quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Que te fizeram Maddie McCann ?



Jornal digital de Terça Feira 07 de Agosto de 2007

Maddie pode ter sido morta no apartamento

Lagos - Cães ingleses encontraram vestígios de sangue de uma pessoa morta, que podem ser de Madeleine, no apartamento dos McCann, no complexo turístico «Ocean Club» na Praia da Luz, segundo notícia publicada no Jornal de Notícias.

As novas pistas apontam para a hipótese de que Maddie possa ter sido morta por acidente no apartamento da Praia da Luz e por isso a investigação deverá centrar-se agora na família e amigos.

Conforme o jornal publicou os vestígios de sangue foram descobertos numa parede do quarto ocupado pelo casal McCann. Os indícios apontam para a morte da criança dentro do apartamento, mas não é certo para os investigadores que se tenha tratado de homicídio, apesar de, e de acordo com os elementos recolhidos pelos peritos forenses, alguém ter tentado limpar os referidos vestígios, informa o JN.

A Policia Judiciária deu no domingo por terminadas as buscas que levou a cabo nos últimos dois dias na propriedade de Robert Murat, o único arguído no caso do desaparecimento de Madeleine McCann, não tendo revelado o resultado das mesmas.

Cães buscam mais vestígios

Os dois cães ingleses que desde há uma semana colaboram na investigação ao desaparecimento ou morte de Madeleine McCann estão a tentar reconstituir um eventual percurso da menina inglesa após ter saído, provavelmente já sem vida, do apartamento no Ocean Club, na Praia da Luz, em Lagos. Isto depois de terem sido detectados no quarto dos pais vestígios de sangue, presumivelmente da criança. Ontem, foram vistoriados mais cerca de dez carros de pessoas envolvidas no caso.

Os investigadores procuram agora detectar nos cães comportamentos idênticos aos verificados no apartamento. Enquanto um dos "cocker spaniel" descobriu vestígios de sangue numa parede, o outro detectou o odor de um cadáver no mesmo local. Conjugados estes dois factores, ganha consistência a tese de a menina ter morrido no próprio quarto dos pais, como ontem noticiou o JN, vítima de um acidente ainda não explicado, como se inclina, neste momento, a PJ, ou de um crime. Mostra-se, por isso, cada vez mais remota a tese de sequestro

De acordo com informações obtidas pelo JN, os vestígios de sangue recolhidos estão agora a ser analisados por especialistas em ADN e comparados com o perfil genético de Maddie, com vista a tirar dúvidas ainda existentes sobre a quem pertencem as amostras detectadas. Só depois, a PJ deverá avançar para novas inquirições ao casal McCann e círculo de pessoas próximas. As testemunhas serão confrontadas com os elementos entretanto recolhidos.

As diligências consistiram, ontem, em vistorias nos automóveis de Robert Murat, na carrinha da mãe, Jenny, e ainda nos carros de Tuck Price, amigo e porta-voz de Murat, Ralf, tio do arguído, Serguei Malinka, o russo que manteve negócios com o luso-britânico, dos amigos Mikaela e Luís António, e ainda na viatura utilizada pelo casal McCann nos dias que antecederam o desaparecimento da filha.

Investigar outro crime

A operação com recurso a filtros de luzes para detecção de vestígios e aos dois cães pisteiros ingleses decorreram no parque de estacionamento subterrâneo do Largo 1.º de Maio, em Portimão, mesmo em frente das instalações da Câmara e do Departamento de Investigação Criminal da Judiciária.
A PJ pediu à PSP que vedasse ao público três dos quatro pisos do parque e durante horas os técnicos mantiveram-se ali a fazer as análises. Ao final da tarde, a maioria dos automóveis, conduzida por inspectores, foi entregue aos legítimos proprietários, mas a viatura da família McCann ainda estava a ser analisada à hora do fecho desta edição.
Fonte ligada às investigações explicou ao JN que algumas das viaturas já tinham sido passadas a pente fino em Maio, aquando do início da investigação. Porém, a possibilidade de a criança de quatro anos ter sido morta no apartamento levou os investigadores a "repensar toda a estratégia" e a "analisar novamente todos os vestígios encontrados e os locais prováveis por onde a criança possa ter passado".
O recurso a outras técnicas de investigação por parte da PJ e da Polícia inglesa aparece por estar a ser explorada uma nova linha na investigação. A utilização de filtros de luzes ultravioleta surge pelo facto de só agora haver indícios que apontam para a morte da menina. "A primeira hipótese colocada foi o rapto, mas o cenário mudou e é nisso que estamos a trabalhar", concluiu.

Kate e Gerry McCann deverão voltar a ser ouvidos ainda esta semana, numa derradeira tentativa de perceber o que realmente se passou dentro do apartamento do Ocean Club, no dia 3 de Maio. A Portugal devem chegar, entretanto, os três casais ingleses que passaram férias com os McCann.

Sangue de cadáver diferente de sangue de pessoa viva

Entre o sangue de um cadáver e o de uma pessoa viva, há diferenças na sua composição química. José Eduardo Pinto da Costa explica que a distinção é feita ao nível da "coagulação" e na presença de coágulos vermelhos e brancos. "O sangue de cadáver tem mais coágulos brancos ou fibrinosos", diz ao JN o professor-catedrático de Medicina Legal, sublinhando que esta detecção não é possível com recurso a exames em Portugal. Admite, porém, que existam cães que possam ser treinados para distinguir os dois tipos de sangue. "Enquanto os humanos têm cinco milhões de células olfactivas, os cães têm 220 milhões!". Apesar da explicação de Pinto da Costa, outros especialistas em medicina forense dizem não ser possível distinguir entre o sangue de uma pessoa viva e o de um cadáver. No caso de Maddie, um dos cães detectou o odor a sangue, enquanto o outro deu conta de ali ter estado um cadáver. É a conjugação destes dois factores que leva os investigadores a acreditar que Maddie morreu no quarto dos pais.

Alexandra Serôdio, Marisa Rodrigues , e Nuno Miguel Maia
Jornal de Noticias de 07 de Agosto de 2007


2 comentários:

Anónimo disse...

Caso estranho para desvendar...
Quase sempre são as crianças a sofrer na pele situações destas...
Que se apure a verdade de uma vez por todas se for possível, o que duvido avaliando outro caso recente, o da Joana que também não tem ainda solução à vista...

António Inglês disse...

Caro anónimo

Não costumo aceitar comentários anónimos mas desta vez abro esta excepção.
De facto este desaparecimento precisa de ser resolvido, mas... e os outros? Aqueles que envolvem crianças portuguesas? Será que tinham todo este mediatismo que se vê? Ou é só porque a menina é inglesa?
O mundo está de pernas para o ar caro anónimo e a violência aumenta de dia para dia no nosso país. Precisamos de estar mais atentos.
José Gonçalves