terça-feira, 6 de novembro de 2007

VILA DE SÃO MARTINHO DO PORTO


VILA DE SÃO MARTINHO DO PORTO
(Sua História)

PARTE VI

SUPRIMIDO CONCELHO DE SÃO MARTINHO

Em 1750, estava-se no reinado de D. José, é escolhido para Primeiro Ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquez de Pombal.

Este faz uma grande reforma ao reino. Cria novas industrias, o inglês Guilherme Stephens estabeleceu uma fábrica de vidros na Marinha Grande, com um empréstimo feito pelo Governo, o qual também permitiu o corte de lenhas no Pinhal Nacional.

O Marquez de Pombal, vira todo o seu interesse para o porto de São Martinho e por sua ordem foi proibido dentro do porto todas as descargas de lastros, pois eram estes deslastramentos que estavam a concorrer em grande parte para a ruína do porto.

Mas só em 1815 se toma as primeiras providencias para o salvamento deste porto.

Para isso foi incumbido o Coronel Luiz Gomes de Carvalho de examinar o porto e propor ao Governo o que lhe parecesse de melhor para o salvar da ruína.

Ignora-se os processos empregues por este engenheiro, mas tudo leva a crer que se houvesse utilizado de dragas de mão pois, não havia dragas a vapor entre nós.

Os resultados deste processo foram pouco duradouros.

El-Rei D. Miguel, que deixou na história um sulco de luz, dignidade e amor pela Pátria, foi o último preito às tradições que vão desaparecendo.

Antes do holocausto de Évora-Monte, antes de partir para o desterro em Sines, ele passou por São Martinho do Porto.

Em 1828, El-Rei D. Miguel, assistiu ao lançamento da primeira pedra para a construção do cais de São Martinho do Porto.

Segundo um velho documento:

“Viera El-Rei D. Miguel, o qual se apresentava vestido com o fardamento característico; verdes eram os seus calções de algibeira arrepanhado com fivelas de prata que brilhavam também nos sapatos e no chapéu de dois bicos”.

Em 1854 ainda a Vila e Sede de Concelho de São Martinho do Porto era pobre e pequena. O seu comércio resumia-se a uma loja com mercearias e fazendas, e duas ou três tendas de pouca importância.

Nesta altura o movimento de porto limitava-se a alguns saveiros que traziam o sal para a Nazaré e dois iates do Estado que transportavam madeiras para Lisboa e no regresso traziam mercadorias que abasteciam a loja e material para a construção dos navios.

Em 1853, tinha subido ao trono El-Rei D. Pedro V.

No ano seguinte, 1854, por Decreto de 24 de Outubro foi suprimido o Concelho de São Martinho do Porto, depois de ter sido Sede do mesmo durante 336 anos, passando para o das Caldas da Rainha,

Porém a situação começou a melhorar logo que foi inaugurada a estação da Real Companhia de Ferros na linha da Figueira e, o ramal da estrada que entronca em Alfeizerão com a estrada Real de Lisboa Porto.

(Continua)
José Gonçalves

6 comentários:

Isamar disse...

E a história de S. Martinho continua.Fiel ao teu objectivo prossegues o relato dos factos que te propuseste contar-nos. Agora já estamos muito perto da nossa época.
Continuarei a leitura depois do jantar.
Beijinhos

Elvira Carvalho disse...

Esqueceu o continua ou termina aqui?. É que na sua resposta lá atrás disse que terminava, mas eu pensei que vinha até á epoca actual.
Um abraço

António Inglês disse...

Sophiamar

Pois é verdade. Estamos muito perto da nossa época e muito perto do fim desta história.
Vou no VI Capítulo e faltam dois.
Está quase.
Agradeço-te que acrescentes o que entenderes pois nunca é demais para aprendermos.
Beijinhos
José Gonçalves

António Inglês disse...

Elvira

Boa noite.Antes de mais deixe-me pedir desculpa por ter andado fugido aqui do meu canto, mas nestes últimos dias tenho mantido uma actividade social muito intensa. Além de tudo o mais ainda são uns restos das comemorações. É o que faz ter muita família.
Quanto a estes capítulos, ainda não acabaram, eu é que me esqueci de lá colocar a indicação de; continua.
Neste momento já está.
Ainda são mais dois para que a história fique completa.
Por isso peço desculpa se a induzi em erro.
Um abraço
José Gonçalves

Branca disse...

Espectacular fotografia, que nos mostra bem toda a beleza dessa zona ebelo relato histórico!
Volto para a continuação.
Um abraço

Isamar disse...

Desta vez, referes-te a um importante período da história.O fim da monarquia absoluta, a fuga da corte para o Brasil,a implantação da monarquia liberal com a revolução de 1820 e a posterior publicação da constituição de 1822.Alguns anos mais tarde começa o desenvolvimento industrial em Portugal, há muito iniciado na Europa. Toda essa zona , vai encher-se de preciosas vias de comunicação que irão ligar Lisboa ao Porto . São as vias rodoviárias macadamizadas e as linhas férreas. Lisboa/ Porto passa a fazer-se em "apenas" 34 horas por diligência. Até aí levavam mais de uma semana a chegar à cidade a quem D.Pedro IV deu o coração. Quanto a S. Martinho, se perdeu alguma importância em termos administrativos nunca deixou de ser a zona privilegiada que é. Toda essa costa, que em parte é alta e escarpada, tem portos abrigados de que a própria natureza a dotou e que permitiu o seu desenvolvimento. O mar é estrada que anda e faz andar.
Tens aí uma das mais belas zonas de veraneio de Portugal.
Beijinhos