terça-feira, 13 de novembro de 2007

MAIS UM QUE FICA FORA


"Do Jornal Oeste OnLine retirei a notícia que vos deixo. Não pela notícia em si, pois casos destes são já comuns. Apenas porque foi por aqui, pelas Caldas da Rainha, que se desenrolaram os campeonatos mundiais de juniores de Pentatlo Moderno".

Passo a citar:

A Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno (FPPM) foi contactada pela sua congénere cubana para prestar esclarecimentos sobre o paradeiro de um técnico que acompanhou um atleta participante nos campeonatos mundiais de juniores, que se disputaram nas Caldas da Rainha.

A delegação cubana era uma das mais pequenas, sendo apenas composta pelo atleta Yaniel Velázquez Garcia, de 19 anos, da província de Ciudad de la Habana e do município de Boyeros, e pelo treinador Yonier Alvarez, do qual não foram divulgados mais dados.

Passados alguns dias após os campeonatos terem terminado, a federação cubana telefonou-nos a perguntar se sabíamos onde se encontrava o treinador, uma vez que só o atleta tinha regressado ao País”, revelou ao OESTE ONLINE o responsável da FPPM, Manuel Barroso.

Respondemos que o atleta foi encaminhado para o embarque no avião, como todos os outros participantes, e não sabíamos do técnico que fazia parte da comitiva cubana, que não apanhou o ‘transfer’ connosco, pelo que lhe perdemos o rasto e desconhecemos se seguiu no voo que estava previsto”, adiantou.

Segundo o presidente da federação, os responsáveis do organismo cubano não voltaram a efectuar novo contacto, não sabendo por isso se o treinador chegou a aparecer ou se estará em parte incerta.

As supostas desconfianças da federação cubana sobre o paradeiro do técnico poderão ter a ver com a fuga do País de vários desportistas, aproveitando a realização de provas internacionais. O regime de ditadura fomentado durante anos por Fidel Castro também se repercute nos desportistas, impedidos de saírem do país para viverem e trabalharem no estrangeiro.

Já ouvimos falar de situações destas que terão ocorrido noutras competições”, admitiu Manuel Barroso. Em Julho, por exemplo, Rafael Capoti, um atleta da selecção cubana de andebol, abandonou a delegação do seu país, quando se encontrava nos XV Jogos Pan-Americanos, que decorriam no Brasil, para se juntar a um compatriota, igualmente exilado, que jogava num clube brasileiro. Também os pugilistas Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara planearam desertar, a ponto de requererem vistos para a Alemanha. Como resultado, o governo cubano proibiu a participação dos atletas no Campeonato do Mundo nos Estados Unidos, para evitar o assédio de empresários e deserções.



Já o embaixador de Cuba em Portugal, Jorge Castro, contactado pelo OESTE ONLINE, revelou que “só sei que o treinador do nosso campeão nacional e pan-americano de Pentatlo Moderno, ao concluir a competição, lhe disse que iria a Espanha antes de continuar viagem”.

O responsável diplomático declarou “não ter informação directa nem actualizada, uma vez que não é assunto da nossa competência”.

A FPPM colaborou na obtenção de vistos temporários concedidos pela embaixada portuguesa em Cuba com validade durante o período dos campeonatos, que decorreram entre 25 e 30 de Setembro, juntando cerca de 200 atletas provenientes de 31 países.

Os dois cubanos chegaram no dia 23. As expectativas eram boas, apesar de Cuba não ter ainda tradição no Pentatlo Moderno. Os resultados obtidos nos XV Jogos Pan-Americanos, nos quais o atleta conquistou a medalha de prata, faziam sonhar com uma nova prestação positiva, tanto mais que é um dos quatro atletas do continente americano seleccionados para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

No dia 26 Yaniel Garcia disputou as modalidades de tiro, natação, esgrima e corrida e ficou em 16º lugar no grupo B de qualificação, passando à fase final, que incluiu também uma prova de hipismo, no dia 28, terminando em 29º entre os 36 apurados. O regresso ao país estava marcado para 1 de Outubro.

A organização do evento ficou responsável pela deslocação das comitivas desde o aeroporto de Lisboa até ao local da competição. Os participantes ficaram alojados em unidades hoteleiras da região das Caldas da Rainha e após as competições foram de novo transportados em autocarros fretados pela FPPM até ao aeroporto.

A escolha das Caldas da Rainha para a realização destes campeonatos deveu-se à existência de um clube representativo nesta modalidade, pertencente à associação humanitária dos bombeiros voluntários, e ao apoio manifestado pela autarquia local.

Notícia de Francisco Gomes do jornal Oeste OnLine.
José Gonçalves

10 comentários:

Elvira Carvalho disse...

As ditaduras sempre levam as pessoas a querer a liberdade. E ditadura é ditadura quer seja da direita, quer seja da esquerda.
Um abraço

Isamar disse...

Terá o atleta ficado por este paraíso à beira-mar plantado? Se assim foi, não escolheu mal. Amanhã voltarei a comentar. O sono espreita e a concentração vai-se. Ainda vou tentar deixar um post novo. Está a ser difícil.

Beijinhosssss

avelaneiraflorida disse...

Se quer ser livre...não terá direito a sê-lo????????

Quando acabarão estas "barreiras" tão injustas????

Desejo melhoras rápidas do PEDRO!!!!!!

E UMA BOA NOITE!
BJKs

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá José Gonçalves, grata por tão preciosa imformação.
Adorei o seu texto.
Muitos beijinhos,
Fernandinha

António Inglês disse...

Boa noite Elvira

Tenho a mesma opinião. As ditaduras são sempre más, sejam de direita ou de esquerda.
Um abraço e uma noite serena
José Gonçalves

António Inglês disse...

Sphiamar

Ainda nada se sabe, mas um dia destes alguém dele saberá, vais ver.
Bom descanso, e noite serena.
José Gonçalves

António Inglês disse...

Avelaneiraflorida

Parece que lá pelos lados de Cuba náo pensam assim.
Daí de vez em quando caem fora.
Um abraço
José Gonçalves

António Inglês disse...

Olá Fernandinha

O texto não é meu minha amiga, mas a informação gostei de a publicar.
A liberdade é um bem precioso e ninguém deveria ser privado dela.
Uma noite serena
José Gonçalves

Maria disse...

E porque prezo muito a liberdade, conquistada a ferro e fogo e pela qual tanta gente deu a vida, e porque conheço Cuba em todas as suas vertentes, incluindo a da liberdade, fico triste com estas notícias.
O que nós já esquecemos, por aqui, nos últimos 33 anos...
Dizer só que a palavra liberdade na boca de Bush não tem o mesmo significado do que quando eu falo de liberdade. A liberdade dele não é a minha liberdade. Poderão dizer que é um conceito de classe, mas essa discussão não é para aqui...

Um abraço

António Inglês disse...

Olá Maria

As noticias muitas vezes não traduzem a realidade de um país. Mas a verdade é que situações destas se repetem com frequência.
Reconheço que a liberdade custou a vida a muitos, o problema é o que se fez ou faz depois com ela, quando se pensa que já se conquistou essa liberdade.
Também estou de acordo que a palavra liberdade na boca de Bush, não é a mesma que eu pronuncio. Essa diferença eu reconheço-a, não esqueço é as outras diferenças.
Até tenho para mim que muito se fala em liberdade mas a grande maioria nem sabe o que isso é.
Fica bem. Uma noite serena.
José Gonçalves