BREVE REFERÊNCIA A ALGUNS QUE NOS DEIXARAM EM 2007
O cineasta italiano Michelangelo Antonioni morreu a 30 de Julho, calmamente em sua casa, com sua mulher, Enrica Fico, a seu lado, aos 94 anos de idade, Com uma carreira de mais de seis décadas, foi o autor de filmes como "Profissão: Repórter" (1975), "Blow Up - História de Um Fotógrafo" (1966) ou "A Aventura" (1960).
Com Antonioni morre não só um dos maiores realizadores mas também um mestre da modernidade, declarou o presidente da câmara de Roma, Walter Veltroni, em comunicado.
Antonioni, um dos cineastas italianos modernos mais conceituados internacionalmente, alcançou a fama no fim da década de 60 e início da década de 70 com uma série de filmes individualizados.
Antonioni nasceu em 1912, no seio de uma família burguesa em Ferrara, no Norte de Itália. Estudou Economia e Comércio na Universidade de Bologna e em 1940 foi para Roma, onde ingressou no Centro Sperimentale di Cinematografia. Colaborou com a revista "Cinèma", considerada uma publicação de resistência ao regime fascista.
O seu percurso internacional ficou marcado por prémios como o Leão de Ouro na Bienal de Veneza em 1964, pelo filme "O Deserto Vermelho"; a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1967, pelo filme "Blow Up - História de um Fotógrafo"; e um prémio especial atribuído pelo júri do Festival de Cannes, pelo filme "Identificação de Uma Mulher", em 1982.
Em 1995 foi homenageado com o Óscar de carreira e em 1997 recebeu o Leão de Ouro em Veneza, como reconhecimento pelo seu percurso de realizador.
O filme "A Aventura" marca o início do cinema introspectivo. Antonioni fala das dificuldades das relações humanas e da fragilidade dos sentimentos. Ganha maior notoriedade com o primeiro filme em inglês “Blow Up - História de um Fotógrafo”, que, como o nome indica, conta a história de um fotógrafo de moda que descobre nos seus negativos que foi testemunha de um assassínio em Londres.
O publico aproxima-se a pouco e pouco dos seus filmes, muitas vezes difíceis de digerir, mesmo que estejam perfeitamente encaixados num plano estético.
Paralisado por um ataque cerebral em 1985, Antonioni foi homenageado pelo cinema italiano por ocasião dos seus 90 anos, numa cerimónia em Roma, em Setembro de 2002.
Nestes últimos anos, muito afectado pela doença, refugiou-se num mundo de cor, tendo feito colagens que estiveram expostas em Roma em Outubro de 2006.
Morre o violoncelista e regente russo Mstislav Rostropovich
MOSCOVO - O violoncelista e compositor russo Mstislav Rostropovich, que se tornou um símbolo internacional da luta pela liberdade artística sob o governo soviético, morreu aos 80 anos.
É com grande tristeza que a Agência Federal de Cultura russa é obrigada a anunciar que no passado dia 27 de abril, morreu o grande músico Mstislav Rostropovich - anunciou uma porta-voz da agência estatal de cultura da Rússia.
Citando uma fonte próxima ao músico, as agências de notícias russas disseram que Rostropovich morreu num hospital de Moscovo depois de uma doença prolongada.
No mês passado Rostropovich, já enfraquecido, compareceu à comemoração de seu 8Oº aniversário, no Kremlin, onde foi festejado pelo presidente Vladimir Putin.
Mstislav Rostropovich foi uma das figuras culturais mais amadas da Rússia. Além disso, ganhou fama em todo o mundo como defensor dos direitos civis durante a era soviética.
Enquanto estava no exterior, em 1978, o Kremlin o destituiu de sua cidadania, devido a suas "actividades não patrióticas", segundo disseram os jornais oficiais.
O violoncelista tímido sofreu problemas por ter falado publicamente em defesa de seu amigo, o escritor Alexander Solzhenitsyn, e do dissidente Andrei Sakharov quando ambos foram atacados pelas autoridades soviéticas.
De volta a seu país, Rostropovich tornou-se um dos líderes do movimento democrático nascente no país, que acabou levando à queda da União Soviética. Ele esteve entre as multidões que desafiaram o golpe de Estado lançado pelos defensores da linha dura que tentavam reverter as reformas da perestroika de Mikhail Gorbachev.
Dias após a queda do Muro de Berlim, Rostropovich levou seu violoncelo e embarcou a Berlim para fazer um concerto de improviso, não anunciado, ao lado dos escombros do muro.
"Foi o que meu coração ditou," disse ele mais tarde.
Ele foi o número 1, de todas as maneiras. Ele é o último dos grandes titãs russos a deixar-nos.
Rostropovich não apenas foi um músico extraordinário, como também um grande humanitário e fonte de inspiração para inúmeros compositores que compuseram obras belíssimas especialmente para ele - disse ele à Reuters - Ele foi destemido em sua tentativa de proteger Solzhenitsyn e Sakharov. Era destemido e tinha um grande espírito. O homem foi nada mais, nada menos que um génio.
Rostropovich dividiu seus últimos anos de vida entre a Rússia, os Estados Unidos e a França. Ele e sua mulher, a soprano Galina Vishnevskaya, dirigiam uma fundação humanitária.
Anita Roddick, fundadora da marca The Body Shop
Anita Roddick, fundadora da marca de cosmética The Body Shop e uma das empresárias britânicas mais bem sucedidas, faleceu aos 64 anos, vítima de uma hemorragia cerebral.
Roddick fundou a The Body Shop em Brighton, no sul de Inglaterra, em 1976, começando por vender alguns produtos de beleza fabricados com produtos naturais, que sempre que possível importava de países em desenvolvimento. A loja em Brighton foi a primeira das mais de duas mil que a britânica abriu em todo mundo, nos últimos 30 anos.
Três décadas depois da sua fundação, a The Body Shop foi vendida, no ano passado, à empresa francesa L'Oreal, outra do ramo da cosmética.
Nos rótulos dos produtos da marca, Roddick fez questão de manifestar a sua defesa pelos direitos dos animais e o ambiente, afirmando que eram “cruelty-free” (livres de crueldade) e 100 por cento ecológicos.
Roddick revelou este ano que sofria de problemas no fígado, resultantes do vírus de hepatite C de que sofria há mais de 35 anos, contraído através de uma transfusão de sangue a que foi submetida no nascimento da sua filha mais nova.
José Gonçalves
6 comentários:
Li. Mas não vou comentar. Penso que iria repetir o comentário do post anterior.
Um abraço e um bom fim de semana
Bom dia Elvira
Obrigado pela visita.
Um abraço
José Gonçalves
Sem palavras...em silêncio! Obrigada!
Jhs
Maria Clarinda
Grato pela sua visita. Se gostou volte sempre e nem precisa bater pois a porta está sempre aberta.
Deixo-lhe um abraço que desembrulhando le leva um beijinho de amizade.
José Gonçalves
É sempre bom recordar aqueles que, através da sua arte, nos proporcionaram momentos inolvidáveis. Entre o deve e o haver o saldo aqui é muito positivo. Geniais! Recordemos aqueles que irão figurar entre os melhores.
Beijinhossss
Sophiamar
É disso mesmo que se trata. Recordar alguns dos que mereceram relevo enquanto estiveram entre os vivos.
Certo que nem todos marcaram a vida da melhor maneira, mas vale a pena recordá-los.
Um beijinho
José Gonçalves
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