terça-feira, 27 de maio de 2008

HARMONIAS FAMILIARES!

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Numa destas tardes, dei comigo a pensar na família e em como as coisas se passam de forma tão harmoniosa no seu seio. Sempre tive para mim que o consenso é meio caminho andado para o êxito de qualquer projecto, embora não dispense uma discussão prévia da matéria em apreciação. Ao longo dos anos, pela vivência comum, acabamos por nos habituar uns aos outros e quase já pensamos todos da mesma maneira pelo que é fácil encontrar sintonia de opiniões que nos permitem levar a vida com uma perna às costas.
E se divergências existirem, havendo amizade, companheirismo e convergência de interesses, acabamos por chegar ao entendimento. É assim nas empresas e é assim na família. Por isso deixo-vos esta pequena experiência sobre muitas situações que se deparam aos membros de uma família, neste caso, mulher, marido e filho, no dia a dia. Poderia ter optado por uma família mais numerosa mas aí, as coisas tornar-se-iam mais complicadas e assim fiquei-me por um agregado familiar mais reduzido.

Vejamos então.

Ao acordar.
Ela:
- Bom dia querido!
Ele:
- Bom dia, onde raio estão os meus chinelos?
O filho:
- Vocês precisam de falar a gritar????

Ao sair para os trabalho.
Ela:
- Vou só dar um jeito ao cabelo e saio já!
Ele:
- Não sei que fazes tu logo pela manhã que demoras sempre tanto...
O filho:
. Quando estiverem prontos... chamam-me...

No carro.
Ela:
- Precisas de ir tão depressa?
Ele:
- Quem vai ao volante sou eu, ok?
O filho:
- Pai, olha as horas!

No restaurante.
Ela:
- Está-me a apetecer um peixinho.
Ele
- Que pena não haver cozido...
O filho:
- Para mim é picanha!

No emprego.
Ela:
- Bom dia a todos.
Ele:
- Bolas, nunca mais chega a reforma!
O filho:
- É malta!

Numa ida às compras.
Ela:

- Pronto, agora já sei onde vamos às compras porque já me confrontei com os preços.
Ele:
- Tinha-mos mesmo de andar a passear pelos Supermercados todos? O que gastei em gasóleo dava para comprar um pouco mais caro e mais perto de casa, não?
O filho.
- Tenho de andar com vocês às compras?

Numa tarde de domingo.
Ela:
- Não vamos dar uma voltinha?
Ele:
- Apetece-te mesmo sair?
O filho:
- Vou sair com a malta, posso?

Numa ida ao cinema
Ela:
- Podíamos ir ver um filme romântico...
Ele:
- Ora, romantismo a esta hora? Vamos é ver uma comédia!
O filho:
- Sempre as mesmas tretas, quando é que vamos ver um filme de acção?

Ao jantar.
Ela:
- Onde jantam vocês? Não vêm à mesa?
Ele:
- Janto em frente ao televisor que quero ver a bola.
O filho:
- Ó mãe, eu janto em frente ao computador, que estou a falar com uns colegas...

Escolhendo o canal de televisão.
Ela:
- Podes pôr na quatro por causa das novelas?
Ele:
- Vai ver no escritório porque nesta estou a ver a bola!
O filho:
- Nunca se consegue ver a SIC Radical cá em casa....

Ao deitar
Ela:
- Não podes apagar a luz?
Ele:
- Ainda não, tenho de acabar de ler este livro!
O filho:
- Chamaram-me?

...... responde o pai lá do quarto aos berros:
- Ninguém te chamou, apaga a luz e dorme que amanhã tens de te levantar cedo!!!
O filho cumpre, ele lê o resto do seu livro e ela adormece enroscada a ele, mesmo de luz acesa.

Estas situações são absolutamente virtuais, e a família foi escolhida entre tantas que sofrem os efeitos da subida do custo de vida actual, mas sabem uma coisa? No fim de contas tudo acaba por se compor e em bem e fico com a sensação de que quando assim não é... algo estará errado. Ou estarei enganado?

Um abraço a todos!

António Inglês

7 comentários:

aramis disse...

Meu querido amigo,
Como sempre... que forma excelente que escolheste para retratar a realidade!
Mas no fundo, no fundo, penso muitas vezes: o que seria de nós sem familia? Nem imagino...
Muitos beijinhos a uma das minhas familias preferidas, o meu "trio maravilha"!
Passa no Aramis, tem novidades....

Filoxera disse...

O interessante é tentar encontrar pontos de equilíbrio. Às vezs é um desafio difícil, mas enriquecedor.
Beijinhos.

Branca disse...

Olá Mano,
Como sempre em sintonia, estava a vir para aqui e passei primeiro no meu e-mail e lá vi o teu comentário.
Os últimos são os primeiros e eu deixo-te sempre para o fim para o último beijinho antes de ir dormir.
Quanto a esta situação familiar é caricata, mas tudo se compõe a maior parte das vezes como tu dizes, embora eu seja muito renitente em certas coisas, como por exemplo nesta família ninguém come fora da mesa e é que nem nos passa pela cabeça, andar a ver todas as "capelinhas" para poupar uns cêntimos também não, não tenho tempo, mas o resto parece-me bastante comum, mas a família é sempre o nosso maior suporte.
Beijinhos

P.S. Espero que esteja tudo bem contigo.
Não te tenho visto muito, mas eu também tenho andado muito ocupada.

Dalinha Catunda disse...

Antonio,
Familia perfeita é a dos outros.
Cada pessoa tem seu próprio modo de ver a vida. O ser humano é composto de defeitos e qualidades. A sabedoria estar em saber administrar as diferenças.
Gostei muito do texto.
um abraço,
Dalinha Catunda

Carminda Pinho disse...

Amigo António,
Excelente retrato de uma família que por certo e, apesar de virtual aqui, haverá na realidade muitas por esse País fora que têm muitos pontos em comum com esta.
O que pode salvar uma familia destas? O amor...sempre.

Beijos

Isamar disse...

Mano, Amigo, Tó!

Uma família igual a outras tantas que conheço, muito bem descrita por ti. Não deixaste por captar um instante do quotidiano de todos nós. Na minha família nunca se comeu fora da mesa nem a ouvir televisão. A refeição é um momento sagrado, um momento de partilha onde falamos das situações que vamos enfrentando no dia a dia.
De resto, há muitos pontos em comum que tu , mais uma vez, tocaste com a sensibilidade que te é peculiar.
Beijinhos mil

Tem um bom dia!

Menina do Rio disse...

Familia moderna... Familias são sempre iguais e só mudam de endereço

Um beijinho pra ti