segunda-feira, 2 de julho de 2007

O Cavalo Lusitano







O Cavalo Lusitano

Montado há já cerca de 5000 anos, e considerado o mais antigo cavalo de sela do Mundo, este animal foi seleccionado como cavalo de guerra e deste núcleo foram levados animais para os exércitos de Cartágo , de Esparta, e para os hipódromos de Roma Cavalo de " sangue quente" como o Puro Sangue Inglês e o Puro Sangue Árabe, o Puro Sangue Lusitano é o produto de uma selecção de milhares de anos, o que lhe garante uma "empatia" com o cavaleiro, superior a qualquer raça moderna.Seleccionado como cavalo de raça e de combate ao longo dos séculos, é um cavalo versátil, cuja docilidade, agilidade e coragem. lhe permitem hoje competir em quase todas as modalidades do moderno desporto equestre, confrontando-se com os melhores especialistas.As corridas de touros podem ser consideradas como a versão moderna da equitação da "Gineta", que tanta fama e louros conseguiu para os exércitos que a utilizaram durante os tempos das guerras.

O Cavalo Ibérico, com a forma que tem actualmente, mantém-se semelhante aos seus ascendentes, como o demonstra, a aparência com as antigas estátuas, gravuras e descrições que chegaram aos nossos dias remontando à pré-história Ibérica, tendo passado pelos períodos dos Romanos, pela Idade Média e pela Renascença. As suas capacidades naturais tem como origem aquelas descritas e tão louvadas pelos historiadores, pretendendo os criadores que venham a ser melhoradas com a introdução de provas morfo-funcionais. ( Quase todas as raças modernas de cavalos de sela têm sangue do Cavalo Ibérico.)

Segundo vários autores, o factor que mais pesou na diferença que existe nos nossos dias entre o Cavalo Lusitano e o Andaluz, teve a sua origem no fato de, no princípio do século XVIII, ter aparecido na Espanha o toureiro a pé, como revolta popular pela proibição imposta pelo Rei Filipe V das corridas de touros. A partir daí, com a menor utilização do cavalo Andaluz para o toureio, passou a sua selecção a apontar no sentido de um cavalo de tiro ligeiro e de passeio, enquanto que em Portugal se manteve a criação no sentido de produzir bons cavalos de toureio.

Desde 1967, por acordo estabelecido entre os criadores Portugueses e Espanhóis, os Livros Genealógicos foram separados , levando os criadores dos dois países a seguirem trajectórias paralelas, com métodos de selecção e classificação próprios.

O Livro Genealógico da Raça Lusitana foi entregue à Associação Portuguesa de Criadores de Raças Selectas, passando em 1990 para a Associação Portuguesa de Criadores do Cavalo de Puro Sangue Lusitano nesse ano criada para se dedicar exclusivamente à divulgação e defesa do Cavalo Lusitano.

A institucionalização oficial do Stud-Book da Raça Lusitana, foi sem dúvida, um passo decisivo, no progresso da mesma, ao condicionar a admissão de reprodutores aos requisitos mínimos do respectivo padrão, dando origem a um generalizado e criterioso trabalho de selecção, facultando o conhecimento aprofundado das genealogias, permitindo perpetuar e tirar partido das linhas formadas a partir da insistência em determinar reprodutores (emparelhamento em linha). Aliás para um processo zootécnico eficaz e relativamente rápido há evidente vantagem em aspectos que interessam ao criador, nomeadamente na pureza e uniformidade da raça e na consequente prepotência dos reprodutores obtidos.

Só são inscritos "poldros" filhos de animais já aprovados como reprodutores e aos quais já tenha sido feito testes de confirmação da paternidade. A obrigatoriedade deste teste para inscrição dos "poldros", vem dar uma ainda maior credibilidade ao Stud-Book, pois torna completamente interdita a entrada de animais de sangue exterior à raça. Ao atingirem a idade adulta, os animais são submetidos a uma inspecção realizada por uma Comissão de Peritos da Raça, e caso atinjam os parâmetros mínimos estabelecidos, passarão ao Livro de Reprodutores, podendo assim os seus filhos ser inscritos no Livro. A este ciclo que rege o normal funcionamento do Livro Genealógico da Raça Lusitana, têm vindo a ser adicionadas provas funcionais.

No limiar do ano 2000 o Puro Sangue Lusitano volta a ser procurado como montada de desporto e lazer, e como reprodutor, pelas qualidades de carácter e antiguidade genética. A sua raridade resulta de um pequeníssimo efectivo de cerca de 2000 éguas produtoras. Em Portugal, berço da raça, estão apenas em produção cerca de 1000 éguas, no Brasil 600, em França 200, distribuindo-se as restantes pelo México, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Itália, Canadá e Estados Unidos da América.

13 comentários:

Anónimo disse...

Amigo José Gonçalves,
Excelente postagem! É como que uma homenagem ao nosso cavalo lusitano...
Já tive oportunidade de montar alguns lusitanos e a experiencia é bem dificil de verbalizar, pois é um cavalo de caracteristicas unicas.
Tanto tem de possante como de dócil, grande porte mas de uma elegancia extrema, enfim, é uma maravilha!
Beijinhos

António Inglês disse...

Amiga aramis

Esta é mesmo uma homenagem ao cavalo lusitano.
Os cavalos são para mim uma velha paixão que infelizmente tive de pôr de parte por razões... de peso...
O cavalo lusitano pela sua linhagem, pela sua postura, pelas múltiplas facetas que encerra em si que lhe permitem se usado em muitas actividades, e até o seu garboso porte são um dos orgulhos nacionais.
Longe vão os tempos em que Mestre Nuno de Oliveira me ensinou a nobre arte de montar e guardo com particular saudade o seu extraordinário "ALMIRANTE" que apenas tive possibilidade de montar três ou quatro vezes.
Obrigado pela tua visita.
Um abraço
José Gonçalves

Bichodeconta disse...

Pois é amigo, quem visita as coudelarias de Alter do Chão fica deslumbrado com aqueles exemplares re raça lusitana.. São lindos , dóceis, inteligentes.. Parabéns pela postagem de muito boa qualidade..

António Inglês disse...

Olá bichodeconta


Em primeiro lugar quero agradecer-lhe a visita ao meu cantinho onde vou tentando passar o tempo de vez em quando, nomeadamente falando ou transcrevendo artigos que falam do que gosto.
Estou inteiramente de acordo consigo no que à coudelaria de Alter diz respeito, porque de vez em quando a visito e lá tenho assistido a alguns leilões.
Não sou alentejano mas por razões familiares, (meu genro é da Comenda), tenho tido o privilégio de conhecer mais em pormenor essa região tão sofrida mas tão cheia de cor.
Um abraço
José Gonçalves

aramis disse...

Nova postagem em
http:www.aramis-cavalgada.blogspot.com
Beijinhos

Bichodeconta disse...

Tão cheia de cor e de outras coisas de fazer crescer água na boca.. Confesse!! Ali come-se com o coração, os cheiros e os sabores misturam-se , andam de braço dado.. Conheço a comenda.. Herdade da comenda verdade? Estas palavras não depreciam em nada o seu Ribatejo.. Eu nasci a no Alentejo , a 6 km da divisão do distrito de Évora com o de Santarem.. E o Ribatejo e o Alentejo para mim, são tão diferentes e tão iguais, a cultura, os cheiros e sabores, a cor, a música andam a par e passo ,osturadas num casamento muito bem sucedido.. Um abraço.

António Inglês disse...

Bichodeconta

A Comenda é uma pequena aldeia perto do Gavião, de Niza e de Gáfete onde costumo ir ao "Lagarteiro" deliciar-me com uma soberba "alhada de cação" onde só por vergonha não como os dedos.
Como deixei num dos seus blogs, as minhas regiões são o Ribatejo, terra de meu pai e o Minho, o meu Minho terra de minha querida mãe. Vivi em Lisboa 45 anos e por ironia do destino vivo agora em São Martinho do Porto. Veja a mistura de usos, costumes, sabores, odores e cantares.
Mesmo que quisesse não conseguiria descrever tão bem como a minha amiga o seu Alentejo que é irmão do meu Ribatejo como diz.
Confesso, e quem confessa não merece castigo, que o seu Alentejo me faz realmente crescer água na boca, mas tenho de lhe confessar também que o meu coração se perdeu algures ali para os lados de Afife no Alto-Minho, bem pertinho de Vila Praia de Âncora, Caminha e Moledo.
Diga lá se não tenho bom gosto?
Um abraço
José Gonçalves

Maria Faia disse...

Meu Amigo José Gonçalves,

Que o meu amigo tem bom gosto eu já sabia.
Mas que a sua cultura equestre era deste calibre é que não sabia mesmo.
Eu sou doida por cavalos, acho-os lindos, de um porte e elegância extraordinários e de uma sensibilidade inigualável que, para ser franca, gostaria de ver nos humanos. Mas não.~
Aos humanos, ou a alguns deles falta-lhes o "puro sangue" da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e, não raras vezes, decência no porte e nas atitudes, pese embora usem e abusem de palavras meigas, doces e cultas.

Beijinho para si.

António Inglês disse...

Olá mariafaia

Sou realmente um adepto dos cavalos desde sempre.
Tive a felicidade de num dos Colégios que frequentei, ter tido a possibilidade de ter aulas de equitação na Escola de Equitação de um grande Mestre.
Mestre Nuno de Oliveira.
Daí para cá, só nos últimos anos, a idade e o peso me impediram de continuar a estar perto deles como gostaria.
Quanto ao meu bom gosto, agradeço-lhe o elogio mas não penso que seja tanto assim, e muito menos no que à cultura equestre diz respeito.
De qualquer forma obrigado pelos elogios mais uma vez mas acredite não mereço tanto.
Um beijinho
José Gonçalves

Adelaide Inês disse...

Caro amigo:
Deixe-me trata-lo por amigo, pois alguém que fala do cavalo lusitano da forma que o faz é só por isso "meu amigo". O cavalo é um animal nobre, mas a raça lusitana tem algo que realmente encanta o ser humano e sobretudo quem já o montou.É uma animal forte, elegante mas muito dócil! É uma paixão que realmente só é entendida por quem lida com estes animais. Um bem haja para um espaço como este e para quem o criou, convido os visitantes a passar pela página da quinta onde monto, que apesar de humilde dedica muito empenho ao nosso nobre lusitano http://quintadocorgo.googlepages.com
Um abraço,
A. Inês

Adelaide Inês disse...

Caro amigo:
Deixe-me trata-lo por amigo, pois alguém que fala do cavalo lusitano da forma que o faz é só por isso "meu amigo". O cavalo é um animal nobre, mas a raça lusitana tem algo que realmente encanta o ser humano e sobretudo quem já o montou.É uma animal forte, elegante mas muito dócil! É uma paixão que realmente só é entendida por quem lida com estes animais. Um bem haja para um espaço como este e para quem o criou, convido os visitantes a passar pela página da quinta onde monto, que apesar de humilde dedica muito empenho ao nosso nobre lusitano http://quintadocorgo.googlepages.com
Um abraço,
A. Inês

António Inglês disse...

Olá Adelaide

Peço-lhe desculpa por só agora lhe responder mas estive de férias e sá cheguei agora.
De facto adoro cavalos, mas infelizmente a idade e o peso não me permitem continuar a privar de perto com eles.
Ainda bem que gostou do artigo.
Visitarei certamente o espaço da quinta onde monta.
Pena que não consiga aceder a nenhum contacto seu para lhe retribuir a visita.
Um abraço e obrigado
José Gonçalves

Rancho RC Jumentos e Muares disse...

crio cavalo lusitano no Brasil ,e tenho uma grande paixão por esta raça de cavalos , que tem um porte grande um cavalo valente ,garboso, que se destaca por onde passa com sua elegancia e docilidade realmente e um cavalo de Rei .
Ronaldo Maia. Brasil. São Paulo