas por isso. Por tudo quanto tens sido para esta tua amiga.

Beijinhos

Rita Galante disse...

Gostei muito de reler estas lendas...

Amigo António, não é meu hábito, mas tenho lá no blog um desafio que gostava que alinhasse. Não é nada do género de falar sobre si, escrever uma frase com 6 palavras, nomear blogs... Nada disso! É só mesmo a sua opinião. Se puder, e quiser, aceite.

E, se me for permitido, estendo este convite a todos os que lerem esta mensagem.

Beijinhos de Amor, Paz e Luz!

Carla disse...

uma bela lição

avelaneiraflorida disse...

Amigo António,
Fernão Lopes é uma das minhas paixões...Almeida Garrett , outra...
As lendas...a Idade Média...o meu mundo!!!!
Que bom reencontrar aqui, uma versão, das muitas que podemos contar...
"Brigados" por esta divulgação!!!!
Bjkas!!