*Foto tirada da Net
Propositadamente não tenho abordado o tema futebol por entender que talvez não seja o mais interessante para os amigos que me visitam, na sua grande maioria visitantes do sexo feminino, embora saiba que nos dias de hoje muitas são as senhoras que gostam do desporto rei e disso dão conhecimento público, não só manifestando a sua opinião, declarando mesmo as suas preferências clubisticas, como indo aos estádios assistir a jogos de futebol.
Este espaço pretende ser aberto aos mais variados temas, estando atento a muitos que vão aparecendo na Comunicação Social, ou na Internet e deles vai dando conhecimento sempre que, na opinião do autor deste blog, eles se mostrem oportunos e de relevo.
Aqui e ali, têm aparecido também os meus próprios textos, porque isto de manifestar-mos apenas a opinião dos outros ou as noticias dos outros, torna-se muito monótono e não augura nada de bom.
Estou “Vivinho da Silva”, tenho opinião, nunca em qualquer circunstância invadi a privacidade de alguém, nem tão pouco cometi qualquer ofensa a quem quer que seja. Como opinião é um direito que me assiste, enquanto cidadão, dela vou continuando a dar conhecimento no único sítio onde por enquanto não tem havido censura. E é neste contexto que hoje me deu na “gana” de falar do meu Benfica.
Estou muito perto de passar a estar catalogado na classe dos sexagenários, o que muito me honrará e é sinal de que cá cheguei são e salvo. Por essa razão levo já muitos anos de adepto e de”treinador de bancada” do meu Glorioso. Ao longo destes anos, muitos foram os jogadores que por ele passaram, demais infelizmente, e por cá também foram passando muitos treinadores, que não têm aquecido o lugar durante muito tempo.
Dirigentes, foram os que foram, uns piores que outros sob ponto de vista de gestão financeira claro, e mesmo na gestão desportiva, raros foram aqueles que tiveram sucesso nos últimos anos, excepção feita à actual gerência que financeiramente devolveu ao Benfica a credibilidade que outros lhe fizeram perder.
Não sou daqueles que quer vencer à custa de tudo e de todos, nem defendo, como nunca defendi, uma gestão desenfreada na compra dos melhores jogadores, porque nem sempre a classificação de melhores lhes confere depois dentro do campo o direito de assim continuarem a ser apelidados, uma vez que muitas têm sido as ocasiões em que teimam em demonstrar que afinal não serão tão bons assim, muito menos os melhores.
No meu Benfica, tem havido em minha opinião, sempre uma dificuldade enorme de perceber que o facto de sermos Benfica não tem forçosamente de nos colocar numa posição de ricos pagadores, contratando jogadores medianos pagos a peso de ouro só porque passarão a ser jogadores do Sport Lisboa e Benfica.
As dificuldades financeiras, fruto de gestões desastrosas, ditaram as suas leis e até entendo que tenhamos dificuldades na aquisição daqueles jogadores que gostaríamos de ver jogar no nosso clube, mas tem faltado objectividade, liderança e sobretudo a capacidade de colocar nos departamentos certos as pessoas certas.
Dou a mão à palmatória e reconheço que dos três grandes, sendo aqueles que pelo passado, deveríamos continuar a ter o prestigio e o enorme peso, sempre que um jogador tem de se decidir por envergar a camisola deste clube, isso não acontece nos tempos que correm. Infelizmente já muitos não mostram o interesse de ingressar no clube da águia, que os últimos resultados e as muitas crises que o SLB tem atravessado, têm deixado as suas marcas negativas, e qualquer jogador de classe média/alta quer muito justamente ver correspondido nos resultados, no futebol e no prestígio o que procura.
O Sporting tem sido uma escola de formação e vai sendo viveiro de extraordinários jogadores, embora depois sinta dificuldade em conservá-los. O Porto tem tido a capacidade de saber escolher os jogadores certos, que mesmo não sendo muito conhecidos quando são adquiridos, vêm a mostrar depois, quão acertada foi a sua compra. No Benfica, ao invés, as aquisições vêm sempre rotuladas de grandes craques, capazes de gerar grandes expectativas na massa associativa e grandes resultados dentro das quatro linhas, mas a realidade tem sido, salvo raras excepções, a desilusão completa, ainda a época não vai a meio.
Treinadores têm sido mais que muitos e de cada vez que se troca, acreditamos todos que desta é que é, só que as coisas não têm sido bem assim e ao fim de escassos meses já os adeptos contestam e pedem a sua cabeça. Quando não aparecem resultados é sempre assim.
Foram as recentes afirmações feitas por José António Camacho, ilustre treinador do meu Benfica, e que li no Jornal 24Horas, que me fizeram agarrar na pena e tecer alguns comentários pois o que li não me agradou.
Não tenho capacidade para avaliar o senhor Camacho como treinador, nem o quero fazer, mas afirmar publicamente que com esta equipa não é possível vencer a liga, não lembra ao diabo. Que treinador é este, que motivação é esta que Direcção é esta?
Como se pode exigir aos jogadores seja o que for se eles se confrontam com as afirmações públicas do seu treinador que deles tem uma opinião medíocre. Então o senhor Camacho quando aceitou treinar o Benfica não sabia os jogadores que teria? Então, sendo a segunda vez que por cá passa, desconhecia as limitações financeiras do SLB? Ou tem andado enganado este tempo todo pelo senhor Luís Filipe Vieira? Ou o senhor Luís Filipe Vieira tem andado a enganar-nos a todos, prometendo grandes equipas e comprando em saldos?
Não vejo melhorias depois do despedimento de Fernando Santos, pelo contrário, o Engenheiro sabia perfeitamente bem o que queria e montou uma equipa baseada na continuação de Simão Sabrosa, escolhendo jogadores que viriam juntamente com ele, fazer a diferença. Depois tiraram-lhe o tapete. Com Camacho a situação era um facto consumado e aceitou os jogadores que lhe deram, sabendo que Simão já cá não estava.
Sinceramente, nunca me agradaram as maneiras de responder do senhor Camacho, sempre que questionado sobre questões de futebol e da equipa que treina. A sua postura sempre me pareceu a de alguém que se julga muito “lá em cima”, muito acima do valor do Sport Lisboa e Benfica e sempre com a resposta pronta na língua de que “no passa nada”, “ai que salir a ganar” e outros chavões que nada respondem que nós não saibamos, e também sempre me deixou claro que a paixão pelo clube que treina é nada ou muito pouco. Está por cá porque tem de "ganar" a vida na sua profissão, mas também se não o quiserem pode muito bem ir-se embora. E não me venham agora dizer que estou enganado, porque na sua primeira passagem pelo Benfica, tendo a massa associativa na mão, assim que lhe acenaram com a possibilidade de ir treinar o Real Madrid, a sua paixão verdadeira, foi o que se viu.
Outros treinadores passaram neste clube que se calhar também não eram adeptos do Benfica, mas de nenhum deles senti tamanha distância e indiferença entre ambos, clube e treinador. Todos sabemos que muitos antigos jogadores fazem do futebol o seu modo de vida depois de terem arrumado as botas, abraçando a carreira de treinador, e porque têm necessidade de trabalhar, têm do o fazer nos clubes que os contratam, independentemente da sua cor clubistica, e por isso devem vestir a camisola do emblema que servem. Neste caso, pela sistemática postura e pela imensa maçada que Camacho tem demonstrado ter para responder às perguntas que lhe são feitas, não me parece que seja isso que acontece.
Os jornalistas apresentam por vezes questões que me deixam igualmente “apardalado” e são capazes de repetir a mesma pergunta vezes sem conta, mudando apenas o palavreado, tiram do sério um santo, mas senhor Camacho, estas são as regras e a elas o senhor já devia estar habituado. O Glorioso tem um passado não menos importante que o seu, bem pelo contrário, por isso era altura de “baixar à terra” e perceber que está entre amigos e adeptos que só querem ver o seu Benfica a jogar e a discutir resultados, com algumas conquistas à mistura. Não será seguramente com este tipo de afirmações que alguma vez se recupere seja o que for, nem força anímica, nem motivação e muito menos a mística que durante anos o Sport Lisboa e Benfica teve.
A credibilidade, essa foi recuperada e ela se deve a Luís Filipe Vieira e seus pares, a quem tiro o meu chapéu por isso, mas meu caro Presidente, nós sócios e simpatizantes, simples apoiantes, queremos títulos, vitórias, exibições e glória. Sei que é isso também que quer e por enquanto ainda vou acreditando em si, mas manter treinadores por amizade, por favor não.
Desculpem lá isto hoje, e muitos de vós não chegarão ao fim da leitura desta minha crónica, mas tinha de ser, andava “aqui” entalada.
Já estou melhor obrigado!
José Gonçalves