sábado, 20 de dezembro de 2008

A ORIGEM DO PRESÉPIO


Palavra de origem latina, que significa “local onde se recolhe o gado”, o presépio é uma representação de cariz espiritual da cena do nascimento de Jesus, que assume contornos poéticos e bucólicos, em que não faltam animais de estábulo, pastores, anjos e Reis magos.
Atribui-se a S. Francisco de Assis, no século XIII, a ideia de encenar o nascimento de Jesus, tal qual este se deu numa gruta em Belém. Existem registos de que o terá então feito, em 1223, numa gruta da cidade italiana de Greccio, para a qual, se diz, levou uma vaca e um burro e onde mandou instalar uma manjedoura, cheia de feno, para festejar a vinda do Filho de Deus à terra com as mesmas condições que rodearam o seu nascimento: pobreza, simplicidade, humildade, encanto e fraternidade de Deus com os homens. A sua intenção era dar um sentido de actualidade à Natividade e reviver a Eucaristia, trazer de novo o Evangelho para o espaço natural de vida dos homens. O presépio de S. Francisco não tinha, por isso, figuras, Jesus era representado pela hóstia.



Depois desta pioneira representação da descida de Deus à humanidade, outros presépios, já com figuras, começam a surgir. A tendência começa noutros conventos franciscanos em Itália, a que se seguem igrejas e casas particulares, das mais nobres às mais humildes, e estende-se depois a toda a Europa.
Em Portugal, o culto do presépio terá surgido ainda no fim do século XV, sendo do início do século XVI os primeiros documentos que o referenciam. O grande desenvolvimento desta tradição, porém, dá-se sobretudo com as contratações de artistas para a construção de presépios pelos Reis D. João II, D. Manuel I, D. João III e, mais tarde, D. João V, o que terá contribuído largamente para a sua generalização no país. Surgem presépios muito famosos como o da Basílica da Estrela e de S. Vicente, em Lisboa, da autoria do escultor Machado de Castro, o do Convento de Mafra, o dos Marqueses de Borba e vários presépios eborenses, entre os quais os dos Conventos do Paraíso, de Santa Clara e de S. Bento de Cástris.




O presépio entranha-se assim definitivamente na cultura portuguesa, entre os séculos XVII e XVIII, e vários são os barristas e escultores famosos que, desde então, e até ao século XX, alimentam a procura de figuras para a encenação da Natividade, quer em conventos, quer em casas particulares. Oriundos de olarias e escolas de Alcobaça, Barcelos, Coimbra, Évora, Estremoz, Lisboa, Mafra e Tomar, entre os principais nomes responsáveis pelas figuras características do presépio popular português encontram-se Francisco de Holanda (residente em Évora), José de Almeida, Joaquim Machado de Castro, Francisco Xavier (eborense) e António Ferreira.

Fonte: Site da Câmara Municipal de Évora.

Fotos da Net

António Inglês


2 comentários:

  1. A força do pensamento

    A minha sugestão para estes tempos é:
    Vamos doar-nos mais e diminuir o individualismo!
    Que tal, um pouco mais de atenção aos filhos, aos
    companheiros(as), aos almoços de domingo, menos
    eu e mais "nós"?
    Prega-se tanto amor, mas cada um só vê o seu
    desamor; todos correndo numa busca louca de ter,
    que acabamos por esquecer-nos de "ser".
    Já viram um Maracanã lotado em dia de clássico?
    Existe no futebol o chamado "inconsciente coletivo"
    Esse "inconsciente" é capaz de virar um jogo!
    Então imaginem 10 mil Maracanãs cheios! E o inconsciente
    coletivo dessa torcida toda; uns pelos outros!
    Não só em tempos natalinos, mas em todos os dias
    de nossas vidas! Se é verdade que a FÉ move montanhas,
    então imaginem do que somos capazes se direcionarmos
    nosso "inconsciente coletivo" uns aos outros; se
    "crermos" e agirmos conforme essa crença.
    Podemos fazer a diferença...

    Esses são os meus votos de Natal!
    (Verô)


    "Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo;
    todos são parte do continente." (John Donne)

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  2. um presépio teremos sempre nos nossos corações onde imperam as crianças, mas as raíz existe e é sempre interessante termos conhecimento destas coisas
    feliz natal, antónio
    beijinhos

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