Que te fizeram Maddie McCann ?
Jornal digital de Terça Feira 07 de Agosto de 2007
As novas pistas apontam para a hipótese de que Maddie possa ter sido morta por acidente no apartamento da Praia da Luz e por isso a investigação deverá centrar-se agora na família e amigos.
Conforme o jornal publicou os vestígios de sangue foram descobertos numa parede do quarto ocupado pelo casal McCann. Os indícios apontam para a morte da criança dentro do apartamento, mas não é certo para os investigadores que se tenha tratado de homicídio, apesar de, e de acordo com os elementos recolhidos pelos peritos forenses, alguém ter tentado limpar os referidos vestígios, informa o JN.
A Policia Judiciária deu no domingo por terminadas as buscas que levou a cabo nos últimos dois dias na propriedade de Robert Murat, o único arguído no caso do desaparecimento de Madeleine McCann, não tendo revelado o resultado das mesmas.
De acordo com informações obtidas pelo JN, os vestígios de sangue recolhidos estão agora a ser analisados por especialistas em ADN e comparados com o perfil genético de Maddie, com vista a tirar dúvidas ainda existentes sobre a quem pertencem as amostras detectadas. Só depois, a PJ deverá avançar para novas inquirições ao casal McCann e círculo de pessoas próximas. As testemunhas serão confrontadas com os elementos entretanto recolhidos.
As diligências consistiram, ontem, em vistorias nos automóveis de Robert Murat, na carrinha da mãe, Jenny, e ainda nos carros de Tuck Price, amigo e porta-voz de Murat, Ralf, tio do arguído, Serguei Malinka, o russo que manteve negócios com o luso-britânico, dos amigos Mikaela e Luís António, e ainda na viatura utilizada pelo casal McCann nos dias que antecederam o desaparecimento da filha.
A operação com recurso a filtros de luzes para detecção de vestígios e aos dois cães pisteiros ingleses decorreram no parque de estacionamento subterrâneo do Largo 1.º de Maio, em Portimão, mesmo em frente das instalações da Câmara e do Departamento de Investigação Criminal da Judiciária.
A PJ pediu à PSP que vedasse ao público três dos quatro pisos do parque e durante horas os técnicos mantiveram-se ali a fazer as análises. Ao final da tarde, a maioria dos automóveis, conduzida por inspectores, foi entregue aos legítimos proprietários, mas a viatura da família McCann ainda estava a ser analisada à hora do fecho desta edição.
Fonte ligada às investigações explicou ao JN que algumas das viaturas já tinham sido passadas a pente fino em Maio, aquando do início da investigação. Porém, a possibilidade de a criança de quatro anos ter sido morta no apartamento levou os investigadores a "repensar toda a estratégia" e a "analisar novamente todos os vestígios encontrados e os locais prováveis por onde a criança possa ter passado".
O recurso a outras técnicas de investigação por parte da PJ e da Polícia inglesa aparece por estar a ser explorada uma nova linha na investigação. A utilização de filtros de luzes ultravioleta surge pelo facto de só agora haver indícios que apontam para a morte da menina. "A primeira hipótese colocada foi o rapto, mas o cenário mudou e é nisso que estamos a trabalhar", concluiu.
Kate e Gerry McCann deverão voltar a ser ouvidos ainda esta semana, numa derradeira tentativa de perceber o que realmente se passou dentro do apartamento do Ocean Club, no dia 3 de Maio. A Portugal devem chegar, entretanto, os três casais ingleses que passaram férias com os McCann.
Entre o sangue de um cadáver e o de uma pessoa viva, há diferenças na sua composição química. José Eduardo Pinto da Costa explica que a distinção é feita ao nível da "coagulação" e na presença de coágulos vermelhos e brancos. "O sangue de cadáver tem mais coágulos brancos ou fibrinosos", diz ao JN o professor-catedrático de Medicina Legal, sublinhando que esta detecção não é possível com recurso a exames em Portugal. Admite, porém, que existam cães que possam ser treinados para distinguir os dois tipos de sangue. "Enquanto os humanos têm cinco milhões de células olfactivas, os cães têm 220 milhões!". Apesar da explicação de Pinto da Costa, outros especialistas em medicina forense dizem não ser possível distinguir entre o sangue de uma pessoa viva e o de um cadáver. No caso de Maddie, um dos cães detectou o odor a sangue, enquanto o outro deu conta de ali ter estado um cadáver. É a conjugação destes dois factores que leva os investigadores a acreditar que Maddie morreu no quarto dos pais.
Alexandra Serôdio, Marisa Rodrigues , e Nuno Miguel Maia
Jornal de Noticias de 07 de Agosto de 2007
2 comentários:
Caso estranho para desvendar...
Quase sempre são as crianças a sofrer na pele situações destas...
Que se apure a verdade de uma vez por todas se for possível, o que duvido avaliando outro caso recente, o da Joana que também não tem ainda solução à vista...
Caro anónimo
Não costumo aceitar comentários anónimos mas desta vez abro esta excepção.
De facto este desaparecimento precisa de ser resolvido, mas... e os outros? Aqueles que envolvem crianças portuguesas? Será que tinham todo este mediatismo que se vê? Ou é só porque a menina é inglesa?
O mundo está de pernas para o ar caro anónimo e a violência aumenta de dia para dia no nosso país. Precisamos de estar mais atentos.
José Gonçalves
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