Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas famílias.
Quase metade dos portugueses desconhece o que são cuidados paliativos
Quase metade dos portugueses (47 por cento) afirma desconhecer o que são cuidados paliativos, para minimizar os efeitos de doenças prolongadas e incuráveis, e os que dizem saber referem-se a conceitos errados, revela um estudo divulgado ontem. Hoje assinala-se o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos.
"É preocupante este nível de desinformação, ainda mais tratando-se de um direito humano e de cuidados de saúde que visam intervir e prevenir o sofrimento. Ninguém pode reclamar um direito se não sabe que ele existe", comentou Isabel Neto, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP).
Segundo o estudo, dos 38 por cento que afirmam saber (15 por cento revelaram ter "uma ideia"), a grande maioria referiu-se a conceitos que não correspondem à verdade, como "pessoas internadas em cuidados intensivos", "cuidados a idosos" ou "cuidados a pessoas acamadas".
Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta activa aos problemas decorrentes da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e às suas famílias.
Mais de metade dos inquiridos (52 por cento) pensa que existem cuidados paliativos em um ou dois hospitais públicos e 61 por cento acha que deveriam existir cuidados paliativos em todos os hospitais públicos.
Quando confrontados com exemplos práticos de pessoas com necessidades paliativas, em média, 60 a 65 por cento dos entrevistados consideram que esses casos justificariam cuidados paliativos por parte do Estado. No entanto, ainda há cerca de dez por cento de pessoas que afirmam que "já não há nada a fazer".
Mais de metade dos inquiridos acha que faria sentido investir em cuidados paliativos em todos os locais: hospitais, instituições próprias para o efeito e domicílio). Por outro lado, 31 por cento considera igualmente insuficientes os meios de apoio ao nível dos cuidados prestados aos doentes em fase terminal.
Segundo Isabel Neto, que é também directora da unidade de cuidados paliativos do Hospital da Luz, em Lisboa, a ideia de promover este estudo surgiu da necessidade de alertar a sociedade para a desinformação entre os portugueses.
O estudo foi realizado através de 606 entrevistas telefónicas a pessoas com mais de 18 anos residentes em Portugal Continental. O processo de amostragem utilizado foi por quotas segundo sexo, idade e região do entrevistado definidas com base no perfil da População.
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António Inglês