* Barroco, é um movimento, que vai da segunda metade do século XVI (1550) à primeira metade do século XVIII (1760), caracteriza-se por um estilo rebuscado, repleto de metáforas e antíteses e por uma volta às questões espirituais em oposição ao racionalismo renascentista.
O Barroco, oposição ao classicismo, surge no século XVII na Itália e na Europa, perdura até meados do século XVIII, atingindo toda a América Latina até o fim do século XVIII... É uma tendência que se manifesta nas artes plásticas e, em seguida, na literatura, na música e no teatro no início deste século.
Miguel de Cervantes, por exemplo, numa prosa barroca faz uma sátira das novelas de cavalaria em Don Quixote de la Mancha...
Num período no qual a Igreja Católica tenta recuperar o espaço perdido com a Reforma Protestante e os monarcas concedem-se poderes divinos, a arte barroca busca conciliar a espiritualidade e a emoção da Idade Média com o antropocentrismo e a racionalidade do Renascimento. Sua característica marcante é, portanto, o contraste.
Esta arquitectura é um meio de propagar a fé na Igreja e no Estado, por isso as principais construções são igrejas e edifícios públicos. Tem como características o abandono de normas e convenções, da geometria elementar e da simetria.
As fachadas são ondulantes e decoradas com esculturas. Há grande uso de pilastras e o interior é repleto de madeira entalhada recoberta de dourado. Linhas diagonais e escadas dão movimento e altura às construções. O exagero de formas e a mistura de texturas transmitem a ideia de dramaticidade e representam a opulência da sociedade da época.
Os principais nomes são Francesco Borromini (1599-1667) e Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), autor das 162 colunas da praça da Basílica de São Pedro, no Vaticano. A preocupação com o espaço que circunda os edifícios é outra característica do barroco.
A palavra barroco, originalmente "pérola deformada", exprime de forma pejorativa a idéia de irregularidade. Suas obras são rebuscadas, expressam exuberância e emoções extremas. Durante o período, além da Igreja e dos governantes, a burguesia em ascensão patrocina os artistas...
A fase final do barroco é o rococó, estilo que surge na França entre 1700 e 1780, refinando a arquitetura pomposa do barroco, durante o reinado de Luís XV. Caracteriza-se pelo excesso de curvas e pela abundância de elementos decorativos, como conchas, laços, flores e folhagens. A temática é inspirada nos hábitos da corte e na mitologia greco-romana.
As cores vivas dão lugar aos tons pastéis e os relevos exagerados são substituídos por superfícies delicadas, que ganham ênfase em pontos isolados. Igrejas e palácios exibem uma integração entre arquitetura, pintura e escultura. A estrutura dos edifícios é iluminada por várias janelas para criar interiores etéreos.
Os espaços interior e exterior chamam a atenção pela complexidade e requinte. Os arquitectos constroem espaços unificados e reduzem o tamanho das colunas. Nas igrejas, os tectos das naves laterais são levantados até a altura da nave central para unificar o espaço, como na Igreja de Carmine, em Turim, construída por Filippo Juvarra (1678-1736).
No Brasil, as primeiras obras barrocas construídas foram na época da colonização, que tinham o objectivo de assegurar o domínio português e evitar as invasões estrangeiras. São erguidos colégios e igrejas em Salvador, Olinda e no Rio de Janeiro, marcados por este estilo e de forte influência jesuítica. E também, a economia açucareira do século XVII impõe um novo padrão de vida e faz surgir a casa-grande e a senzala, que exigem um aprimoramento técnico das construções.
No Brasil, António Francisco Lisboa – o Aleijadinho (1730-1814) é o mestre do barroco.
A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagónicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
Suas características gerais são:
* emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
* busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
* entrelaçamento entre a arquitectura e escultura;
* violentos contrastes de luz e sombra;
* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguída.
PINTURA
Características da pintura barroca:
* Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
* Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava intensificar a sensação de profundidade.
* Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
* Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
De entre os pintores barrocos italianos: Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador.
Obra destacada: Vocação de São Mateus.
Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tectos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no tecto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade.
Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.
A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. De entre os pintores mais representativos, de outros países da Europa, temos:
Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história.
Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.
Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas.
Obra destacada: O Jardim do Amor.
Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.
Obra destacada: Aula de Anatomia.
ESCULTURA
Suas características são: o predominío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
Bernini - arquitecto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.
Para seu conhecimento
Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular.
Fotos e texto tirados na Net
José Gonçalves